Fading Away escrita por flowersforvases


Capítulo 16
I fear I might break




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Eu o amava, e ele também me amava. Aquele sentimento entre nós era real, então porque ter medo do desconhecido?

Acordei aquela manhã não sei ao certo que horas, mas deduzi que não era tão tarde, pela maneira como o sol atravessava a janela. Eu estava nos braços de Taylor, e ele brincava com uma mecha de meu cabelo. Abri os olhos e o encontrei me olhando, com um sorrisinho bobo escapando dos lábios.

- Bom dia, baixinha - ele disse, me dando um beijo no topo da cabeça.

- Bom dia - eu disse, com a voz ainda mole de sono.

- Dormiu bem?

- Como nunca havia dormido em anos.

Ele me olhou com os olhos brilhando, e, bem, eu me derreti completamente com aquilo. O puxei pra um beijo calmo, demorado, livre de qualquer preocupação.

- Tay? – ele me olhou. – O que você quis dizer quando me falou ontem que “sempre me amou”?

Ele riu um pouco. – Ah, é que eu sempre fui apaixonado por você, Hayles...

- Awn, sério? – eu disse, lhe dando um selinho. – Desde quando?

- Bom, na verdade desde que eu te conheci eu sempre senti algo mais por você – ele corou.

- Todo esse tempo, Tay? E porque você nunca me falou nada? – que amor esse meu Taylor. Eu queria enchê-lo de mordidas agora mesmo.

- Não sei, é que eu sempre te vi com o Josh, e mesmo quando vocês terminaram você escreveu todas aquelas músicas e... – eu o interrompi com um beijo.

- Quer saber? Esse tempo não importa mais – sorri pra ele, consequentemente pensando em Josh ao tocar nesse assunto. Para com isso, Hayley.

Então meu celular tocou. Taylor, como num modo automático, pegou-o da cabeceira e atendeu.

- Alô?

A pessoa do outro lado da linha ficou em silêncio por alguns segundos.

- PEEEEERAÍ – Jeremy então deu um berro do outro lado da linha. – Eu ligo pra Hayley DE MANHÃ, e quem atende é o Taylor. O que será que eu devo pensar? Me digam vocês – ele já ria um pouco do outro lado da linha.

Taylor sussurrou um “desculpa, baixinha” pra mim e me entregou meu celular.

- Oi, Jerm.

- PARA TUDO, HAYLES – agora ele fazia uma voz irritante de patricinha. – Me conta tudo, agora!

- O que foi que eu fiz pra te merecer, Jeremy? – falei, irritada.

- Ok ok, só uma pergunta – ele fez uma voz confidencial. – Você sabe, segurança em primeiro lugar. Usaram camisinha?

- Jeremy! – gritei pra ele. – Me esquece, seu mala. Parece até que quer alguma coisa comigo.

- Ele não é nem doido – Taylor disse alto o suficiente ao meu lado pra ele ouvir.

- Eu não, já tenho a minha Katherine – pude ver coraçõezinhos ao redor da cabeça de Jeremy ao falar isso. – Mas não desviem o assunto... Tô de olho em vocês dois, hein? Só não vai arrumar um filho que nós ainda temos turnês pra fazer, garotinha!

Olhei pra Taylor, esperando vê-lo todo vermelho e com vergonha, mas ao invés disso ele estava rindo, o que me fez rir também automaticamente. Não tinha como ficar com raiva de Jeremy e suas idiotices, por mais que alguém quisesse.

- Nossa, Jeremy, como você é patético.

- Aham, tá. Outra hora eu falo com você baixinha, não quero atrapalhar o momento íntimo do casal.

Ele desligou e eu pus o celular na cabeceira.

- Esse Jeremy é uma peça única – disse Taylor ainda rindo um pouco, me envolvendo com seus braços.

- Sem dúvidas. Devia trabalhar pro circo.

*****

Passado algumas semanas, eu saí sozinha a tarde pra passar numa farmácia que havia perto de casa e comprar algumas coisas pessoais. Saí da farmácia, e esperando o sinal de pedestres abrir, meus olhos foram parar num bar que tinha do outro lado da rua. Pisquei repetidamente, e então pude ter certeza que vi Josh debruçado numa mesa, com algumas garrafas ao seu redor.

Eu passei entre os carros com o sinal fechado mesmo, ouvindo buzinas e desaforos de motoristas estressados. Entrei no estabelecimento, que mais parecia uma espelunca de tão sujo e mal iluminado.

- Josh? – perguntei, ao chegar perto da mesa.

Ele levantou a cabeça, e seus olhos estavam vermelhos. Eu já havia o visto bêbado em uma festa há algumas semanas atrás, é verdade. Mas não se comparava ao estado que ele se encontrava agora. Ele fedia a álcool, e estava com uma aparência de quem havia passado a noite ali.

- Você vem comigo, agora – eu disse, o puxando pela manga da camisa. Por sorte, ele estava bêbado o suficiente pra não reagir. Perguntei no caixa o quanto ele devia e então paguei. Fui arrastando ele até chegarmos em meu apartamento, que se encontrava a menos de um quarteirão dali. Eu o arrastei direto até o chuveiro, então o joguei debaixo do chuveiro e liguei a água fria.

- Hayley? – ele disse, forçando a vista pra me reconhecer. – Que droga é essa? – ele estava tropeçado nas palavras e começou a tentar abrir o box do chuveiro. Eu segurei com força, e não foi difícil vencer dele no estado em que ele estava.

- Fica aí! – exclamei. – Desde quando você se tornou um porre, Josh? – ele não me respondeu. É verdade, eu estava realmente chateada com Josh, mas eu devia ajudá-lo em qualquer hipótese.

Depois de um tempo ali, eu desliguei o chuveiro e lhe dei uma toalha. Ele se secou, e então eu o levei pro meu quarto.

- Tá melhor? – ele fez que sim com a cabeça. – Ótimo. Então me explica, Josh. Me explica quando foi que você começou a gostar de beber. Quero um motivo realmente bom. – ele ficou calado por um tempo.

- Eu tenho bebido pra esquecer os problemas – ele disse com a voz sonolenta, com dificuldade em pronunciar as palavras.

- Desde quando encher a cara é a solução pra alguma coisa? – perguntei, indignada. – Que tipo de problemas são esses, Josh?

- Como a vida é engraçada – ele disse, olhando com cara de idiota pro teto. – Parece que está tudo girando, girando, girando... Cadê os passarinhos? – ele começou a tentar capturar alguma coisa no ar.

Definitivamente não ia dar pra ter uma conversa séria com Josh agora. Raciocinei que, por ele ter passado a noite ali, talvez ele só precisasse dormir um pouco. O puxei pra sala, colocando-o cuidadosamente deitado no sofá. Ele ficou murmurando mais algumas coisas sem sentido, até que enfim pegou no sono.

Sua mão pendia pra fora do sofá, como um convite implícito. Eu entrelacei seus dedos nos meus e que se dane o resto. Josh precisava de ajuda, e eu estava ali agora pra ele.


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