Anneliese escrita por sih cobain


Capítulo 7
Capítulo 06


Notas iniciais do capítulo

Nossa, capítulo grandinho esse. Espero que gostem e espero reviews, sério. Estou totalmente desanimada em postar isso aqui. ):



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Trinta minutos depois nós dois já estávamos prontos para sair – eu só não sabia como – e Chad iria até a minha barraca me buscar. Eu tinha vestido um vestido vermelho e all star, fiz um coque no cabelo e passei um rímel básico, isso tudo depois de tomar um banho nos chuveiros do acampamento pra espantar a cara de choro. Eu ainda estava passando as mãos nos fios soltos do cabelo quando Chad entra sem ao menos avisar e para do meu lado, olhando nosso reflexo no espelho e, como sempre, sorrindo. Peguei o gloss e fui passar, mas Chad arrancou-o da minha mão.

– Você fica bem melhor sem nada disso sabia? – ele jogou o gloss pela porta da barraca, enquanto eu o encarava, sem acreditar.

– Qual é o seu problema garoto? Aquele era meu gloss favorito. – cruzei os braços e fiz bico, exatamente como eu fazia há uns dez anos atrás. Assim que percebi o que estava fazendo me endireitei e voltei a prestar atenção na minha imagem no espelho, novamente arrumando os cabelos. Chad começou a andar pela barraca, olhando e mexendo nas minhas coisas.

– Não vai adiantar nada você arrumar o cabelo, vamos de moto. Então não perca seu tempo. – mesmo sem olhar para Chad eu sabia que ele estava sorrindo, e parei imediatamente de arrumar o cabelo, droga.

– Vamos de moto? Não pode arrumar um carro não?

– Além de conseguir te tirar dessa prisão no meio do mato você ainda exige um carro? Acho que esse passeio está saindo muito caro.

Se eu soubesse que esse garoto era tão irônico teria pensado um pouco mais antes de me envolver com ele. Deixei o espelho de lado e peguei a minha bolsa das mãos dele, que estava mexendo em tudo que havia lá dentro. Ele suspirou e se levantou, me seguindo logo em seguida, até eu parar na porta do acampamento Meirin e ficar encarando ele, com aquela expressão do tipo “Pare de me seguir e me mostre o caminho logo!”.

– Pare de me seguir e mostre o caminho garoto! – completei meus pensamentos, e depois de dar um sorrisinho Chad segurou a minha mão e entrou em uma pequena floresta lateral que eu nunca havia notado, minutos depois andando no mato, chegamos à estrada de onde havíamos vindo pra cá. Na estranha vejo um homem alto e ruivo, de aparentemente trinta e poucos, encostado em duas enormes motos pretas. E assim que o tal homem me viu, arregalou os olhos e ficou de boca aberta, juro.

– Não ligue pro Adam, ele não resiste a uma ruiva. – Chad disse, soltando a minha mão e indo em direção a Adam. Eu fui atrás, tentando me lembrar de onde eu conhecia aquele cara, que me era tão familiar. Chad chegou até Adam e se sentou em uma das motos, sem ao menos cumprimentá-lo.

Fui dar um aperto de mãos no homem e me surpreendo com um abraço apertado, e Chad teve que me separar de Adam. Estranho, muito estranho. Eu estava inquieta e até com medo, então cheguei mais perto de Chad e encostei-me à moto.

– Ahn, sou Anneliese. Prazer em conhecê-lo Adam. – eu sorri, simpática. – Estamos com um pouquinho de pressa então vamos ter que ir, mas foi um prazer conhecer você... Tchauzinho.

Certo, eu estava sendo completamente estranha e desagradável com um desconhecido, mas aquele formigamento nas pernas e o estômago embrulhado estavam me fazendo muito mal. Chad sorriu e me entregou um capacete preto, colocando outro em seguida. Ele falou algo que eu não consegui para Adam e me puxou para a garupa da moto, enquanto Adam ficou falando sozinho na beira da estrada, encostado na moto e olhando fixamente para mim.

– Ok, quem era aquele cara e qual era o problema dele? – Eu disse para Chad, enquanto a velocidade da moto ainda era baixa e eu nem ao menos precisava me segurar nele, droga.

– É um antigo amigo meu, talvez nem seja meu amigo. Ele trabalha numa oficina de motos e como eu disse, não resiste a uma boa ruiva. Pena que essa já tem dono.

Sem nem ao menos me dar tempo de responder, ele acelerou a moto com tudo, me obrigando a abraçá-lo pelas costas. Sabe, às vezes eu acho que tenho uma certa queda por garotos ousados e tal. Fala sério né? Conforme a velocidade ia aumentando, eu me agarrava mais ainda às costas de Chad. Foi quando senti novamente aquela estranha cicatriz nas suas costas e tive um dejavú. Asas me vieram à mente. O vento no meu rosto. Chad, e um beijo. A imagem sumiu da minha mente com a mesma rapidez que surgiu, mas eu tive certeza que ela esteve ali, e ficaria ali por um bom tempo. Fiquei pensando naquilo, talvez eu tivesse tido um sonho e só agora havia lembrado. Antes que eu pudesse tirar alguma conclusão, Chad parou a moto e já havíamos chegado. Como chegamos tão rápido? Eu estava tão perdida em pensamentos que nem vi o tempo passar.

– Pra onde vamos agora? – Chad disse tirando o capacete. Olhei em volta, estávamos em uma praça com um casal de velhinhos e uma mãe brincando com seu filho. E eu não tinha idéia de onde ir.

– Você decide, foi você que me trouxe pra cá e eu não sei o que quero fazer agora. – eu disse, envergonhada. Sou péssima com encontros.

– E você considera isso um encontro? – ele disse, sem pensar.

– O que você disse? – eu tirei o capacete e o olhei perplexa. Era a terceira vez que ele fazia isso e eu sempre considerava minha imaginação.

– Não foi nada. – ele me deu um selinho e se levantou da moto, pra logo depois me puxar pela cintura e me tirar também. A moto havia ficado estacionada na praça e agora estávamos andando em direção a... Bom, eu realmente não fazia idéia, já que ainda estava pensando no beijo de Chad.

Olhei a minha volta. Eu podia ver um shopping, alguns mercados e lojas. Uma loja de artesanato aparentemente incrível e um bar enorme com a fachada toda preta e fechada. Bom, eu com certeza não iria entrar ali pra saber se aquilo realmente era um bar ou coisa pior... Olhei para os letreiros em neon rosa e li o nome: Bia’s Bar. Céus, que nome ridículo. Chad acompanhou meu olhar e deu um sorriso malicioso, como sempre.

– Não queira entrar ali, as garotas são péssimas. Mas a bebida é grátis e tem alguns salões de jogos no subsolo, se quiser podemos jogar alguma coisa.

Olhei feio pra ele, deixando óbvio que eu nunca entraria ali – e que eu não gostava da idéia de vê-lo no “Bia’s Bar”. Vi um telefone público numa esquina e imediatamente me lembrei do meu pai, eu poderia ligar pra ele. Antes que Rosemary notasse minha ausência e decidisse avisá-lo. Peguei meu celular e vi que tinha sinal.

– Vou dar uma ligada rápida pro meu pai, não se importa né?

– Claro que não, fica a vontade. – Chad se sentou na calçada e sorriu, me esperando enquanto eu me afastava dele. Disquei os números do telefone de casa e esperei chamar três vezes, até ouvir a voz fofa e infantil de Jack do outro lado da linha.

– Residência dos Williams em que posso ajudar? – ele disse, bobo.

– Sou eu boboca! – eu disse, pra logo depois ouvir a risada de Jack – Tudo bem com você? Onde está o papai? O que anda fazendo aí? – disparei as perguntas, uma atrás da outra.

– Estou bem, papai está no quarto com Mollie e ando fazendo o mesmo de sempre. Ah, eu não sou boboca! – tinha certeza que ele fez um bico agora.

– Estou bem também, obrigada por perguntar. E ok, boboca júnior. Posso falar com o papai? Tem que ser rápido, estou no meio de um encontro. – Me virei para Chad a tempo de vê-lo sorrir, balançando os cabelos.

– Eca, ta bom já vou chamar ele. – risos – Papai, Anne ta no telefone e quer falar com o senhor! – Ouvi Jack gritando e tive que afastar o telefone do ouvido. Segundos depois ouvi alguém correndo nas escadas e Jack falando algo do tipo “Espera eu me despedir poxa.”

– Tchau Anne, papai está aqui todo desesperado. Boa sorte com o seu namorado e vê se não trás ele pra casa.

Nem tive tempo de responder e já ouvi outra voz na linha, mais risos.

– Que namorado? – dessa vez era meu pai, que falou alto o suficiente para a rua inteira ouvir. Corei instantaneamente e me virei de costas para Chad, que ria alto atrás de mim.

– Ele não é meu namorado pai, é só um amigo. E oi, eu estou bem e também to com saudades. – ouvi meu pai rindo do outro lado da linha.

– Olá querida, estou morrendo de saudades. Quando você vai voltar pra casa? Está um pouco tranqüilo demais aqui sem você.

– Acho que volto no domingo pai, mas não sei se vou poder te ligar de novo. Não tem sinal no acampamento. – Ops, falei demais. Suspirei. – Estou na cidade com Chad, o meu amigo. Antes que mais alguém te avise, saímos escondido. Sabe, às vezes é ótimo sentir um pouco de poluição nos pulmões. – depois de ouvir a risada do papai e alguma resposta rápida que mal entendi, forcei-me a desligar o telefone e voltar à atenção ao meu encontro.

– Papai, vou ter que desligar, sabe, estou meio ocupada agora. Assim que o sinal voltar a funcionar te ligo de novo ok? Eu te amo demais.

– Tudo bem querida, cuidado com esse tal Chad. Também amo você meu amor, demais.

E foi assim o momento mais feliz da minha patética semana de acampamento, até agora. Enfiei o celular na bolsa e fui até Chad, que se levantou assim que viu que eu estava voltando.

– Bem vinda de volta. – ele disse, sorridente. – Pra onde vamos agora? A proposta do Bia’s Bar ainda está de pé?

Dei uma cotovelada nele novamente e saímos rindo. É claro que eu não iria naquele lugar. Comecei a olhar em volta, procurando algo divertido pra se fazer. Se bem que só a presença de Chad já me deixava feliz.

– Tem um cinema aqui perto se quiser ir. Também tem um parque aquático ali atrás – ele apontou para longe, atrás do shopping – e umas pistas de skate para iniciantes. Sabe andar de skate?

Eu pisquei, pensando na última vez que eu havia tentado tal proeza. Eu estava com uma antiga amiga minha, a Claire, e ela insistiu pra mim andar de skate.

– Minha última experiência não foi das melhores e por isso tenho cicatrizes até hoje. Mas se quiser tentar, eu topo. – eu disse, ansiosa.

– Tentar? Eu sou craque no skate. Posso até te ensinar umas manobras. – Chad piscou pra mim e começamos a andar em direção às pistas. E eu nem sabia se queria mesmo andar de skate.

Conversamos o caminho todo sobre os cuidados que eu deveria tomar e esse tipo de coisa, mas assim que eu cheguei e vi todos aqueles garotos e as poucas garotas deslizando sobre os skates eu não tinha mais certeza de que queria de fato fazer aquilo. E se eu, sei lá, quebrasse a perna? Chad disse que iria pegar os skates e eu me sentei em frente à pista, observando tudo. Parecia ser tão fácil, eu poderia mesmo arriscar sem quebrar uma perna. É nessas horas que a gente implora a Deus pra ter um anjo da guarda. Novamente pensei em Chad e no meu suposto sonho estranho. Ah, isso não é hora de pensar em sonhos Anne, é hora de respirar fundo e arriscar.

– Está com medo anjo? – Chad disse, chegando por trás e quase me assustando. Quando eu ia dizer que “é claro que não”, ele segurou a minha mão – Você está tremendo. Quer mesmo fazer isso?

Ele saiu de trás de mim e se sentou ao meu lado, colocando os skates no chão. Espero que ele realmente seja bom nisso.

– Querer eu quero, e acho que já estou pronta. Só não tenho tanta certeza disso. – eu ri – Mas, já que estou acompanhada de um craque do skate, não custa nada tentar.

Inclinei a cabeça e balancei os ombros, no que muitos interpretariam um ato de indiferença, mas era uma mania minha. Chad olhava nos meus olhos, e me dei ao luxo de observá-lo também. Os olhos castanhos dele estavam quase sem nenhum vestígio das manchinhas vermelhas que tanto me encantavam, mas isso não impedia de deixá-los encantadores. Antes que eu pudesse perceber, eu já estava muito próxima dele, e o envolvi em um beijo. Um beijo diferente dos anteriores. Dessa vez eu tinha tomado a iniciativa, o que me fazia quase sentir o sorriso de satisfação de Chad nos meus lábios. Ele era tão convencido e idiota e tão... Doce. Abri os olhos e me afastei, provavelmente roxa de vergonha. Peguei um dos skates do chão e fui em direção a pista, sentindo Chad logo atrás.

– Você não precisa fugir cada vez que a gente se beija. Eu já estou até me acostumando com isso. – ele disse na minha orelha, perto o bastante para me fazer sentir seu cheiro estranho de menta.

– Vamos nos concentrar no skate ok? Apenas nisso, nada mais do que isso. – Eu ainda estava sentindo minhas bochechas quentes, e nem me atrevi a olhar para ele. Ele devia estar sorrindo agora. E com os olhos levemente fechados. E andando com o seu jeito esquisito, se inclinando em cima de mim. Eu ri, e continuamos andando até a pista de skate.


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Notas finais do capítulo

obrigada a quem leu, beijinho pra minha única leitora ativa, fire. ♥



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