Anneliese escrita por sih cobain


Capítulo 4
Capítulo 03


Notas iniciais do capítulo

Anneliese de cara nova (a Taylor é uma linda não é? *-*) e um capítulo saindo quentinho do forno. Agradeço a todos os reviews e a recomendação. Fiquei realmente muito honrada e contente sabendo que estão mesmo gostando da minha história. Muito obrigada a todas vocês, e desculpe a demora pra postar, estava viajando. >< espero que gostem meus amores, beijos.



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Acordei assustada e com uma dor de cabeça daquelas. Eu estava deitada em uma cama, no que me parecia uma casa de tão grande. Só depois de olhar por uma janela do outro lado percebi que era um dos trailers. O trailer de Chad? Era só o que me faltava. Apoiei as mãos no colchão e me levantei lentamente. Olhei para os lados, até que o lugar é bem mobiliado. Mas está bem óbvio que é a casa de um garoto. Meias espalhadas num canto, bastante louça suja e umas caixas de pizza jogadas em baixo do armário da suposta cozinha. Sem contar uma coleção de espadas apavorantes penduradas na parede perto da cama. Me virei um pouquinho e vi Chad ali, dormindo em uma poltrona xadrez, daquelas que costumam ter em casas de velhinhos desempregados. Ele estava lindo, com uma expressão serena e sexy. Cocei os olhos e já estava me preparando para sair da cama quando uma garota entrou e parou na porta, me encarando com desgosto. Ela tinha os olhos bem puxados e cílios enormes, maquiagem escura e roupas cheias de pregas e cintos... Então ta né. Aquela devia ser a simpática Akemi com quem Brian estava andando, o problema é que ela não me olhava com tanta simpatia.

– Hm, olá. – eu disse, dando um meio sorriso e me levantando. – Você deve ser a famosa Akemi, é um prazer. – estendi a mão para cumprimentá-la, mas ela me ignorou e começou a andar, dando a volta em mim e indo em direção ao Chad. Para a minha surpresa, ela se abaixou na poltrona e deu um beijo nele, que acordou com um pulo e me fez arquear as sobrancelhas.

Saí de lá sem olhar para trás, quase caindo nos degraus do trailer. Por que é que eu estava tão irritada? Eu não tinha nada a ver com o Chad. Ouvi a porta do trailer batendo e sabia que alguém estava saindo, mas e daí? Andei mais depressa e pulei a cerca, indo em direção a minha barraca. Assim que cheguei, vi que Brian ainda não havia chegado, ele devia estar fazendo trilha. Será que eu dormi por muito tempo? Quando ele iria voltar pra mim poder desabafar? Entre as muitas questões que rodavam a minha mente, a principal era: Quem é aquela garota? Suspirei e me joguei sobre a cama, que agora parecia dura e desconfortável e antes que eu pudesse perceber, eu estava chorando. Sabe aqueles filmes americanos em que as garotas sofrem por um cara que nem conhecem direito e o pior, você pensa que aquilo nunca aconteceria na vida real? Pois é, eu pensava assim. E tudo aquilo estava acontecendo comigo nesse exato momento. De repente – e para a minha sorte – vejo Brian entrando na barraca, suado e de cara feia. Mas assim que ele me viu de olhos inchados sobre o travesseiro sua expressão mudou e ele veio sentar do meu lado, imediatamente fazendo carinho nos meus cabelos.

– Ah Annie querida, por que você sumiu de lá? Aconteceu alguma coisa? Fiquei sabendo que você desmaiou por causa do clima, foi só isso mesmo? – ele respirava fundo e tranquilamente, me acalmando junto.

Novamente comecei a chorar, e ali ficamos por longos minutos, até que minhas lágrimas cessaram e só restava meu nariz vermelho e molhado, eca.

– É o Chad, pra variar. – ele arregalou os olhos – Nós ficamos ontem a noite, desculpa se não contei hoje. Quando eu desmaiei no meio do nada ele apareceu e me levou para o trailer dele. Tudo estaria bem se eu não tivesse acordado e visto a sua amiguinha beijando ele enquanto ele dormia. – despejei tudo de uma vez, e Brian pensou um pouco antes de responder.

– Você tem certeza que era a Akemi? – ok, estou perplexa.

– Como assim “você tem certeza?” Brian, eu vi nitidamente uma japonesa idiota e vestida de preto entrando no trailer sem a mínima autorização e dando um beijasso na boca do cara que eu estou começando a ficar afim! E pior, ele estava dormindo! Sem contar que antes dela fazer isso ficou me encarando com aquela cara de vadia dela. – Eu comecei a gritar com Brian, que encolheu os ombros. Mas eu não conseguia me controlar. Eu não sou assim, que merda está acontecendo comigo?

Eu me sentei e massageei as têmporas, esperando que Brian dissesse alguma coisa, o que custou a acontecer. Mas ao invés disso, ele voltou a se sentar ao meu lado a me abraçou. E novamente meus olhos ficaram marejados... Ah Brian, pare de ser perfeito.

– Não precisa ficar assim, deve ter sido um mal entendido. Você nem falou com Chad ainda não é? Ela pode ter feito só pra te provocar. – ele fez uma pausa, pensando. – De manhã ela me contou uma coisa que eu não devia contar pra ninguém mas, bem, essa é uma situação extrema. – ele deu um sorriso – Akemi me disse que gosta do Chad desde a quinta série, mas ele nunca deu bola pra ela por que dizia estar esperando a garota certa.

Eu fiquei pasma, admito. É claro, ele estava dormindo, como poderia evitar? Me senti uma completa idiota. Por ter saído correndo, por ter gritado com Brian e principalmente por ter ficado tão estressada por uma coisa desse tipo. Dei um abraço forte em Brian e ele sorriu, satisfeito. Sussurrei um “obrigado” em seu ouvido, enquanto ele continuava a acariciar meus cabelos. Ele se levantou e apontou para fora da barraca.

– Você precisa mesmo lavar esse rosto e eu trouxe um sabonete esfoliante que você vai amar. – ele começou a mexer na bolsa, até pegar um vidro transparente com um sabonete líquido laranja e uma toalha. Depois foi me puxando pela mão até a beira do rio.

Até agora eu não tinha realmente parado para olhar o rio, e me arrependi de não ter feito isso bem antes. O rio era de uma água cristalina linda de morrer! Até o reflexo das montanhas se viam ao fundo. Peguei o sabonete de Brian e comecei a lavar e esfregar o rosto, para tirar qualquer rastro de choro e tristeza dali. Eu já estava me sentindo bem melhor com a simples presença de Brian, e uma boa esfoliada no rosto não me faria mal. Depois de alguns minutos lavando o rosto, peguei a toalha e o saquei delicadamente, me sentindo outra pessoa.

– Preciso te agradecer novamente por tudo isso? – eu disse, rindo.

– Precisar não precisa, mas seria ótimo se você conseguisse arrumar comida pra gente, além de cozinhar é claro. Por que aquela comida da Rosemary não me parece muito boa, e pedir pra Akemi está fora de cogitação. – ele fez o sinal de não com o dedo indicador, que me fez rir.

– Ok, mas não sou eu que vou pescar peixe nenhum, você que se vire com essa parte. Viu se tem algum tipo de legume naquela floresta estranha? Podíamos cozinhar na fogueira.

Eu estava realmente empolgada em cozinhar – e achar comida – com Brian, pois isso era uma coisa que eu com certeza sabia fazer, e que me deixava super bem. Brian arrumou uma vara de pescar com Rosemary, que nos incentivou e nos deu como exemplo para os outros alunos, dizendo que deviam fazer como nós e buscar a própria comida, coisa que nosso professor de sociologia ficaria contente em saber. Fiquei totalmente envergonhada com a sugestão da inspetora, então logo peguei uma cesta e uma faca e me dirigi à floresta. Eu não estava totalmente confiante em fazer aquilo, mas queria superar esse medo bobo e mergulhar de vez na floresta. E foi o que fiz, entrei e fiquei caçando em todo canto algum vegetal, fruta ou legume que eu gostasse. E depois de muito procurar, eu já estava praticamente no centro da floresta, perto do rio negro e perto de onde eu havia desmaiado da última vez. Mas eu estava bem, sem claustrofobia nem tontura ou algo do tipo. Observando mais um pouquinho, acabei avistando um pé de batata bem baixinho, escondido em baixo de árvores enormes. Fui contente em direção ao pé e vi que felizmente havia algumas batatas prontinhas para serem lavadas e cozidas. Depois de puxar a primeira de baixo da terra, comecei a puxar outras e colhi mais ou menos umas seis batatas. Então me sentei em uma pedra e peguei a faca, pronta pra remover todas aquelas folhas inúteis das batatas. Mas como sempre aparece algo para atrapalhar minha vida, a faca que Rosemary havia me dado estava uma droga e não conseguia cortar as folhas. Suspirei, eu não ia levar aquele mato todo dentro da cestinha que havia pegado, não daria certo. Então me lembrei do canivete do Chad, que eu tinha visto pouco antes do meu quase-desmaio aqui, bem perto dessa pedra. Me agachei e comecei a procurar pelo canivete, e em menos de dois minutos eu o achei. Dei uma boa olhada no objeto, como eu nunca havia feito antes. Não era um canivete simples, era de uma espécie de metal duro e tinha alguns desenhos nele, pequenas elevações que formavam uma figura... Um anjo. Havia um anjo desenhado no canivete, o único problema era que esse anjo estava sangrando e machucado, no centro de uma floresta que mais parecia um buraco negro. Meu coração se apertou e a respiração falhou. Não, eu não podia passar mal ali de novo. Peguei minhas batatas e cortei as folhas rapidamente, parecia que eu estava cortando um pedacinho de papel. Deixei o canivete em um lugar qualquer e comecei a correr em direção a saída da trilha. Literalmente correr. Quando eu já estava fora de lá, me sentei no chão e esfreguei a testa suada. Me recompus, limpei meu short e fui em direção a barraca.

Brian já estava lá, com um balde cheio de peixes fedorentos. Eu olhei feio pra ele e quase o xinguei por ter colocado aquela coisa nojenta dentro da nossa barraca, mas ele levantou os braços em sinal de rendimento.

– Não tenho culpa, sério. Rosemary disse que eu não podia fritar eles enquanto você não chegasse e eu não tinha onde colocar.

Imaginei Brian fritando peixes na fogueira, e esse pensamento me fez sorrir. Peguei o balde e levei Brian para a fogueira, que felizmente estava vazia. Comecei a preparar o jantar com a ajuda de Brian, que quis ficar com a função de cortar batatas e limpar o peixe. Ainda bem que deu tudo certo, e quando percebi já estávamos cozinhando as batatas e fritando os peixes. Depois que comemos, tomamos banho e voltamos exaustos para a barraca, conclui que tive uma noite perfeita, daquelas que só o seu melhor amigo pode te dar sabe? Se eu não estivesse com a cabeça borbulhando por causa de Chad, eu juro que conseguiria dormir em paz.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? *-* Eu realmente odeio a Akemi, mas toda boa história tem que ter suas complicações né? :3 Futuramente vai aparecer um novo personagem... Mas não sei se ainda está na hora certa, então vou esperar mais um pouquinho e ver a reação de vocês. (muahaha) reviews por favor, beijinho.



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