Anneliese escrita por sih cobain


Capítulo 3
Capítulo 02


Notas iniciais do capítulo

Oi leitoras lindas. *-*
Mil desculpas por demorar tanto pra postar. >< Vi reviews em que diziam que o capítulo estava muito grande né? Vou começar a postar capítulos menores então e deixa só o primeiro grandão, como um extra. UASHUAHS Obrigado por lerem, espero que gostem. ♥



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Acordei sentindo cheirinho de torradas e café forte, e relutei em me levantar, desejando que toda aquela história de acampamento não tivesse passado de um sonho. Mas era impossível, e assim que me levantei e abri os olhos vi a nossa espaçosa barraca, com a cortina de pano para saída bem próxima de mim. Por que foram construir as camas perto da porta mesmo? Suspirei e me levantei, saindo de pijama atrás do delicioso cheiro de café. E assim que cheguei à fogueira me deparei com Brian, ajoelhado diante do fogo esquentando a coando café. Admito que fiquei espantada com aquela cena. Não por Brian estar coando café para o café da manhã, e sim por ele estar sujando suas calças de grife na grama do acampamento. Dei uma risada baixa, mas mesmo assim ele me ouviu, e virou na minha direção.

– Ora, bom dia Bela Adormecida! – ele riu, mexendo o café – Que milagre foi esse de você ter acordado sem eu chamar? Sério, acho que o ar das florestas está fazendo bem pra você. – Brian estava sorridente e alegre, até empolgado. Exatamente como devia estar – Estou fazendo um pouquinho de café para tomarmos nosso café da manhã, a inspetora disse que vamos fazer trilha, precisamos estar bem alimentados né?

Eu fui andando e me sentei em um dos troncos que estavam em volta da fogueira, ajustando minha camisola para não mostrar nada além do necessário. Avistei um prato de torradas e peguei uma, praticando a mania ridícula que eu tinha, falando de boca cheia.

– Foi exatamente por isso que eu me levantei, senti um cheiro ótimo de café e até pensei que estava em casa. Mas depois me dei conta de que ainda estava no meio do nada e vim te procurar. – dei uma olhada no meu celular e vi que já era quase meio dia, além de estar sem sinal – E você devia ter me acordado, eu poderia ajudar com o café da manhã.

Brian ia falar alguma coisa, mas a nossa atenção foi totalmente atraída quando um rádio começou a tocar muito alto do outro lado da cerca. Algum ser vivo bem estranho estava ouvindo um tipo de rock japonês, seja lá o que for. Brian sorriu, satisfeito depois de ter feito o café e apontou para o trailer de onde vinha a música alta.

– Foi ela que me emprestou o coador e o pó de café – ele disse, quase berrando, e colocou o café em duas xícaras, me servindo com uma – e as xícaras também.

Eu sorri, mais curiosa para saber quem e onde ele tinha conhecido a tal garota do que por estar contente. Comemos e bebemos em silêncio, apenas acompanhando a música alta e logo depois voltamos para as nossas barracas. Como eu ainda estava de pijama, peguei a minha mala em busca de alguma roupa boa para o calor que estava lá fora, e acabei optando por um short jeans meio rasgado e uma regata preta, acompanhada dos meus all star tradicional, óculos escuros e batom vermelho. Quando finalmente a música diminuiu, pude conversar com Brian em paz – e sem ter nenhuma dor de cabeça.

– Brian, quem era a garota que você conheceu mesmo?

– Akemi – ele riu compulsivamente – Não fique com ciúmes dela querida. Esbarrei com ela quando estava indo procurar a inspetora e perguntar que horas seria o café da manhã, e ela me perguntou se eu queria um gole de café. Acabei aceitando e fomos ao trailer dela buscar um pouco. Anne, você não tem idéia de como aqueles trailers são enormes e luxuosos! Tinha uma TV de tela plana lá, que inveja. Sem contar no tanto que gatos que tem lá. Bem que eu disse.

Será que Brian realmente veio para esse acampamento só por causa dos caras bonitos? E bem que seria ótimo ter TV na nossa barraca. Tomei meu último gole de café que já estava esfriando e me sentei na cama ao lado de Brian, pra logo depois me deitar nas suas pernas sujas da grama e da terra. Respirei fundo e dei uma risada.

– Você realmente só veio até aqui por causa dos garotos? Por que se sim, eu sinto muito Brian, mas não podemos nos envolver com a turma... Ao lado. – pensei em ontem a noite, em Chad... – Se bem que...

Brian arregalou os olhos e me encarou, praticamente me empurrando para cima para olhar nos meus olhos. Ele deu um sorrisinho malicioso enquanto colocava as mãos nos meus ombros.

– Se bem que o que Anneliese? Trate de me contar tudo imediatamente! Tim tim por tim tim. – ele disse, e eu suspirei, tirando as mãos dele.

– Lembra do garoto que esbarrou comigo quando eu estava saindo do ônibus, lá naquela parada? – ele concordou com a cabeça e eu continuei – Ele é um dos caras do acampamento ao lado. Ontem à noite, na verdade de madrugada, eu não conseguia dormir então fiquei lendo. Mas eu comecei a ver uma luz piscando pelas cortinas da barraca e fiquei pensando se seria a inspetora, e resolvi espiar. Não era a inspetora, era Chad, o cara. Claro que eu não planejava ir lá fora, mas uma pessoa muito delicada e que dorme como um anjo – olhei feio pra ele, que revirou os olhos – Me deu um chute e eu caí de cara na grama.

Fiz uma pausa tanto para respirar quanto pra decidir se eu contaria o restante da história. Como Brian reagiria se soubesse que eu fiquei com o cara? Ora, ele reagiria muito bem e ficaria empolgado. O problema é que ele ficaria me empurrando pra cima do Chad durante a viagem toda, e eu não queria isso.

– E aí? O gato te ajudou a se levantar né? – ele disse, ainda empolgado.

– É claro que ele ajudou, mesmo que estivesse praticamente rindo da minha cara – suspirei irritada. Quando eu ia continuar meu discurso de “fui beijada essa madrugada pelo cara mais lindo que já vi”, uma sirene altíssima ecoou pela floresta e imediatamente todos os alunos saíram para ver o que era, incluindo Brian e eu. Assim que saímos, vimos a inspetora – que agora estava perto o suficiente para mim ver um nome no seu crachá: Rosemary – que estava gritando em um megafone.

– Bom dia meus pequenos escoteiros! – ahn? – Hoje teremos um dia muito agitado, e vocês já devem estar preparados, certo? Peguem suas coisas e se dirijam à entrada do campo, pois é agora que começamos nossa aventura. – a voz dela era firme e gentil, mas eu me sentia como uma garotinha de nove anos com o modo que ela nos tratava.

Acenei para Brian e voltei para a barraca, peguei minha pequena mochila que eu havia arrumado ontem à noite, com lanternas, celular, repelente para insetos e o que mais eu achei necessário. Quando voltei os alunos já formavam fila em frente à entrada, e corri para alcançá-los. Vi que Brian era o primeiro da fila depois de Rosemary, e ele acenou para mim, me chamando. Mas quando eu estava indo em direção a ele Rosemary me viu e me mandou para o fim da fila, com todo aquele papo de que eu devia respeitar os alunos que chegaram primeiro. Bufei e me dirigi ao fim da fila. Não faria diferença nenhuma uma aluna a mais ou a menos no começo da fila, que inspetora chata. Rosemary começou a andar e todos os alunos a seguiram em silêncio, tirando duas ou Três garotas que conversavam empolgadas. Andamos poucos minutos até chegarmos à beira de uma trilha que parecia ser bem longa e difícil. Bom, pra mim não seria tão difícil. Eu costumava acampar com o meu pai nas férias, antes de ele se casar com Mollie. E isso não aconteceu mais depois do casamento pelo simples fato de Mollie ter medo desse tipo de coisa, ela diz que é ‘muito urbana’. Enfim, assim que começamos a adentrar a floresta percebi que seria mais complicado do que eu imaginei. As árvores eram inclinadas para dentro, parecendo que queriam me assombrar, o chão era lamacento mesmo no calor e o ar era úmido e frio, me causando arrepios. Depois de meia hora de caminhada, parando quando Rosemary queria nos mostrar certo lugar onde havia certa oca indígena e um lago que mais parecia um monte de petróleo, de tão escuro que era. Estávamos entrando cada vez mais no centro da floresta, e eu não fazia idéia do que ia encontrar lá. De repente, comecei a me sentir claustrofóbica, estava perdendo o ar e suando sem parar. E o pior, não havia mais ninguém perto de mim. Que ótimo, vou ter um ataque do coração no meio dessa floresta macabra. Caí de joelhos na lama, não conseguindo mais agüentar o meu próprio peso e me abaixei, quase tocando a testa no chão. Meus cabelos, que antes estavam presos, se soltaram e tocaram na lama, droga. Coloquei as mãos no peito e respirei fundo, uma, duas, três vezes. Nada. Eu estava com medo. Muito medo. Estiquei a mão, procurando algo que me ajudasse a me levantar, e quando levantei os olhos vi uma coisa brilhante perto das pedras. Apertei os olhos para enxergar melhor, era um canivete. Meu coração apertou e eu caí novamente, com a cara na lama. Olha só, parece que isso vai acabar virando um hábito. Sorri sozinha, com a cara na lama, e só então percebi que eu estava chorando.

– Precisa de ajuda, anjo?

Mal ouvi uma voz falando comigo e já estava sendo levantada da lama por braços longos e fortes. Eu não podia ver seu rosto, mas sabia quem era. Chad. Por que ele estava aqui? Seus braços me apertaram forte e ele começou a correr. Muito rápido. Meus cabelos saíram do meu rosto e eu vi os olhos castanhos de Chad. Dessa vez estavam completamente castanhos, com aquelas pequeninas manchas vermelhas. Por que os olhos dele me fascinavam tanto? Antes que eu pudesse perceber, eu desmaiei nos braços dele.



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Notas finais do capítulo

obrigado por lerem, reviews por favor!
estava vasculhando o deviantart e achei uma garota que se parece muito com a Anne na minha cabeça, então mudei a capa. Comentem o que acharam, beeeso. >



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