Desci as escadas meio cambaleante, por causa da bebida na veia e também do sono, e resmungando comigo mesma que isso não eram horas de visitas, até chegar na sala. Thomas estava em pé, perto do sofá me olhando, meio que sorrindo. Deve ser custume europeu ficar em pé esperando, sei lá.

- Oi. - resmunguei mais pra mim mesma do que pra ele, mas ele ouviu.

- Olá Merrie, como você está? Desculpe a hora mas é que acabei de chegar em Los Angeles então... - cortei ele.

- Shh, para de falar um pouco. - reclamei, sentando na poltrona. Ele sentou-se no sofá.

- O que te trás a California Thomas? Cansou dos ares europeus? Ah sim, você nasceu lá. - ri comigo mesma.- Desculpa, esqueci. Mas... então?

Ele piscou. Acho que estava tentando me acompanhar, to falando japones querido? Você pode ser da Europa mas ainda assim fala inglês. 

- Desculpe... - pigarreou. - Bom, na verdade... Estou me mudando para a California...

- The fuck? - me ajeitei na poltrona. Estava meio jogada antes, enfim. - Como assim se mudando pra CA? No way!

Ok, para quem não sabe. Como havia dito, mamãe é francesa. Papai era Americano, descendente de franceses também. Mamãe veio para cá de intercâmbio, conheceu o amor da vida dela e eles se casaram. Nasceu essa linda que vôs fala. O casamento durou uns dois anos e amigavelmente eles resolveram se separar, concordaram juntos com isso. Meu pai sempre me manda cartões, cartas, presentes e e-mails. Então não senti muito a falta dele. Enfim, ele se casou, teve filhos e um deles, que esta nesse momento me encarando, se chama Thomas.

Pelo que me consta, tem 15 anos, ou seja, dois anos mais novo. Whatever. Mudar pra cá? Ah vei.

- Papai decidiu que seria bom para minha educação conhecer outros ares, outras pessoas. Outros jeitos de viver. Culturas diferentes e...

- O-K já entendi. Vai morar aonde?

E nisso, eis que surge minha mãe. Trazendo uns salgadinhos e refrigerante. Mãe, são tipo onze horas!

- É nessa hora que nós entramos filha. - ela sorriu meio cautelosa. - Thomas queria ficar em algum hotel mas... achei melhor ele... ficar... aqui.

- QUÊ?

- É, ele podia estudar na sua escola, andaria com seus amigos e...

- Q-U-Ê-?

- Merrie Louvain, foi essa a educação que te dei? - mamãe gritou.

- FOI! Não vou ficar de babá de meio-irmão. Qual é. Nada contra você Thomas. - sorri. - Mãe! Qual é! Vou ter que sair com ele? Levar ele nas festas e shows? Qual é!

- Sim, vai.

- MÃE!

- Nada de mãe. Temos quartos se sobra. Thomas - ela se virou na direção dele. - Você pode morar aqui querido. Diga a seu pai. Não tem problema algum. Marie vai adorar passar um tempo com o irmão mais novo. - e sorriu.

- MEIO-irmão. Não se esqueça.

Bufei, levantei e fui em direção ao quarto, quando estava no final da escada, berrei.

- E BEM VINDO À FAMILIA THOMAS... MAS NÃO SE ARREPENDA.

E entrei no meu quarto. Brian estava acordado, com cara de sono.

- Que foi?

- Thomas.

- Quem?

- Thomas Fontaine.

- Fontaine...

- MEU MEIO-IRMÃO BRIAN, ACORDA!

- Ah.

Me joguei na cama, a fim de poder dormir, Syn deitou e virou de frente para mim.

- E ele ta aqui por quê...?

- Vai morar aqui. - revirei os olhos. - Nessa casa, estudar na nossa escola e mamãe ainda pretende enturmar ele na NOSSA turma.

- Vish. - ele começou a fazer carinho na minha bochecha. - Da uma chance pra ele ué.

Resmunguei alguma coisa que nem eu mesma entendi, fechei os olhos e a ultima coisa que lembro era de Brian beijando meu nariz.

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- Bom dia! - Thomas berrou quando desci as escadas, com Brian atrás de mim.

- Uhum. - sentei em uma das cadeiras na cozinha.

- Thomas esse é Brian, melhor amigo de Merrie e... - mamãe soltou uma risadinha. - Namorado também...

Revirei os olhos.

- Prazer! Sou Thomas Fontaine, irmão de...

- Meio-irmão - resmunguei. Syn me deu um beliscãozinho.

- Oi, prazer. - se cumprimentaram.

- Vou levar vocês hoje. - mamãe sorriu. Ah, mas era o que me faltava mesmo, revirei os olhos.

- Por que?

- Tenho que fazer a matricula de Thomas na escola. - ela sorriu para mim, Thomas sorriu para mim, Brian sorriu amarelo, para mim. Qual o problema deles? Todo mundo sorri quando acorda? Que saco.

- Bacana. - comi um pedaço de pão com manteiga, tomei meu suco e peguei a mochila. - Então vamos...

- Mas é cedo querida, Thomas não terminou o café...

Thomas não terminou o café, Thomas vai estudar na sua escola, Thomas vai andar com seus amigos, Thomas vai morar na sua casa, Thomas é seu meio-irmão. PRO INFERNO COM THOMAS, QUE PORRA.

- Mas quero ir...

- Marie... - Syn começou a falar.

- Ótimo, vou a pé. - me virei pra abrir a porta, mas mamãe apareceu do nada e fechou. Me puxou para um canto.

- Agora você escute aqui. - cochichou. - Seja simpática. Ele é dessa família também, é filho do mesmo pai que você. Pare de birra e cuide dele. É seu irmão mais novo. - sibilou.

- Meio! MEIO! M-E-I-O-IRMÃO! Que droga!

- Marie... não me faça...

- O QUÊ? NÃO TE FAÇA O QUÊ? SACO MESMO. ANDA LOGO THOMAS, ENFIA ESSE PÃO GOELA ABAIXO, QUER VIVER NESSA CASA VIVA DO MESMO JEITO QUE EU. COMO RÁPIDO, PEGO MINHAS COISAS E VOU PRA ESCOLA A PÉ! - sai de casa e esperei dentro do carro.

Me chame de revoltada, mal educada e tudo o que quiser. Mas esse negócio de esperar aquele pirralho pra tudo, já me irritou. Ele mal chegou e me tirou do sério. Desgraça mesmo. Olha, não liguei quando fui convidada para o casamento de papai, nem quando descobri que a mulher dele estava grávida, DES DE QUE ISSO NÃO VIESSE A ATRAPALHAR NA M-I-N-H-A VIDA! E OLHA ISSO! Que ódio. Brian chegou alguns minutos depois, com a mochila na mão e sentou no banco de trás.

- Exagerou hein. - soltou uma risadinha.

- BRIAN...

- Ok, não ta mais aqui quem falou.

Dez minutos depois aquele projeto de ser humano apareceu, sentando ao lado de Brian no banco de trás. Mamãe veio logo em seguida, pronta para ir trabalhar. O carro ficou em absoluto silêncio. Nenhuma alma viva conversava. Mamãe parecia estressada, dane-se. Chegamos na escola um tempinho depois, sai do carro no momento em que minha mãe desligou o mesmo. Brian andou ao meu lado sem fazer um barulhinho se quer. Jimmy estava sentado com o resto do pessoal em uns bancos, no pátio. E foi lá que me joguei.

- Vish. Mal humor? Que foi gatinha? - ele beijou o topo da minha cabeça. Olhei pra Brian como se mandasse ele contar.

- O meio-irmão dela apareceu ontem de noite, vai morar lá, estudar aqui e a Senhora Louvain quer que ele ande conosco. - me revoltei.

- Como se já não bastasse morar na minha casa e comer da comida de lá, vai estudar na minha escola e andar com os meus amigos. - resmunguei.

- Ish. Relaxa Marie, ele não vai conseguir prender nossa atenção. - Zacky falou, rindo e levando um tapa do Syn.

Uns quinze minutos depois avistei mamãe vindo em nossa direção, com Thomas logo atrás dela.

- Oh, lá vem o mala sem alça. - resmunguei.

Eles se aproximaram, mamãe cumprimentou todos e apresentou Thomas. - Marie, agora você fique com Thomas ok? - olhou para mim significativamente, saco mesmo.

- Ta mãe.

- Ótimo, boa aula Thomas e garotos, cuidem dele.

- Pode deixar Senhora Louvain. - Matt sorriu. Mamãe se derretou, ela ama as covinhas do Matt, mas quem não né?

O sinal bateu alguns minutos depois, fomos todos pra sala. Johnny ficou encarregado de mostrar a sala de Thomas, se fudeu.

Os professores ficaram papeando a aula inteira sobre os assuntos chatos da matéria e o ultimo professor, antes do intervalo, passou algum trabalho entediante, teria que fazer com Zacky, graças a Deus. Peguei meu gordinho inteligente. 

No intervalo Thomas ficou andando atrás de nós feito um cachorro. As vezes conseguia chamar a atenção de alguns de nós pra uma das perguntas idiotas dele. Ok, talvez estivesse sendo um pouco maldosa, mas qual é. Tudo isso é novo pra mim.

Sentamos em alguns bancos escondidos da escola.

- E ai, vamos beber hoje? - Jimmy disse, com tédio.

- Uhmmm... - olhei para meu querido irmão. - Thomas, você bebe?

- Anh... não. - os outros riram da cara dele.

- O senhor certinho, que fofo. - Matt zoou, ri.

Peguei meu celular e disquei um número.

- Alô?

- Não veio pra escola por quê vadia?

- Ressaca. - ri alto.

- Jimmy, embriagou Kate, é? - ele riu.

- Quase isso, ela que roubava bebida de mim.

- Que mentira. - Kate indagou, aparentemente ouvindo Jimmy. - Mas e ai, o que tu quer?

- Tenho um SOS aqui.

- Que foi?

- Meu... - Syn olhou pra mim sugestivo, revirei os olhos. - ... irmão... Veio morar comigo... E ele não bebe.

- SÉRIO? - ela começou a rir. - Um santo! Quantos anos?

- Anh... - olhei para Thomas. - Quantos anos mesmo?

- 15.

- Ah é... - voltei a falar com Kate. - 15.

- 15 E NÃO BEBE? UAU! Pra casar...

- Kate, vai trair o Jimmy assim, mal começaram? - ela riu.

- Cala a boca, Jimmy e eu não temos nada ele só... Fica comigo quando acha conveniente...

- Ish, dor de cotovelo por quê? - zoei.

- Af, cala a boca. Então vamos beber hoje?

- Vocês topam beber?

- Já é. - disseram.

- Feito.

- Ok. Apareço por ai no final da aula... Anh... manda um... oi pro Jimmy.

- Jimmy, Kate te mandou um beijo. - zoei com ela.

- Diz pra ela aparecer por ai bem gostosa, que hoje vou dar um trato nela.

- Ouviu né? - ela riu.

- Tchau Marie.

- Vamos... sair Merrie?

- Thominhas. É MARie ok? Não me chame de Merrie, please. Sim, você vai aprender a beber. E se ficar bebado apanha. Mentira - eu ri - todos aqui ficam.

- EEI - ouvi Johnny reclamar. - Sempre fico sóbrio.

- Ah tá. Tão sóbrio que canta a música dos patinhos né? - ele fez bico.

- Mas... É legal... - os outros riram.

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Saimos da sala correndo. Kate estava esperando sentada no muro da escola. Esperamos por Thomas, que apareceu minutos depois com uma cara de perdido. Apresentei ele à Kate e fomos. 

O esquema era comprar bebida na nossa lojinha de sempre e ir pra alguma praça deserta da cidade. Matt e Johnny ficaram com a parte da bebida enquanto nós procuravamos uma praça. Encontramos uma não muito longe da escola, bem deserta e tinha um canto bem favorável pra se esconder. Perfeito.

- Alo? - atendi o celular.

- Vão vir pra casa?

- Vamos almoçar por aqui mesmo mãe... Sair... Enturmar Thomas.

- Ah, que bom. Cuide dele meu bem.

- Tchau.

Syn me abraçou por trás, rindo no meu ouvido enquanto apoiava o queixo ali.

- Enturmar ele? - riu novamente. Ri junto.

- É, tem jeito melhor?

Os encarregados da bebida apareceram uns dez minutos depois com algumas sacolas. Era comida e bebida. Perfeito.

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- Ei, Kate, não exagera. Ele nunca bebeu. - falei. Sim, estava cuidando do meu irmão, algum problema? Kate enfiava todas as bebidas goela a baixo do Tom. E, vamos combinar, ninguém ali estava sem porcento normal mais.

- É só mais um pouquinho. - disse, com voz torta.

- Jimmy, cuida dela vei. - Matt reclamou.

- Kate, vem comigo, vem. - Rev puxou ela pela cintura, que não negou nem um pouco. Era ele chegar perto que Kate se derretia. Patéticamente fofo, enfim.

- Oi? - atendi meu celular que tocava pela milionéssima vez.

- Viu Kate?

- ANNE! - Matt vez sinal para convidar ela, ri.

- Oi, ta bem?

- Bebi. - ri - Sabe aquela praça perto da escola? Por que não aparece ai? Matt ta te chamando.

- A caminho. - e desligou.

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Jimmy tinha sumido no meio do mato com Kate, Matt sumiu com Anne. Zacky, Johnny e Tom reclamavam, ou seja...

- Enfim sós. - alguém disse no meu ouvido, se aproximando. Sorri.

- Tava querendo ficar sozinho comigo, bebê? - zoei. Ele me puxou pra mais perto dele.

- É impossivel não querer, gatinha. - ri alto.

- Se você diz.

E me agarrou, assim, bem simples. Me agarrou e começou a me beijar e distribuir chupões pelo meu pescoço, descendo pro colo e...

- Brian, pega leve... - disse ofegante.

- Qual o problema? - sorriu maroto.

- É que... 

- Te provoquei é?

- Cala a boca. - corei.

- Que foi mãe? - Johnny berava ao telefone. - To bem! É...

- JOHNNY SEWARD, VOCÊ ANDOU BEBENDO?

- Não mãe... - começou a controlar a voz, demos risada.

- Johnny se eu descobrir que voc...

- Não bebi mãe, to bem, juro.

- Olha garoto...

- MÃE!

- Não grite comigo Johnny. James está por ai?

- Sim mãe...

- E Matt?

- Também...

- Brian, Zacky, Merrie?

- Sim...

- Ótimo, peça para Matthew te trazer pra casa, sim? Não chegue muito tarde! E NÃO VOLTE SOZINHO NO MEIO DA NOITE.

- Ok mãe.

- Bom. Tchau.

- Que foi John? - ri.

- Minha mãe. MATT, VOCÊ VAI TER QUE ME LEVAR PRA CASA, DESCULPA CARA, MAS ORDENS DA PATROA. - berrou.

Barulhos de Matt socando alguma planta.

- QUE MERDA JOHNNY. TA BOM. ME DEIXA.

- Vish, atrapalhou algo.

Meu celular tocou, tava pronta pra atender. Mas ai vi que era mensagem.

Filha, vou ter que fazer uma viagem urgente à negócios, cuide do Thomas e da casa. Beijos xx.

- AEE SIMMM.

- Que?

- Casa é nossa. - sorri feito idiota.

Passamos a tarde ali, quando era umas seis horas fomos todos embora. Tom andava ao nosso lado tontinho da silva. Cambaleava pra lá e pra cá. Sem contar que não falava coisa com coisa. Sorte que a nossa casa era perto, não iria conseguir carregar ele e sei que Syn não faria isso.

Entramos, a casa estava num silêncio mortal. Tudo fechado, apagado. É, mamãe já havia viajado.

- Quer ajuda ai Tommy? - vi ele tentando subir as escadas. Fez que sim com os dedos. Fui até lá ajudar ele e acabei tendo que ir até o quarto. Mas ok. Desci as escadas e fiquei encarando Brian.

- Que foi? - perguntou.

- Temos uma pessoa bebada trancada no quarto e uma casa só pra gente. - sorri maliciosa.

- Marie... Marie... Querendo aprontar é? - gargalhei. Andei até ele e sentei em seu colo.

- Talvez. - sorri travesa.

- Não provoca vai...

- Por... - beijei a boca - quê... - o pescoço - não ta... - mordi - afim? - sorri o encarando. Ele suspirou.

- Você ta me tirando do sério.

- Uhh, que perigo que ele é. - riu. E começou a putaria...

Começou a me beijar assim, bem selvagemente. Enquanto passeava as mãos por toda a extensão do meu corpo. Depois voltou a atenção pro pescoço enquanto fazia o mesmo com o dele. Olhei nos olhos dele, sorrindo e em seguida beijando-o sem pudor. Nossas linguas se misturavam e brincavam entre si e eu arranhava as costas dele. Na empolgação mordi a boca dele, o que fez soltar um gemidinho rouco, que me deixou louca da vida.Voltei a me concentrar naquele pescoço maravilhoso. Destribuia mordidas e chupões por todo aquela maravilha.

E do nada, escuto um pigarro.

- Anh... desculpa eu... - mas que bela bosta de irmão viu.

- Que foi?

- To passando mal... - levantei do colo do Syn, que resmungou alguma coisa que não entendi.

- Que você tem? - encostei a mão na testa dele. - PUTA QUE PARIU! Brian, ele ta morrendo de febre...

- Ih vei, e agora?

Não vi outra alternativa... Teria que ligar pra minha mãe. A velha ia ficar possessa comigo mas fazer o que né.

O telefone tocava, tocava, tocava e nada. Tentei umas cinco vezes até ela atender finalmente.

- Que foi Marie? Estava numa reunião importantiss... - cortei ela.

- Mãe, Tom ta com uma puta febre dos infernos. - eu e minha boca limpa.

- Como assim?

- Ele apareceu aqui do nada falando que tava passando mal, e com febre e...

- Leve ele pra um hospital então... - claro mãe, porque os médicos vão adorar cuidar de um bebado com febre. Suspirei.

- Não tem outro jeito?

- Faça a febre baixar.

- Como?

- Marie, por favor, tenho que ir. Leve ele num hospital. - e ela desligou. MÃE! EU PRECISO DE AJUDA AQUI.

Mandei Brian levar Tom pro quarto enquanto pegava uma bacia de água fria e um pano. Minha mãe fazia isso comigo ok... Entrei no quarto, Thomas suava de febre. Ai meu pai. Bom, meu pai me mataria hehe.

Torci o pano e coloquei na testa dele, pareceu aliviar um pouquinho, não sei. E foi essa a programação da noite. Cuidar do meu irmão mais novo, que vivia agradecendo pela ajuda... Me senti mal pelo jeito como havia tratado ele até agora... Droga, odeio me sentir uma megera. Brian me ajudou o tempo todo, tivemos que enfiar Tom no chuveiro com água fria pra mandar um pouco da bebedeira pra fora e muito café.

Vei, desculpa não sei cuidar de gente doente. Pelo menos amanhã não teria aula ué.

Acordei no dia seguinte exausta. Era umas cinco horas da tarde, virei a noite cuidando de Thomas, mas ele tava bem agora, graças. Se tivesse que contar o que aconteceu pra minha mãe, seria uma garota morta.

- Bom dia. - falei para Syn, que já estava acordado e vendo TV.

- É, dia. - resmungou.

- Que foi?

- Tava pensando.

- Em...?

- Em que seu irmão atrapalhou ontem? - dei risada.

- Syn, ele tava doente...

- Ok... - ri de novo. A campainha tocou. Fui abrir, Jimmy já veio me abraçando e me pegando no colo enquanto Matt, Zacky, Johnny, Kate e Anne entravam, eles se jogaram no sofá em cima de Brian enquanto eu ainda estava presa no ar com Jimmy.

- Jimmy, por favor, me solta. - ele riu mas não me soltou.

E então eles começaram a discutir, falando que estavam entediados, procuravam alguma coisa pra fazer e nada era melhor do que uma casa vazia e blá, blá, blá. No fim encheram o saco até eu buscar o guitar hero no meu quarto pra gente jogar. Era tipo full band então pensa na zueira.

- EEEEEEEEI, quero jogar com a Marie, o Matt e o Johnny. - Jimmy disse, se apoderando da bateria. Até parece mesmo que ele ia deixar alguém usar a bateria. Matt catou o microfone e Johnny o baixo. Mas é claro, o que eu esperava.

- Eu de guitarrista? - fiz careta.

- Bom você é melhor que o Syn... pelo menos no jogo. - mostrei o dedo do meio pro Johnny enquanto os outros riam. Malditos.

Jimmy, o chefe da banda, escolheu alguma música do Metallica e lá fui eu tocar. Mandei bem até, fiz 92 porcento. Batendo meu antigo record que era 88.

E ficamos lá, a tarde inteira jogando. Thomas não desceu do quarto, mas ninguém ligou pra isso. As nove pedimos pizza porque tava todo mundo morrendo de fome. Matt pagou, era a vez dele.

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- E então ele correu atrás do pato, berrando que ele era gigantesco e que não estava com medo. - Zacky disse, contando histórias e momentos contrangedores. Demos risada.

- Mas era um puta de um pato gigantesco vei. - Jimmy disse, se defendendo. - Ainda pego aquele bicho.

- Isso me lembra. - Matt começou, ih lá vem. - Daquela vez em que a Marie foi com a gente no parque... E tinha um lagarto lá... - ridasas gerais. Não vi graça.

- EU LEMBRO! - Zacky berrou. - Ela saiu correndo falando que era um dinossauro e que ia comer ela. - mais risadas.

- MEEEEEEE, ela tava pirada das ideias mano. Mais bebada que uma porta. - mais risadas.

- Ai que engraçado vocês. - resmunguei. - Então vamos lembrar da vez que o Matt berrou feito uma mulherzinha, porque viu uma ratazana.

- MAS AQUELE BICHO ERA ENORME! - disse se defendendo.

- Mas gritou feito uma gazela! - Brian disse, rindo em seguida.

- Não é justo... E o Brian? Tem que ter um podre dele. - comecei a dar risada depois que Johnny terminou de falar.

- Merrie... cale sua boca...

- Lembro quando. - risadas - O Brian tinha medo de escuro... - mais risadas. - E eu tranquei ele num quarto escuro. - risadas. - E ele começou a berrar e bater na porta. - todos rindo. - E quando eu abri a porta, ele estava chorando feito um desesperado, me abraçou, disse que o bicho papão ia pegar ele. - e comecei a gargalhar, não me segurei. - Saiu chorando pra casa...

- Mas eu tinha sete anos...

- Ainda assim, hilário. - levantei do sofá. - Gente, já venho...

Subi as escadas e entrei no quarto de Thomas, que por um milagre, estava destrancado.

- Por que não desce? - perguntei sentando na cama.

- Sei lá, vocês estão se divertindo... Não quero atrapalhar...

- Tom... Confesso que não queria você aqui. - ri. - Mas você é meu irmão e mora nessa casa e precisa se enturmar com o pessoal. Eles são legais, quando você se acostuma com eles e ignora algumas besteiras...

Ele suspirou, concordando com a cabeça.

- A gente tá te esperando ok? - sorri e voltei pra sala. Ah, qual é. Sei que fui uma megera com ele mas... Ele é meu irmão, tem metade do meu sangue... Não merece isso...

Continuamos lá, contando os podres dos outros e uma meia hora depois Tom apareceu, se desculpando por não ter descido antes.

- Ae cara, pensei que tinha morrido. - Matt disse, dando tapinhas no ombro de Tom, sorri.

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- CUT MY LIFE INTO PIECESSSS, THIISSSSSS ISSSSSS MY LAAAAAST RESOOOOOOOOOOORT. - dança feito idiota. - SUFFOCATION, NO BREATHING DON'T GIVE A FUCK IF I CUT MY ARM BLEEDING.Me joguei em cima do sofá.

- CUT MY LIFE INTO PIECES - imita rapper. - I'VE REACHED MY LAST RESORT SUFFOCATION, NO BREATHING, DON'T GIVE A FUCK IF I CUT MY ARM BLEEDING, DO YOU EVEN CARE IF I DIED BLEEDING? WOULD IT BE WRONG WOULD IT BE RIGHT IF I TOOK MY LIFE TONIGHT, CHANCES ARE THAT I MIGHT MUTILATION OUT OF SIGHT, AND I'M CONTEMPLATING SUICIDE. - Syn se juntou comigo em cima do sofá e começou a cantar comigo.

- CAUSE I'M LOSING MY SIGHT, LOSING MY MIND WISH SOMEBODY WOULD TELL ME I'M FINE, LOSING MY SIGHT, LOSING MY MIND WISH SOMEBODY WOULD TELL ME I'M FINE.

Sentei no sofá cansada. Cantamos umas trinta músicas, sem brincadeira. Era uma três da manhã, os vizinhos deviam me amar, foda-se. 

- Sei uma música que ia estourar os padrões agora... - Jimmy disse, zoando.

- Qual? - Zacky perguntou, Jimmy olhou pra mim, comecei a rir, subi no sofá de novo pegando o controle da TV como "microfone".

- Se preparem para abalar as estruturas. - falei, rindo. - Essa música dedico ao meu amigo Johnny, que sei que ainda tem o CD. Jimmy, me ajude.

E então nós começamos a cantar, fazendo todos rirem e zoarem Johnny.

- EU CONHEÇO UMA GALINHA, A GALINHA DA VIZINHA, AVEZINHA MAGRICELA E DEPENAAADA, QUEM TEM PENA DA GALINHA, AVEZINHA DEPENADA, A GALINHA MAGRICELA DA VIZINHA? BOTA OVOS PELA SALA, NO BANHEIRO E NA COZINHA ELA BOTA, BOTA, BOTA SEM PARAAAAAAAAAAARRRRRR...

- Af, deu vocês, conheço uma melhor. - Zacky disse, se juntando a nós no sofá. - Saca só.

E foi a vez dele de roubar meu microfone, digo, controle e cantar.

Não sei o que era pior, a música ou o fato de que todos nós começamos a fazer a coreografia, seguindo Zacky é claro.

- OLHA LÁ QUEM VEM VIRANDO A ESQUINA VEM DIEGO COM TODA A ALEGRIA, FESSSSTEJAAANDO. COM A LUA EM SEUS OLHOS ROUPA DE ÁGUA MARINHA E SEU JEITO DE MALAAANDRO. E COM MAGIA E PURA ALMA ELE CHEGA COM A DANÇA POSSUÍDO PELO RITMO RAGATANGA. E O DJ QUE JÁ CONHECE, TOCA O SOM DA MEIA-NOITE, PRA DIEGO A CANÇÃO MAIS DESEJAADA, ELE DANÇAA, ELE CURTE, ELE CANTAAA.

E todos começaram a berrar junto com Zacky.

- ASEREHE RA DE RE, DE HEBE TU DE HEBERE SEIBIUNOUBA MAHABI AN DE BUGUI AND DE BUIDIDIPI.

Continuamos a dançar e cantar até a música acabar, ou melhor, até Zacky parar de cantar e cairmos no chão rindo. Revivendo o passado aqui.

- MEU DEUSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS TIROU DO BAÚ VEI. - Matt falou com a mão da barriga de tanto rir. Anne e Kate riam junto.

- Adorei, quero mais. - fiz bico, rindo da cara deles. - Que foi? Tava legal.

- Me senti uma Rouge, ahazei, sempre quis ser uma delas. - Anne disse, rindo do que disse.

- EU QUERIA SER A PATRICIA VEI. - Kate berrou - Ela tinha um cabelo bacana.

- QUERIA SER A FANTINE MAAANOOOOO. - falei rindo.

- Deus do céu, não conheço elas. - Jimmy disse, finjindo não ver a gente enquanto falava. Demos risada.

- Ceis vão dormir aqui? - perguntei.

- Tudo amontoado na sua casa, sim, problem?

- Vou ter homens pra agarrar? - ri. 

Ficamos ali, falando mais besteira até não aguentar mais de sono, seis e meia da manhã, mas ok.

- Marie? - Jimmy me chamou.

- Uhn?

- Boa noite... musa do verão. - falou, todos deram risada. E depois tudo ficou escuro.