A Vilã Morre No Final . escrita por Liz03


Capítulo 29
29) Resolva as coisas você mesmo ou a obra não sai


Notas iniciais do capítulo

Sim, eu sei ando sumida. Mas thanram .



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Entro na casa e o vejo sorrindo para uma menina de cachos dourados. Com 2 anos de idade Remi era a filha mais nova de Polle. Aliás o cabelo loiro e os olhos de um azul cintilante deixavam isso bem claro. A outra menina, Kaila, estava sentada timidamente no sofá, 5 anos, mais parecida com a mãe com seus cabelos castanhos e lisos. Olhos fixos e atentos na porta onde estavam seu pai e uma estranha, que sou eu.


Quando eu o vi ali tudo ficou mais que claro. Ficou ridiculamente óbvio. O que? Você não está achando que é coincidência ou obra do acaso está? Pois leia bem lido, o acaso é só o proposital disfarçado. Eu sabia que algo tinha passado por mim e eu não tinha visto, antes eu só tinha que lidar com uma família de 4 pessoas, 3 delas nunca tinham me visto. Agora tenho 2 calouros do exército, um deles Tomás Daris e outro aquele amigo dele Tolói, e por fim, o que eu havia deixado passar despercebido: ela. Eu me envolvi tanto com o dilema a respeito da vida (ou morte) de Tomás que não fiquei suficientemente alerta. Do mesmo modo que eu existo, que existe o meu trabalho, existem outras pessoas com trabalhos semelhantes, mas nesse caso, são a concorrência.


– Emi? – Tomás levanta deixando Remi com suas mãozinhas estendidas, ela não estava a fim de terminar a brincadeira – Não acredito! Que coincidência – ele me dá uma abraço, respondo com um abraço sem graça.

– É, coincidência mesmo, mas você tá fazendo o que aqui? Me seguindo ?- Dou um sorriso descontraído, ele também sorri

– Não, não – passa a mão pela cabeça – Viemos com a Alex fazendo turismo – Aponta para a mulher sentada no sofá ao lado da esposa de Polle, ela sorri para nós eu devolvo um sorriso polido (que lindo somos amigas) – E agora estamos aqui de penetra


As pessoas riem pela sala. Polle está ao meu lado e cumprimenta Tomás com um aperto de mão, olho de soslaio para o meu alvo, ele percebe e sorri. Está seguro que com tanta gente por perto eu não posso fazer nada,e ele está certo, mas tudo bem, eu não ia matá-lo na frente da família mesmo.O problema é Polle sabe quem eu sou ou pelo menos o que eu faço e Tomás Daris não, e agora jantaremos todos. Bom apetite.


A esposa dele me cumprimenta com um abraço formal.


– Nice to meet you( Prazer em conhecer) – com um sotaque alemão carregado

– It’s my pleasure to meet you (O prazer é meu em conhecê-la)– faço um aceno de cabeça quase simpático


Sentamos a mesa. Parece que Polle e a tal de Alex já se conheciam, veja que conveniente....passei de caçadora para alvo em potencial. Mas eu tenho absoluta certeza que , não importa como essa menina foi preparada, ela não tem noção de com que tipo de pessoa ela está lidando.Ela acha que eu sou mais uma máquina feita por eles, e sou, mas eu sou a máquina com o mais auto poder de destruição, isso eu garanto.


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Homens de paletó conversavam na sala do reformatório. Nina Croce esperava com os olhos fixos na parede e os ouvidos atentos. 13 anos. O zelador estava a sua frente certificando-se de que ela não fugiria. Sim, já tentara, inúmeras vezes na verdade. Uma vez chegara a escalar o muro e correr até um terreno baldio ali perto, mas acharam-na facilmente. Afinal o reformatório para jovens problemáticos era afastado de tudo. Como os jovens que estavam lá dentro eram afastados de todo o resto da sociedade.


Ela lembrara do dia que chegara aquele lugar e o principal: O porquê de estar ali. Logo depois que chegou naquele maldito orfanato percebeu que sua vida não seria a mesma, mas ela não sabia que Rudolf Hon estaria lá para tornar todas as manhãs, tardes e noites muito piores. Ele caçoava de todos, porém o alvo principal era sempre a menina mais calada, Nina não respondia. Na verdade, ela nunca disse uma palavra, só olhava. Olhava....com aqueles olhos intensamente verdes, toda a raiva e desprezo que ela sentia por aquele menino expressos sem ao menos uma palavra. Mas Rudolf era um menino travesso e incansável. Não se deteria com aqueles olhos estranhos, afinal aquela menina era toda esquisita. Sempre que eles iam para a aula e desciam as escadas até a saleta no fim do corredor ele a empurrava. Uma certa vez ele empurrara com mais força ainda, ela caiu de mau jeito. Muitos meninos riram, nada anormal. Mas dessa vez ela demorara a levantar-se, e ainda gemia de dor até que a professora chegou.


Foi levada para o hospital da cidade. Quebrara o braço. Ela chorou e jurou que faria Rudolf chorar igualmente cada lágrima.Esperou o braço ficar bom. Sabia que não tinha força o suficiente para vencê-lo numa briga. Então pegou uma faca na cozinha, guardou na mochila. Ele até foi advertido pelo que fez, mas pelo visto o castigo não assustou muito, porque tão logo ela voltou a frequentar as aulas ele a empurrou da escada. Ela caiu, mas não derramou uma lágrima , nenhumazinha.


Subiu os degraus, ele não conseguia parar de rir, Nina puxou-o pela gola da camisa escada abaixo e quando ele tropeçou e caiu ela não hesitou nem por um segundo, pegou a faca e o viu gritar de dor, chorar , e até implorar.


Os adultos logo chegaram, e começaram a gritar também, por quê ela não sabia, tinham se machucado por acaso? Falavam palavras difíceis, apontavam para ela com as caras mais estranhas que o normal. Por fim, limparam o sangue, levaram Rudolf Hon para debaixo da terra e Nina Croce para o inferno.


Mas isso já fazia algum tempo e agora os problemas só iam aumentando. 1998, 13 anos. A cinco estava no reformatório. George Croise- 15 anos. Já fazia algum tempo que ele procurava com ela, ele era um garoto forte, um dia conseguira pegá-la a força nos fundos do almoxarifado.


Passaram 3 dias procurando por ela. Passara 3 dias chorando sozinha, sentia nojo dela mesma. No fim do terceiro dia ela deixou-se encontrar, já tinha tomado sua decisão.Conseguiu uma barra de ferro com os caras que contrabandeavam coisas que vinham do lado de fora. Na quadra, durante o intervalo, surrou George Croise até conseguirem tirá-la de lá. Mais uma morte num currículo tão recente.


Parece que eles se interessaram. Os homens de paletó saíram da sala. Sim, ela seria levada para o treinamento da Agência. E pensar que ela achara que o reformatório era o inferno...



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Notas finais do capítulo

Oi, olha eu não tenho respondido muitos comentários ultimamente, e tenho que pedir um zilhão de desculpas por isso, mas é que o tempo anda mais corrido que antes. Leio todos os comentários e a cada vez que vocês falam eu me empolgo mais ainda para continuar escrevendo. Então, apesar de eu não estar sendo muito atenciosa ultimamente peço que vocês continuem me falando como a fic está ok?
Obrigada e desculpem mais uma vez.