Disenchanted escrita por Luana Lee


Capítulo 95
Capítulo 95 - Precisando Se Acalmar


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demorinha... Muitos problemas aqui e com uma amiga, conto a história lá embaixo.
Boa Leitura.



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Layla’s P.O.V.


– Lay... – uma voz feminina chamava em meu ouvido.

Abri os olhos rapidamente, eu havia adormecido sem querer no ombro de Diana.

– Hum? – murmurei, coçando meus olhos.

Eu estava torcendo para que tudo aquilo tivesse sido apenas um pesadelo, mas logo minhas esperanças viraram neblina.

Meus olhos estavam ardendo de tanto chorar, pude perceber que Leticia não estava mais ali.

– Mikey avisou que a polícia chegou – ela disse baixinho, como se quisesse parecer tranquila. – Aline e Amanda já deram seus depoimentos, é sua vez agora.

Diana levantou e depois ajudou-me a fazer o mesmo. Fomos até a sala, não me preocupei se parecia que eu acabara de acordar, estava pouco me lixando para o que pensassem de minha aparência agora.

Assim que chegamos à sala, pude ver Gerard encostado na porta de vidro que levava à sacada, dois policiais sentados em um dos sofás, Leticia encostada ao lado de Frank em uma das paredes, Mikey ao lado de Aline e Amanda em outra.

Todos olharam para mim apreensivos, menos Gerard, que me olhava sem expressão.

– Senhora Way? – um dos policiais se levantou, caminhando até mim.

– Sim – murmurei.

– Precisamos do seu depoimento sobre o que aconteceu – ele pediu, gentilmente.

– Okay – respondi apenas.

Fui até o sofá vago, o policial voltou a sentar no mesmo lugar de antes. Logo começaram as perguntas, eu respondia tudo prontamente.

Todos prestavam atenção, atentos, no que eu falava. Menos Gerard, que olhava para o teto o tempo todo, parecia pensar em algo.

– Bem, era só isso que precisávamos saber – concluiu o policial depois de alguns minutos.

– Vão trazer meus filhos de volta? – fiquei nervosa.

– Faremos o possível – ele sorriu gentilmente.

– Eu não quero que façam o possível, eu quero os meus filhos aqui – me exaltei, levantando-me.

– Acalme-se, por favor – o outro policial pediu.

– Me acalmar? – perguntei, histérica. – Como querem que eu me acalme enquanto os meus bebês estão com uma louca em algum lugar dessa cidade?

Eu estava ficando realmente nervosa.

– Ela pode estar longe, Senhora – o primeiro policial disse. – Talvez tenhamos dificuldades em encontrá-la.

Minha vontade era cortar o pescoço dele, estava com muita raiva.

– E vocês ainda querem que eu me acalme... – disse, tentando controlar minha voz e parecer calma, sem sucesso.

– Talvez demore algumas horas para conseguirmos notícias... – o policial começou a falar, agora com todos.

Não sei o que houve comigo, mas assim que ouvi isso, assim que ouvi que meus filhos poderiam ficar mais horas longe de mim, surtei.

Senti duas mãos segurando-me por trás, com força. Era Mikey. Ele puxou-me rapidamente, segurando meus braços para trás. Só então percebi que eu tentara agredir o policial.

– A Senhora está exaltada – o policial disse, assustado. – Estamos de saída, ligamos assim que recebermos notícias.

Fuzilei-os com os olhos enquanto eles saíam, Mikey me apertou mais, mas agora parecia-me um abraço, correspondi, enterrando meu rosto em seu pescoço, voltando a chorar.

– Eu imagino que seja difícil, Lay – ele sussurrou em meu ouvido. – Mas você precisa se acalmar, precisa estar bem para quando o Gerlay e a Pinkie Pie voltarem.

Acabei sorrindo, fazia tempo que ele não usava esses nomes para se referir aos meus bebês.

– Eles vão precisar do seu carinho – ele continuou. – E você não vai poder estar nesse estado para fazer isso.

Ele me soltou, enxugando minhas lágrimas.

– Olhe esse cabelo! – ele sorriu, tentando me animar. – Bem, eu creio que eles irão se assustar quando chegarem.

Mikey era um grande amigo, incrivelmente ele conseguia me fazer sorrir agora.

– Faça o seguinte... Tome um banho, vou preparar um hambúrguer, que é minha especialidade, e aí você descansa um pouco, que tal? – ele sorriu, animado.

– Não vou conseguir descansar – falei.

– Okay, então tiramos a parte do descansar – ele revirou os olhos, sorrindo. – Mas, o meu hambúrguer é imperdível, e agora eu também estou com vontade de comer, então vá tomar um banho quente e eu irei prepará-lo.

– Okay – sorri levemente.

Mikey conseguira me fazer esquecer a existência dos outros ali, só então percebi que eles nos olhavam com sorrisos fracos, claro, com exceção de Gerard, que estava sério.

– Deixe que eu assumo daqui – Leticia disse, aproximando-se de nós.

Os dois sorriram um para o outro, era bom ver que eles não estavam brigados.

Leticia foi comigo até meu quarto, estava um pouco bagunçado, havia um abajur jogado próximo à cortina, provavelmente era uma vítima da raiva de Gerard.

Percebi que havia uma pequena miniatura de gente dormindo no centro de minha cama, era Alice. Aproximei-me dela enquanto Leticia procurava alguma roupa em meu guarda-roupa, acariciei o lindo rostinho dela, estava cada vez mais parecida com Frank.

– Eles estão bem, Lay – Leticia disse, olhando para mim agora.

Não respondi, apenas dei um beijo leve na testa de Alice. Peguei a roupa que Leticia preparara para mim, nem olhei direito o que era. Ela me acompanhou até a porta do banheiro e depois eu fiquei sozinha, novamente.

Olhei-me no espelho, estava horrível. Meu cabelo estava arrepiado, Mikey tinha razão sobre isso. Meu rímel estava borrado no canto de meus olhos, não muito, mas ainda sim estava estranho. Sem falar em meus olhos vermelhos e meu rosto inchado, eu estava um monstro.

Tirei minha roupa lentamente e entrei debaixo do chuveiro, a água estava fria, mas pouco me importei, eu mal sentia meu corpo agora.

Tentei não chorar, mas fora impossível. Logo eu já estava sentada no piso frio, deixando a água fria cair sobre minha cabeça. Abracei meus joelhos com força, tentando não me sentir sozinha, essa sensação estava me incomodando.

Fiquei um longo tempo ali, até que ouvi batidas na porta, só então percebi que já deveriam ter se passado mais de meia-hora.

Tive grandes esperanças de que fosse Gerard, seria muito bem ver que pelo menos ele se preocupara comigo todo esse tempo em que estive no banheiro trancada, mas minhas esperanças acabaram quando uma voz diferente falou.

– Layla, está tudo bem? – era Frank.

– Sim – disse apenas, secando minhas lágrimas e me levantando.

Desliguei o chuveiro e me sequei lentamente, sequei meu cabelo muito mal, então ele ainda estava pingando quando comecei a me vestir. Percebi então que Leticia havia pego para mim um vestido preto que eu sempre adorei, tinha mangas curtas e era justo na cintura, ficando mais solto na saia e indo até um pouco acima dos joelhos.

Sai do banheiro, Frank estava encostado na parede em frente à porta, parecia me esperar.

– Estou viva – tentei sorrir.

– Fico mais tranquilo – ele sorriu levemente.

Nos encaramos por alguns instantes.

– Ah, venha aqui – ele desistiu, puxando-me para um abraço apertado.

Agora eu percebia, Frank era exatamente da mesma altura que eu. E seu cheiro era bom.

Ficamos abraçados por alguns segundos, Frank também era um grande amigo.

– Abraço coletivo – ouvi alguém falar, era Mikey.

Mikey me abraçou também, eu havia virado o “recheio do bolo” entre os dois, nesse momento a sensação de solidão desaparecera.

– A gente ta com você, okay? – Frank disse.

– Uhum – murmurei.

Então eles me soltaram.

– O hambúrguer está pronto – Mikey sorriu. – Você não vai se arrepender se comer...

Respirei fundo, não estava com fome, mas não queria desapontá-lo.

Comi um hambúrguer de Mikey, era realmente bom, se eu estivesse com fome talvez comesse mais.

Voltei à sala depois, sentei ao lado de Aline e Amanda.

– Vocês podem ir para casa se quiserem – falei.

– Não, ligamos para nossas mães e elas permitiram que ficássemos – Amanda respondeu.

– Okay – disse apenas.

Encarei Gerard sentado no outro sofá, ele não havia trocado nenhuma palavra comigo depois de receber a notícia do que acontecera. Ele estaria me considerando culpada? Bem, eu não negaria, talvez eu tivesse culpa mesmo.

Ele estava de cabeça baixa, sentado ao lado de Mikey e Diana, parecia pensativo. De repente ele percebeu que eu o encarava, olhou para mim. Nos encaramos por cerca de cinco segundos, nenhum dos dois esboçou nenhum sorriso ou expressão, desviamos o rosto no mesmo momento.

Eu estava sentindo um grande vazio dentro de mim, como se um buraco se abrisse a cada olhar diferente que Gerard me lançasse. Eu estava com medo de não restar mais nada de mim, eu estava com medo de sumir.

Levantei e fui para o quarto dos bebês, sentei novamente entre os berços, o dia estava dando lugar à noite, e uma noite fria... meus bebês estavam lá fora e eu não sabia onde.




***

Michele’s P.O.V.


Depois de muito percorrer, chegamos em frente à uma casa de madeira que me parecia abandonada, com exceção da Cavazaque Ninja de Malu que estava parada ao lado da casa. Sim, ela já estava ali.

Descemos do carro, eu podia ver luzes fracas vindo de duas janelas, o lugar era perfeito para fazer coisas que não se queria que outras pessoas descobrissem. Isso me deixava com medo.

James pelo menos foi educado e me ajudou a colocar os bebês nos carrinhos, eles dormiam agora, mas logo acordariam e eu não fazia à mínima ideia de como Malu faria para alimentá-los.

Entramos na casa com os bebês, logo pude ver Ana sentada no sofá, parecia preocupada.

– Oh, eu não sabia que eles eram tão pequenos! – ela ficou nervosa.

– Isso não muda o plano – disse Malu, aparecendo na sala com um telefone sem fio. – Quanto mais pequenos, menos reclamam, menos atrapalham, mais nos damos bem – ela se jogou no sofá.

– Você é cruel – Ana murmurou, pegando Helie nos braços.

– Cruel? – ela riu, debochada.

Malu olhou para Arth no carrinho, o encarando sem expressão.

– Será que eles sobrevivem a uma queda acidental? – ela sorriu.

– Deixe de ser idiota! – falei, pegando Arth no colo e me afastando dela.

– Eu estava brincando – ela riu. – Se eu quiser me livrar deles vou fazer de um jeito mais teatral e eficaz. E, além disso – ela se levantou vindo até mim – irei precisar dele bem, pelo menos por enquanto.

Algumas horas se passaram, a noite caiu e o tempo estava frio, logo os bebês acordaram, e começaram a chorar.

– James, têm algumas mamadeiras na geladeira, esquente-as o mais rápido possível e traga aqui – Malu ordenou.

James bufou e foi até a cozinha. Cerca de meia-hora passou até James voltar com duas mamadeiras, ele às entregou à Malu, que verificou rapidamente a temperatura delas e depois entregou uma a mim e uma à Ana.

– Acho que isso os deixará quietos – ela disse.

Malu não parecia ter coração, como ela conseguia ser tão fria assim?

Demos as mamadeiras aos bebês, eu sabia que eles ainda não tinham idade suficiente para se alimentar de algo que não fosse leite materno, mas era a única opção ali.

Depois de alimentá-los, tentamos distraí-los. Até que Malu apareceu na sala novamente.

– Você – ela disse para mim, entregando-me o telefone sem fio. – Vai ligar para o celular de Layla, dizer para ela agir normalmente e não contar para ninguém que está falando com você. Aí você repetirá tudo que eu disser...

– Está maluca? – fiquei nervosa. – Ela vai me xingar, não vai me dar tempo o suficiente para isso!

– Tem certeza que vai recusar? – ela sorriu torto, olhando para James.

Segui seu olhar, James estava com um revólver na mão, sorrindo para mim.

Peguei o telefone, discando o número de Layla. Chamou algumas vezes, mas logo ela atendeu.

– Alô? – sua voz estava fraca e rouca, me senti culpada.



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Notas finais do capítulo

REVIEWS? O.O
-x-x-
Bom, demorei pra postar esse cap pq passei a tarde na casa da Minha amiga Daiane, dando uma força pra ela e pra irmã dela (q tem 6 anos) pq a mãe delas sofreu um acidente... Ela está bem agora, mas ainda está no hospital, e elas estavam sozinhas pq o pai delas foi lá no hospital e tals... Daí tive que dar uma força... nós tivemos uns problemas esses tempos, mas acho q nessas horas sempre precisamos esquecer as coisas e ajudar... =/
Bom, perdoem-me pela demora, okay? Queria ter postado mais dois hoje, mas não vai dar tempo por causa do que aconteceu...
-x-x-
Beijos'