Disenchanted escrita por Luana Lee


Capítulo 83
Capítulo 83 - O Carro


Notas iniciais do capítulo

kkk' Acabando com o mistério... Vamos ver *ou melhor, LER* a cara do Gee ao ver seu carrinho "mutilado".
Boa Leitura, Killjoys!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/181384/chapter/83

Olhei por alguns instantes para o amassado na lateral do pára-choque e no grande arranhão que percorria a lateral esquerda do carro.

Empurrei o carrinho de Arth delicadamente até Layla e me aproximei do Audi mutilado, toquei o amassado no pára-choque, respirei fundo.

– O que aconteceu com ele? – perguntei, pronunciando cada palavra lentamente.

– Não sei, eu levei Diana para a casa dela e deixei ele estacionado na frente do prédio, logo fomos chamadas por que ele já estava desse jeito – expliquei.

Abaixei-me para olhar o amassado de perto, o que haviam feito com o meu bebê?


***

Layla’s P.O.V.


Ele se abaixou ao lado do amassado, olhando fixamente para ele. Percebi então que ele começara a chorar, estava fungando e secando as lágrimas rapidamente.

– Gerard, a gente pode mandar concertar – tentei tranqüilizá-lo.

– Layla, quando a gente se conheceu faziam apenas dois meses que eu havia comprado ele... – ele dramatizou. – Ele já sofreu tanto, ele já aguentou seus enjôos, ele já aguentou vômitos de bebedeira de Mikey, de Frank, de Ray... – ele chorava. – Foi nele que nós dois demos o primeiro beijo... Ele não merece tudo isso, ele nunca fez nada de ruim pra ninguém, ele nunca bateu em nenhum outro carro, ele nunca atropelou nada e nem ninguém, ele nunca teve nenhuma multa, nunca ultrapassou o sinal!

– Gee... – falei, aproximando-me dele. – Vamos para casa, a gente conversa lá.

Ele fungou mais um pouco e depois se levantou.

Ele dirigia com mais cuidado do que em outros dias, eu o ouvia fungar o percurso inteiro, secava as lágrimas com as costas da mão de vez enquanto.


*


Chegamos ao estacionamento de nosso prédio alguns minutos depois, ele saiu rapidamente do carro, fechando a porta com cuidado.

– Bate devagar – ele disse para mim quando fiz menção em fechar a porta.

Fiz o que ele pediu. Agora que a iluminação era melhor eu podia ver que Gerard estava chorando de verdade, seus olhos estavam vermelhos e úmidos.

Ele olhou mais uma vez para os danos no carro, cruzando os braços e apoiando o queixo com uma das mãos.

– Tantos carros no mundo e tinha que ser logo com o meu? – ele perguntou, olhando para o alto como se falasse com alguém superior. – O meu bebê fez alguma coisa de errado? Ele atropelou alguém?

Eu não sabia o que falar, estava com verdadeiro medo de ele voar em meu pescoço há qualquer momento.

– Vai ficar tudo bem, bebê – ele disse, abaixando-se novamente na altura do pára-choque do carro, “acariciando” o capô. – Eu vou levar seus irmãozinhos lá para cima, fazê-los dormir, e depois venho aqui novamente para dar um jeito nisso.

Com “seus irmãozinhos” ele referia-se a Arthur e Helena?

Gerard respirou fundo e se levantou, olhando para mim.

– Você devia ter me avisado – ele disse, segurando as lágrimas.

– Desculpa – disse apenas.

Ele apenas deu de ombros, assumindo o carrinho de Arthur. Fomos até o elevador e seguimos até nosso andar.



*


Gerard me ajudou a botar Arth e Helie para dormir e comeu apenas uma maçã, bem rapidamente.

– Aonde você vai? – perguntei quando percebi que ele estava pegando a chave do carro, ou melhor, de seu bebê.

– Vou levar ele a uma oficina – ele disse, como se fosse óbvio. – Não vou deixá-lo assim por mais uma noite, ele não vai suportar a dor, além de ser torturante para mim e para ele.

Gerard provavelmente tinha problemas mentais, isso estava mais evidente agora.

– Você vai demorar para encontrar uma oficina aberta agora – contestei.

– Liguei para um amigo meu, ele é dono de uma oficina e vai dar um jeito nisso – ele disse, frio.

– Gerard, já são quase uma hora da manhã – disse, indignada.

– Layla, eu não vou deixá-lo assim – ele repetiu, sério.

– Okay – dei de ombros.

– Nos vemos de manhã – ele disse, saindo.

Não tive tempo de responder, Gerard já havia batido a porta – sim, batido, ele estava irritado.

– Bem, pelo menos eu não morri – falei para mim mesma enquanto preparava algo para comer na cozinha.

Fiz um macarrão instantâneo e o comi rapidamente, logo depois fui tomar um banho, estava exausta e estressada.

Coloquei um pijama de flanela e deitei no sofá, queria esperá-lo, mas talvez ele fosse chegar apenas de manhã realmente. Acabei adormecendo antes de decidir se ia para a cama ou ficava ali.



***

Gerard’s P.O.V.


Passei a madrugada na oficina, era torturante ver partes de meu carro sendo retiradas para poder arrumar a lataria e a pintura.

– O que aconteceu com ele? – meu amigo, Jack, perguntou.

– Não sei – falei.

– Parece proposital – ele comentou. – Teve alguma briga com a patroa? – ele riu.

– Não que eu saiba – ri levemente, mas estava sem humor.

Bem, eu devia ter dito “não até agora”, já que eu estava muito irritado com tudo aquilo e fora um pouco frio com ela.

– Bom, eu tenho quase certeza que não foi outro carro que bateu no seu pára-choque – ele disse, analisando a peça retirada de meu carro. – Acho que pode ter sido um martelo ou algo parecido.

– Que ser cruel faria isso com ele? – fiquei indignado.

– Pessoas más – ele riu.

Okay, apenas eu entendia o meu verdadeiro sentimento por aquele carro, podiam me achar louco, mas eu não tinha culpa, era amor o que eu tinha pelo meu Audi. Era como um bebê, como um filho para mim.

– Mas tenho uma boa notícia – Jack disse por fim. – Vamos conseguir deixá-lo exatamente como antes, mas irá demorar algumas horas.

– Okay – dei de ombros.

Passamos mais três horas ali, Jack tinha dois ajudantes – claro, haviam mais empregados, mas apenas esses dois estavam ali, já que estava fora do expediente de trabalho da oficina. Por volta de seis da manhã Jack deu-me a chave do carro, ele estava pronto.

– Exatamente como antes – ele disse, orgulhoso, mostrando-me o Audi.

– Obrigado! – falei, feliz.

Esperaria até chegar em casa para poder chorar de emoção, eles me achariam um louco se o fizesse aqui.

Dirigi com cuidado até meu prédio e estacionei na vaga do estacionamento subterrâneo, fiquei cerca de meia-hora admirando meu bebê, novinho em folha.

Eu estava com muito, muito sono, então subi até meu apartamento, pude ver minha imagem no espelho elevador, eu estava com leves olheiras, meu cabelo estava arrepiado e eu estava com uma aparência verdadeiramente cansada.

Desci do elevador e fui em direção ao meu apartamento, abri a porta rapidamente e logo deparei-me com a figura feminina e angelical que se encontrava adormecida no sofá.

Talvez eu tivesse sido um pouco duro de mais com Layla na noite anterior, mas ela devia entender, era difícil para mim, eu gostava muito do Audi.

Okay, okay, isso não era explicação para se dar a uma mulher, “Ah, desculpe ter sido mal educado com você, amor, mas é que eu amo o Audi”, qualquer mulher jogaria o marido da janela se ele lhe dissesse isso.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

auhsuahs' Reviews?
O que acharam? kkkk' Até q ele é fofinho *vomita arco-ires pq é fascinada pelo Gee e ta nem aí se ele é grosso ou educado ahsuahsuhs*
Beijos'