Disenchanted escrita por Luana Lee


Capítulo 76
Capítulo 76 - "Ela"


Notas iniciais do capítulo

Vai ter briga nesse capítulo... #chora
Boa Leitura.



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X – x Três Semanas Depois x – X

 O clima estava melhor entre mim e Gerard, até aquele dia.

 Acordei de manhã, Gerard começaria os trabalhos com a banda no dia seguinte. Fui até a cozinha, enquanto eu passava pela sala ouvi o celular de Gerard tocar, ele estava sobre a mesa de centro da sala.

 Caminhei até lá e o peguei, atendi imediatamente quando vi que era novamente o número restrito que estava ligando. Não disse nada, fiquei apenas ouvindo por alguns segundos.

 A pessoa do outro lado parecia esperar que eu falasse – no caso, Gerard, já que estava ligando para ele. Passaram-se alguns segundos de silêncio até que a pessoa, impaciente, resolveu falar.

 - Gerard? – perguntou a voz feminina, logo a reconheci.

 - Jessica... – falei, com ódio.

 Fui até a lista de chamadas de Gerard, havia chamadas recebidas do mesmo número restrito em que Jessica havia o ligado, o seja, ele já sabia que era ela.

 O sangue subiu à minha cabeça, corri até nosso quarto, batendo a porta. Gerard acordou assustado e confuso, encarando-me sem entender.

 Joguei seu celular sobre a cama com toda minha força, ele quicou e caiu no chão.

 - Mentiroso! – gritei.

 - O que aconteceu? – ele estava confuso.

 - Você mentiu para mim! Era Jessica e você sabia disso! – rosnei, pegando a primeira coisa que vi, meu espelho pequeno, e jogando no chão.

 - Está falando de que, Layla? – ele ficou de pé, mas não se aproximou.

 - Dos telefonemas, Gerard, dos telefonemas! – peguei seu celular do chão. – Eu acabei de atender outro telefonema restrito e adivinha quem falou comigo? Jessica! Não precisa mais mentir, apenas me diga há quanto tempo!

 - Há quanto tempo o que?

 - Que vocês estão juntos! Me enganando! Fazendo-me de boba, rindo às minhas custas – comecei a chorar, mas ainda gritava de ódio.

 - Layla, eu nunca fiz isso – ele se aproximou de mim.

 - Não dê mais nenhum paço! – gritei, fazendo menção em acertá-lo com o celular. – Eu pedi, Gerard! Eu pedi para você ser sincero comigo, para você me falar quando deixasse de me amar, mas que nunca me traísse...

 - Mas eu te amo – ele disse, espantado.

 - Então por quê? Por que você está com ela? – eu não conseguia entender.

 - Eu vou repetir, Layla. Eu não tenho nada com Jessica, quero dizer, não tenho nada com ninguém – ele insistiu.

 - Pare de mentir, Gerard – falei, deixando meu corpo cair, fiquei de joelhos no chão, colocando meu rosto entre minhas mãos.

 Senti Gerard se aproximar, ele sentou à minha frente, abraçando-me.

 - Fale a verdade, por favor, eu imploro – pedi, eu chorava muito agora.

 - Okay – ele suspirou. – Eu... beijei ela.

 Não consegui ouvir isso sem chorar muito mais, como ele pôde?

 - Mas foi apenas um beijo, nada mais que isso – ele jurou. – Mas depois, ela não desgrudou mais de mim, Layla. Ela começou a dizer que falaria para você, que iria inventar outras coisas, que iria fazer sua cabeça contra mim... Eu não podia perder você, Layla. Você é a coisa mais importante na minha vida, eu não podia deixar ela fazer isso...

 - Por que não contou? – perguntei, sem olhar para ele, ainda chorando.

 - Não é fácil admitir que eu fui fraco o suficiente para isso, Layla, principalmente para você – ele parecia chorar agora. – Layla, me perdoa, por favor, eu não sei por que eu fiz isso!

 - Quando foi?

 - Aquela vez, quando eu fui tomar um café com ela... – ele respondeu.

 - Como foi? – fui obrigada a perguntar.

 - Eu estava levando-a para casa, e na hora de nos despedirmos ela me beijou, não vou dizer que a culpa foi total dela, eu devia ter percebido que ela tentaria algo, você estava certa a respeito dela...

 - Ela não tentou mais nada? – por que eu não saía dali rápido e me jogava da janela?

 - Não, eu a afastei de mim assim que consegui raciocinar, mas aí ela começou a dramatizar, dizer que me amava, coisas desse tipo, e quando eu falei que não teríamos nada... Bem, ela disse que falaria para você – ele respondeu, agora eu sabia que ele chorava.

 Não perguntei mais nada... Não tinha mais nada o que perguntar, mas nada para saber sobre isso, apenas que os lábios de Jessica haviam tocado os de Gerard.

 Libertei-me de seus braços rapidamente, ficando de pé.

 - Aonde você vai? – ele perguntou, segurando meu braço novamente.

 - Eu não sei – disse, libertando-me novamente.

 - Layla, por favor, me perdoa – ele continuou ajoelhado, abraçando minha cintura para manter-me ali.

 - Eu preciso sair, Gerard, preciso ir... para algum lugar – falei, tentando me soltar.

 - Por tudo que há de mais sagrado na sua vida, Layla, me desculpa. Eu não tive culpa, eu amo você, eu só não queria ter que passar por isso – ele chorava.

 - Me solta! – falei entre dentes, tirando seus braços de mim.

 Abri a porta rapidamente e fui até a sala, Gerard correu atrás de mim, segurando meu braço rapidamente.

 - Fica aqui, a gente pode resolver tudo isso, podemos conversar – ele implorava.

 - Eu já disse, preciso pensar – eu ainda chorava.

 Peguei a chave do carro sobre a mesa de centro da sala e fui até a porta.

 - Layla, por favor... – ele pediu uma última vez, sem se mover.

 - Eu volto mais tarde... – falei, batendo a porta.

 Eu não sabia ao certo para onde ia, mas não podia ficar ali, precisava pensar.

**

Jessica’s P.O.V.

 Eu havia feito uma besteira, estava tudo perdido. Layla reconhecera minha voz no telefone e provavelmente sabia de tudo agora, Gerard acabaria falando e eu perderia meu trunfo para tê-lo em minhas mãos. Não seria fácil dar essa notícia para a real interessada nisso.

 Fui até o banheiro de meu apartamento e lavei meu rosto com água fria, teria que visitá-la e falar sobre meu fracasso na missão que fora me dada.

 Peguei a chave de meu carro e fui até a garagem do prédio, caminhei até a Mercedez prateada que eu ganhara há pouco tempo. Dirigi lentamente pelas ruas até o bairro quase abandonado, cheio de casas pequenas e mal conservadas.

 Parei em frente à casa pequena, sem iluminação, com portões de ferro sujos praticamente abertos. Saí do carro e já me senti observada, aquele bairro era perigoso, nada mais conveniente que ela morasse ali.

 Bati na porta, logo a madeira oca se movimentou, liberando minha passagem.

 - Ela está lhe esperando no quarto, é melhor que não sejam notícias ruins – disse o homem de pele queimada, cabelos negros e olhos escuros como a noite, vestindo roupas escuras, fechando a porta após minha entrada.

 Não respondi, estava com medo da reação dela quando eu lhe desse a notícia de meu fracasso com Gerard e Layla.

 Caminhei até o quarto, tocando as paredes para me localizar na escuridão, havia uma pequena luz de vela sobre uma mesa no quarto.

 Pude ver a sombra feminina de pé próxima à janela, estava virada de costas

 - O que quer aqui? – ela perguntou, dura, sem olhar para mim.

 - Eu fracassei – falei rapidamente.

 - Como assim? – ela perguntou lentamente, olhando-me agora.

 Ela era baixa, tinha cabelos negros e pele pálida, seus olhos azuis brilhavam um pouco com a luz da vela.

 - Layla descobriu que eu chantageava Gerard, não tenho mais nenhum trunfo e não sei como posso me aproximar deles novamente – respondi.

 - Você perdeu tudo que havia conseguido nesses meses todos? – ela parecia tranquila.

 - Lamentavelmente... sim.

 - Eu lhe dei tudo que você precisava, lhe dei o carro de meu namorado, lhe dei aquele apartamento próximo ao de Gerard, lhe dei tudo, pedi em troca apenas que você conseguisse minha vingança, e você não conseguiu fazer isso... – ela disse, encarando-me.

 Abaixei a cabeça, estava com medo. Eu sabia que ela era perigosa, assim como o seu namorado, quero dizer, não eram mais namorados, mas ela ainda usava esse termo.

 - James irá com você até seu apartamento – ela disse para mim.

 O homem de pele queimada apareceu atrás de mim, segurando meu braço.

 - James, cuide dela – ela disse ao homem, com um sorriso fraco no rosto.

 Eu não sabia o significado daquilo, mas não contestei, ela já devia estar enfurecida de mais comigo, eu não precisava provocar mais ainda.

 James dirigiu o carro até meu apartamento e subimos sem passar pela portaria, ele preferiu as escadas ao invés do elevador.

 Entramos em meu apartamento e ele fechou a porta, enquanto eu colocava minha bolsa sobre o sofá senti algo se aproximar de mim, virei-me rapidamente e tive tempo de ver James avançar sobre mim com uma faca que estava escondida em um bolso interno de sua jaqueta de couro.

 Ele perfurou a faca em minha barriga com força, sorrindo alegre.

 - Ela não permite fracassos – ele disse, retirando a faca de mim.

 Caí sem forças no chão, ele me arrastou até atrás do sofá e colocou a faca em minha mão, não tive forças para me movimentar ou impedir que ele fizesse isso.

 Antes de sair ele chutou minha perna, rindo.

 Ouvi a porta do apartamento bater. Foram minhas últimas lembranças antes da escuridão completa me tomar.


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Notas finais do capítulo

O.O QUEM SERÁ "ELA"?
-x-x-
REVIEWS?? REVIEWS??
PLEASE??
-x-x-
Beijos'