Disenchanted escrita por Luana Lee


Capítulo 70
Capítulo 70 - To The End


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora ~abaixem as armas, please kk~ Estou desde as 18:30 tentando postar esse cap. mas o Nyah! tava me trollando... Sorry.
Boa Leitura... :)



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 - Você não pode impedir – disse Brendon à Shelly.

 - Você está enganado – ela sorriu.

 - Do que está falando? – ele riu, nervoso e irônico. – Eu pedi a alma dela, e agora vou ganhar.

 - Não, Brendon, você pediu a alma dela ou de qualquer pessoa que vivesse ao seu redor, desde que fizesse-a sofrer – corrigiu Madame Shelly. – Estou certa?

 Brendon não respondeu. Qual era a diferença? Eu iria morrer, não podia fazer isso rápido, antes que eu me arrependesse.

 - Não faz diferença, ela está aqui e vou levá-la – rosnou Brendon tentando tocar meu ombro.

 Madame Shelly puxou-me abruptamente antes que a mão de Brendon me tocasse.

 - Você só pode levá-la se tocar nela – ela disse, se colocando entre Brendon e eu. – Do mesmo jeito que se eu tocar em você...

 - Não, eu não vou levar você – Brendon rosnou. – Layla vem comigo!

 - Corra lá para baixo, Layla – disse Madame Shelly para mim.

 Não me movi.

 - Não, você não pode se sacrificar por mim! – falei.

 - Corra agora! – ela gritou. – Eu vou logo atrás de você.

 Sem pensar me movi rapidamente para a saída do quarto, correndo pelo corredor.

 - Volte aqui, Layla! – Brendon gritou.

 Ouvi passos pesados atrás de mim, depois alguns gritos e empurrões.

 Desci as escadas rapidamente, quase tropecei em meus próprios pés, mas consegui manter-me de pé.

 Fui até o canto mais afastado da escada, vendo-a ainda vazia. O silêncio havia tomado conta do lugar.

 De repente Shelly apareceu no alto da escada, assustada, olhando para mim. Ela começou a descer as escadas, correndo. Mas algo aconteceu, ela tropeçou e perdeu o equilíbrio, caindo lá de cima, chegando desacordada ao chão na frente da escada.

 Pensei em me aproximar dela, mas logo o vi no alto da escada, sorrindo.

 - Podia ter sido tão mais fácil – ele disse à mim, tranquilo, descendo a escada lentamente.

 - Por favor, Brendon... me deixe em paz! – choraminguei, implorando.

 Brendon passou por Shelly sem nem se quer olhar para ela, vindo em minha direção, logo não pude mais vê-la, ele se pôs em minha frente, estava há um metro de mim.

 - Vamos, chega de fugir – ele disse, frio.

 - Não... – deixei uma lágrima cair. – Por favor...

 - Chega! – ele rosnou. – Me dê a sua mão! – ele disse cada palavra lentamente.

 Desisti, aquilo era tortura psicológica de mais para mim, eu não aguentava mais. Levantei do chão, encarando-o.

 Brendon estendeu sua mão novamente para mim, agora avaliando-me com um olhar frio e calculista.

 Deixei mais algumas lágrimas caírem, mas enfim levei minha mão lentamente até a sua, tocando levemente a ponta de meus dedos nos seus.

 Brendon deu um sorriso largo e maquiavélico, lançando-me um olhar vitorioso.

 De repente pude ver... as mãos de Brendon começaram a ficar transparentes, virando névoa, como se ele estivesse desaparecendo. Poucos segundos depois seu corpo inteiro estava assim.

 Ele me olhou confuso e assustado, parecia não acreditar em algo. Foi então que percebi... Eu não estava sumindo... apenas ele.

 Brendon afastou-se de mim, confuso, avaliando seu corpo que desaparecia. Então eu pude ver.

 Madame Shelly estava de pé atrás de Brendon, sorrindo. Ela o tocara alguns segundos antes de mim, sem que percebêssemos.

 Ela também desaparecia, na mesma medida em que Brendon virava uma leve névoa.

 - Maldita! – ele rosnou, virando-se para mim novamente.

 Brendon correu até mim, como se quisesse me acertar ou me pegar, mas a única coisa que me tocou foi uma névoa, que se dissipou ao se chocar com minha pele.

 Madame Shelly desaparecera também, com um leve sorriso para mim. Eu estava sozinha ali agora, eles haviam... morrido.

 Olhei para mim, estava pálida e fria. De repente, minha pele começou a desaparecer. Eu estava virando névoa também.

 Então... eu estava morrendo também, o sacrifício de Shelly fora em vão, eu estava desaparecendo também.

 Uma lágrima caiu em meu rosto, agora eu não sabia mais se estava preparada para deixar tudo. Muito menos Gerard... oh, Gerard, eu sentiria falta dele, de seus beijos, de seu toque, de suas brincadeiras... de sua masculinidade não comprovada.

 Esse último pensamento fez-me sorrir. Eu lembraria dele todos os dias da eternidade, e, talvez um dia, nos encontrássemos novamente, em outra vida talvez.

 As coisas não podiam acabar aqui, podiam? Se Brendon me seguiu pelas vidas, Gerard também podia fazer isso.

 Ou talvez, daqui alguns anos, quando ele morresse, também nos encontrássemos onde quer que fossemos passar a eternidade. Talvez o destino nos unisse mais uma vez, dando-nos mais uma chance.

 E talvez isso acontecesse com os outros também, talvez eu encontrasse Diana, Leticia, Frank, Mikey, Michele, Ray...

 Definitivamente as coisas não podiam acabar aqui... eu precisaria de uma segunda chance, mesmo que demorasse séculos para isso, eu precisava ver todos novamente.

 Sentiria falta de meus pequenos, sentiria falta de senti-los mexer dentro de mim com a voz de Gerard, de senti-los brigar e chutar minha barriga. Sentiria falta de seus lindos chorinhos, que pude ouvir uma única vez, sentiria falta...

 Aquilo era injusto, não era? Eu tive apenas uma chance de ouvi-los chorar, apenas uma chance de ver seus olhinhos, levaria isso comigo para sempre, mas eles... nunca se lembrariam de mim, nunca iriam saber o tamanho de meu amor por eles. Claro que Gerard cuidaria bem deles, diria que eu os amava muito, mas nunca saberiam o tamanho de meu sacrifício para que eles pudessem viver em paz. Nem Gerard saberia, e eu precisava me contentar com tudo isso, com essa única vez que os vi. Ficariam para sempre em minha mente.

 Meus pais... também sentiria falta deles, e eles sofreriam muito com isso. Mas pelo menos agora teriam Arthur e Helena para compensar minha perda, estariam melhores do que se eu tivesse morrido aos meus dezesseis anos, quando tentei me matar.

 É, valera à pena viver até aqui, pelo menos deixei algo para que se lembrassem de mim, para que eu nunca fosse esquecida, meus filhos poderiam falar de mim para os filhos deles, poderiam falar o que Gerard lhes contasse sobre mim.

 Diana e Leticia também poderiam falar para seus filhos o quanto eu as amei, porque sim... eu amei elas, foram duas das pessoas que mais importaram em toda a minha vida.

 Depois de pensar em tudo isso, cheguei a conclusão de que estava pronta para ir... mas ao mesmo tempo não estava. Eu havia deixado tudo certo para que minha perda fosse superada, mas agora quem não conseguiria aguentar tudo isso seria eu.

 Bem, não tinha mais volta.

 Eu sentiria saudades.


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Notas finais do capítulo

O.O
REVIEWS??
~NÃO ME MATEM POR ESTAR FAZENDO ISSO COM A LAY~
BEIJOS'