Disenchanted escrita por Luana Lee


Capítulo 5
Capítulo 5 - Loucuras, o Festival e Ele


Notas iniciais do capítulo

Bom, desculpem a demora, hoje foi por uma causa especial! ganhei minha primeira guitarra! UHAUSAHSUASH #edaí
*Boa leitura, como diz o título "Ele" entrará na história.



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Eu estava a alguns metros de distância do carro quando um homem vestindo um terno saiu pelo lado do motorista, ele abriu a porta de trás do carro uma mulher saiu.

Parei bruscamente, caindo em mim e na besteira que estava fazendo. Aquele não era o mesmo carro do engarrafamento, e mesmo que fosse eu não tinha nada que ir até lá. O que eu falaria? “Ah, me desculpe, mas eu acho que vi sua sombra pelo vidro escuro do seu carro hoje no engarrafamento perto do aeroporto.”. Isso não fazia sentido.

Dei meia volta e caminhei até o banco onde Diana e Leticia estavam, me encarando com os olhos assustados.

– O que deu em você? - perguntou Leticia.

– Não sei – sussurrei. – Aquele carro me parecia o mesmo de hoje no engarrafamento.

– E daí? O que importa? - perguntou Diana.

– Não sei, droga! Parem de fazer perguntas! – quase gritei.

– Acho que estamos todas precisando descansar, é estresse por causa da mudança – tentou amenizar Leticia.

– É, dá pra ver o estresse – ironizou Diana.

Caminhamos de volta ao prédio em silêncio. Ficamos encarando umas as caras das outras em silêncio até chegar ao oitavo andar.

Entramos no apartamento 527 e fomos cada uma para seu quarto. Tomei um banho frio, lavei meus cabelos e deixei a água gelada escorrer por meu corpo. O que estava acontecendo comigo?

Coloquei um pijama de flanela da Victoria’s Secret e desembaracei meus cabelos com um pente. Liguei a televisão para ver se estava passando algo de interessante, mas apenas havia noticiários.

Deitei em minha cama e coloquei meus fones de ouvido. Liguei meu celular em uma rádio, estava enjoada de minhas musicas. Fechei meus olhos e logo adormeci.



*


Layla’s Dream - On


Eu estava caminhando na calçada, não conhecia o lugar. De repente eu estava lá, encarando aquele carro. Havia movimento dentro dele, eu podia ver pelas sombras no vidro, mas não podia distinguir formas.

Me aproximei do vidro, apertei meus olhos e fiz minhas mãos em formato de uma espécie de concha perto de meus olhos para poder focalizar melhor.

Pude ver que alguém dentro do carro também se aproximou, e estava bem perto de meu rosto. Ouvi um barulho vindo da maçaneta da porta e vi que ela se abriu minimamente. Quando ela estava começando a se abrir ouvi uma voz em meu ouvido.

– Acorde – alguém sussurrou do meu lado.

Olhei em volta, não havia ninguém.

– Acorde agora, Layla... – sussurrou novamente.

De repente ouvi uma musica começar em meus ouvidos e ir aumentando de volume, quando finalmente a porta estava para ser aberta senti meu corpo cair.


Layla’s Dream – Off


*



Abri meus olhos assustada. Levantei bruscamente, a televisão ainda estava ligada. Olhei no relógio do celular, eram duas e trinta e quatro da manhã, irônico.

Depois de me acalmar algo me chamou a atenção. Uma musica.

Me concentrei na musica que tocava na rádio que eu estava ouvindo, era de um estilo rock, a batida misturava animação com melancolia. Parecia confortante.

Parecia já estar no final, uma pena. Tentei saber o nome, mas o locutor não disse.

Deitei na cama novamente, tirei os fones de ouvido. Pensei no sonho que tivera, eu deveria estar ficando louca, talvez os antidepressivos que tomara aos dezesseis anos tivessem causado algo em meu cérebro.

Respirei fundo e logo consegui adormecer novamente.


– Acorda Bela Adormecida! – Leticia gritou em minha porta. – A gente tem que se arrumar, hoje tem festival.

– Droga! – resmunguei.

Levantei e escovei meus dentes, depois penteei meu cabelo rapidamente e o deixei solto. Coloquei uma calça jeans skinny preta, uma blusa vermelha com caveirinhas em preto na frente e coloquei também meu all star preto.

– Que horas começa o festival? - perguntei chegando à cozinha.

– Três da tarde, mas os shows legais só começam depois das sete – respondeu Diana.

– Hum, então temos tempo – falei olhando no relógio, era uma hora da tarde. Eu havia dormido muito.

– Você entrou em coma, não é? - disse Leticia, tirando as palavras da minha boca.

– Acho que sim, mas também não tive um sono tranquilo, tive pesadelos – respondi.

– Quer falar sobre isso? - perguntou Diana.

– Não, foi apenas um sonho – sorri.


Começamos a nos arrumar às quatro e meia da tarde. Escolhi uma blusa branca de mangas curtas, fiquei com a mesma calça jeans skinny preta que usava, e calcei um all star preto.

Deixei meu cabelo solto, apenas arrumei minha franja que estava um pouco rebelde. Como maquiagem, passei um lápis preto, um rímel e um delineador também pretos. Passei também uma sombra branca na parte interior da pálpebra e uma cinza escura na parte de fora, além de um batom nude nos lábios.


Fui esperar as garotas na sala. Leticia vestia um short jeans preto, um all star também preto e uma blusa rosa claro. Ela deixou seu cabelo solto, mas o fez liso. Para maquiagem, ela escolheu um batom clarinho e uma sombra amarelada, além do lápis e do rímel pretos.

Diana vestiu uma calça jeans, uma blusa azul clara e calçou uma sapatilha branca. Ela prendeu seu cabelo em um rabo-de-cavalo alto e usou como maquiagem uma sombra, um lápis e um rímel pretos.

– Prontas? - perguntou Leticia.

– Sim – respondemos Diana e eu juntamente.

– Então vamos! – ela disse animada.

Saímos de casa às seis e meia da noite, o lugar do festival não era tão longe, iríamos de táxi.

– Ai, eu adoro esses táxis amarelos daqui – falei enquanto nosso táxi parava à nossa frente.

– É, são bonitinhos – concordou Leticia.

– Não, eles são fofos! – corrigi.

Como já poderíamos prever, houve trânsito. Chegamos ao festival às sete e meia, estava no meio do show do Evanescence. Leticia foi rapidamente comprar nossas entradas.

– Prontinho! – ela disse nos entregando as entradas.

– VIP? - perguntei lendo no papel. – Por que?

– Ah, é melhor para vermos as bandas bem de perto, e é perto dos camarins, eles geralmente ficam com o público na área VIP antes e depois do show – ela explicou.

– A maioria a gente não conhece – disse Diana.

– Mas os que a gente conhece estarão lá também – ela sorriu.

– Okay, vamos entrar logo para não pegarmos muita fila – falei.

Ficamos quinze minutos na fila da área VIP, mas logo entramos e fomos pelo caminho indicado pelos seguranças. Quando chegamos, corremos para ver o show. Amy Lee estava cantando Sweet Sacrifice, ela usava um vestido longo e com saia rodada preto, e um espartilho roxo na cintura. Diva como sempre!

Quando o show da Evanescence acabou percebi que havia várias pessoas famosas ali, entre cantores – que provavelmente se apresentariam aqui – e atores.

Diana ficou paralisada ao ver Billie Joe do Green Day perto de um balcão conversando com outros famosos.

– Lay! – ela disse se apoiando em meu braço. – É ele! Caramba! Me abana! Eu vou morrer! Estou tendo uma hiper ventilação! Acho que vou desmaiar...

– Não vai, não! – A adverti. – Você não se atreveria a fazer isso comigo aqui!

– Mas... É ELE! – ela gritou, atraindo alguns olhares em nossa direção, inclusive de Billie.

Assim que ela percebeu que ele olhou, seus olhos se arregalaram e ela apertou meu braço.

– Ha Ha... – fingiu uma risada, Leticia. – Passou vergonha na frente do Billie Joe!

– Cala a boca Leticia! – Diana disse, quase gritando novamente. – O Bill Kaulitz também está aqui!

– Onde? - Leticia ficou desesperada.

– Lá perto da entrada, junto com o Tom – disse Diana.

Leticia olhou e ficou chocada.

– Todas vocês estão encontrando o amor de suas vidas – sorri. – Porque não vão pedir autógrafos?

– Boa ideia! Vamos Leticia? - disse Diana.

– Vamos! – ela ficou feliz.

– Vou esperar vocês aqui – sorri.

Fiquei vendo o início do show da Metallica, eu não era a maior fã dessa banda, mas curtia bastante o som.

Enquanto curtia o show um cara se aproximou de mim, falando sobre a banda.

– Oi – ele disse.

– Olá – sorri.

– Qual o seu nome? - ele perguntou.

– Layla – respondi.

– Prazer, Layla! – ele disse estendendo a mão para me cumprimentar. – Me chamo Brendon – ele sorriu.

Olhei para ele, seu nome me chamou a atenção. Só aí que caí na real.

– Desculpa, mas – comecei, chamando sua atenção para mim novamente – você não seria o vocalista da Panic! At The Disco, não é?

Ele riu um pouco, aquilo era de mais para mim.

– Sim – ele sorriu.

Não pude conter o riso, eu estava dando um fora no vocalista de uma das minha bandas preferidas.

– Nossa, adoro seu trabalho, suas musicas... – sorri.

– Obrigado! – ele sorriu.

– Vocês irão tocar no festival? - perguntei.

– Vamos, mas só mais para o final – ele respondeu. – Está sozinha?

– Bem, não – sorri.

– Ah – ele pareceu ficar desapontado.

Eu ri novamente.

– Está rindo do que? - ele pareceu ficar envergonhado.

– Nada. Eu estou aqui com minhas amigas, não com um namorado – corrigi seu pensamento.

Ele sorriu largamente.

– Voltamos! – gritou Diana em meu ouvido, me dando um susto.

Olhei para elas e fiquei um tanto chocada, elas estavam com suas blusas completamente riscadas de caneta. Eram autógrafos e mais autógrafos.

– Quando eu disse para pegarem autógrafos eu quis dizer em um papel – falei.

– Não tínhamos papel – respondeu Leticia.

Me virei para Brendon que estava rindo da situação.

– Quer assinar a blusa delas? - perguntei, rindo.

– Já assinei – ele respondeu.

Virei-me para elas novamente.

– Há alguém de que vocês não tenham pego autógrafo? - perguntei.

– Não sei – disse Diana.

– Acho que deles a gente não pegou – disse Leticia apontando para alguém.

Olhei por reflexo, eram quatro caras vestindo roupas de estilo rock, um deles usava um coturno até metade da canela. Um deles tinha um cabelo engraçado e volumoso, era alto. O outro tinha aparência nerd, usava óculos, mas era bem bonito.

Tinha um baixinho, devia ser mais baixo que eu ou ter minha altura, ele tinha cabelos pretos e curtos.

O outro foi o que me chamou a atenção, tinha cabelos negros e pele clarinha, seus olhos eram verdes encantadores. Ele era mais alto que eu, tinha um rosto bonito. E o que mais me deixou chocada, ele estava me encarando.

Seus olhos estavam fixos nos meus, sem piscar, assim como eu. Nos encaramos por alguns instantes, sem perceber meus pés começaram a se mover, eu estava caminhando até lá. Eu era realmente louca.

Pude perceber que ele viu minha aproximação, seus amigos não viram nossa troca de olhares, mas eu podia ouvir Leticia gritar atrás de mim. Eu estava agindo igualmente à noite passada, e eu não sabia o porque. Haveria alguma conexão?

De repente algo puxou meu braço e um tranco me levou para trás, era Leticia.

– Onde você pensa que vai? - ela disse, estava nervosa.

– Me deixa! – quase gritei.

– Você está pálida! Está tudo bem? - ela disse, preocupada.

– É claro que está, e eu não estou pálida!

– É claro que está! E você está estranha, onde estava indo?

Eu iria responder, mas algo me impediu. Uma dor forte e aguda em minha cabeça, apertei meus olhos e coloquei a mão na testa, algo estava errado.

– Layla! O que está acontecendo? - disse Leticia, atordoada.

Não pude responder, doía de mais. Apenas tive tempo de segurar firme em seu braço para não cair.

Senti mãos grandes segurando minha cintura rapidamente, acho que eu estava caindo e, seja quem for, estava me segurando.

Uma voz doce e desconhecida falava com Leticia, ela estava nervosa. A voz a acalmava e perguntava se eu estava bem, mas eu não conseguia responder. Ouvi Diana se aproximar e falar alguma coisa.

Algo me dizia que eu precisava me virar, precisava ver quem estava me segurando, eu precisava fazer isso. Então, usei o pouco de força que restava em meu corpo e virei-me entre as mãos fortes e grandes que me apoiavam, segurei firme nelas para não cair. Senti que já estava de frente para essa pessoa, então abri meus olhos o máximo que pude.

Apenas tive tempo de ver aqueles lindos olhos verdes que me fitavam preocupados, era ele.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, se tiver review eu posto o próximo capítulo hoje.
Bye meus bebês Killjoys!
*Como sou má, "Ele" só entro no finalzinho do capítulo UAHUSAHS *os Killjoys já devem ter sacado quem ele é, não é?*