X – x Um Mês Depois x – X

 - Gerard! – gritei com raiva quando ele abriu a cortina do quarto, fazendo o sol vir direto aos meus olhos.

 - Está na hora de acordar, senhorita Bela Adormecida – ele disse.

 - Só se for pra você, eu estou com sono – falei, cobrindo-me até a cabeça com o edredom.

 - Ah, Layla! O dia está lindo lá fora, a gente podia fazer alguma coisa, sair, comprar coisas... – ele disse, super animado, pulando sobre mim.

 - Isso é coisa de mulher – murmurei, sem tirar o edredom de minha cabeça.

 - E você é mulher – ele disse.

 - Mas você não – falei. – Ou pelo menos eu acho que não – disse, tirando a cabeça para fora do casulo e olhando para ele.

 - O que a senhorita está insinuando? – ele riu.

 - Nada – dei de ombros.

 - Levanta! – ele disse, arrancando o edredom de cima de mim e puxando maus braços, tentando fazer-me sentar na cama.

 - Gerard... eu estou com sono – falei. – Deixa eu dormir...

 Soltei meus braços e caí novamente deitada na cama, Gerard bufou.

 - Desisto – ele disse, deitando ao meu lado.

 - Sábia atitude – disse, aconchegando minha cabeça em seu ombro.

 - Tem certeza que... – ele começou, animado novamente.

 - Está bem, Gerard! – bufei, levantando-me rapidamente.

 - Não, se você quiser dormir tudo bem – ele riu, debochado.

 - Tudo bem? Não ouse dizer isso! Agora eu perdi o sono, mas em compensação você que vai pagar tudo que eu comprar! – rosnei, pegando roupas no guarda-roupa.

 Ele apenas riu, saindo do quarto rapidamente e animado.

 - Gayzão – murmurei, revirando os olhos.

 Vesti uma meia-calça preta, um vestido vermelho com o comprimento até acima do joelho, justinho na cintura e solto na sala, com mangas curtas; calcei uma sapatilha preta. Deixei o cabelo solto e passei uma maquiagem leve.

 - Vamos? – falei, chegando à sala.

 - Vamos! – disse ele, animado.

 - Está tudo bem com você mesmo? – perguntei.

 - Sim, por quê? – ele ficou confuso.

 - Por nada... – falei.

 Fomos de carro até a Times Square, estacionamos em frente a um prédio de depois caminhamos pelas lojas.

 - Você vai gastar muito? – ele perguntou quando entramos na primeira loja.

 - Não – disse.

 Passamos por várias lojas, que vendiam desde roupas até jóias.

 - Não ia gastar muito, não é? – disse Gerard, colocando minhas sacolas dentro do carro quando estávamos indo embora.

 - E gastei? – perguntei, inocente.

 - Quase duzentos dólares em menos de três horas – ele sorriu. – Quer que diga mais alguma coisa?

 - Não – sorri. – Mas você também comprou coisas.

 - Uma jaqueta... – ele olhou-me irônico.

 - E uma calça e uma gravata linda – falei. – Não venha dizer que eu sou a única que gasto.

 - O que eu gastei não chega a vinte por cento do preço das suas coisas – ele disse, em tom acusatório.

 - Quem mandou ma tirar da cama... eu compro mais quando estou com sono – murmurei.

 Ele revirou os olhos.

- -

 - Gee, olha que fofinho esse colar de lacinho – falei, mostrando-lhe um colar prata e delicado que eu havia comprado.

 - Pelo preço que custou tinha que ser mesmo – ele disse, sem emoção na voz.

 - Ai, que desânimo – falei, guardando o colar na caixinha. – É TPM?

 - Com certeza eu que estou de TPM... – ele disse, irônico.

 - Eu não estou, não – falei, indignada. – Não estou naqueles dias...

 - Então é menopausa – ele disse, se jogando na cama.

 - Está me chamando de velha? – perguntei, encarando-o.

 - Você me chamou de mulher? – ele retrucou.

 - Chamei – dei de ombros.

 - Então eu chamei você de velha – ele deu de ombros também.

 - Então ajuda a velha aqui a guardar tudo isso? – pedi.

 - O que eu ganho com isso? – ele perguntou, forçando um sorriso.

 - A satisfação de ter me ajudado? – falei, depois de pensar.

 Gerard revirou os olhos, mas ajudou-me a guardar as coisas.

- -

 Gerard e eu passamos o resto do dia em casa, ele me chamando de velha e eu chamando-o de mulher. Bem, um de nós estava de TPM, e não era eu...

 Jantamos pizza naquela noite, eu usei a desculpa de que era velha de mais para me arriscar na cozinha – para provocá-lo – e ele disse que a “mulher” da casa não podia cozinhar também – também a intenção de provocar-me.

 - A mulher da casa é quem deve lavar a louça, Gerard – disse, sentando-me no sofá.

 - Então pode ir – ele riu.

 - Velha de mais, esqueceu? – falei, sorrindo.

 Ele nada disse, apenas lavou a louça rapidamente e se sentou ao meu lado no sofá.

 - Dá colo? – pedi, fazendo biquinho.

 Ele riu, puxando-me para mais perto.

 Deitei a cabeça em seu colo, ficamos ali assistindo por alguns minutos.

 - Mesmo eu sendo velha, estando na menopausa e você sendo uma mulher de TPM – comecei – eu ainda te amo...

 - Okay – ele riu.

 - Só isso? “Okay”? – perguntei, indignada.

 - Também te amo! – ele riu, beijando o alto de minha cabeça.

 Inclinei-me para poder beijar seus lábios, logo já estava já estava inclinada sobre ele, com meus dedos entrelaçados em seu cabelo e com suas mãos abrindo meu vestido.

 Gerard passou os lábios por meu pescoço, descendo até meus ombros e fazendo o caminho inverso até minha boca novamente. Tirei sua jaqueta, jogando-a para trás do sofá, no chão, logo o resto de nossas roupas foram para o mesmo lugar.

 De repente, para minha surpresa, acabei caindo do sofá, levando Gerard para o chão comigo, fui obrigada a rir disso.

 Nesse mesmo momento o celular de Gerard começou a tocar, para nossa raiva. Ele bufou e pegou o aparelho sobre a mesa de centro.

 - Quem é? – perguntei.

 - Produtores – ele disse, desligando o aparelho.

 - Gee, pode ser importante – adverti.

 - Não mais importante que você – ele disse, acariciando meu rosto, arrancando-me um sorriso.

 - Fofo – falei, tocando a ponta de seu nariz com o indicador.

 - Linda – ele disse, selando nossos lábios.

 O resto da noite se seguiu ali, era quase tão confortável quanto a cama, mas era mais divertido – tenho que admitir.

 Gerard me fazia bem, era como uma droga que vicia, depois de um tempo você não consegue viver sem, você precisa de sua dose diária dela. Eu precisava de minha dose diária de Gerard.