Disenchanted escrita por Luana Lee


Capítulo 131
Capítulo 131 - Complexo de Rejeição.


Notas iniciais do capítulo

Olá *u*
Boa Leitura.



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X – x Uma Semana Depois x - X

Gerard’s P.O.V.


Eu ainda não conseguia apagar a imagem de Malu morta em meus braços de minha cabeça, mas tentava parecer o mais animado possível com as tentativas de Layla e dos outros de me fazerem ficar bem.

Estava ocupando minha cabeça com coisas úteis, como procurar um novo lugar para morar, e tentava desenhar um pouco também, fazer algo criativo que me ocupasse o maior tempo possível, mas na maioria das vezes saíam desenhos tristes, ou sem sentido algum.

Frank, Mikey, Ray e eu estávamos no estúdio, tínhamos resolver algumas coisas para o nosso novo álbum. Mas eu estava aproveitando para ver alguns anúncios de apartamentos, e todos eles estavam se divertindo ajudando-me nessa missão.

– Vocês acham que eu sou um cara legal? – Frank perguntou-nos.

– Sim – falamos em uníssono.

– Por quê? – perguntei.

– Alice... – ele suspirou. – Ela me odeia.

– Como assim? – Mikey espantou-se. – Ela é sua filha!

– Eu sei – Frank quase gritou. – Mas ela está começando a falar agora, e quando peço para que fale “papai” ela ri e fala “Frank”. Frank! Ela não pode ma chamar de Frank!

– Cara... Para – Ray riu. – Isso é normal, ela faz isso pra te provocar.

– Ela tem um ano, ela não tem senso de “provocação” – Frank revirou os olhos. – Ela simplesmente não me ama!

Todos ignoraram Frank, isso devia ser coisa da cabeça dele, que é simplesmente obsecado por Alice. Eu mal posso imaginar como ele será com ela quando ela for adolescente e começar a querer sair.

– Esse aqui é legal! – disse Ray, mostrando-nos um dos centenas de apartamentos no jornal que ele lia.

– Aqui diz que fica ao norte do Central Park... – comentou Mikey, semicerrando os olhos para ler as letras do anúncio.

– E daí? – Ray perguntou.

– É do outro lado da cidade – Frank respondeu. – Ele quer algo mais próximo...

– E eu não teria como ir incomodá-lo todo dia... – Mikey disse.

– Mas você nunca vai à minha casa – falei, confuso.

– E olha que você mora perto, então imagine se começar a morar do outro lado da cidade – Mikey falou. – Aí sim que nunca mais vamos nos ver.

Tentei acompanhar sua linha de raciocínio – assim como os outros ali, que tinham faces pensativas tentando entender Mikey –, mas logo abandonei a tentativa, Mikey era uma pessoa difícil de entender e de se acompanhar. A questão era se isso acontecia por ele ser mais rápido ou mais lento do que os outros. Um ponto a se pensar.

– Como estão os gêmeos? – perguntou-me Ray.

– Estão bem – falei, dando-lhe um sorriso como fazia para qualquer pessoa que me perguntasse sobre meus filhos.

Eles estavam crescendo rápido e eu estava realmente preocupado com isso. Não por nenhum problema de saúde ou qualquer coisa mais grave, mas sim por pensar que eu não estava acompanhando esse crescimento como deveria. Às vezes pegava-me olhando para eles e reparando nas diferenças que eles apresentavam de semana a semana. O pior é que eu não sabia o que podia fazer para ficar mais próximo deles, a banda não estava fazendo shows, estávamos extremamente concentrados no novo álbum, e isso dava-nos mais tempo para ficarmos em casa com nossas famílias. Ou seja, eu estava ficando neurótico com o fato de saber que mesmo estando vinte e quatro horas do dia com Arth, Helie e Layla, eu ainda necessitava de mais tempo com eles.

– Eu estou velho? – perguntei em aleatório.

Todos olharam-me espantados, sem entender a pergunta.

– N-não – gaguejou Mikey.

– Eu acho que estou... – falei.

– Uma nova crise de meia-idade – suspirou Frank, largando o jornal que segurava sobre suas pernas. – Espero que não queira pintar o cabelo de verde kiwi ou de rosa choque...

Todos riram, menos eu.

– Sem graça – revirei os olhos. – E não estou em uma crise de meia-idade pelo simples fato de eu ainda não ter chegado na “meia-idade”.

– Tecnicamente está – Ray disse.

Encarei-o sério, como que dizendo “Você não devia ter aberto sua boca, amigo”.

– Quero dizer... Acho que não está... Meia-idade é só depois dos quarenta – ele se corrigiu rapidamente.

– Certo, eu não estou velho – sorri, encerrando a conversa que eu mesmo havia começado.

– Frank poderia fazer uma balaiagem no cabelo – riu Mikey, de repente.

– Cale a boca aí, californiana – revidou Frank, referindo-se à mudança que Mikey fizera no cabelo.

– Isso aqui – Mikey rosnou, apontando para seu cabelo – não é uma californiana, isso é uma leve descoloração! Você não entende nada de cabelos!

– Para mim isso sempre foi uma californiana – comentou Ray, espantado. – Quero dizer... Está loiro agora, e para mim isso em homens é californiana.

– Você não é a pessoa mais indicada para falar de cabelos, Ray – Mikey bufou.

Ray olhou-o sério.

– Isso aqui é charme! – Ray disse, irônico. – Meus cachos são um sucesso!

– Calem a boca – falei, sério.

Todos olharam-me sérios, como se não entendessem minha repreensão.

– ...Todos sabem que o meu cabelo é o mais sexy daqui – continuei, rindo no final.

– Vai se ferrar – Mikey arremessou seu jornal em mim.

– Não tenho culpa de ser perfeito – sorri. – Mamãe me fez assim...

– E modesto também, é claro – Ray riu, ainda mais irônico.

– É claro – concordei, rindo. – Modéstia é minha especialidade.

Ficamos em silêncio por mais alguns instantes, até que Frank voltou a falar:

– Eu acho que a Diana não me ama mais – ele disse, pensativo.

Frank, para! – Ray gritou, assustando todos nós. – Você tem complexo de rejeição, cara! Sua filha não te odeia, sua mulher te ama, e fim de papo! Agora se concentra em achar um apartamento para o cabeça de tomate se não ele vai ter que morar na casa da Leticia para o resto da vida!

Frank ficou sem reação, encarando Ray assim como eu e Mikey. Depois abaixou a cabeça e pegou o jornal novamente, voltando a procurar por anúncios. Mikey e eu fizemos o mesmo, não iríamos mais abrir a boca depois da bronca de Ray.


*


Cheguei ao apartamento de Leticia – que por enquanto era meu novo lar – por volta de oito horas da noite, Layla e ela estavam brincando com os gêmeos na sala.

Tomei um banho rápido e depois jantamos, ajudei Layla a colocar os bebês para dormirem e depois assistimos um pouco de televisão com Leticia. Mas logo fomos para o quarto.

– Achou algum apartamento? – Layla perguntou enquanto colocava seu pijama.

– Achamos alguns... Mas vou ver melhor amanhã – respondi, deitando-me na cama.

Fiquei pensando nas várias coisas que aconteceram naquele dia, nas conversas de hoje à tarde com os outros e acabei perguntando para Layla:

– Você acha que um filho pode não amar o próprio pai?

Layla olhou-me sem expressão.

– Não sei... Talvez se esse pai não for dedicado à família e etc. Mas acho que não... – ela respondeu. – Por quê?

– Frank estava falando que Alice não o ama... E eu fiquei pensando na hipótese de isso ser porque ele se dedica à banda e etc... Ou seja, isso também poderia acontecer comigo. Eles podem não me amar – falei, olhando para Helie e Arth que dormiam.

– É claro que Alice ama Frank – Layla riu, deitando-se ao meu lado. – E é óbvio que Helie e Arth amam você. Deixe de pensar nessas coisas bestas.

Acabei rindo, mas ainda assim estava me questionando sobre esta possibilidade. Tudo era possível nesse mundo.

Dormi rapidamente, mesmo preocupado com o fato de ser rejeitado por meus filhos. Como isso podia acontecer? Você se dedicar para criar uma criança com todo amor e depois ele não amar você!



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Notas finais do capítulo

Reviews?
Então... Esse foi o penúltimo capítuuuuloooo o/ ausauhs
Quero reviews U.U'
Malu, atualize Killjoys U.U'
Beijos!