Disenchanted escrita por Luana Lee


Capítulo 128
Capítulo 128 - Lágrimas


Notas iniciais do capítulo

ABAIXEM ESSAS ARMAS, EU QUERO VIVER!
LOL
Sorry pela demora...
kkkkk'
Boa Leitura...



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 Vi Gerard se despedir da mãe e do irmão de Malu e depois caminhar em nossa direção, secando uma última lágrima em seu rosto com as costas da mão.

 - Tudo bem? – perguntei-o quando ele sentou ao meu lado.

 - Sim – ele tentou esboçar um pequeno sorriso, mas não deu muito certo.

 - O que eles queriam com você? – questionei, mostrando a curiosidade de todos ali.

 - Hum... Aqui não é um bom lugar para isso... – ele respondeu, sem se virar para mim, olhando em volta como se observasse algo.

 Pensei em chamá-lo para ir para fora e obrigá-lo a me contar tudo, mas apenas dei de ombros e tentei puxar algum assunto com Frank.

*

 O velório seguira longo e cansativo, como todos os velórios. Havia muitas pessoas ali, Malu parecia ser querida pelos outros, apesar de tudo – ou estavam ali para ter certeza de que ela estava realmente morta, como sugeriu Mikey. Bem, eu preferia a primeira opção.

 Aproximei-me do caixão uma única vez, junto de Gerard e Mikey. Malu estava ainda mais pálida; olheiras avermelhadas que deixavam sua face um tanto triste. Quem não soubesse como ela havia morrido, poderia imaginar que ela tivera alguma parada cardíaca, ou até mesmo morrera dormindo, pois sua expressão ainda era um tanto alegre, acima de tudo, e seu ferimento não estava avista, seus cabelos agora avermelhados o encobriam com perfeição.

 Malu usava um vestido preto de seda, tomara que caia, de um modelo que provavelmente chegava até os joelhos – disso que não podia ter certeza, pois o caixão era fechado de sua cintura para baixo –; envolto por uma faixa vermelha do mesmo tecido na cintura.

 Frank olhava-a um tanto intrigado, eu podia quase ler seus pensamentos “-Será que ela está morta mesmo?”. Era o que a maioria das pessoas ali devia ter pensado quando recebera a notícia da morte de Malu.

 Gerard tinha os olhos cheios de lágrimas, como se estivesse segurando o choro há muito custo. Não dei-me ao trabalho de consolá-lo, sabia muito bem que ele daria de ombros e diria que não estava chorando, que estava “tudo bem”.

*

 Por volta das cinco horas da tarde o velório chegara ao fim, estava na hora de enterrar o corpo de Malu. Aquilo dera-me um aperto no peito, eu não sabia bem, mas não estava confortável em saber que ela estava realmente morta agora.

 Eu sabia que aquilo queria dizer que finalmente eu teria “paz”, mas não era essa sensação que eu tinha. Sentia como se eu tivesse alguma culpa naquilo. Será que era essa a parte que eu estava “perdendo” nesta história.

 Gerard, Ray, Mikey e Frank ajudaram o irmão de Malu e um tio dela – um homem alto, de cabelos castanhos e pele bronzeada; não parecia muito com ela e com ninguém daquela família – a carregarem o caixão até o cemitério ao lado da capela.

 O enterro fora rápido, amigos e parentes falaram algumas palavras de despedida, lembraram como Malu sempre fora uma garota cheia de vida e alegre; o irmão de Malu lembrara de como ela fora como irmã mais nova, de como ele a protegia na escola e depois de como espantava os pretendentes quando ela começara a chamar a atenção de garotos.

 Depois de muita emoção e muitas palavras bonitas, enterraram o caixão, cobrindo-o ao poucos com terra e depois colocando todas as flores por cima.

 Era hora de ir embora; Gerard, Mikey, Frank e Ray andaram à frente, pareciam conversar sobre algo em um volume baixo. Diana, Leticia, Ana e Aline acompanharam-me logo atrás, Alice estava um tanto inquieta, estava começando a querer sair do carrinho sozinha, Helie e Arth estavam acordados, mas tranquilos.

 - Vão ficar por quanto tempo na casa de Leticia? – Diana perguntou-me.

 - Não sabemos ainda, mas Gerard irá procurar um novo apartamento amanhã – respondi.

 - Sabe que podem ficar o tempo que for necessário – Leticia lembrou-me.

 - Eu sei – sorri.

 Despedimo-nos de todos rapidamente e entramos no carro, todos estavam cansados, havíamos passado o dia todo ali, eu precisava da minha casa agora.

 - Acho que vai chover – Leticia comentou enquanto Gerard dirigia até a saída do estacionamento da capela.

 Olhei pela janela, encarando o céu cinza que eu só reparara agora.

 - Tem razão – concordei.

 Cerca de cinco minutos depois grandes pingos de chuva começaram a cair, obrigando Gerard a ligar o limpador de para-brisas para poder enxergar a estrada à sua frente. Olhei para o banco de trás e pude ver Arth e Helie já dormindo e Leticia encarando a chuva pelo vidro.

 Quando chegamos ao apartamento Leticia ajudou-me a dar banho em Arthur e em Helena, depois os vestimos com roupinhas leves – mesmo com a chuva, o dia continuava quente – e os colocamos para dormir novamente. Depois foi a vez de Leticia tomar um banho, fui até a sala com Gerard enquanto isso, ele estava assistindo televisão, mas não parecia realmente prestar atenção no que passava na tela.

 - Sobre o que fala o programa? – perguntei em aleatório, sentando-me ao seu lado.

 - Não sei – ele admitiu, aconchegando sua cabeça em meu ombro.

 - Acho que agora estão falando sobre bordados – ri.

 - Suspeitei que pudesse ser um programa feminino – ele riu levemente.

 Afaguei o cabelo de Gerard, ficamos ali assistindo – ou fingindo que assistíamos – até Leticia sair do banho, então fui tomar o meu.

 Lavei meu cabelo rapidamente, deixei a água fria passar por meu corpo até me sentir realmente relaxada e pronta para sair.

 Depois de vestir meu pijama e escovar meus dentes, saí do banheiro, ainda com a toalha enrolada em meus cabelos. Fui até meu quarto – sempre que chamava aquele quarto de meu sentia como se voltasse há dois anos, quando nos mudamos para cá – e vi Gerard secando seu cabelo com uma toalha.

 - Demorei tanto assim no banho que você resolveu usar o outro banheiro? – brinquei.

 - Não, eu apenas estava cansado demais e queria vir dormir logo – ele sorriu.

 Fomos dormir logo, Leticia estava tão cansada quanto nós, e devíamos aproveitar que Helie e Arth já dormiam, não podíamos saber quanto tempo isso duraria.

 - Boa noite – falei a Gerard, deitando-me ao seu lado na cama.

 - Boa noite – ele respondeu, virando-se para o outro lado, ficando de costas para mim.

 Cerca de uma hora se passou e eu estava quase dormindo quando vi Gerard se levantar da cama lentamente, como que para não me acordar, e ir até o outro lado do quarto, onde estavam suas roupas que usara no velório.

 Pude ver que ele vasculhara um pouco até achar algo, depois pegara seu celular sobre a cabeceira da cama e acender a luz do visor, como que para iluminar o que estava em sua mão, parecia ser um papel. Depois ele se sentou no chão, ao lado da cama, e minutos depois pude o ouvir soluçar.

 Ele estava chorando.

 Sentei-me na cama rapidamente.

 - Gee? – chamei, aproximando-me dele.

 - Lay? – ele se virou para mim rapidamente, assustado. – Pensei que estivesse dormindo.

 - O que aconteceu? – perguntei.

 - Nada – ele tentou disfarçar.

 Toquei em seu rosto rapidamente e pude sentir que estava úmido.

 - Você está chorando – falei.

 - Não, não estou – ele disse, em tom zombeteiro, levantando-se do chão e indo até a janela.

 Levantei-me da cama e fui até o interruptor, acendendo a luz e indo até ele, encarando-o.

 - Está chorando, sim – falei.

 Gerard estava com os olhos vermelhos e o rosto coberto por lágrimas, ele olhava para fora da janela, como se reusasse olhar para mim estando naquele estado.

 - Gee... – chamei, quase em um sussurro.

 Mais lágrimas vieram aos seus olhos e ele não pode conter o choro.

 Gerard virou-se para mim e me abraçou, com força, enterrando seu rosto em meu ombro. Correspondi o abraço com a mesma intensidade, mesmo não sabendo ainda o motivo de suas lágrimas.

 Puxei Gerard até a cama e o fiz sentar, fiquei abraçada com ele por mais alguns instantes, deixando-o chorar o quanto quisesse, deixando-o liberar todas as lágrimas que segurara durante o dia.

 Depois de alguns minutos o soltei, ajoelhando-me à sua frente e secando seu rosto.

 - Por que está assim? – perguntei.

 - Por... nada – ele disse.

 - Ninguém fica assim por “nada”, Gerard – afaguei seu rosto. – Tem a ver com o que o irmão e a mãe de Malu falaram com você, não é? – deduzi.

 Gerard voltou a chorar, apoiando sua testa em meu ombro novamente.

 - O que eles falaram pra deixar você assim? – perguntei, queria saber o que deixara Gerard tão abalado.

 Gerard soltou o celular sobre a cama e depois estendeu-me o papel que estava segurando. Um papel amassado e agora um pouco molhado pelas lágrimas de Gerard.

 Peguei o papel e o abri lentamente, começando a ler...


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Notas finais do capítulo

Reviews? Preciso saber se ainda lembram de mim LOL
-x-
Tratem de atualizar as fanfics de vcs tmbm U.U
-x-
Beijos *u*