Disenchanted escrita por Luana Lee


Capítulo 127
Capítulo 127 - Velório


Notas iniciais do capítulo

Desculpa pela demora, seus lindos que vão me matar LOL
Boa Leitura...



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 Acordamos no outro dia extremamente exaustos, tanto nós, quanto Leticia.

 O dia seria difícil, aconteceria o velório de Malu. Gerard decidira que iríamos, como uma “última homenagem” à ela – não entendi muito isso, afinal, até onde eu sabia, ele sentia raiva dela por tudo o que nos causara, mas aceitei sem questionar.

 Os outros também iriam, já que todos nós havíamos entrado na vida de Malu.

 - Pronta? – Gerard perguntou-me, entrando no quarto.

 - Sim – disse apenas.

 Eu usava uma blusa de mangas curtas, preta; uma saia cintura alta da mesma cor, que chegava até um pouco acima de meus joelhos; e um sapato de salto pequeno, também preto.

 Prendi meu cabelo e um coque levemente bagunçado e fiz uma maquiagem leve.

 Gerard vestia uma camisa preta, um colete também preto e uma calça social da mesma cor; ele se colocou ao meu lado na frente do espelho, passando um de seus braços à volta de minha cintura e olhando para nossa imagem.

 - Belo cabelo para um velório – brinquei.

 - Não paro de pensar nisso – ele confessou.

 - Não está tão chamativo assim – menti.

 Ele revirou os olhos, sabendo que eu dizia isso apenas para confortá-lo.

 Nesse momento ouvimos uma batida leve na porta, era Leticia.

 - Entre – falei rapidamente.

 Ela abriu a porta apenas um pouco, o suficiente para colocar sua cabeça para dentro do quarto e olhar para nós.

 - Prontos? – ela perguntou.

 - Sim – falamos em uníssono.

 - Frank e Diana chegaram, Mikey vai nos encontrar na capela – ela sorriu levemente.

 - Okay, estamos indo – sorri.

 Ela saiu rapidamente, fechando a porta.

 - Será que a família dela estará lá? – Gerard perguntou, aleatoriamente.

 - Provavelmente – respondi, abraçando-o. – Por que está tão preocupado?

 - Não sei... – ele disse, e pareceu-me sincero.

 Selei meus lábios nos dele rapidamente e depois o soltei.


*


 Depois de conversarmos um pouco com Diana e Frank, seguimos para a capela onde o corpo de Malu seria velado.

 Assim que o Gerard desligou o motor em no estacionamento, senti o clima depressivo de cemitérios se abater no ambiente.

 Ali parecia mais frio, assim como em todos os cemitérios; senti os pelos de meus braços se arrepiarem, ali também estava enterrado o corpo de Brendon.

 Leticia ajudou-me a colocar Helie e Arth em seus carrinhos, Alice ainda dormia no seu.

 - Não gosto de cemitérios – Diana comentou, olhando para a capela. – Não deveríamos ter trazido as crianças.

 - Elas não entendem nada – Leticia disse. – Além do mais, só dormem – ela riu levemente.

 - Mesmo assim... – Diana deu de ombros.

 De repente mais um carro estacionou ali, era Ray, acompanhado de Mikey, Ana e Aline.

 - Por que veio com ele? – Frank perguntou a Mikey.

 - O pneu do meu carro estourou – ele disse, rabugento. – Estávamos em cima da hora, então resolvi ligar para Ray.

 - E eu salvei a pátria mais uma vez – Ray brincou.

 - Super Ray – Gerard riu.

 - Ele vai se achar o resto da vida agora... – Mikey revirou os olhos.

 - Está sendo mal agradecido demais – Aline ironizou.

 - Ele podia ter nos deixado lá – Ana completou.

 Eu estava um tanto confusa ao ver Aline e Ana juntas, ali, conversando; todos nós sabíamos que Aline e Mikey estavam tendo algo, mesmo que eles ainda não tivessem assumido nada formalmente. E Ana era ex-namorada de Mikey, os dois haviam brigado ou algo assim, então não esperávamos que eles tivessem uma amizade tão grande assim, de repente, e muito menos que essa amizade incluísse Aline, que parecia já bem íntima de Ana.

 - Vamos entrar? – Frank perguntou-nos.

 - Vamos – respondemos todos.

 Repentinamente, Gerard entrelaçou nossas mãos, apertando meus dedos com os dele, como se estivesse nervoso ou algo assim.

 Olhei para ele, dando um leve sorriso como que para tranquilizá-lo. Ele correspondeu brevemente, assumindo rapidamente uma expressão fria, como que para não perceberem seu real nervosismo.

 Caminhamos todos em direção à grande capela onde estava sendo velado o corpo de Malu, Mikey resmungava algo com Aline e Ana, que pareciam reclamar de algo nele; Diana conversava com Leticia sobre algo que não pude distinguir; e Frank falava com Ray sobre algo no cemitério.

 Subimos as escadas, chegando finalmente à entrada da capela – ela era feita em um estilo gótico que a maioria das capelas antigas tinha, tinha um tapete vermelho que dividia as duas fileiras de bancos e levava até o altar, onde agora estava o caixão de Malu, cercado por flores e coroas.

 Havia mais pessoas do que o esperado ali. Além da família que estava próxima ao caixão, várias outras pessoas ocupavam os bancos, todos vestidos devidamente de preto, como se era de esperado.

 Gerard apertou ainda mais minha mão, como se pedisse ajuda desesperadamente. Acariciei as costas de sua mão com meu polegar, ele não reagiu, mas eu sabia que havia ajudado.

 Conforme caminhávamos em direção ao altar pude identificar os integrantes da família de Malu. Uma mulher de aproximadamente cinquenta anos chorava ao lado do caixão, abraçada com um homem de no máximo trinta anos.

Mãe e irmão?, pensei.

 Ao lado deles também havia outra mulher, com cabelos levemente grisalhos, mas não devia ser mais velha do que a mãe de Malu, provavelmente uma tia ou algo assim.

 Resolvemos nos sentar nos bancos, iríamos nos aproximar do caixão depois, quando todos já tivessem se acostumado com nossa presença ali – devemos concordar que eles, principalmente os parentes, podia ter uma leve aversão a nós, por todo o desentendimento com Malu.

 - Gerard Way? – uma voz masculina chamou atrás de nós depois que já estávamos alguns minutos sentados ali.

 Olhei por reflexo, assim como os outros. Era o homem que estivera abraçado com a suposta mãe de Malu quando chegamos, ele estava com algumas lágrimas nos olhos, mas parecia calmo.

 - Sim? – Gerard levantou-se.

 - Minha mãe... Mãe de Malu, quer falar com você – ele disse, lentamente.

 - Okay – Gerard respondeu, sem escolha.

 Ele seguiu o irmão de Malu até o altar, que agora se encontrava vazio... Eles ficaram parados lá conversando por alguns instantes, seguindo depois em direção a uma porta que levava à partes privadas da capela, onde a mãe de Malu deveria estar.

 - O que será que ela quer falar com ele? – Frank perguntou em aleatório.

 - Não faço ideia – respondi. – Tomara que não o culpe pelo o que aconteceu, ele não teve culpa.

 - Só eu que não estou acreditando ainda que ela morreu mesmo? – Mikey zombou.

 - Não se faz brincadeiras em velórios, Mikey – Aline repreendeu-o.

 - Gostaria que rissem de você no seu enterro? – Ana perguntou-o, completando a bronca de Aline.

 - Só quis dizer que ela já mentiu uma vez, podia estar mentindo de novo... – ele revirou os olhos.

 - Okay, e aquele corpo ali? É de quem? – Leticia ironizou.

 - Vocês não entendem... – Mikey bufou.

 Depois de quase meia-hora ali, Gerard apareceu na porta novamente, junto do irmão de Malu e de sua mãe. Ele parecia ter chorado, assim como os outros dois, isso estava deixando-me preocupada. Eu sentia como se estivesse perdendo alguma coisa nessa história.



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Notas finais do capítulo

Reviews? *u
Please?
-x-x-
Está acabandooooooooo.. lol
Beijos