Disenchanted escrita por Luana Lee


Capítulo 101
Capítulo 101 - Sonho


Notas iniciais do capítulo

Mais um cap.
:)
Nos vemos lá embaixo.
Boa Leitura.



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Gerard’s P.O.V.


Abri meus olhos, confuso. Estranhei o fato de eu estar sentado no canto de uma sala completamente vazia. A iluminação aqui era ruim de mais, eu mal podia enxergar o espaço à minha frente.

As últimas coisas que lembro-me antes de vir para cá, eram de ver Mikey, Frank e Layla chorando à minha volta, não me lembrava exatamente o motivo. Logo depois eu fui colocado sobre algo frio e carregado até uma... ambulância? Depois eu dormi, e acordei aqui.

Foi então que lembrei o motivo das lágrimas de todos, o motivo de eu ser colocado naquela ambulância. Eu havia levado um tiro... um tiro para defender Layla daquela garota de pele pálida.

Olhei para mim, esperando ver o ferimento em minha barriga, mas surpreendi-me ao me ver usando roupas aparentemente antigas, completamente negras.

Eu usava uma camisa social de mangas longas, um colete e uma calça também social, parecia-me que eu estava vestido para uma ocasião especial ou uma festa à fantasia.

Levantei-me em cambaleei até o outro lado daquele cômodo, tateei as paredes até encontrar uma porta de madeira antiga. Girei a maçaneta e entrei em uma sala com móveis antigos, parecia-me um tanto familiar, mas eu realmente não lembrava-me de tê-la visto antes.

Estranhei ao ver várias pessoas ali, todos vestindo roupas negras como as minhas, e... choravam?

Aproximei-me dali, tentando ver algo. Eles estavam em volta de algo, que provavelmente seria o motivo de suas lágrimas desesperadas.

Assim que me aproximei, pude ver o caixão de madeira escura que se encontrava entre essas pessoas, cercado por rosas vermelhas e parcialmente aberto.

Caminhei lentamente, estranhei o fato de não encontrar dificuldade alguma em passar entre as pessoas, mas ignorei. Apenas andei até o caixão, tentando entender o porquê de tudo aquilo.

Só então vi o rosto do corpo inerte que se encontrava ali, pálido e sem vida naquele caixão.

Era eu. O rosto era meu, o corpo era meu! Olhei em volta desesperado e pude ver minha mãe em lágrimas no outro lado da sala, junto de meu pai e meu irmão. Todos vestiam roupas antigas e negras, deixando-me ainda mais confuso.

Corri até eles, passando por entre as pessoas sem nenhuma dificuldade, percebendo então que eu simplesmente as atravessava... Eu passava por elas como uma simples neblina.

Cheguei até minha família, tentando tocá-los, sem sucesso algum.

– Ele morreu por ela – minha mãe disse entre as lágrimas.

– Ele a amava, mamãe – meu irmão tentou consolá-la. – Apenas tentou vingar o que aconteceu a ela...

– Mas ela já está morta! – minha mãe rosnou. – Ele devia ter continuado sua vida! Não devia ter ido atrás de Brendon, não devia ter feito nada... Agora ele... está morto também!

– Não devemos culpá-lo – meu pai disse, abraçando-a com força. – Ele apenas quis fazer justiça à Layla.

Layla. Onde ela estava?

Olhei em volta, nervoso, procurando pelos rostos tentando encontrar aquela face doce e apaixonante que eu reconheceria em meio a milhares de pessoas. Mas não tive sucesso, ela não estava ali.

Raciocinei as palavras de minha família, tentando encaixar tudo em minha mente. Layla... estava morta também.

Nesse momento meus olhos fitaram a janela ao fundo da sala, dando visão à parte de fora daquela casa, o dia lá fora estava nublado, uma forte neblina pendia em torno do ambiente e provavelmente estava garoando.

Aos poucos minha visão se adaptou e eu pude ver a espécie de túmulo que havia lá, uma lápide grande e acinzentada sinalizava o local onde um corpo repousava.

Corri até a porta sem hesitar. Passei por ela rapidamente e fui até a lápide que se destacava em meio a nevoa.

Ajoelhei-me ao seu lado, lendo as letras negras que diziam:


- -


             Layla Lee Phillips.

Nascida em: 17 de Dezembro de 1858

Morta em: 03 de Junho de 1879


      Filha amada, saudades eternas.

                          Família Phillips.



- -


Passei meus dedos por cima das letras, estranharia o fato de o ano e o século serem totalmente diferentes, mas agora tudo estava se encaixando em minha mente... Não estávamos no mesmo tempo de antes, isso era o “passado”, de alguma forma eu voltei a ele.

Talvez uma... outra vida, outra encarnação.

De repente o dia deu lugar a uma escuridão plena, apenas uma luz fraca permitia-me ver o que havia à minha frente.

Nesse momento vi uma figura feminina se aproximar de mim, apertei meus olhos para tentar identificá-la.

– Oh Deus! – arfei ao ver seu rosto pálido e familiar.



***

Layla’s P.O.V.


Eu já estava há cerca de quatro horas ali com Frank, esperando alguma notícia da cirurgia de Gerard, mas nada.

Minha cabeça doía e eu estava com sono, mas não sairia dali até ver Gerard bem. Frank também parecia abatido, mas quando disse para que fosse para casa ele bateu o pé e insistiu em ficar.

– Vou pegar um café, quer? – Frank perguntou.

– Pode ser... – sorri levemente.

Frank levantou-se e caminhou até a máquina de café que havia ali, ele pegou dois copos médios descartáveis e os encheu até a metade, voltando para sua poltrona e entregando-me um.

Bebi o café muito lentamente, não estava com sede e nem com fome.

– Quer que eu busque algo para você comer? – ele ofereceu.

– Não – respondi quase em um sussurro.

– Você precisa comer algo, Layla – ele insistiu.

– Não vou conseguir engolir nada, Frank – fui sincera.

– Okay, mas depois irei buscar algo para que você se alimente – ele disse.

Deitei minha cabeça na poltrona, tentando relaxar um pouco, mas era desconfortável demais e me deixava mais estressada, bufei e voltei à minha posição inicial.

– Venha aqui – Frank deu uma leve risada, aproximando-se mais de mim e puxando minha cabeça para seu ombro.

Não recusei, era mais confortável do que ficar torta o resto da madrugada.

Deitei minha cabeça sobre o ombro de Frank e coloquei minhas pernas sobre a poltrona, ficando quase deitada. Frank deitou sua cabeça sobre a minha e afagou meu rosto.

Fechei meus olhos e suspirei.

Logo pude ouvir Frank cantarolar alguma coisa, depois de alguns instantes reconheci a letra de The Ghost of You. Sua voz era doce e ele cantava tão bem quando Gerard.

Concentrei-me na letra da música e na voz de Frank, acabei deixando algumas lágrimas escaparem, essa música falava exatamente o que eu estava sentindo agora... O medo de perder alguém que se ama...

Acabei adormecendo alguns instantes depois, deixando que a música me tranqüilizasse aos poucos.


*

Layla’s Dream – On


Eu estava naquele campo florido novamente, as flores estavam mais baixas, mas ainda sim lindas e perfumadas.

Caminhei lentamente com um pouco de dificuldade por entre as flores, até avistar uma pequena parte descampada há alguns metros de distância. Lá pude ver rapidamente uma silhueta masculina, familiar, que estava sentada sobre o gramado esverdeado junto de duas outras silhuetas menores.

Acelerei o passo e cheguei rapidamente até lá, sorri ao ver aquela cena.

– Gerard! – chamei, sorrindo.

Ele virou-se rapidamente, sorrindo ao meu ver.

Gerard brincava com duas crianças de mais ou menos dois anos de idade, que pareciam-me realmente familiares. Demorei alguns segundos para perceber que eles seres pequenos eram os meus bebês... Arthur e Helena.

Sorri mais ainda e aproximei-me deles, abaixando-me para olhar as pequenas crianças que estava cambaleando ainda com uma aparente dificuldade na hora de andar.

Os dois vestiam roupinhas claras, assim como Gerard.

Helena tinha cabelos castanhos escuros com vários cachinhos nas pontas, indo até um pouco abaixo do pescoço, sua pele era clarinha e suas bochechas rosadas; seus lábios era vermelhos e grossinhos; seus olhos eram esverdeados assim como os de Gerard.

Arthur tinha os cabelos da mesma cor, mas era lisos e curtinhos; sua pele era tão clara quanto à de Helena, e suas bochechas igualmente rosadas; eles eram realmente parecidos, com exceção dos olhos, os de Arth eram um pouco mais acinzentados.

Eles tinham os narizes iguais ao de Gerard, e isso deixava-me muito feliz. Sempre achei o nariz de Gerard perfeito, merecia ser passado para as futuras gerações.

– Estávamos lhe esperando – Gerard sorriu.

Arth estava sentado ao lado de Gerard, brincando com um caule de uma flor que ele provavelmente despedaçara, Helie estava de frente para ele e levantou-se com dificuldade, apoiando-se com as mãozinhas gordinhas no chão e ficou de pé, cambaleando até mim com um sorriso lindo no rosto.

Ajoelhei-me no chão e abri meus braços para recebê-la, ela tinha uma flor rosa em umas das pequeninas mãos. Helie pulou rapidamente em meu colo, a abracei com força, parecia que eu não os via há séculos.

Logo depois afastei-a de mim para olhar seu rostinho, ela sorriu sincera e me estendeu a flor pequena, parecia tentar falar algo, mas apenas podia-se entender algumas vogais soltas.

– É para mim? – perguntei.

– Uhum – pude entender ela dizer, concordando com a cabeça também.

Peguei a pequena flor rosa, era perfumada e delicada.

– Obrigada, Helie! – sorri, dando um beijo em sua bochecha.

Ela sorriu e correu, tortamente com aquelas perninhas curtas e cordinhas, pulando sobre Gerard.

Arth levantou, apoiando-se nos braços de Gerard, olhou para mim e deu um sorrisinho um tanto “sapeca”, acabei rindo com isso.

Ele olhou para Gerard e falou “papai”, trocando um pouco as letras, mas ainda sim podia-se entender.

– Sim? – Gerard perguntou a ele, enquanto Helie mexia em seu cabelo com as pequeninas mãozinhas.

Arthur entregou o pequeno caule com que brincava para Gerard e depois correu até mim, assim como Helie.

– Olá bebê! – falei, o abraçando.

Gerard brincava com Helie, ela puxava seus cabelos e ele ria.

Arth me soltou, olhando para mim e dando novamente aquele sorriso sapeca, ele enrolou sua mãozinha pequena em uma mecha de meu cabelo e levou a outra mãozinha ao meu rosto, tocando minha boca.

Dei uma leve mordida na ponta de seus dedinhos, fazendo-o rir freneticamente. Uma risada gostosa e divertida, que fez-me rir também.

Ele soltou meu cabelo e voltou até Gerard, nesse momento vi a cena ficando mais distante, como se eu estivesse sendo puxada para trás e me afastando muito rapidamente do local. Em segundos tudo virou escuridão e eu senti meu corpo cair.


Layla’s Dream – Off


*


Abri meus olhos rapidamente, percebendo que tudo não passara de um sonho. Frank havia parado de cantar, pelo peso de sua respiração e de sua cabeça sobre a minha eu podia deduzir que ele havia pegado no sono também.

Suspirei e fiquei pensando no sonho que tivera, daria tudo para que fosse realidade, para que agora eu estivesse em um pesadelo e que a vida real fosse aquele sonho.

Mas infelizmente não era assim, o sonho não passara de um sonho e o pesadelo era a vida real.



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Notas finais do capítulo

REVIEWS? =)
Aiin, gosti desse sonho dela...
-x-x-
Gente o nariz do Gerard é perfeito mesmo, acho que todas as Killjoys queriam que seus filhos nascessem com narizinhos iguais ao dele kk'
-x-x-
Killjoys, seus lindos! Leiam a nova fic da fofa da Ana (A_Revolution) >> https://www.fanfiction.com.br/historia/198548/A_Kiss_Before_She_Goes/
-x-x-
Hoje tive mais uma crise de abstinência da fic da Aline (ElecrasMistery) e quase quebrei o controle remoto da minha tv ... Qndo vi que ñ tinha sido atualizada eu fiquei muito braba ashuahsuh'
#AlineAtualizaAFic !
-x-x-
Eu acho que é só isso que eu tinha pra dizer... =) Qualquer coisa eu posto no próximo =)
Beijos'