Cerejas Roubadas escrita por gi_wentz


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oláaaa (:
Espero que gostem dessa fic, e se puder, por favor comente ^^
Não reparem muito nos erros ortográficos >.
Se divirtam,
Boa leitura :D



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Em um mundo antigo, onde os feudos ainda existiam, onde a realeza se esbaldava em banheiras vitorianas e vinhos caseiros, essa historia se desenrola como em um conto de fadas, em meio a travesseiros de veludo e castelos, dois homens se encontram.

O plebeu, e o rei.

Abri meus olhos, e a luz fraca do sol entrava pela cortina fina do meu quarto. Sentei-me na cama e senti o lençol cair do meu corpo em direção ao chão. Andei até a janela, ainda bocejando de sono, e abri as cortinas deixando o sol entrar no quarto e aquecer cada tabua de madeira escura que forrava o chão.


Fui ao pequeno guarda-roupa e peguei as uma blusa de algodão branca e uma calça um tanto larga também de algodão, só que na cor bege. Calcei meus sapatos e sai do quarto, já descendo as escadas em direção a ao único banheiro da casa. Fiz minhas necessidades, lavei as mãos, o rosto, escovei os dentes com o elixir de menta, e fiquei me encarando no espelho em quanto passava um pente pelos meus cabelos lisos e cinza que escorriam bagunçados até a minha bochecha.


Eu moro sozinho desde os meus dez anos de idade, mas isso nunca me impediu de levar uma vida tranqüila e posso dizer que um tanto prospera.


Fui a mesa da cozinha, preparei um café da manha rápido que logo tratei comer, precisava colher as cerejas, levar ao castelo do rei antes do seu café da manha.


Eu moro perto do muro sul do feudo, e o castelo fica no centro de tudo, cercado pela vila alta, onde as pessoas mais nobres moram, depois vem a vila média, onde os comerciantes moram e trabalham, vendendo desde pães até tecidos de alta qualidade e por ultimo, onde ficam os agricultores, como eu.


Uma pequena casinha completamente encostada no muro sul, feita de madeira escura cercada por cerejeiras altas e carregadas dessa fruta tão doce e cheirosa.


Sai na parte de trás de casa, logo após que terminei meu café da manha, e peguei uma cesta enorme de vime, comecei a colher as cerejas que já estavam maduras, o que é um trabalho demorado e um tanto chato. Quinze cerejeiras depois, já havia terminado e já estava dentro de casa novamente com essas pequenas bolinhas vermelhas lavadas e aconchegadas dentro da cesta.


Cinqüenta minutos depois estava entrando pelo portão dos fundos do grande castelos de pedras frias e escuras, chegando rapidamente a cozinha, onde todos trabalhavam, limpando e arrumando as porcelanas sujas da noite anterior. Os outros serviçais corriam de um lado para o outro com vassouras e baldes de água para limpar o castelo por dentro. Do lado de fora a mesma agitação tomava conta, os jardineiros que tomavam conta do jardim real pareciam afobados tratando as rosas brancas que mais se pareciam com tangerinas de tão grande que eram.


Nada muito diferente do dia-a-dia.


Andei até a habitual mesa de mármore branco, e coloquei a cesta grande e pesada em cima dela, olhando em volta, esperando alguém para me pagar, o que sempre demorava. Só fui notado quando um homem alto e esguio, vestido com roupas para montar, corria com uma cesta de maças nos braços e esbarrou em mim fazendo algumas maças rolarem pela cozinha.


– Quem é você jovem? – ele perguntou pegando algumas as maças que estavam por perto.


– Apenas trago as cerejas... – sorri sem graça.


– Oh... – ele olhou a cesta. – Espere aqui que já mando alguém lhe pagar. – ele falou e logo se foi apressado.


Quase dez minutos depois um mordomo muito bem arrumado e esticado veio falar comigo, seu nome era Bernardo, deu-me um saquinho com as moedas de ouro, e comeu algumas cerejas da cesta.


Ele sempre vinha me pagar, e eu nunca falava com outra pessoa.


Dei de ombros e comecei a andar para a saída da cozinha quando senti algo duro na minha cabeça e depois o escuro.


–*-


– Soube que um dos meus camponeses desmaiou dentro do meu castelo... – a foz abafada e aveludada soou leve perto de mim. Não queria abrir meus olhos e dar de cara com a luminosidade que provavelmente me faria fechar os olhos novamente, e faria minha cabeça latejar de forma mais bruta. – Como esta se sentindo? – a voz perguntou novamente, insistente, então abri os olhos.


Ao contrario do que imaginava, não estava claro, estava quase escuro e aconchegante, somente com uma lareira emitindo uma luz amarelada pelo cômodo inteiro. Eu repousava deitado em uma cama macia, coberto por um lençol tão fino e delicado quanto uma flor.


– Bem... Eu acho... – falei baixo, me sentando e sentindo uma vertigem me alcançar e me fazer deitar novamente, agora sem expectativas de levantar.


– Esse seu “eu acho” não me convence muito... – ele falou novamente, sentando-se ao lado da minha perna, olhando-me curioso, porém gentil.


Fiquei inerte, olhando sua beleza. Os olhos de um azul petróleo profundo, assim como seus cabelos bagunçados e despenteados. Os lábios entreabertos, pálidos, sendo lambido constantemente por uma língua rosa e úmida, a pele clara como porcelana e as vestes de alta qualidade. Ele inteiro, ali, sentado ao meu lado, com os braços um tanto fortes apoiados na cama, um de cada lado do meu corpo e os olhos, tão curiosos me analisando, ao mesmo tempo que as minhas bochechas ganhavam uma coloração avermelhada.


Seu perfume caia sobre meu corpo como um véu, tão doce e viciante, seu sorriso de lado apareceu ao perceber que estava um tanto paralisado, e a voz brincalhona após isso.


– Não fique tão chocado assim. – disse o rei sorrindo de lado, ainda brincalhão, em quanto eu apenas engolia em seco.


Ele se afastou, cavalheiro, e foi se encostar na madeira escura do dossel da cama, ainda olhando-me.


Dessa vez me sentei de vagar, cruzando as pernas, e levando uma mão a cabeça, sentindo uma parte sensível e dolorida.


– O que aconteceu exatamente, majestade? – perguntei educado.


– Bom, pelo que eu soube, um balde caiu na sua cabeça. – ele sorriu. – Quem estava limpando as vidraças era um pouco desastrado.


– A... – exclamei baixo, colocando os pés para fora da cama. – Sinto muito por incomodar, não vai voltar a acontecer meu rei... – falei baixo corando novamente, mas antes que conseguisse achar meus sapatos, aquele homem tão lindo estava a minha frente, com as mãos pousadas em meus ombros.


– Melhor ficar deitado mais um pouco... Vou pedir para trazerem algo para comer. – ele sorriu e esperou que eu me deitasse novamente para sai do quarto.


Respirei profundamente o aroma de rosas e madeira queimada que deixava aquele quarto escuro e amarelado tão aconchegante. Pude reparar que as cortinas eram pesadas e bloqueavam completamente qualquer luz que ousasse entrar no aposento. A lareira era grande e imponente diante de um conjunto de sofás gordos e aconchegantes. A cama é ridiculamente grande, com um dossel tão alto quanto o teto, feito de uma madeira grossa e escura, e o tecido que se fechava em volta da cama era tão pesado quando os das cortinas, porem estes estavam amarrados com cordas douradas que reluziam no amarelo do fogo.


Muito a frente da cama um enorme prateleira se revelava, com vários quadrado de madeira cheio dos mais variados livros, e entre eles, algumas velas repousavam apagadas quase melancólicas, e grandioso a frente da prateleira, mas muito a frente da cama, estava um divã, tão grande e luxuoso quanto o permitido.


Sentei-me teimoso na cama, querendo deliciar-me mais com aquele quarto que era um exagero de grande, forrado por tapetes bordados cobrindo o chão de madeira, os pequenos criados-mudos ao lado da cama, ambos com candelabros para três velas, reluzindo de tão polidos, e em uma dessas mesinhas repousava um livro, grosso e amarelado pelo tempo. Espalhado pelos cantos do quarto mesinhas altas com vasos de flores repousavam dormindo no escuro.


Pude ver duas portas dentro do quarto, além da qual o rei usou, mas decidi que já era hora de deitar novamente, todo aquele luxo, e aquela dor de cabeça latejante não estava ajudando, nem a riqueza de detalhes em cada canto do quarto.


Fiquei deitado até uma porta abrir-se devagar, e o rei entrar por ela, alto com poucos músculos definidos por baixo da roupa, ele era seguido por uma moça de vestido bege segurando uma bandeja. Ela humildemente a colocou no pé da cama, e se retirou com uma pequena reverencia.


O rei se sentou no pé da cama, perto da bandeja, sorriu para mim e empurrou um pouco a bandeja na minha direção. Me sentei na cama, encarando a bandeja, sem ter coragem o suficiente para encarar o homem a minha frente.


– É muita bondade da sua parte meu rei, mas acho desnecessário, não quero incomodar... – falei baixo, sem graça. Não era certo eu estar ali, sentado naquela cama.


– Me chame de Brendon. – ele sorriu – Qual é o seu nome mesmo?


– Eric Moore... – disse baixo, me rendendo a beleza da comida, pegando um pedaço do bolo de chocolate com o talher pesado de prata.


Ele apenas me observava sorrindo, esperando pacientemente que eu terminasse de comer aquela bandeja tão recheada. As vezes ele bagunçava mais o cabelo, fazendo minha espinha se arrepiar, ou então apenas lambia os lábios, olhando-me como se pudesse me ver nu por debaixo das vestes, o que me fazia corar.


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Notas finais do capítulo

Beiijos
Gi Wentz



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