- Chega, eu não agüento mais

- Não faz nem meia hora que começamos - Mike fala

- Cara eu to acabado - eu resmungo, Puck senta na grama do lado onde eu estou deitada completamente exausta, depois de uma noite praticamente em claro, pensando em como fazer para o Finn me ajudar sem que eu tenha realmente fazer a Rachel se aproximar dele.

- O treino está acabado por hoje - Finn fala e vai embora junto com Mike.

- Ele esta pegando pesado

- Eu também acho - Puck concorda - você não gosta dele né?

- Nem um pouco

- Nem eu

- Por essa eu não esperava

- Só porque eu ando com ele, faço o que ele manda, não quer dizer que eu tenha que gostar

- E porque você faz o que ele manda?

- Porque como você, eu preciso dele, pra conseguir o que quero

- E o que você quer?

- O lugar dele... - franzi minhas sobrancelhas em confusão - Não me entenda mal, eu só acho que ele não é tão bom jogador, eu sou melhor

- É eu não acho que ele jogue bem

- Pois é, ele sempre faz uma burrada no jogo, quando não é expulso no meio da partida por agredir outro jogador.

- Você quer ser o quarterback?

- Isso mesmo, eu só preciso de uma chance, para a treinadora Beiste me ver no jogo contra o Carmel.

- E eu preciso entrar no time contra o Carmel

- Estamos na mesma situação

- É - falei me levantando do gramado - é bom saber que você não é um completo idiota

- Eu digo o mesmo de você - ele estendeu a mão e eu apertei

- Acho que podemos ser grandes amigos.

- Eu concordo

Voltamos pro dormitório, acho que vai ser bom ter um aliado aqui nessa escola, Puck é inteligente, embora as vezes se fassa de burro. Vamos construir uma amizade agora que vimos que temos mais em comun do que pensavamos.

Durante as aulas, nada de anormal aconteceu. Já na ultima, que era o Glee, algo muito estranho aconteceu. A Rachel não apareceu.

- Alguém viu a Rachel? - Will perguntou a turma toda

- As lideres de torcida pegaram ela agora pouco, provavelmente ela deve estar no banheiro se limpando

- Sue é um diabo - exclamou Will estressado

- Sr. Shu eu posso ir no banheiro, acho que comi alguma coisa estragada - eu falo colocando a mal na barriga

- Claro Charlie vai lá

- Obrigado - saio da sala em disparada, quando chego na porta do banheiro me lembro que não posso entrar no feminino - Droga - abro a porta e grito - Tem alguém ai? - ninguém responde mais eu posso ouvir soluços, e sai exatamente de quem é. Sem pensar duas vezes entro no banheiro e procuro Box por Box até chegar no ultimo que é para deficientes.

- Rach - quando eu a vejo, meu coração passa uma dor tão forte que parece até que sou eu que esta no lugar dela - Ei

- Esse é o banheiro feminino - ela fala assim que me ajoelho perto dela que está sentada no assento sanitário

- É eu sei, mais tem uma garota que eu gosto muito, que está precisando de ajuda, ai eu não vi problema em entrar - falo acariciando seu cabelo que está completamente congelado, por causa dos Sluchines - vem, vou ajudar você a se limpar - peguei na mão dela e a levei até a pia. Puxei uma cadeira que estava do lado da porta trancando a mesma e coloquei pra ela sentar.

- Quem fez isso com você?

- As lideres de torcida, elas não gostaram do sabor do slushine e derramaram em mim

- Isso vai ter volta Rach

- O que você vai fazer?

- Não sei mais isso não vai ficar assim

- Você não pode bater em mulher, existe uma lei que...

- Eu não vou bater em ninguém Rach - não agüentei e comecei a rir, ela me acompanhou.

- Ainda bem.

- Eu só vou... Ter uma conversinha com elas

- Não quero que se meta em encrenca por minha causa, eu já falei

- Eu sei, mais isso não pode acontecer, isso é bulling

- O diretor sabe que isso acontece aqui e não faz nada, por medo da Sue

- Tudo bem, por enquanto eu vou ficar na minha, mais é só eu ter oportunidade que pego elas de jeito - ela sorriu o meu sorriso preferido. Depois de um tempo, muita gente tinha batido na porta. O diretor chegou acompanhado da treinadora Silvéster gritando no megafone pra abrirmos a porta.

- Me ferrei - eu falei batendo com a mão na testa

- Eu tenho uma idéia, vem - ela me puxou em direção ao Box que ela estava, lá tinha uma pequena janela que dava para o campo de tutelou "detalhe estava a uns dois metros de altura do chão.

- Você não quer que eu pule né?

- É isso, ou uma suspensão indeterminada, porque vão achar que nós estávamos fazendo coisas nada inocentes, trancados no banheiro.

- É muito alto Rachel

- Olha fica se segurando aqui no parapeito, assim quando eles forem embora você sobe de volta e sai pela porta

- O Deus! - pisei no assento da privada e coloquei uma perna do lado de fora, depois foi a outra. Quando meu corpo já estava totalmente fora do banheiro ela me puxou e deu um beijo na minha bochecha mais demorado que o normal e sussurrou no meu ouvido.

- Boa sorte!

- Eu vou arrombar a porta... É um é dois é... - Sue gritava no seu megafone, quando a contagem regressiva chegou ao fim Rachel abril a porta.

- Desculpem a demora, é que entrou slushine nos meus olhos - Ela com certeza vai ser uma ótima atriz.

- Tem alguém com ela - Sue afirmou, olhando o diretor Figgins. Eles dois entraram no banheiro e olharam Box por Box. Mais nada encontraram.

- Se as suas lideres de torcida não fizessem isso comigo, talvez eu não me trancasse no banheiro pra me limpar.

- Isso é uma nota mental pra eu fazer elas te darem mais banhos. - "mulher mesquinha"

- O senhor esta vendo a ameaça que essa maluca esta me fazendo? - o diretor olhou pra Sue e abaixou a cabeça, assim saindo do banheiro.

- Não pense que eu engoli essa que você estava sozinha aqui mocinha - ao escutar isso eu não tive outra escolha a não ser me jogar da janela. O impacto foi tão grande que minha peruca caiu. Senti o lado esquerdo do meu corpo estremecer de dor, como se não bastasse as pancadas que eu levava do Finn, agora essa queda. Sai correndo pro meu quarto como se minha vida dependesse de lá. Mais de longe me virei e vi a cabeça de Sue Silvéster na janela por onde eu tinha acabado de passar.

Quando cheguei no meu quarto meu telefone tocou. Eu atendi sem nem olhar quem era.

- Alo?

- Quinn? - era o Charlie "ótimo"

- Sou eu - falei tirando minha voz grossa

- Você está bem? Sua voz tá diferente

- Sim, eu só estou com tosse - cof cof

- Haaaa, como estão as coisas?

- Ótimas, melhores impossível.

- Legal. Você ligou pra minha escola?

- Eu já resolvi isso - falei olhando o quarto.

- Que bom. Eu só liguei pra avisar que vou demorar uma semana a mais, pra você não ficar preocupada certo?

- Ok. Pode deixar. Como está tudo ai?

- Você não faz idéia de como isso aqui é legal. Eu estou tirando bastante foto pra você ver. Agora eu tenho que desligar.

- Tá bom, tchau Brow

- Tchau pirralha

Desliguei o telefone e ajustei minha peruca que estava fora do lugar. Meu lado esquerdo estava muito dolorido, então eu tirei a camisa e o colete que servia pra prender meus seios. Estava horrível, totalmente cheio de hematomas, desde o quadril até um pouco abaixo das axilas. Uma barulho de porta se abrindo me tirou do meu transe. Me virei assustada pra ver quem era e me deparo com Noah Puckerman olhando descaradamente para os meus seios expostos. Em um gesto mecânico eu pego a minha camisa e me cubro. Mais já era tarde, ele já tinha visto o que não era nem pra sonhar que existia.

- Eu posso explicar