The Black Angel escrita por Beilschbitch


Capítulo 12
Coisas a serem acertadas


Notas iniciais do capítulo

Vou tirar umas férias de escrever...
Não, abaixem essas armas!
Bem, agora tudo está ficando mais claro acerca de Gerard e seus amigos. Ou não?
Helena ainda tem muito o que descobrir, e muito o que viver... Vamos lá?



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Saí do banheiro, descendo as escadas levemente, para não acordar meu pai e meu irmão gêmeo. Passo pela sala e vejo uma figura de preto, de cabelos negros, sentada no sofá.

– Bom dia, Helena.

– Bom dia, Gerard.

Fiquei constrangida. Gerard estava frio.

– Mudou de roupa? – perguntei inocente.

– Sim... moro aqui em frente, agora. - Ele não olhava para mim.


P.O.V. Mikey

Gerard havia ligado para todos os celulares daqui de casa, informando sobre o falecimento do irmão mais novo de Helena. Ficamos bem tristes, apesar de não o conhecermos. Quer dizer, eu conhecia. E mantenho um pequeno segredo, que só tem conhecimento eu e Matthew: eu o ensinei tocar baixo. Agora, sou apenas eu que sei, das tardes que eu chegava tarde, alegando estudar na biblioteca: ficava na sala de música, aprendendo bateria e ensinando baixo.

Mas meu pequeno aprendiz se foi. Sinto uma dor imensa. Sou bastante sentimental, mas não consigo me expressar. Ouço piadas de mim, sobre meu defeito de ser anti-social, meu próprio irmão, meus amigos, meus colegas. Todos me zoam, me chamam de “quietinho”. Mas esse é o meu castelo. Meu forte, meu local seguro. Que impliquem, que falem. Não me importo.

Meu extremo oposto atende pelo nome de Lady Gaga. Extrovertida, alegre, consegue traduzir suas emoções belamente. Ou talvez nem tão oposta,já que dividimos algumas coisas: gostamos de unicórnios, sushi, Nova York e muito mais.

Eu tenho segredos como qualquer adolescente de 17 anos. Mas o que eu guardo no fundo do coração, num baú fechado, trancada a oitenta chaves, é que...

Gaga e eu nos beijamos. Seis vezes.

Muito bem, pode começar a me fazer mil perguntas. Terei as mil respostas. Nos conhecemos quando estávamos no 6º ano, tínhamos 11 anos, aquele fim de infância que a gente nem sabe o que quer. Sempre fui alvo de bullying por morar em um orfanato E ser órfão. Meu irmão ainda morava, mas tinha um tutor, que poderia me adotar mais tarde, nunca entenderei essa burocracia...

Pois bem, nessa época conheci uma morena, linda. Ela era a única garota em toda a face da terra que falava comigo. Ficamos muito amigos, e um dia ela até foi ao orfanato brincar comigo.

Mas um dia, meu irmão com seus recém-feitos 16 anos, foi comigo ao parque. Ele ficara tomando coca, enquanto eu ainda tinha a mentalidade inocente de um garotinho, e fui me balançar. Depois de uns bons minutos, vejo a garota mais simpática me olhando. Sinto que fiquei com vergonha sem tamanho.

Resumindo a história: Nosso primeiro beijo aconteceu atrás de uma árvore, nesse mesmo dia. E os outros foram acontecendo por aí...

*

Nos vestimos de preto e fomos no Hyundai Elantra de Ray, seguindo para a casa de Helena, para o velório.

Só os amigos bem íntimos estavam lá, ou seja, os garotos da banda. Eu previa que a casa encheria mais tarde.

Meu irmão estava lá, impassível, sentado no sofá. Abraçamos Helena e sua família, dizendo palavras doces e reconfortantes. Depois dos pêsames, fui falar com meu irmão. Após muita insistência de minha parte, ele finalmente falou:

– Meu irmão, o Korse vai me matar. Fiz uma enorme bobagem!

Olhei meu irmão como se ele tivesse cometido um crime. Ele sussurrou ao meu ouvido, com a voz chorosa:

– Eu beijei a Helena!

Comecei a me perguntar onde isso era bobagem. Respondi a ele que Korse, nosso “pai” (mais dele do que meu), não iria deixar um cara de vinte um anos sem saber como era um gosto de um beijo. Ele apertou os lábios, depois dizendo que tinha mais medo de Korse do que do pai da Helena. Repliquei para que ele deixasse de frescuras, que ele não havia transado ou algo que fosse realmente comprometedor. Ele objetou:

– Mas foi um beijo... Um beijo muito profundo.

Fitei seu rosto. Tive vontade de dar um MURRO BEM FORTE para Gerard deixar de criancisse e admitir que Korse não faria nada. E também para ele ser mais agradável com Helena, ao invés de ficar como um banana no sofá. Mas ao invés de usara a força física, disse isso entre dentes.

*

Chamei Helena para uma conversa séria. Pedi que ela me levasse a qualquer canto para conversarmos a sós. Ela me olhou como se eu falasse japonês, mas logo me convidou ao seu quarto. Sugeri a porta fechada. Helena fechou-a e se sentou na cama, me apontando uma poltrona vermelha. Dpois de um tempo, abri o jogo:

– Vim conversar sobre meu irmão.

Ela me olhou surpresa, mas antes que pudesse responder, emndei as palavras:

– Meu irmão e eu somos órfãos de pai e mãe. Gerard foi “escolhido” – desenhei as aspas no ar – por um cara chamado Korse, dono da empresa que administra orfanatos por aqui. – verifiquei sua expressão por intervalo de meio segundo – Gerard é o “filho” mais velho de Korse, sendo assim, seu sucessor na empresa. Mas Gerard... – fiz suspense – É bem especial. – a olhei de cima. Sua expressão era a de surpresa. Ela iria falar, mas não permiti:

– Ele não pode namorar até os vinte e cinco anos, Helena. Por que ele não consegue desenvolver sentimentos... sozinho.

Ela arregalou os olhos. Agora chegou a hora da verdade.


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Notas finais do capítulo

Muahahaha! Porque será que Gerard não pode desenvolver sentimentos sozinhos? Depois de tudo o que ele falou? Será que ele mentiu?