Be The One That Saves Me escrita por WannabePrincess


Capítulo 8
Pedestal


Notas iniciais do capítulo

Bom, esse shot é um pouco diferente dos demais que já postei aqui. Não é sobre um "casal", mas sim sobre um "triângulo" ROSE/ADRIAN/SYDNEY. Espero que gostem ;*



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Rose’s POV

A última semana fora uma das mais exaustivas da minha vida. Ser guardiã de Lissa não era fácil e estar na universidade e longe de Dimitri era menos ainda.

Assim que fechei os olhos o sono me tomou quase instantaneamente e, para falar a verdade, era isso o que eu mais queria. Uma noite de sono calma, tranquila e reconfortante.

Mas não foi isso o que encontrei.

De repente, a biblioteca da academia St. Vladimir se materializou na minha frente, exatamente do jeito que eu me lembrava. E aquela sensação... Havia muito tempo que eu não me sentia daquela maneira. Como se eu estivesse sonhando, mas com um toque de realidade.

–Adrian – eu disse sem dúvida alguma de que ele era o responsável do sonho, mesmo que eu não o havia visto ainda.

–Little dhampir – o ouvi responder cordialmente atrás de uma prateleira.

Caminhei lentamente até a origem do som e encontrei Adrian parado examinando um livro de costas para mim. Meu coração estava acelerado e o medo percorria minhas veias. Fazia meses desde a última vez que conversamos... a pior conversa que tivemos. Eu partira seu coração e ele fez questão que eu soubesse disso.

Eu não sabia o que estava enfrentando. Será que ele finalmente me superara e estava pronto para ser apenas meu amigo ou estaria ele apenas bêbado demais e acidentalmente ter me colocado nesse sonho?

–Senti sua falta – eu disse sinceramente. Eu sentia falta de Adrian, ele era divertido e por mais que eu odiasse admitir, ninguém fazia piadas como ele.

Ele se virou e levantou os olhos verdes esmeralda do livro que estava lendo me encarando com um pingo de raiva. Bom, acho que não foi a melhor forma de começar um dialogo e talvez ele não estivesse na fase “vamos ser amigos” ainda.

–O que você sabe sobre química? – ele perguntou ignorando totalmente o que eu dissera.

–Eu... – dei uma longa pausa, surpresa pela pergunta. – Por quê?

Ele balançou o livro que estava em sua mão. Sua capa era colorida e o nome era “Química Geral”.

–Engraçado – ele disse com o olhar perdido -, nunca prestei atenção a uma aula de química quando estava na escola.

Que diabos ele estava falando? Afinal, o que ele estava fazendo? Por que me trouxera para lá?

–Você bebeu? – Não pude deixar de perguntar.

Ele colocou o livro de volta na prateleira.

–É isso o que você acha que eu sou? – ele perguntou e pude ver em seus olhos o quanto minha pergunta o havia machucado. – É só isso que você acha que faço?

–Eu não...- disse tropeçando em minhas palavras – eu não quis dizer isso. Sinto muito –

–Não diga que sente muito – ele disse com a expressão séria. – Eu sei que não é verdade. Você sabe que não é verdade.

–Adrian, eu realmente sinto muito – eu disse não somente me referindo ao que acabara de ser dito.

–Não. Você não sente – ele disse e era como seus olhos pudessem me perfurar, causando uma dor aguda. – Se você sentisse, não teria feito o que fez.

–Eu sinto muito se eu achei que estivesse bêbado – eu disse passando a mão pelo meu cabelo -, mas você não pode me culpar. Não é como se você nunca tivesse enchido a cara por aí.

Assim que minhas palavras deixaram minha boca, me arrependi. O olhar que recebi em troca fez meus olhos se encherem de lágrimas causando grande esforço de minha parte para não transbordarem.

–Eu estou sóbrio há quase dois meses – ele disse com um fantasma de um sorriso em seus lábios.

Eu estava surpresa. Adrian era uma pessoa forte quando queria, e eu sabia disso, mas eu só não esperava que ele fosse acabar com seus vícios tão rapidamente.

–E eu não estava falando de seu comentário mal educado – ele continuou -, por que deixou Belikov ir a Palm Springs?

Ah, então era isso.

–Adrian, eu sei que é difícil para você – eu disse -, mas Dimitri não está lá simplesmente porque quer. Ele está lá para ajudar os alquimistas a descobrirem mais sobre o elemento espírito. Você tem que entender isso.

–Você faz parecer que eu sou o patético da história – ele respondeu e eu me perguntei se ele estava delirando pelos efeitos colaterais do espírito. – Belikov o super herói. Ivashkov o zero a esquerda.

Definitivamente ele não estava na fase “vamos ser amigos”.

–Eu nunca falei isso, Adrian – eu disse já cansada com aquele sonho, ou talvez pesadelo. Eu simplesmente queria dormir como uma pessoa normal.

–Não precisou dizer – ele disse me observando. – Eu consigo ver isso em toda sua aura.

–Adrian, pare de agir como se o mundo estivesse contra você – eu disse com o tom da minha voz se elevando. – A vida não é fácil. Para ninguém. E nem por isso as pessoas ficam se lamentando como você. Elas vão a luta. Nem sempre elas conseguem o que querem, mas pelo menos elas fazem alguma coisa.

–É isso o que você acha que eu estou fazendo? – ele não estava gritando, mas seu tom de voz estava elevado – Estou me lamentando pelos cantos?

–Não é por isso que me trouxe aqui? – perguntei respirando profundamente.

–Não sei – ele disse perdido em seus pensamentos. – Não sei por que lhe trouxe aqui.

–Então me tire daqui – eu disse rispidamente.

Eu amava Adrian, isso era verdade. Mas, depois de tudo que eu passara eu não queria ouvir tudo o que ele estava me dizendo. Eu cometera um erro por dormir com Dimitri enquanto ainda estava saindo com Adrian, mas ele não poderia sofrer para sempre.

–Você está muito diferente, Rose – ele disse me examinando de cima a baixo -, ou talvez eu a esteja vendo de forma diferente.

Olhei para mim mesma pela primeira vez naquele sonho e o que vi trouxeram as lágrimas de volta para meus olhos. Adrian não me vestira com alguma roupa sexy de sua imaginação. Não. Eu estava usando a mesma roupa que estava na vida real, uma calça jeans e uma camiseta azul. Como estava tão cansada fui dormir com as roupas que usei o dia inteiro, e devo admitir que aquela não era a minha melhor aparência.

–Você não me vestiu com um daqueles vestidos que normalmente me veste.

–Você queria isso? – ele perguntou juntando as sobrancelhas.

Não. Eu não queria, mas era algo que eu estava acostumada. Era algo que Adrian sempre fazia e doía saber que ele e eu não tínhamos mais essa intimidade.

–Eu quero que você seja feliz, Adrian.

–Você quer saber, Rose? – ele disse mais decidido do que eu jamais o vira. Era a primeira vez que ele dizia meu nome e o modo como ele falou... doeu. – Sim. Eu vou ser feliz. Mas não pense nem mesmo por um segundo que será graças a você. Meu Deus! Eu costumava pensar em você como uma deusa. Uma deusa guerreira. Eu te colocava em um pedestal. Você era perfeita para mim. Mas, eu estava errado, e só agora percebo isso.

–Adrian! Eu não – comecei a dizer, mas o sonho já havia se desmaterializado. A última coisa que vi foram seus olhos verdes com um brilho que nunca havia visto antes.

Sentei em minha cama e suor cobria meu corpo. Levei minha mão aos meus olhos para enxugar as lágrimas que desciam descontroladamente.

Fui até o banheiro jogando uma boa quantidade de água fria em meu rosto.

O que havia acontecido?

Encarei meu reflexo no espelho. Meu cabelo estava uma bagunça e meus olhos estavam com uma expressão assustada. Minha cabeça girava enquanto eu me lembrava do que acabara de acontecer.

Voltei para o quarto e peguei o celular que comprara na semana passada. Agradeci mentalmente a Lissa por ter passado todos os contatos do telefone dela para o meu e no começo da lista telefônica estava “Adrian Ivashkov”.

Pressionei o botão “ligar” e coloquei o celular no meu ouvido.

–Olá – Adrian respondeu charmosamente após três toques. Hum, aposto que ele não conhecia meu número.

–Que merda foi aquela? – eu perguntei rapidamente.

–Ah, - Adrian disse após uma longa pausa - é você.

–Sim – eu disse -, sou eu. O que foi aquilo, Adrian?

–Aquilo o que? – ele perguntou sem emoção.

–Aquele sonho! O que você disse para mim... O que foi tudo aquilo?

–Não se preocupe – ele disse finalmente -, não vou te incomodar mais com sonhos idiotas.

–Adrian! – gritei. – O que foi tudo aquilo?

–Eu não sei – ele respondeu.

–Sério, Adrian – eu disse já mais calma -, você tem que superar tudo isso. Você não pode simplesmente aparecer nos meus sonhos e dar um escândalo.

–Um escândalo – ele repetiu o que eu disse e eu me arrependi pela escolha do vocabulário, mas de qualquer forma, eu passei o recado. – Tudo bem. Não importa. Nada do que senti importou mesmo.

–O que você quer dizer com isso? – perguntei descrente. – Você está dizendo que eu não importei? Que o que você sentiu por mim não importou?

–É obvio que não – ele falou como se eu fosse doida. – Não foi isso o que quis dizer. É claro que importa. Eu amei você, Rose, e isso importa. Isso faz parte de quem eu sou. O que quero dizer é que não importa, o que está feito está feito.

–Eu sinto muito se o decepcionei – eu disse quando ele não falou mais nada. – Mas, ninguém é perfeito. Ninguém merece estar em um pedestal. E nós não fomos feitos um para o outro.

–Você está errada – ele disse assim que acabei de falar.

–Não estou, Adrian – eu disse suspirando. - Eu não fui feita para você.

–Eu não estava me referindo a essa parte – ele disse e mesmo não vendo sua expressão, eu sabia que ele estava sorrindo. – Há pessoas que merecem estar em pedestais.

E então, a linha ficou muda.

Porém, não importava porque eu já tinha minha resposta.

Aquilo tudo fora Adrian seguindo em frente. Adrian dera um grande passo com aquela noite e eu estava feliz porque só assim poderíamos voltar a ser amigos um dia. Contudo, meu peito doía e eu sabia que por mais que estivesse cansada, o sono não viria tão facilmente desta vez.

End of Rose’s POV.

[...]

Sydney Sage se viu encarando um grande lago. Seu longo cabelo loiro estava balançando graças a leve brisa. Ela já se sentira aquela sensação antes, mas não conseguia se lembrar exatamente quando.

Olhando para os lados ela percebeu que estava sozinha, então caminhou lentamente até a beira do lago e se sentou apreciando o canto de pássaros à distância.

–Sage – ela ouviu a voz que causou arrepios por todo seu corpo.

Olhando para trás, ela viu Adrian Ivashkov, o moroi mais egocêntrico e irresponsável que conhecia. Ele estava parado ao lado de uma árvore com um sorriso torto e seu cabelo perfeitamente bagunçado.

–Você me seguiu até aqui? – ela perguntou com uma pitada de surpresa mascarada em irritação.

–Não – ele disse calmamente e ela odiou a maneira como o vento batendo no cabelo de Adrian a fazia ter vontade de acariciá-lo. – Eu a trouxe aqui.

Sydney ficou sem resposta. O que era meio engraçado, Adrian pensou, já que ela normalmente tinha resposta para tudo. Contudo, quanto mais o tempo passava, mais Adrian conseguia ver a cabeça de Sydney trabalhando para entender o que ele acabara de falar.

–Não – ela sussurrou para si mesma se dando conta da onde estava. Ela acabara de lembrar quando se sentira assim antes. Em um sonho de Adrian causado pelo elemento espírito.

Magia. Ela estava cercada da magia suja e não natural dos vampiros.

A alquimista abraçou a si mesma como se dessa forma pudesse se proteger da magia. Ela não sabia o que fazer, só queria que aquela magia nojenta parasse de tocá-la.

Adrian a observava com cautela e ele se deu conta de como ela realmente era pequena. Ela parecia tão frágil sentada na beira do lago e mesmo se ele não pudesse ver sua aura, ele saberia que Sydney estava em pânico porque seu corpo todo tremia.

–Você realmente acha que eu a machucaria? – ele perguntou com seu tom brincalhão e desejou que a alquimista não percebesse o quanto o machucava fazer a pergunta e o quanto ele estava com medo da resposta. Adrian já passara por muita coisa naquela noite e caso Sydney o rejeitasse e o mandasse terminar o sonho, ele ficaria mais arrasado do que nunca.

Ela o encarou e ele não pôde deixar de reparar em como seus olhos lembravam ouro derretido. Sydney pensou em tudo o que os alquimistas a ensinaram. Vampiros. Bebem. Sangue. Humano. Eles. São. Aberrações.

Ao mesmo tempo, ela pensava em tudo o que passara nos últimos meses com Jill, Eddie, Angeline e Adrian. Desde jogar mini golf até o ataque strigoi que ela e Adrian sofreram. Ela tinha calafrios só de lembrar-se do ataque, mas ela também não pode deixar de lembrar-se da nobre atitude que Adrian tivera naquele dia.

Sim, ela confiava nele.

–Não – ela respondeu por fim. – Eu não acho que você me machucaria. Para dizer a verdade, acho que você não machucaria ninguém.

O corpo inteiro de Adrian relaxou em alivio e ele não percebera que estava segurando a respiração até aquele momento.

–Ei, eu conseguiria machucar várias pessoas! – ele disse com um tom ofendido, o que fez Sydney rir. Ela era tão pura e inocente que Adrian não teria problema nenhum em machucar qualquer pessoa que tentasse a machucar, mas claro que ele nunca diria isso.

Ele caminhou vagarosamente até onde a alquimista estava e ele pôde sentir o corpo dela ainda tenso. Adrian se sentou ao lado dela e olhou para o lago.

–Sério, você pode relaxar – ele disse.

–Eu sei – Sydney disse não parando de olhá-lo nem mesmo por um segundo. – O que há de errado?

–Como você sabe que há algo de errado? – ele voltou a olhar nos olhos dela e Sydney sentiu algo formigar em seu estomago.

–Eu não sei – ela respondeu e desviou o olhar odiando e ao mesmo tempo adorando aquele frio na barriga. – Eu só sei.

Adrian riu tomando cuidado para não deixar suas presas aparecerem.

–Você percebeu que o que disse não faz o menor sentido, não é? – ele perguntou adorando o tom rosado que as bochechas dela estavam.

–Então tem algo errado? – ela perguntou ignorando o comentário anterior.

Adrian suspirou. Ele queria dividir isso com alguém e por isso chamara Sage em seu sonho. Agora, por que ele escolhera Sage de todas as pessoas que conhecia? Nem mesmo ele sabia. Jill seria a pessoa ideal, já que ela sabia tudo o que se passava com ele, mas por alguma misteriosa razão que Adrian Ivashkov não entendia Sydney Sage fora a escolhida.

–Hoje eu falei com Rose – Adrian disse tirando um grande peso que ele nem sabia que estava carregando de sua consciência.

Mal ele sabia que esse peso fora transferido para Sydney.

O formigamento fora substituído por uma facada. Lenta e dolorida. Adrian falara com Rose, sua ex-namorada. Sydney não entendia por que estava sentindo uma reviravolta de emoções dentro de si, e talvez ela não quisesse saber. Ela só estava preocupada por Jill, ela dizia para si mesma, se Adrian sofresse, Jill também sofreria. E Sydney não podia deixar Jill sofrer já que ela era sua responsabilidade. Era isso e nada mais.

–Você está bem? – ela se forçou a perguntar.

–Rose quase não acreditou que eu estava sóbrio – Adrian disse com o olhar perdido -, quase ninguém acredita. As pessoas acham que eu sou um inútil, viciado e incompetente.

A raiva e a dor que Adrian colocara em suas palavras assustaram Sydney e ela queria fazer qualquer coisa para tirá-las de lá. Adrian não deveria sofrer, não era certo. Por mais que ele fosse um vampiro, ele não merecia sofrer.

–Eu não acho isso – ela disse calmamente voltando a encará-lo –, nunca achei.

Ele olhou para Sydney que fez um grande esforço para não desviar o olhar ou piscar.

–É verdade – ele disse -, você foi a única pessoa que acreditou em mim.

–Não é verdade – Sydney falou envergonhada -, Jill também acredita em você. Eddie também, mesmo que ele não admita.

–Não – Adrian negou. – Eles não acreditavam em mim. Eles sempre diziam que eu era “somente Adrian” e toda vez que eu estragava algo eles falavam “ele só está sendo Adrian” – ele disse e era verdade. Eles realmente diziam isso. - Você os fez acreditarem.

–Eu não fiz nada – ela respondeu humildemente -, apenas lhe dei uma chance. O resto foi por sua conta.

–Eu nunca poderei ser grato o suficiente – Adrian respondeu.

Os dois ficaram em silêncio absorvendo a situação. Sydney não podia deixar de reparar em como os olhos de Adrian eram verdes e mais uma vez ela questionou se eles eram tão verdes na realidade. Novamente, ela sentiu o impulso de acariciar o cabelo de Adrian para saber se ele era tão macio quanto parecia.

Ele não conseguia parar de olhar para os olhos da alquimista. Adrian nunca tinha visto uma cor parecida. Ela era inteira linda, olhos, nariz, boca... A boca dela era atrativa, por mais que Sydney não estivesse usando batom, sua boca era rosada naturalmente e Adrian precisava saber que sabor aqueles lábios tinham.

Adrian estava se aproximando e Sydney precisava daquela aproximação. O coração dela estava acelerado e ela não se lembrava como respirar.

–Está tudo acabado com a Rose? – ela sussurrou precisando saber da resposta e ao mesmo tempo se amaldiçoou por ter perguntado. Agora Adrian iria parar e lembrar que Rose era o grande amor da vida dele.

Só que ele não fez nada disso.

Ele assentiu e ela pôde ver em seus olhos que era verdade. Ela pôde ver em seus olhos que ela era a única e ela também pôde ver que ele iria a beijar. Adrian iria beijá-la.

Sydney! Criatura maligna da noite! Alquimistas não beijam criaturas malignas da noite! Nem mesmo humanos comuns beijam! Vampiro! Acorda, ele é um vampiro! A mente de Sydney começou a gritar para ela, mas ela não ouvia. Malditos olhos verdes!

Adrian estava com medo. É verdade que ele já namorara diversas garotas, ele e Jet, o nome que Adrian dizia se chamar quando não queria nada sério com alguém. Mas dessa vez era diferente porque ele não era Jet. Ou nem mesmo Adrian “sendo somente Adrian” fazendo bobagens como Eddie diria. Ele estava sendo ele mesmo pela primeira vez, Adrian Ivashkov. Não lorde Ivashkov ou Jet, ele repetia para si mesmo. E ele precisava sentir a alquimista... A alquimista! A humana! Isso era errado, mas Adrian nunca ligara muito para o que era certo, de qualquer maneira.

Tudo o que Adrian sabia é que ele precisava de Sydney e assim que os lábios deles iriam se encontrar... Eles simplesmente não se encontraram.

Adrian sentiu água molhar praticamente seu corpo inteiro.

–Você se jogou no lago? – Adrian perguntou incrédulo para Sydney que estava mergulhada no lago.

–Não – ela mentiu e tentou subir. Quando ela pulara, muita água havia saído do lago e, consequentemente, Adrian estava quase tão molhado quanto ela própria.

–Aqui – Adrian disse estendendo a mão dele para ajudá-la a sair. Se Sydney não estivesse tão nervosa ela teria gargalhado da expressão de Adrian. Ele nunca poderia ter esperado aquilo. Seu rosto estampava o quanto ele estava surpreso com tudo o que acontecera.

Sydney Sage realmente era diferente de todas as garotas que já conhecera.

Assim que ele ajudou Sydney a subir eles seguraram suas mãos por mais tempo do que era realmente necessário, e quando Sydney percebeu isso ela se soltou e começou a andar sem rumo.

–Você está bem? – Adrian perguntou acompanhando facilmente os rápidos passos que ela dava.

–Se eu estou bem? – ela perguntou irritada. – É claro que não estou bem. Eu caí no lago! Eu posso... eu posso pegar vermes!

–Espera! – ele disse segurando mais uma vez a mão dela, fazendo-a parar. – Sage, fique calma. Eu não acho provável pegar vermes em um sonho.

Ela encarou por um momento as mãos deles, gostando mais do que deveria do aperto de Adrian e logo depois voltou a encarar aqueles olhos verdes profundos.

–Espero que esteja certo, Ivashkov – ela disse. Adrian deveria realmente estar bêbado, pois ele sentiu uma enorme vontade de agarrar Sydney e nunca mais solta-la.

De repente, Sydney puxou Adrian até onde havia um tronco de árvore no chão.

–O que está fazendo? – ele perguntou quando a viu subindo no tronco e em nenhum momento suas mãos se separaram.

–Desse modo não fico tão baixinha – ela disse sorrindo.

Ele sorriu também pensando em como ele não admitiria que adorava a altura de Sydney. Agora com a ideia genial da alquimista, ela estava poucos centímetros mais alta do que Adrian. Eles se encararam por um tempo que nenhum deles sabia ao certo quanto durou. E quando Sydney encarava aqueles olhos verdes esmeralda ela queria poder dizer que a razão pela qual ela se jogou no lago não era porque eles eram de raças diferentes ou porque o trabalho dela os impedia. Se fossem esses o problema ela teria se entregado completamente a Adrian. Mas a verdade era que ela não queria ter seu primeiro beijo em um sonho. Ela queria que fosse real, que tudo acontecesse na realidade.

Adrian a encarou. Ele não conseguia acreditar como ele havia se colocado em uma encrenca tão grande, mas já era fato. Ele estava apaixonado por Sydney Sage e algum instinto que ele desconhecia o dizia que ela sentia o mesmo por ele. Olhando para baixo ele olhou o tronco e sorriu.

–O que foi? – ela perguntou cedendo ao seu desejo pela primeira vez. Ela levantou a mão direita e a passou levemente pelo cabelo de Adrian. Sydney não conseguiu evitar um sorriso quando percebeu que aquele cabelo era mais macio do que até mesmo seda.

–Nada – ele respondeu se recusando a dizer a ela que aquele tronco de árvore parecia um pedestal em sua cabeça artística e bagunçada devido ao espírito, provando o que ele dissera mais cedo a Rose. Há pessoas que merecem estar em pedestais. E Sydney Sage era uma delas. A garota mais pura e perfeita que ele conhecia.

Ele se inclinou para frente e beijou de leve o pequeno lírio no rosto de Sydney.

–Boa noite, Sage – ele disse e o sonho se desmaterializou.

Era quase irônico, como após a visita noturna de Adrian, Sydney Sage dormia melhor do que nunca dormira antes e Rose Hathaway encontrava grandes dificuldades para dormir.

Também era muito irônico como bastava apenas uma pessoa, se fosse a pessoa certa, para mudar o seu estado de “coração partido” para “perdidamente apaixonado por aqueles olhos cor de ouro derretido”.



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Notas finais do capítulo

Estou morrendo de medo de perguntar, gostaram? *O*
Resolvi postar esse shot hoje porque é meu aniversário *parabéns para mim! YAY* e talvez fique um tempinho sem postar aqui, mas prometo que assim que der eu posto!
OBRIGADA PELOS REVIEWS! Continuem mandando, eles deixam meu dia super feliz!