Be The One That Saves Me escrita por WannabePrincess


Capítulo 6
Artista Preferido


Notas iniciais do capítulo

Feliz ano novo! Estou de volta com mais um capítulo, que na minha opinião é o melhor até agora. O shot é SYDNEY/ADRIAN e há sopilers de Bloodlines.



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Sydney’s POV

Eu estava em um canto escondido da biblioteca fazendo minhas tarefas e sendo o mais discreta possível. Ser a assistente da professora de história estava me deixando louca. A professora me chamava a cada cinco minutos. “Melbourne, pode pegar um café para mim?”, “Srta. Melbourne traduza isso”, “Melbourne, pode ir até a Spencer’s e comprar um cappuccino?” Não aguentava mais a Srta. Terwilliger me chamando a cada cinco minutos.

Por isso, estava no canto mais escondido da biblioteca para ninguém me encontrar –

–Sydney! – Alguém me chamou.

Nãããããão!

Olhei para cima e pude ver Jill com Angeline logo atrás dela.

–Sydney – Jill repetiu, dessa vez mais baixo depois de ter recebido olhares odiosos da bibliotecária -, você precisa ajudar o Adrian.

–O que? – perguntei alarmada – O que aconteceu? O que há de errado?

–Eu não sei – Jill disse frustrada. – Eu não consigo... – Ela passou a mão pela testa. – Eu odeio esse laço, sabe? Não consigo me comunicar com Adrian e ainda não tenho pratica o suficiente para entrar na cabeça dele quando bem entender.

–E como eu posso ajudar, Jill? – perguntei solidariamente. Jill me lembrava muito de Zoe, minha irmã. Eu odiava vê-la sofrendo.

–Você não pode passar no apartamento dele para ver como ele está? – Jill implorou. – Eu não pediria se não fosse importante, e não tem como eu ir...

–Não tudo bem – eu disse guardando minhas coisas e me levantando -, eu vou.

–Obrigada, Sydney! – Jill disse sorrindo, o que já me deixou feliz. Sydney! Ela era uma criatura maligna da noite, pensei, se os alquimistas descobrirem que você fica feliz com ela, você vai para a lavagem cerebral da reeducação.

Olhei para meu relógio e vi que ainda havia duas horas para o toque de recolher. Despedi-me de Angelina e Jill e fui correndo para Latte. Depois de alguns minutos, cheguei ao apartamento de Adrian e bati na porta.

Ninguém atendeu. Pânico percorreu todo meu corpo. O que tinha acontecido de errado? Onde estaria Adrian? Em Los Angeles novamente? Como o encontraríamos? O que eu diria para os alquimistas?

–Sage – Adrian abriu a porta com um sorriso torto pregado no rosto -, cuidado. Desse jeito vão pensar que você se importa.

–Adrian! – Eu disse aliviada, mas depois a realidade voltou para mim novamente. – O que aconteceu? Jill disse que havia algo errado com você.

Eu comecei a entrar no apartamento, mas Adrian se colocou na minha frente e me impediu.

–Não há nada de errado – ele disse com aquela expressão preguiçosa de bad boy que era natural dele.

–Mas Jill, – eu disse e tentei entrar novamente.

–Está tudo bem – ele me interrompeu não me deixando entrar.

Eu olhei para aqueles olhos verdes profundos e tive certeza que Adrian estava escondendo alguma coisa.

–O que há de errado? – perguntei e tentei olhar para a sala atrás dele. – Tem alguém aí?

–Não! - Ele exclamou e olhou para mim como se eu fosse doida, mas ainda sim não me deixou entrar.

Sydney Sage não era doida.

–Tem alguma coisa aí, Adrian! – Eu disse. – Se não é uma pessoa, o que é?

–Sage – ele disse calmamente, mas eu pude ver o medo em seus olhos. Adrian Ivashkov com medo? O que poderia deixá-lo com medo? – Confie em mim. Não há nada errado. Pode falar para Jailbait que está tudo bem.

O pedido de confiança me pegou de surpresa. É claro que eu confiava em Adrian. Mas, é claro que eu nunca iria admitir isso.

–Adrian – eu disse seriamente -, me deixe entrar.

Ele parou para pensar por um momento e, enquanto isso, fiquei o admirando, quero dizer, somente o estudando. Eu não admirava criaturas malignas da noite. Por mais que elas fizessem meu coração acelerar.

–Sage – ele disse finalmente -, agora não é uma boa hora. Você podia voltar outro dia para nós assistirmos um filme, jantarmos e coisas assim... mas hoje não é um bom dia.

Nós... Quem era nós? Eu e ele? Ou Jill, Eddie, Angelina, ele e eu?

Foco Sydney.

Mas, se nós fossemos só eu e ele, o que seria ‘coisas assim’ que ele falou? Será que ele quis dizer só eu e ele?

Sydney! Gritei mentalmente. Isso é irrelevante.

–Com licença – eu disse colocando a mão no ombro dele e o empurrando levemente para sair do caminho.

Eu tinha certeza que estava corada. Só não sabia se era porque colocara a mão no ombro de Adrian ou pelo ‘nós’ que ele usou pouco tempo atrás.

Entrei na sala e o que vi fez meu mundo parar de girar.

A sala estava uma bagunça, tintas para todos os lados, pinceis jogados e uma pintura... minha.

Adrian estava fazendo um retrato meu.

–Você não gostou – ele disse com a voz fraca.

Eu estava sem palavras. Ninguém nunca tinha feito algo assim para mim. Mas quando entendi o significado de suas palavras, olhei do quadro para ele.

–Claro que eu gostei, Adrian – eu disse não acreditando que uma pessoa poderia não gostar.

–Eu... Eu sei que – Adrian gaguejou. – Eu seu que você não é igual ao quadro que pintei – ele disse e era verdade. Ele me pintara de um jeito... melhorado. Meu rosto estava sereno e meu cabelo estava perfeitamente solto, sem um único defeito. – Sei que você é mais bonita, mais delicada.

Mais bonita? Mais delicada? Fora isso mesmo que ele disse?

Adrian pensava que eu era mais bonita do que essa Sydney boneca de porcelana? Eu queria ser essa Sydney.

Espera... Adrian pensava que eu era bonita?

Acho que eu já tinha parado de respirar nesse ponto.

Ninguém nunca, nunca mesmo, disse que eu era bonita. Só minha mãe, mas ela não conta. Na minha vida inteira, vivi com a mentalidade de que eu era “aceitável”. E essas palavras vindas de Adrian... Eu não sabia o que fazer. Acho que nem sabia mais como respirar. Só ficava encarando aquele quadro... Adrian me pintara. Adrian perdera seu tempo me pintando. Acho que essa foi a coisa mais... mais perfeita que alguém já fizera para mim. Era tudo tão... perfeito.

–Eu sinto muito – ele disse mordendo o lábio.

Eu olhei para ele e nem me importei de ver suas presas. Não importava naquele momento.

–Pelo o que? – eu perguntei e só nesse momento percebi que lágrimas ameaçavam a sair dos meus olhos. Respirei fundo e as forcei a voltar para dentro.

–Eu sei que deveria ter perguntado a você primeiro... antes de pintar – ele disse encabulado. – Eu, na verdade, nem pretendia mostrar a você. Eu só fiz porque... bem, é um trabalho da universidade.

Olhei para ele novamente. Adrian estava com vergonha, com receio, com medo até. Eu nunca o vira desse jeito. Ele estava vulnerável. Não vulnerável igual a quando ele falava sobre Rose. Outro tipo de vulnerabilidade.

–Quanto tempo você demorou para fazê-lo? – perguntei ainda sem acreditar que alguém faria isso para mim.

–Hum, não muito – ele disse e suspirou. – Três semanas.

–Três semanas? – eu perguntei surpresa. Ele gastara três semanas fazendo o quadro. A minha pintura. Eu estava... lisonjeada.

Estava com medo de que mensagem meus olhos poderiam passar, então voltei a encarar o quadro.

–Adrian – eu disse percebendo uma coisa -, você não pintou minha tatuagem.

–Não. – Ele disse e nós nos encaramos novamente. E de repente eu entendi o porquê. Olhando aquele cabelo estilosamente bagunçado e os olhos verdes mais profundos que eu já vira eu não estava pensando nas presas e nem no que ele comera no café da manhã. Ele não era o Adrian vampiro para mim e eu tinha certeza que eu não era a Sydney alquimista para ele. Nós estávamos vendo além das tatuagens, além das raças.

Eu poderia ficar lá para sempre, mas sempre chegou muito rápido. Meu celular tocou.

–Alô? – eu atendi e Adrian virou de costas para mim.

–Srta. Melbourne, onde você está? – a voz da doce Srta. Terwilliger soou no outro lado da linha.

–Desculpe, senhora, tive que sair, meu irmão estava com problemas. Mas já estou voltando.

–Ah – ela disse -, então traga um cappuccino da Spencer’s quando voltar.

Desliguei o telefone e olhei mais uma vez para o quadro. Seria ótimo ser essa Sydney. Sem a tatuagem, sem ser humana, sem pertencer aos alquimistas. Ela poderia talvez pertencer ao Adrian sem presas, sem ser moroi, sem ser da realeza.

Mas a realidade chamava.

–Já passou da hora do toque de recolher? – Adrian perguntou com o tom irônico que sempre usava.

–Eu tenho que ir – disse ignorando o comentário. Quando estava na porta olhei de volta para ele e sua expressão estava brincalhona que nem sempre, quase indiferente. Mas eu sabia melhor, e por isso, disse o que disse a seguir. – A propósito, você é meu artista preferido.

Ele arregalou os olhos, mas logo depois seu sorriso se alargou.

–E você é minha musa preferida, Sage – ele disse e parte de mim não achava que ele estava brincando.

Com o rosto mais vermelho que um tomate, fechei a porta atrás de mim e entrei no elevador.

Enquanto estava descendo comecei a recordar os acontecimentos desse dia e sorri ao perceber uma coisa. Adrian estava nervoso com o quadro que pintara, que por sinal era meu rosto pintado lá, mas de qualquer forma, Adrian estava nervoso. Nunca pensei que viveria até o dia de ver Adrian Ivashkov nervoso.

Eu só não sabia se o nervosismo era com a nota que ele receberia pelo quadro ou se era com a opinião que eu tinha sobre ele.

Pensando bem, acho que eu sabia a resposta.



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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
Obrigada a todos que deixam reviews! Vocês não tem a menor ideia de como eles me deixam feliz! *---*
Caso vocês queiram deixar sugestões sobre qual deveria ser o casal do próximo shot, fiquem à vontade!
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