Be The One That Saves Me escrita por WannabePrincess


Capítulo 15
Valentine's day - parte 2


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas! Estou morrendo de saudades de vocês! Sinto muito mesmo pela demora para atualizar, mas aqui estou com a continuação do capítulo anterior! Espero que gostem.
-Atenção: a classificação desse capítulo é para maiores de 18... Então, caso você não goste desse tipo de fic, não me processe, já estou avisando no começo do capítulo, rsrs.



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Parte 2

Sydney’s POV

Brincadeira de mau gosto.

Eu estivera com medo que tudo fosse uma brincadeira de mau gosto.

Eu fora uma idiota.

Meus pés doíam por causa do salto, mas eu nem me importava. Eu já estava acostumada a suportar essa dor para ficar “apresentável” nos encontros formais com os alquimistas. Fazia parte do meu trabalho.

Outras coisas que faziam parte do meu trabalho eram inteligência, razão e lealdade. E de certa forma, eu conseguira desrespeitar tudo isso em troco de nada.

Eu tinha que entender de uma vez por todas que eu era uma alquimista. Todas as regras que eu seguira a minha vida inteira haviam sido desrespeitadas. Alquimistas não saíam por aí em encontros com vampiros. Não que eu tivesse tido um encontro, e isso era o que mais doía.

Arregalei meus olhos com o fato que eu não havia percebido mais cedo.

Doía. Meu corpo inteiro doía. Eu estava machucada. Por quê? Por que estava tudo doendo? Por que tudo estava gritando em agonia? Por que estava tão difícil de respirar?

Poucos segundos depois eu recebi a resposta da última pergunta. Estava difícil de respirar porque havia um nó se formando em minha garganta. Um nó que parecia estar me sufocando lenta e dolorosamente. Só que eu sabia que não era isso que estava me matando. Era Adrian o culpado.

Não. Eu sabia que isso não era verdade.

A dor nos meus pés só aumentava e era cada vez mais difícil continuar andando. Eu nem mesmo tinha ideia de para onde estava indo, eu só andava.

Quando avistei uma sala com a porta aberta, nem pensei duas vezes, apenas entrei. Tudo estava escuro a única fonte de luz era a luminosidade que entrava pela porta, mas eu não me importava. Eu só precisava sentar.

Fui até a parede mais afastada e me sentei no chão. Estiquei minhas pernas e encostei minha cabeça. Apreciei a maneira como a parede gelada fazia um contraste com o meu corpo que estava quente.

Contudo, o alívio que senti não durou muito tempo. Meus pensamentos voltaram aos acontecimentos de mais cedo. Como eu fora tão estúpida?

As palavras de Adrian ecoavam em minha mente. E acredite, elas doíam. Mas, o que mais me irritava no meio disso tudo era a minha burrice. Como eu pude simplesmente achar que Adrian iria querer perder seu tempo comigo?

Senti minhas bochechas esquentarem e o nó que se formava em minha garganta se intensificar, o que me fez soltar um gemido estranho. Respirar. Eu tinha que me lembrar de respirar.

Fechei os olhos e inspirei e expirei vagarosamente. Eu precisava me acalmar.

Pensando melhor, o pior não era eu ter acreditado que Adrian queria sair comigo. O pior era o fato de eu querer sair com Adrian. O pior era que toda vez que eu fechava os meus olhos... ele estava lá. Todo segundo meus pensamentos eram assombrados por seus olhos verde esmeraldas. Todas as noites antes de dormir, eu me lembrava das vezes em que ele me tocara em um simples esbarrão até as poucas vezes que nos beijamos. Eu me lembrava de tudo.

E se isso já não fosse suficientemente assustador, o pior era o significado por trás disso tudo. O fato que eu fazia de tudo para ignorar, mas sempre acabava fracassando.

Eu, Sydney Sage, estava apaixonada pela pior pessoa possível.

Adrian Ivashkov.

Eu queria gritar, bater, chutar e esmagar alguma coisa só por ter a ousadia de admitir isso. Eu sempre soube o que sentia por Adrian, mas nunca tive a coragem de admitir. Era simplesmente errado.

Mas... e se não fosse errado?

Depois de tanto tempo convivendo com Adrian eu não sabia mais o que era certo. Ele era melhor do que muitos humanos que eu conhecia. Era melhor do que muitos alquimistas que eu conhecia. Era a melhor pessoa que eu conhecia. E só esse pensamento ia contra todas as crenças que eu seguira cegamente a minha vida inteira.

De qualquer forma, não importava se era certo ou errado porque Adrian fizera questão de deixar tudo muito claro. Eu era uma idiota.

Dessa vez, eu realmente bati em algo.

–Aii – disse baixinho enquanto massageava o meu pulso que se chocara fortemente com a parede.

–O que foi que a parede fez para merecer isso?

Por mais que eu estivesse duvidando da minha sanidade, eu tinha certeza que o que eu ouvira era real. Nem mesmo minha imaginação poderia fazer uma imitação tão perfeita dessa voz esnobe descontraída.

Eu tinha orgulho de uma coisa. Apesar de todas as reviravoltas de sentimentos que estavam ocorrendo dentro de mim, eu conseguira não derramar nem mesmo uma lagrima. Mas, só de ouvi-lo... Meu corpo inteiro esquentou e a histeria estava quase me dominando. Por isso, decidi que seria mais seguro não olhar para Adrian. Seria doloroso demais e eu não tinha certeza se conseguiria manter o controle.

Afinal, o que ele estava fazendo? Por acaso ele viera aqui dizer o quanto ele sentia pela brincadeira de chazinho ridícula que Jill fizera? Seja qual fosse os seus motivos, não importava. Talvez se eu o ignorasse ele iria embora.

Não levantei os olhos de meu pulso nenhuma vez. Eu não tinha certeza quanto tempo havia se passado, mas sabia que Adrian ainda estava lá, me encarando. Eu podia sentir seu olhar em mim.

–Não é irônico em uma sala com umas cinquenta cadeiras, você sentar no chão? – ele disse e eu tinha certeza que havia um sorriso torto em seus lábios. Mas, havia algo de errado em seu tom de voz. Nervosismo, talvez?

Não, Adrian não estava nervoso. Era alguma parte insana da minha mente que tinha esperanças que algum dia ele e eu pudéssemos ficar juntos e essa parte fazia tudo o que podia para acreditar nisso, até mesmo distorcer informações.

–Você realmente vai me ignorar? – Adrian tentou de novo.

Eu sabia que deveria ter respondido alguma coisa inteligente, mas bem, continuei o ignorando.

–Tudo bem – ele disse.

Suspirei em alivio achando que ele iria ir embora. Mas claro, isso seria fácil demais.

Ouvi os passos de Adrian vindo em minha direção e meu corpo inteiro se tencionou. Pude ouvir quando ele se sentou a poucos centímetros a minha frente e não pude conter um arrepio que percorreu meu corpo.

“We sailed up to the sun till we found the sea of green and we liiiived beneath the waves in our yellow submarine! We all live in a yellow submarine! Yellow submar –”

–O que você quer, Adrian? – disse e fiquei surpreendida com a força que coloquei nas palavras.

Por que Adrian simplesmente não entendia que eu não queria falar com ele? Ou pelo menos ele podia ficar calado ao invés de me irritar até a morte.

Olhei diretamente em sua direção e desejei que minha expressão estivesse livre de emoções. Adrian estava em uma posição parecida com a minha. Encostado na parede perpendicular a minha, com as pernas esticadas.

–O que? – Ele disse com a voz chocada. – Beatles. Você não gosta? Todo mundo gosta de Beatles.

Adrian parecia tão inocente que era quase convincente.

–O que você quer? – repeti, não estando no humor para os joguinhos dele.

Senti que ele iria fazer mais alguma piadinha, mas quando olhei em seus olhos e ele olhou nos meus era como se... houvesse uma conexão entre nós. E eu me amaldiçoei por pensar assim.

–Eu quero... – Adrian disse e de repente seu olhar ficou perdido. Eu queria dizer algo, mas achei melhor esperar por sua resposta. Porque parte de mim tinha esperança de que eu fosse gostar dela. E isso me fazia uma idiota. – Eu sinto muito.

–Pelo que? – disse e minha voz falhou.

–Por... tudo – ele disse olhando intensamente para mim. Adrian se moveu para mais perto de mim e eu involuntariamente pressionei meu corpo contra a parede como se eu pudesse me esconder nela. O meu movimento o fez parar e ele novamente se encostou na outra parede.

–Você não precisa se desculpar – eu disse tirando qualquer traço de emoção da minha voz. – Jill não deveria ter feito o que fez.

–Nada justifica o que eu disse mais cedo – ele disse. – Sabe, eu... as vezes... não. Sempre. Eu sempre faço coisas idiotas. E por alguma razão eu não consigo evitar.

–Adrian, você sabe que consegue – eu disse cansada com o argumento que ele sempre usava -, o espírito não controla quem você é.

–Você não tem ideia – Adrian disse e eu conseguia ouvir a dor por trás de suas palavras -, eu quero tanto mudar quem eu sou... mas eu não consigo.

–Você sabe que consegue – repeti.

–Não é tão simples – ele disse balançando a cabeça. – Não é como parar de fumar ou beber. Eu não consigo mudar quem eu sou.

–Adrian, você consegue.

–Não, eu não consigo – ele disse com o tom de voz se elevando. – Eu não consigo mudar quem eu sou. Eu não consigo ser –

–Não consegue ser o que? – eu perguntei quando ele não continuou.

Ele olhou para mim e meu coração acelerou.

–Humano – ele disse suavemente, mas a palavra me veio tão forte como um soco na boca do estômago.

Era como se eu não conseguisse falar, porque me faltava o ar. Mas, eu precisava saber.

–Por que você quer ser humano? – perguntei lentamente.

–Não é obvio? – Adrian disse e eu duvidei se aquilo era mesmo real.

Eu não sabia o que dizer. Eu deveria dizer alguma coisa? Provavelmente. Mas o que? Eu nem conseguia respirar em um ritmo normal.

–Por que você foi me encontrar hoje? – Adrian perguntou, e eu agradeci internamente porque assim não teria que dizer nada sobre sua última frase. Mas, quando processei o significado daquelas palavras meus batimentos cardíacos aceleraram ainda mais, se é que era possível.

–Porque eu recebi um cartão – eu disse sabendo que não era isso que ele queria saber.

–Você achou que eu tinha enviado o cartão – ele disse, e eu conseguia ver a mente dele colocando todas as peças no lugar. – E você foi.

Novamente, eu não respondi, mas as minhas bochechas corando deveriam ter dito o que ele queria saber, porque um sorriso torto estava estampado em seu rosto.

–Você aceitou sair comigo – ele disse e sua voz voltou a ter o tom relaxado que sempre tinha.

–Não é o que você está pensando – eu disse rapidamente.

Ele riu e eu apreciei o modo como aquele som aqueceu meu corpo.

–Ah, é mesmo? – Adrian disse sorrindo. - E o que é que estou pensando?

–Você está pensando que eu – parei antes de terminar a frase tropeçando nas palavras. – Você sabe o que eu estou pensando. E não. Não é isso.

Adrian ainda sorria e me encarava enquanto o silêncio caiu sobre nós. Eu não sabia o que fazer. Por que entre todos os homens do mundo eu fui me apaixonar logo por Adrian? Nós não conseguíamos ter uma conversa civilizada sem que um de nós perdesse o controle e isso me irritava.

–Você não tem uma pergunta para me fazer? – Adrian disse após alguns minutos. Seus olhos verdes me encaravam e já não havia mais nenhum traço de humor em sua expressão.

–Tenho? – perguntei não sabendo do que ele estava dizendo.

–Você não vai me perguntar por que eu fui essa noite?

Respirar. Eu tinha que me lembrar de respirar.

–Eu só achei que você não tinha nada melhor para fazer – dei de ombros. – Sabe, já que não tem morois e dampiras por aqui.

–Sydney Sage, você não tem a menor ideia do poder que tem.

Respirar. Respirar.

Eu não sabia o que aquelas palavras significavam, mas eu tinha certeza que aquele era o melhor elogio que eu já ouvira.

Desviei meu olhar de Adrian e me levantei calmamente. Eu não sabia ao certo o que fazer. Bom, eu sabia o que eu deveria fazer... sair correndo gritando “vampiro! Vampiro!”, mas com certeza não era o que eu queria fazer.

–Acho melhor eu ir embora – disse após alguns segundos. Comecei a andar, mas parei assim que Adrian segurou meu pulso.

–Espera – ele disse. Meu corpo inteiro tremeu e senti o sangue correr mais rápido por minhas veias junto com uma onda de eletricidade.

Olhei para baixo e Adrian estava me olhando intensamente. Sem me soltar ele levantou agilmente e fiquei surpresa com os poucos centímetros que nos separavam.

Desviei meu olhar. Era muito para mim. Adrian estava tão perto... Eu conseguia sentir o cheiro de sua colônia... Naquele momento tudo o que eu queria era acabar com a distância entre nós.

–Você pode me dar uma carona? – ele disse tão perto da minha orelha que me deixou zonza.

–O que?... Carona? – tudo estava girando ao meu redor - Ah, tudo bem – eu disse quando processei suas palavras. – Sem problemas.

Ele sorriu e eu me afastei, para me assegurar de que eu não iria perder a razão novamente.

Não demoramos muito para chegar à casa de Adrian.

Durante a viagem de carro, Adrian e eu não dissemos muita coisa. Acho que nós dois estávamos repassando os acontecimentos dessa noite. Mais rápido do que eu esperava e desejava, eu havia estacionado na garagem do apartamento de Adrian.

–Obrigado – Adrian disse após um tempo. – Você sabe, pela carona.

Olhei para ele e fiz o que eu esperava que fosse uma expressão profissional.

–Sem problemas.

Ele assentiu e abriu a porta do carro. Voltei a olhar para o volante enquanto esperava Adrian sair.

Ouvi a porta fechar novamente, mas Adrian não se movera.

–Sage – ele disse seriamente. – Sydney. Eu sinto muito.

Olhei para ele confusa.

–Adrian, eu –

–Não, me deixe terminar – ele disse e respirou fundo. – Eu não quis dizer absolutamente nada do que disse para Jill essa noite.

–Adrian, está tudo bem. Eu entendo, você só precisa aprender a controlar o espírito.

–Não – ele disse balançando a cabeça e dando uma risada sem humor algum. – Eu queria que o problema fosse só o espírito. Eu fiquei tão assustado... Porque toda vez que nós damos um passo adiante, voltamos dez. E quando eu percebi o que Jill estava fazendo, empurrando você a ter um encontro comigo, eu achei que seria o fim. E aquilo me matou.

–Eu... – disse tentando pensar em algo para dizer. – Eu não estou brava.

–Mas eu estou! – Adrian disse jogando suas mãos para cima. – Você não entende? Eu te amo. EU. AMO. VOCÊ. E toda estúpida vez que eu faço alguma coisa que a machuca, eu quero morrer. Porque eu não quero ser essa pessoa com você. Tudo o que eu quero é fazer você mais e mais feliz a cada dia. E não o contrario.

Eu odiava chorar. Mas, naquele momento, eu não me importei quando uma lágrima me escapou. Adrian... Adrian acabara de dizer... que me amava?

Respirar? Não era mais uma opção. Pensar? Menos ainda.

–Sinto muito – Adrian suspirou. – Eu não deveria ter jogado isso para cima de você. É melhor eu ir.

Adrian abriu a porta novamente, mas parou assim que meus dedos agarraram a manga de seu blazer. Eu não conseguia... pensar, respirar, formular frases. Mas eu não podia deixá-lo ir.

–Eu... Você... Não... – tentei dizer, mas fracassei.

–Eu não quis te assustar – ele disse e acho que tentou sair novamente, mas meus dedos o seguraram mais forte.

–Você está errado – eu consegui dizer.

Ele riu, uma risada fria.

–Não, eu não estou. No começo eu achei que estava, mas não estou. Eu achei que eu me sentia atraído por você pela razão obvia, você é linda, e pelo fato de que é proibida para mim. Então, eu comecei a sonhar com você. Sonhar sobre como você ficaria enrolada em meus lençóis, usando apenas uma de minhas camisas. E até esse ponto estava tudo bem. Mas, esses sonhos evoluíram. Comecei a sonhar sobre você segurando minha mão dizendo que tudo iria ficar bem, e eu sabia que era verdade porque você acreditava em mim. Sonhei com você vestida de branco entrando em uma igreja caminhando em minha direção. Meu Deus! Em uma igreja! Eu sempre acreditei que nunca iria me casar, e se casasse com certeza não seria em uma igreja, mas com você é diferente. Você é diferente.

–Você está errado – disse concluindo o que estava tentando dizer mais cedo –, por achar que deve ser qualquer coisa diferente do que é. Adrian, você é perfeito.

Adrian me olhou e eu acreditei no que estava vendo em seus olhos. Espanto. Paixão. Desejo. Admiração. Pela primeira vez, não achei que minha mente estivesse pregando peças comigo.

–Você realmente pensa assim? – ele me perguntou e era como se seus olhos conseguissem ver minha alma.

Outra lágrima traiçoeira escorreu por minha bochecha. Será que ele realmente tinha dúvidas sobre o que eu sentia?

–Adrian – eu disse e não pude impedir de rir -, eu disse para minhas amigas que você era gay.

–Você... acha que sou gay? – ele me perguntou espantado e eu quase ri de sua expressão.

–Não, é claro que não – eu disse sorrindo. – Eu apenas disse aquilo porque eu não consigo suportar a ideia de você com outra pessoa. Porque eu acho você perfeito, e eu sinto muito se em algum momento dei a entender que você deveria ser algo que não é.

Suas mãos tiraram a minha que ainda estava em seu braço e a apertaram forte. Seus olhos não me deixavam nem mesmo por um segundo.

–Por que você foi me encontrar essa noite? – fiz a pergunta que ele queria que eu tivesse feito mais cedo.

Adrian sorriu e mais rápido do que eu achei que fosse possível seus lábios estavam nos meus.

O beijo era urgente, consumidor. A mão de Adrian apertou levemente a minha antes de solta-la. Sua mão percorreu meu braço, causando arrepios por todos os lugares que tocava, e só parou quando chegou ao meu pescoço.

Amor, desejo, frustração, luxúria, felicidade, alívio, excitação, devoção... tudo, absolutamente tudo que sentia descarreguei naquele beijo. Eu só queria ficar com Adrian para sempre.

Quando nos separamos meu corpo gritava por mais. Adrian ainda estava com sua mão atrás de meu pescoço e eu nem havia percebido que minhas mãos haviam agarrado a camisa de Adrian o puxando para mais perto.

Sem nem mesmo uma palavra, Adrian colocou seu braço livre ao meu redor, o que deve ter sido bem difícil, considerando que estávamos em um carro, e me puxou para mais perto, mas não perto o suficiente. Cada centímetro do meu corpo queria tocar Adrian.

Quando voltamos a nos beijar, dessa vez mais urgente ainda, não sei como, mas consegui passar para o colo de Adrian sem interromper nosso beijo. Ele reagiu instantaneamente passando seus braços ao redor da minha cintura. Pouco tempo depois suas mãos desceram até meu quadril me puxando para perto.

Eu estava me sentindo completa pela primeira vez na minha vida. Mas ainda assim, queria ter Adrian mais e mais perto de mim.

Interrompi o beijo respirando pesadamente. Eu nunca havia me sentido tão viva em toda a minha vida. Adrian traçou uma trilha de beijos por meu pescoço, me fazendo soltar um pequeno gemido.

Encostei meu queixo no ombro de Adrian enquanto ele parecia ocupado demais explorando minha clavícula com sua boca. Quando parei para analisar a situação de forma racional, observei que Adrian estava entre as minhas pernas, o que definitivamente não era uma posição que os alquimistas aprovariam. Mas que se danem eles, essa sensação era muito boa e certa. Que se dane a racionalidade.

Senti uma onda de calor muito forte entre as minhas coxas o que só me fez querer ficar mais perto de Adrian. Ele sentiu essa necessidade e parou de me beijar. Adrian pegou minhas pernas e as colocou firmemente ao redor de sua cintura, o que só fez o calor aumentar.

Seus braços me envolveram firmemente quando ele começou a se mexer. No começo fiquei confusa, mas então entendi o objetivo dele. Adrian queria passar para o banco traseiro, o que em minha opinião parecia impossível.

Mas Adrian provou o contrario quando em apenas alguns segundos nós estávamos no outro banco. Minhas pernas ainda envolviam a cintura de Adrian, que olhava para mim maravilhado, me deixando um pouco envergonhada.

Sorri ao ver que um pouco do batom que eu estava usando havia sido transferido para Adrian, que estava com o cabelo mais bagunçado do que nunca, o que só me deixou mais excitada.

Passei minha mão pelo cabelo de Adrian enquanto ele me puxava mais para perto. Cautelosamente ele nos virou de lado e deitou minhas costas no banco. Quando Adrian levou suas mãos para onde meus pés estavam nas suas costas e os forçou se separarem soltei um som de frustração. Eu não queria tirar minhas pernas da cintura de Adrian. Eu precisava dele.

Ele riu com o som que eu fiz, mas sua única ação foi se sentar enquanto eu ainda estava deitada. Adrian esticou minhas pernas e vagarosamente tirou os meus sapatos. Depois, suas mãos as percorreram lentamente, seu toque deixando minha pele em fogo.

Quando Adrian voltou a ficar em cima de mim eu o puxei para mais um beijo que ele respondeu imediatamente. Quanto mais eu o tocava mais eu precisava dele.

Passei um braço ao redor da cintura de Adrian o puxando mais para perto. Adrian passava a mão por meu quadril e mesmo com o tecido do meu vestido atrapalhando, o toque me causou arrepios.

Sem me conter, passei minhas pernas novamente ao redor da cintura de Adrian ao mesmo tempo em que ele me envolvia fortemente com seus braços.

Adrian beijou meu pescoço antes de nos levantar, de forma que agora ele estava sentado e eu em seu colo, com minhas pernas firmemente ao seu redor.

Nós dois estávamos respirando com dificuldade. Adrian passou sua mão por minhas costas e parou quando seus dedos atingiram o zipper do meu vestido. Seus olhos verdes me encaravam implorando por permissão.

Eu estava com medo. Apavorada. Mas ao mesmo tempo excitada e necessitada.

Assenti silenciosamente e ele não hesitou. Lentamente ele desceu o zipper até o final. Meu coração batia forte e eu não duvidava de que Adrian conseguia ouvi-lo.

Aquele fora um dia terrível para usar aquele vestido, pois eu estava sem sutiã, o que só me fez sentir desprotegida e exposta assim que suas delicadas mãos abaixaram o tecido. Contudo, o olhar que Adrian me lançou fez eletricidade percorrer meu corpo.

Nossos lábios voltaram a se encontrar, dessa vez de uma maneira mais faminta. Adrian me deitou delicadamente no banco sem interromper o beijo.

As mãos de Adrian percorreram o meu pescoço e foram descendo vagarosamente até chegarem aos meus seios. No momento em que senti seu toque, meu coração acelerou ainda mais, se é que era possível. A carícia de Adrian no começo era cuidadosa, como se eu pudesse quebrar a qualquer momento. Mas, então seu toque começou a ficar quase tão faminto quanto os beijos que demos mais cedo.

Calor irradiava de meu corpo inteiro e a inquietação entre as minhas pernas começou a ficar mais intensa.

Não consegui impedir um gemido quando senti a língua de Adrian percorrer o caminho que suas mãos haviam percorrido há apenas alguns segundos.

Eu estava ofegante. Nunca havia sentido nada parecido. Sem perceber, minha mão percorreu as costas de Adrian e se agarrou em seu cabelo, o puxando mais para perto enquanto ele chupava minha pele.

Algum tempo depois, seus lábios deixaram meus seios e partiram para meu abdome. Suas mãos o acompanhando. Ele murmurou algo contra minha pele que não fui capaz de entender, mas com certeza me excitou mais.

Suas mãos desciam pela lateral da minha cintura e quando chegaram a parte superior da minha calcinha, seus dedos traçaram provocadoramente o contorno dela.

E então eu percebi. Havia uma razão para eu estar quase completamente nua e Adrian não ter nem mesmo uma peça de roupa fora de seu corpo. Ele sabia o que estava fazendo. Já eu? Nem um pouco.

Sem pensar duas vezes, levantei levando Adrian, que estava em cima de mim, comigo. Apoiei rapidamente as costas dele na porta do carro. Adrian pareceu um pouco confuso a principio, mas logo procurou meus lábios novamente. Só que dessa vez eu não o beijei de volta. Em vez disso, fui para seu pescoço.

Era a minha vez de provocar agora.

Comecei a beijar o pescoço de Adrian descontroladamente. Eu não sabia se ele se sentia tão completo comigo quanto eu me sentia com ele, mas eu iria tentar. Eu precisava mostrar para Adrian o quanto eu precisava dele.

Com minhas mãos um pouco tremulas, tirei o blazer de Adrian e o joguei no chão, junto com meu vestido.

Sem perder o foco, desabotoei o primeiro botão da camisa de Adrian. Quando ele levou suas mãos para me ajudar, as tirei do caminho. Eu queria fazer aquilo sozinha.

Adrian passou um braço firme ao meu redor enquanto eu passava minha língua por seu peito. Cada botão aberto era um novo território para ser explorado. Havia tantos botões, mas eu me deliciava com cada um deles.

–Sydney – Adrian disse com a voz mais sexy que eu já ouvira. Mas eu não podia parar. Eu não queria parar.

Quando abri o último botão e passei a camisa pelos ombros de Adrian, ele fez um som muito parecido com um rosnado. Sem mais delongas, Adrian voltou a tomar o controle e me jogou novamente deitada no banco.

Adrian voltou a me beijar, um beijo sensual que evoluiu para algo mais faminto. Eu adorava a sensação do tecido da calça de Adrian contra as minhas pernas. Mas, eu sabia que adoraria muito mais se a calça não estivesse presente.

Levei minhas mãos até a calça de Adrian para desabotoá-la, mas fui impedida quando Adrian as capturou. Ele as deixou cuidadosamente e me beijou levemente quando o lancei um olhar de confusão.

Suas mãos desceram suavemente por meu corpo. Ofeguei quando sua mão tocou entre minhas coxas, por cima da minha calcinha. Eu tinha certeza de que estava molhada e os dedos de Adrian pressionando levemente a superfície de minha vagina só me excitavam mais.

Adrian sorriu e eu não hesitei. Minhas mãos voltaram para a calça de Adrian e eu adorei ouvir o som de seu zipper abrindo. Ele rapidamente me ajudou a tirar sua calça e a empurrou para o chão.

Logo depois, sua mão subiu por minha coxa e voltou para a minha calcinha, onde seus dedos a puxaram delicadamente. Eu me arqueei para facilitar a saída dela.

Sem perder minha chance, parti para a cueca de Adrian. O tecido de seda acariciou minha mão, mas eu logo fui distraída pelo excitado órgão que acabara de ser revelado.

Uma vez que todas as nossas roupas se encontravam em uma pilha no chão, Adrian olhou para mim e me beijou de uma maneira doce e reconfortante. Neste instante eu soube que daria tudo certo.

–Você tem certeza? – Adrian perguntou ofegante.

–Eu te amo – foram as minhas únicas palavras, mas que continham todo o significado do mundo.

Adrian sorriu e eu não pude deixar de sorrir também. Então ele saiu de cima de mim e começou a revirar a pilha de roupas.

–O que você está fazendo? – perguntei com a voz fraca.

Minha pergunta foi respondida assim que ele tirou uma camisinha do bolso interno de seu blazer.

–Eu estava otimista com o encontro hoje – foi sua resposta.

Em qualquer outro momento eu teria lhe dado uma lição de moral, mas tudo o que fiz foi beijar Adrian. Eu precisava dele.

Eu ouvi quando Adrian abriu o pacotinho, sem interromper nosso beijo. Alguns segundos depois, pude sentir ele em minha entrada.

Respirei fundo e assenti.

Eu soltei um som agudo assim que ele me penetrou. Doeu. Apoiei minha cabeça no ombro de Adrian e ele não se moveu. Após alguns a dor se ficou suportável e eu assenti para ele continuar.

Adrian saiu e entrou novamente. Soltei um pequeno gemido, a dor era praticamente inexistente. Ele começou a repetir seus movimentos, cada vez mais rápido e eu me surpreendi com a nossa sincronia. Eu gemia cada vez mais. Eu nunca havia sentido nada parecido.

–Sydney – Adrian gemeu. Ele colocou a mão por baixo da minha coxa e a elevou um pouco.

–Ahh – era tudo o que eu podia formular. E eu não me importei que minha voz estivesse ficando cada vez mais alta.

Era como se cada vez ele entrasse mais rápido e mais profundo. Cada movimento novo era mais prazeroso do que o anterior.

–Adrian – gritei.

–Eu te amo – ele respondeu também alto.

Eu estava certa de que aquilo não podia ser real. Era muito perfeito para ser... Mas, simplesmente era.

De repente, uma onda de prazer tão forte percorreu meu corpo me fazendo gritar. Eu nunca havia sentido absolutamente nada parecido. Era tão forte que eu tinha certeza de que poderia desmaiar a qualquer segundo.

Era a melhor coisa que eu já havia sentido. Completa. Eu me sentia puramente completa.

Foi então que me dei conta de uma coisa. Todas as vezes que eu pensava em Adrian eu dizia que havia uma parte de mim que lutava contra ele. Mas, naquele momento eu percebi que era impossível existir essa parte, pois tudo, cada centímetro de mim, precisava e amava Adrian.

Algum tempo depois, Adrian se afastou, respirando com tanta dificuldade quanto eu.

Abri meus olhos e a expressão que vi em Adrian fez meu coração saltar. Pude ver que ele sentia tanto prazer quanto eu e o olhar que ele me lançou fez arrepios percorrerem meu corpo.

Sem nem mesmo uma palavra, ele me abraçou e deitou em baixo de mim. Coloquei minha cabeça em seu peito e sorri quando ele levemente beijou minha testa. Adrian esticou o braço para pegar seu blazer e o colocou em cima de nós.

Enquanto estava deitada, somente ouvindo o coração de Adrian batendo, eu tive certeza de que queria tê-lo ao meu lado todos os dias da minha vida.



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Notas finais do capítulo

DESCULPEM PELA DEMORA! Estou me sentindo muito mal por ter demorado tanto para postar... Por isso que gosto de escrever one shots, assim caso eu demore para postar eu não deixo o leitor na maldade de não saber o que vai acontecer depois, rsrs. Mas logo no capítulo que tinha continuação não pude postar.. Sinto muito mesmo!
E aí, o que acharam desse capítulo? Espero que tenham gostado... Eu escrevi ele rapidinho hoje porque não aguentava mais deixar vocês esperando, rs.
Obrigada pelos reviews e desculpem novamente a demora ;*
PS. Gente, vocês gostam de The Secret Circle? E de Vampire Diaries? Eu estou pensando em fazer uma fic Diana/Stefan.. porque eu adoro muito os dois, e acho eles muito fofos juntos, mas enfim, não sei.. é só uma ideia. *-*