Be The One That Saves Me escrita por WannabePrincess


Capítulo 14
Valentine's day - parte 1


Notas iniciais do capítulo

Adrian/Sydney e Eddie/Jill ;*



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Notas: Bom, para compreender esse capítulo é necessário saber algumas coisas..

1-   Em Bloodlines, o Adrian ganha um apartamento e pinta a sala de amarelo vibrante. Quando ele vai limpar o apartamento ele usa produtos com essência de pinho.

2-   Keith é um alquimista insuportável que detesta a Sydney.

3-   Adrian, Jill, Eddie, Keith e Sydney estão disfarçados como irmãos.




-Isso com certeza não vai dar certo – Eddie disse incrédulo.

-Eddie! – Jill o repreendeu. – É claro que dará tudo certo. Olhem para este lugar, está perfeito!

E realmente estava.

As aulas na academia Amberwood haviam sido suspensas naquele dia em comemoração ao tão famoso Valentine’s Day, o dia dos namorados. Jill e Angeline não perderam a chance. Elas decoraram a sala de história com papéis em forma de corações, balões em forma de corações, bolinhos em forma de corações e basicamente tudo em forma de corações. Colocaram a mesa do professor no centro da sala e a cobriram com uma toalha de mesa vermelha aveludada, parecendo muito elegante. As outras mesas e cadeiras foram movidas para a sala ao lado.

Em cima da mesa havia uma grande cesta de piquenique e dentro dela o máximo de alimentos que Angeline conseguira roubar da cozinha mais cedo.

-Parece perfeito – Angeline disse aprovando.

-Digno de um programa de decoração – Jill concordou.

Eddie levantou a mão, exasperado, tentando fazer as garotas saírem do transe.

-Ok. A decoração está boa. O problema é o que vocês querem fazer. É nojento e errado – ele disse as últimas palavras com desprezo.

Jill bateu de leve no ombro de Eddie.

-Você não pode falar assim dos nossos amigos! – ela o repreendeu.

-Não deixa de ser nojento e errado – Eddie repetiu, tentando colocar algum senso de razão nelas.

Angeline balançou a cabeça, um sorriso formando em seus lábios. Essas pessoas da cidade eram realmente fúteis. Eles definitivamente deveriam passar um tempo com os keepers para aprenderem alguma coisa...

-Não é – a dampira disse. – Afinal, como você acha que nossa raça surgiu?

Eddie cerrou os pulsos. Ele odiava esse argumento, não havia como rebater. Mas, mesmo assim...

-Talvez fosse normal os nossos ta tara ta tara ta tara ta tara avós se envolverem com os humanos – ele disse de vagar -, mas Adrian e Sydney?

-Exatamente Adrian e Sydney – Jill disse. Ela estava tão animada que não seria surpresa alguma se ela começasse a saltitar por aí.

-Não – Eddie disse, negando a possibilidade. – É nojento e errado. Humanos e morois simplesmente não ficam, não podem ficar, juntos. Muito menos morois e alquimistas.

-Tão inocente – Angeline murmurou.

-E mesmo que ficassem – Eddie continuou, ignorando-a completamente -, e eu não estou dizendo que ficam, Sydney e Adrian nunca, nem em uma galáxia muito distante, ficariam juntos. Adrian, o cara que está sempre bebendo, fumando e que não está nem aí para a vida. Sydney, a nerd certinha que nunca quebra regras.

-Não é verdade – Jill disse com a voz um pouco ofendida. – Adrian parou de beber e fumar. Agora, ele está levando a sério a universidade.

-E Sydney também já quebrou algumas regras – Angeline disse vagarosamente.

Eddie bufou.

-Essa não é a questão – ele disse quase perdendo o temperamento.

-Então qual é a questão? – Jill perguntou com toda a calma do mundo.

-A questão é: vocês não podem armar um encontro para os dois.

-Nós já armamos – Jill disse com um pequeno sorriso.

-Ok – Eddie disse um pouco mais calmo. – Mesmo que tudo saia da maneira como vocês planejaram, como vocês sabem que ninguém vai entrar aqui e flagrar a Sydney e o Adrian – os nomes pareceram travar em sua garganta – em um encontro? As pessoas aqui pensam que eles são irmãos.

Pela primeira vez, Angeline e Jill não responderam. Contudo, suas expressões culpadas as entregaram.

-O que vocês fizeram? – Eddie perguntou com um pingo de medo em sua voz.

-Nada demais – Angeline disse tentando convencer a si própria.

-Jill... – Eddie pressionou.

-Ok – Jill admitiu um pouco vermelha. – Eu usei compulsão no zelador. Mas foi para um bem maior.

Antes que Eddie pudesse protestar, o celular de Angeline começou a tocar. Suas bochechas rosaram e ela atendeu apressadamente.

-Claro – ela falou após alguns segundos. – Já estou indo. Tchau.

Com isso ela desligou.

Jill passou um braço amigavelmente ao redor da amiga.

-Boa sorte no seu encontro – ela disse sorrindo. – Vai ocorrer tudo bem. É só não ficar nervosa.

-Não é um encontro – Angeline disse, mas sua expressão provava o contrário. – Jason só não queria ficar sozinho, porque todos os amigos dele iriam sair com as namoradas. Então ele me convidou para sair, mas só para falar sobre esportes e essas coisas. Mais nada.

Pela primeira vez Eddie olhou para Angeline e notou uma coisa que deveria ter notado assim que a vira. Ela estava de vestido. Angeline nunca usava vestidos. E ela estava... maquiada.

Jill balançou a cabeça reprovadoramente.

-Nada disso – a moroi dizia. – Toda vez que um garoto convida uma garota para algo, há um significado por trás disso. Não é mesmo, Eddie?

Eddie não sabia se era por causa do cabelo de Jill, que estava cuidadosamente escovado e preso em uma tiara que ressaltava seus olhos verde esmeralda, ou pelo olhar inocente que ela o lançou. Qualquer que seja o motivo, ele concordou quase instantaneamente.

-É verdade – Eddie assentiu.

As bochechas de Angeline rosaram suavemente e ela tentou disfarçar jogando um pouco de seu cabelo para frente.

-Bom, eu já vou indo – a dampira disse com o tom agudo. Depois de se despedir de seus amigos, ela caminhou um pouco mais rápido do que o normal até a porta.

-Então, o que fazemos agora? – Eddie perguntou assim que pararam de ouvir os passos de Angeline. O único barulho vinha da janela, onde vários estudantes caminhavam pelo campus.

-Agora esperamos – ela disse como se tivesse planejado detalhadamente esse momento. E ela provavelmente planejou.

Jill começou a andar até o fundo da sala e Eddie prontamente a seguiu. A parede estava coberta com cortinas decorativas, e graças a elas Eddie não havia nem mesmo notado uma porta.

Jill a abriu cuidadosamente, revelando um pequeno cômodo onde havia prateleiras e arquivos. Assim que Eddie entrara, a moroi fechou a porta.

-Você é malvada - Eddie riu levemente.

-Só estou tentando fazer o que é certo – Jill deu de ombros.

Eddie preferiu não expor sua opinião novamente sobre como tudo aquilo não era nada certo. Sydney e Adrian juntos? Aquilo definitivamente não daria certo. Mas por experiência própria Eddie sabia que não adiantava contrariar Jill. Principalmente quando Angeline apoiava suas idéias maquiavélicas.

Olhando ao redor, Eddie se deu conta de que a sala era realmente muito pequena. Jill estava perto. Muito perto. Mais perto do que Eddie achava seguro para sua sanidade mental.

-Adrian está vindo – Jill falou, sem sombras de duvidas o observando pelo laço que eles tinham.

-Estranho – Eddie murmurou. – Sempre achei que Adrian fosse do tipo que chega atrasado a encontros.

-Olá? – uma voz soou pela sala, impedindo Jill de responder.

Sydney chegara.

Jill encostou seu ouvido na porta e Eddie imitou o gesto. Ele não tinha orgulho do que estava fazendo, mas bem... Ele já estava lá, não é mesmo?

[...]

Sydney Sage estava nervosa.

As aulas haviam sido canceladas por um feriado idiota feito para ativar o comercio. Sinceramente, quem precisava do dia dos namorados?

Quando ela pensou que poderia ficar em seu quarto o dia todo para adiantar as tarefas que a Srta. Terwilliger a havia passado, alguém passou um bilhete por baixo de sua porta. O bilhete que mudaria seus planos.

Cautelosamente, ela se abaixou e pegou o pequeno cartão amarelo chamativo. “Hoje as 19h, sala B13”.

Será que...? Não. Definitivamente não poderia ser.

Mas tudo indicava que sim.

O papel amarelo vivo... A letra que somente um artista poderia desenhar...

Não, Sydney dizia a si mesma, isso é errado. Mesmo se for... é errado. E com certeza não era ele, porque afinal ele era o garoto mais bonito e charmoso que ela conhecia e poderia sair com qualquer outra pessoa que ele quisesse. Ele nunca a escolheria.

Por outro lado, mesmo que não fosse ele... alguém a convidara para sair. Isso deveria servir para alguma coisa, não é mesmo?

De qualquer forma, Sydney não aceitaria o convite. Ela tinha mais o que fazer.

Ela colocou o pequeno cartão sob sua escrivaninha e voltou a encarar o livro de história. Grécia antiga, um de seus assuntos preferidos. Sydney suspirou enquanto observava a foto de um templo com colunas dóricas, como ela desejava fazer arquitetura...

Sydney colocou uma mecha de seu cabelo para trás da orelha quando sentiu... cheiro de pinho?

O cheiro vinha de sua mão, o que era estranho. Ela não se lembrava de ter limpado o quarto recentemente. Então...

Ela apressadamente pegou o bilhete novamente. Pinho. O bilhete estava cheirando a pinho. Agora ela tinha certeza.

Adrian Ivashkov a convidara para sair. No dia dos namorados.

Um arrepio percorreu todo seu corpo. Tantas emoções... surpresa, excitação, alegria, curiosidade... Ela sentia tanta coisa ao mesmo tempo.

Uma parte de sua mente começou a gritar que tudo era errado e ela teve que concordar. Sydney sabia o quanto tudo aquilo era errado melhor do que ninguém. Ela iria encontrar Adrian as 19 horas somente para agradecer o convite e dizer que aquilo nunca mais poderia acontecer. Sem segundas intenções.

Mas então, se não havia segundas intenções, por que Kristin e Julia, suas amigas, estavam em seu quarto, meia hora depois, escovando e maquiando a alquimista?

-Você está linda – Julia disse enquanto enrolava uma mecha do cabelo de Sydney no babyliss.

-Está mesmo – Kristin concordou enquanto passava cuidadosamente delineador em Sydney.

-Mas afinal, com quem você vai sair mesmo? – Julia perguntou com um pingo de malicia.

-Hum... – Sydney gaguejou. – Com um amigo da universidade do meu irmão.

Lógico que ela não poderia falar que sairia com Adrian, porque as pessoas pensavam que eles eram irmãos, graças a “identidade secreta” que os alquimistas haviam inventado.

-Sydney! – Kristin gritou. – Não se fale! Se não eu vou errar.

Sydney preferiu não comentar que ela não teria se mexido se não tivessem feito uma pergunta a ela.

-Você vai sair com um universitário – Julia falou balançando o cabelo. – Que inveja. Eu não consigo nem mesmo sair com os garotos daqui.

-Somos duas amiga – Kristin concordou. – Nem mesmo no dia dos namorados.

-Sabe, Sydney – Julia disse após alguns instantes em silencio -, você bem que poderia me ajudar a sair com o seu irmão.

-QUE? – Sydney engasgou, pega de surpresa.

-Não se mexe – Kristin disse enquanto contornava os lábios de Sydney com batom. – E não, Julia, ela vai me ajudar a sair com o irmão dela.

-Ela tem dois irmãos – Julia disse como se já tivesse pensado no assunto. – Eu posso sair com um e você com o outro.

Nesse ponto, a cabeça de Sydney estava girando. Aquela era a situação mais bizarra que ela já se metera.

-Está bem – Kristin concordou. – Quero sair com o Adrian.

-Por quê? – Julia disse indignada – Eu tive a ideia em primeiro lugar, então eu mereço sair com o Adrian.

-Não funciona assim – Kristin dizia enquanto se afastava de Sydney. – Eu vou sair com o Adrian porque nós temos mais coisas em comum.

-Em comum? – Julia riu. – Vocês nunca nem mesmo conversaram.

Correção, essa era definitivamente a situação mais bizarra que Sydney se metera.

-Vamos fazer isso do jeito certo – Kristin disse olhando para Sydney. – Sydney, quem de nós você acha que deveria sair com o Adrian?

Sydney Sage era uma das pessoas mais inteligentes do planeta, mas nem mesmo ela sabia o que responder.

-Pode falar, Sydney – Julia dizia – Kristin não vai se ofender.

A morena fuzilou Julia.

-Claro que eu não vou me ofender, porque ela vai dizer que eu deveria sair com o irmão dela, não é Sydney?

Com os dois pares de olhos a encarando, Sydney se sentiu pressionada. Afinal, o que ela deveria dizer?

-Ele é gay – Sydney falou as palavras seriamente, tentando tirar qualquer traço de humor de sua expressão.

-O que?! – as duas garotas falaram ao mesmo tempo.

-Eu sempre soube – Julia disse após uma pausa.

-Era tão obvio – Kristin concordou. – Nenhum cara hetero arrumaria o cabelo tão bem como ele.

-Pois é – Julia concordou. – Então, acho que eu deveria ficar com o Keith então.

-Não, você falou para eu ficar com o Keith – Kristin rebateu.

Sydney suspirou, essa discussão iria longe. Olhando para o relógio ela descobriu que só faltavam quinze minutos para o seu “encontro”.

-Garotas – Sydney disse interrompendo um comentário maldoso de Julia -, eu tenho que ir.

As duas garotas voltaram a encarar Sydney e sorriram.

-Você está tão linda, Sydney – Kristin disse.

-Está mesmo – Julia assentiu.

Pela primeira vez na noite, Sydney se levantou e encarou seu reflexo no espelho.

Ela estava usando um vestido azul marinho justo nos bustos e solto depois da cintura. Havia uma faixa da mesma cor do vestido que marcava bem sua cintura e valorizava suas curvas. Ela estava usando o crucifixo que sempre usava como colar e saltos pretos não muito altos. Sydney contemplou o contraste que seu cabelo loiro perfeitamente ondulado fazia com a cor escura do vestido. Seu rosto estava bem iluminado, seus olhos bem marcados com o delineador preto e seus lábios chamativos com o batom vermelho, quase alaranjado, que Kristin passara.

-E então o que achou? – Kristin perguntou nervosa para Sydney.

-Vocês me deixaram... bonita. – Sydney falou incredulamente.

-Você já era linda – Julia disse sorrindo – nós só a valorizamos.

-Obrigada – Sydney disse olhando as garotas. Olhando para Kristin e Julia ela sentiu um sorriso se formar em seus lábios. Sydney se deu conta que as garotas já tinham um grande papel em sua vida e ela estava feliz por tê-las como amigas.

Julia e Kristin a abraçaram rapidamente.

-Agora vá logo, antes que você se atrase, ok? – Julia disse.

-Está bem – Sydney assentiu e após um último boa sorte das amigas ela saiu do quarto e caminhou lentamente até o local marcado.

[...]

-Olá? – Sydney disse, soando mais como uma pergunta.

A sala estava vazia.

Bom, não exatamente vazia... havia corações por todos os lados. Balões em formato de corações, papeis em formato de corações...

Mas, Adrian não estava lá.

Será que ele não viria? Será que tudo aquilo era uma brincadeira de mau gosto? Se fosse, Sydney não achava que conseguiria suportar.

-Sage? – uma voz atrás dela disse, acabando com todos os seus medos. Bom, quase todos.

Petrificada. Era exatamente assim que Sydney se sentia. Ela não conseguia se mover. Não conseguia respirar. Será que ela havia se produzido demais? Será que ela parecia uma idiota?

Lentamente ela se virou e encarou Adrian Ivashkov.

Ele estava... simplesmente indescritível.

Adrian estava usando uma camiseta branca e por cima um blazer cinza escuro aberto, o que o deixou parecendo um astro de Hollywood. Ele ainda tentara arrumar o cabelo, mas de certa forma, continuava bagunçado, o que só o deixava mais sexy.

E Sydney se dera conta de que fora ingênua. Absolutamente nunca haveria a possibilidade de ela ficar produzida demais ao lado de Adrian Ivashkov. Não importava o quanto ela tentasse, ele sempre seria perfeito e ela nunca chegaria aos seus pés.

Contudo, Adrian discordava dessa teoria.

Na sua vida inteira, Adrian saíra com garotas que podiam ser consideradas “provocantes”. Ele nunca se interessara por garotas certinhas e delicadas, aquelas que não chamavam tanto a atenção. Mas, só agora ele percebia o quanto estivera sendo idiota.

Não. Ele não fora idiota. Adrian tinha certeza que não importava quantas garotas certinhas ele conhecesse, nunca, absolutamente nunca, ele encontraria alguma mulher parecida com Sydney. Ela era doce e, ao mesmo tempo, picante. Ela o desafiava de uma maneira que ninguém mais fazia. Ela acreditava nele. Ela era a única pessoa que realmente o via da maneira como ele era.

Adrian já ouvira a frase “parecia um anjo”, mas ele nunca havia entendido o significado e o poder dessas palavras até agora. Sydney Sage parecia um anjo. Pensando melhor, não. Ela não parecia um com anjo.

O vestido que ela estava usando permitia a Adrian visão de partes do corpo da alquimista que ele nunca vira antes nas roupas “profissionais” que ela usava. Claro que ele já a imaginara muitas vezes com menos peças de roupa, mas é como dizem, a realidade é sempre melhor.

E comprovando o que Adrian percebera mais cedo, Sydney não parecia um anjo. Porque um anjo não despertaria nele a onda de desejos que ele estava sentindo enquanto a admirava.

Era como se o universo o tivesse testando. Se Adrian conseguisse resistir aqueles lábios macios e os olhos tão poderosos quanto ouro, ele conseguiria resistir a qualquer outra coisa.

-Oi – Sydney disse com um sorriso sem graça, interrompendo os pensamentos tentativos de Adrian.

-Oi – Adrian disse com o melhor sorriso que tinha. Um sorriso que faria qualquer uma suspirar.

O silêncio caiu sob eles de novo e as bochechas de Sydney coraram quando ela se pegou olhando para Adrian de cima a baixo, por mais tempo que a etiqueta permitia.

Adrian, por outro lado, olhava para a alquimista com suas intenções claras, admirando cada centímetro de seu corpo. Afinal, ela o convidara para um encontro por meio do bilhete que ele recebera mais cedo. Então era obvio que ela sentia o mesmo que ele, não é?

Pela primeira vez, ele tirou os olhos de Sydney e inspecionou o ambiente.

-Wow, você realmente sabe decorar uma sala, não é mesmo? – Adrian disse aprovando. Quem diria que Sydney Sage era uma romântica no fundo.

Sydney cerrou os olhos e entortou um pouco a cabeça.

-O que? – ela disse confusa.

-Sério, está muito bom, até parece algo que eu faria.

-Espera – Sydney disse após processar a informação. – Você está dizendo que não foi você que decorou tudo isso?

-O que? – Essa foi a vez de Adrian ficar confuso. – Não. Como eu poderia? Eu só fiquei sabendo sobre isso hoje a tarde, quando você me mandou o bilhete.

-O que? – Sydney disse com a voz um pouco aguda demais. Parece que essa seria a frase da noite. – Eu só estou aqui por causa do bilhete que você me entregou hoje.

Adrian cerrou os olhos.

-Mas eu não entreguei nada...

O que estava acontecendo? Sydney estava brincando com ele? Adrian decidiu olhar a aura da alquimista para ver se ela estava falando a verdade, quando ele descobriu mais do que estava procurando.

-Seus patetas, eu consigo ver a aura de vocês. – Adrian gritou, pela primeira vez sério.

-O que você está – antes mesmo que Sydney conseguisse terminar, uma porta se abriu atrás dela revelando uma Jill e um Eddie com expressões culpadas.

-Sinto muito – Jill disse.

-Você deveria sentir – Adrian disse com seu tom de voz aumentando. – O que inferno você queria?

-Eu não sei, eu só pensei...

-Então para de pensar – Adrian disse. – O que você queria? Que Sage e eu brincássemos de chazinho?

-Não, eu... – Jill disse tropeçando em suas palavras. Ela nunca imaginou que tudo isso poderia dar tão errado. Bem que Eddie avisara.

-Adrian já chega – Eddie disse autoritariamente. – Jill apenas queria ajudar.

-Ajudar? – Adrian disse. - Ajudar? Como? Eu não a trouxe de volta dos mortos para você fazer piada com a minha vida.

Sydney se sentia como um strigoi. Era como se um guardião estivesse colocando uma estaca em seu coração. Só que não havia um guardião e nem mesmo uma estaca. Só havia Adrian.

“O que inferno você queria?” “Que Sage e eu brincássemos de chazinho?” “fazer piada com a minha vida”.

O corpo inteiro de Sydney doía.

Então era isso que Adrian pensava ao seu respeito? Que ela era uma piada?

Como ela pôde ser tão idiota? Claro que Adrian nunca a teria convidado para um encontro. Era tudo uma “piada” de Jill.

Sydney nem mesmo acreditava que fora tão burra a ponto de pensar que Adrian pudesse sentir alguma coisa por ela. Adrian merecia ficar com garotas como Rose Hathaway, não como ela.

E ele fizera questão de deixar isso bem claro.

Piscando os olhos algumas vezes para ter certeza que nenhuma estúpida lagrima seria derramada, Sydney vira de costas para Jill que estava no meio de uma explicação sobre o porquê havia feito o que fez. Para falar a verdade, Sydney não havia prestado atenção em nenhuma palavra de Jill sequer. A única coisa que ocupava sua mente eram as palavras maldosas de Adrian.

Sem pensar duas vezes, Sydney saiu da sala sem nem mesmo uma palavra.

[...]

-O que foi que eu fiz? – Adrian perguntou com a dor evidente em sua voz. Seus olhos não deixando de encarar a porta que Sydney passara somente alguns instantes atrás.

-Por onde começar? – Eddie disse ironicamente. – Que tal pela parte de você ter sido um grande idiota?

-Eu... – Adrian tentou falar, mas as palavras pareciam que fugiam dele.

-Não – Jill disse calmamente – é tudo minha culpa. Eu nunca deveria ter feito o que fiz.

-A culpa é minha – Adrian disse. – Agora ela me odeia.

-Ela não te odeia – Jill disse colocando sua mão amigavelmente em cima da mão de Adrian. – Se ela te odiasse, eu nunca teria feito o que fiz. O problema é que vocês dois se gostam, mas nenhum dos dois tomava iniciativa.

-Eu nunca pude tomar a iniciativa – Adrian disse. – Você não entende? Ela é perfeita. Ela não pode ser mais uma coisa que eu estrago. Ela merece mais do que eu.

-Isso é a Sydney que tem que decidir – Jill disse calmamente.

-Ela é uma alquimista.

-É – Jill concordou. – E também é a sua musa, sua inspiração. Você nunca se sentiu da forma como ela faz você se sentir. De uma chance a esse sentimento. Se não, você vai se arrepender.

Adrian ficou em silencio enquanto absorvia as palavras de Jill. Eddie nem se mexia. Como ele pôde ter sido tão cego a ponto de não ver que Adrian e Sydney tinham muito mais do que apenas uma relação alquimista-moroi? É verdade que a ideia dos dois juntos ainda o repugnava, mas ao mesmo tempo ele conseguia ver e entender o quanto Adrian se importava com Sydney somente de olhar para o moroi. Era quase como ele se importava com Jill. Quase.

-Desde quando você ficou tão sabia, Jailbait?

-Eu não sei – ela sorriu.

-Eu sinto muito – Adrian disse. – Por tudo o que disse. Eu não quis dizer tudo aquilo, eu só fiquei nervoso porque pensei que iria perdê-la para sempre se ela fosse forçada a ter um encontro comigo e –

-Ei, não é para mim que você tem que dizer isso – Jill disse. – Vá atrás dela. Diga tudo o que sente por ela.

Adrian assentiu e se levantou. Caminhou apressadamente para a porta e então parou.

-Sinto muito pelo que disse – ele repetiu as desculpas enquanto olhava para Jill e Eddie. – E obrigado, Jailbait.

Depois disso ele saiu decididamente, pronto para enfim expor seus sentimentos para Sydney.

Eddie ainda não acreditava que ele conseguia matar strigois, mas não conseguia nem mesmo ver o obvio que estava acontecendo entre Sydney e Adrian.

Jill apenas esperava que tudo ficasse bem. Ela agiu com boa intenção e não seria justo que tudo fosse arruinado entre o Adrian e a Sydney por causa dela.

-Então – Eddie disse após um tempo -, acho que devemos comer. Temos que aproveitar isso tudo. Porque você e Angeline devem ter tido um grande trabalho para planejar isso tudo.

As bochechas de Jill coraram enquanto ela se lembrava das suas palavras de mais cedo “toda vez que um garoto convida uma garota para algo, há um significado por trás disso.”.



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Notas finais do capítulo

*vou me esconder*
E aí, o que acharam? Estou com medo de perguntar, rs.
Eu sei que "one shot" significa somente um capítulo, mas bem, eu não esperava que esse capítulo fosse ser tão grande e é a minha forma de falar "HAPPY VALENTINE'S DAY!" para todos vocês! Então desculpem a divisão desse capítulo em dois.
Espero que tenham gostado desse e logo postarei a segunda parte ;*
Se eu demorar um pouquinho para responder os reviews não estranhem, infelizmente já estou cheia de coisas para fazer no começo do ano :/
**
Ahhh, e vocês estão acompanhando os editores de the golden lily no twitter? Gente, que raiva deles... postando a opinião deles em algumas páginas e nós aqui na maior curiosidade... rs. Vou mandar a Rose matar essas pessoas cruéis.
Beijos :*