Be The One That Saves Me escrita por WannabePrincess


Capítulo 10
Amante da Natureza


Notas iniciais do capítulo

Mais um shot para vocês! *-* Dessa vez Rose/Dimitri. E se passa em Frostbite. Espero que gostem!



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Rose’s POV

Meu corpo tremeu involuntariamente. Eu adorava ficar na neve. Não que eu fosse uma masoquista que quisesse congelar no frio de dezembro. Não. Eu simplesmente gostava de ficar sentada olhando os flocos de neve caírem sob a luz da lua. Era noite, o que significava que era dia para os morois, por mais estranho que isso possa parecer.

Desde que minha melhor amiga começou a namorar, eu acabei ficando um pouco... sozinha. Não que eu esteja reclamando. Eu preferia ficar sozinha do quer ver Lissa e Christian falando coisas melosas e grudentas o tempo todo. E também tinha o Mason. Meu melhor amigo que queria ser mais que amigo. Ele era incrível, mas... Mason não era Dimitri.

Eu estava sentada em um dos bancos que havia no jardim do hotel que estávamos hospedados. Algumas pessoas que passavam por lá iriam me lançar olhares assustados. Outras, olhares de pena. Tudo graças ao maravilhoso olho roxo que minha querida e amável mãe me dera.

Por mais extraordinário que pareça, eu não ligava para essas pessoas. Bom, pelo menos não muito. Eu não iria me irritar com os olhares –

–Mamãe, aquela moça tem um olho de panda! – Um pequeno garotinho moroi disse apontando para mim.

Agora já chega.

Lancei a ele o olhar mais ameaçador que consegui, e acho que funcionou porque a mãe dele me encarou reprovadoramente e levou seu filho para longe de mim.

Suspirei e me levantei daquele banco procurando outro lugar para passar o tempo. A neve havia me deixado um pouco molhada, e quando eu caminhava contra o vento sentia calafrios percorrerem meu corpo.

Andando sem rumo, acabei chegando ao bosque. Quando me cansei de andar, resolvi procurar um lugar para sentar e bem... só havia chão coberto de neve, o que não era uma opção muito agradável, considerando que eu não sabia que bichos poderiam ter embaixo da neve.

Olhei ao redor e tudo o que conseguia ver eram árvores e mais árvores. Árvores! Talvez eu conseguisse escalar em uma delas...

O problema era simples... as árvores eram muito altas. Então, saí procurando por uma que, se caso eu caísse, seria menos provável quebrar alguma coisa.

Voilà. Como um francês diria.

Havia uma pequena árvore. Bom, pequena comparada com as demais. Ela deveria ter dois metros e meio, mais ou menos, e não parecia ser difícil de escalá-la.

Coloquei minha mão no tronco e assim que peguei impulso no meu pé caí.

–Merda! – Gritei enquanto escorregava para trás. Eu me encontrava sentada na superfície de neve que havia no chão, que por sinal afundara com o meu peso. Dizendo palavras nada educadas, eu rapidamente me levantei e descobri que minhas mãos estavam arranhadas.

Agora era uma questão de honra. Eu iria subir naquela árvore, por bem ou por mal.

Coloquei minhas doloridas mãos na árvore novamente. O tronco estava escorregadio e úmido o que não tornava aquela experiência muito agradável. Agarrei a árvore firmemente e assim que estava pronta para dar um impulso, dessa vez com mais cautela, ouvi passos atrás de mim.

–O que você está fazendo? – Ouvi o sotaque russo que reconheceria em qualquer lugar.

Congelei. Não por causa do frio, mas porque fiquei sem ação sabendo que Dimitri estava me observando.

–O que parece que estou fazendo? – Foi a minha simples resposta.

Ele não disse nada por um momento o que me deixou tensa. Algo me dizia que meu cabelo úmido despenteado e meu rosto livre de qualquer traço de maquiagem não me deixavam na minha melhor aparência.

–Parece que você está abraçando uma árvore – ele disse por fim.

Tomando cuidado para que meu cabelo escondesse pelo menos boa parte do roxo em meu rosto me afastei da árvore. Dimitri já havia visto meu rosto com aquele hematoma, mas eu ainda sim não me sentia confortável com isso. Quando eu estava perto de Dimitri, eu queria ser... perfeita.

–Eu não estava abraçando a árvore – eu disse não percebendo quanto rancor continha em minha voz. A última vez que Dimitri e eu estivemos sozinhos as coisas não se saíram muito bem... Eu o beijara e depois ele me rejeitara. Simples assim. – E qual o problema se eu estivesse?

–Nenhum – ele disse com aquele tom calmo e neutro que eu normalmente admirava, mas que naquele momento me tirava do sério. – Não tem nada de errado em ser uma amante da natureza.

Sério. Se ele tivesse dito isso em qualquer outro dia eu provavelmente estaria rindo histericamente.

–Eu não estava abraçando a árvore – disse na defensiva.

–Não? – Dimitri perguntou levantando uma de suas perfeitas sobrancelhas.

–Não – eu disse querendo mudar de assunto. – O que você está fazendo aqui?

–Trabalhando – ele disse e eu pude perceber olheiras em seus olhos.

–Há quanto tempo você não dorme? – Perguntei não conseguindo esconder minha preocupação.

–Não tenho certeza – ele admitiu.

–Dimitri! Como você espera cuidar de todos se não cuida apropriadamente de você?

Ele riu.

–Desde quando você virou a mentora, Rose?

–Camarada, você se surpreenderia com o que eu posso me tornar – eu disse um pouco mais provocante do que deveria. O gelo entre nós ainda não estava totalmente quebrado e ainda era muito cedo flertar com Dimitri. Mas eu simplesmente não pude evitar.

Podia ser minha imaginação, mas eu tinha quase certeza que vi os cantos dos lábios de Dimitri se curvarem em um quase sorriso.

–Então, se você não estava abraçando a árvore, o que estava fazendo? – ele perguntou ignorando completamente meu comentário anterior.

–Tentando escalar – admiti.

Ele olhou de cima a baixo para mim, o que me deixou totalmente nervosa.

–Sabe – ele disse após longos segundos -, se qualquer outra pessoa me dissesse isso, realmente qualquer outra pessoa, eu não teria acreditado.

–Mas você acredita que eu escalaria?

–Sinceramente, Rose – Dimitri disse – acho que não fico surpreso com mais nada que você faça...

–O que isso quer dizer? – perguntei confusa.

–Quero dizer que já vi você fazer de tudo – ele disse. – Acho que não há muita coisa que você possa fazer que vá me surpreender.

–Você não tem ideia de como está errado, camarada – disse com o sorriso mais sedutor que tinha.

Ele balançou a cabeça.

–Talvez eu esteja – ele disse e pela primeira vez naquele dia sorriu, fazendo meu coração dar pulos e mais pulos. – Venha vou te ajudar.

Bom, agora quem estava surpresa era eu.

–Como assim “ajudar”?

–Vou ajudar você a escalar – ele disse.

E realmente, ele ajudou.

Dimitri me dava instruções do que fazer, o quão de força deveria colocar em cada braço, onde segurar e coisas do tipo. Não consegui evitar de prender a respiração quando ele tocou em meu pé para me dar um impulso maior.

–Estou quase lá – gritei esticando o braço tentando alcançar um galho.

–Esse galho não! – Dimitri gritou. – Esse é muito fino, pegue o da esquerda.

–O que? – perguntei apoiando meu peso no galho que eu finalmente alcançara com a mão direita.

Crack.

Nos filmes, quando alguém caí, tudo ao redor parece estar em câmera lenta. Bom, para mim foi totalmente diferente. Eu fui em direção ao chão com força total. Pude sentir minha perna tentando se agarrar ao máximo na árvore, o que foi praticamente em vão. Estava pronta para encontrar a neve novamente quando eu simplesmente não encontrei.

Na verdade o que encontrei foi muito melhor. Braços fortes e quentes me seguravam e inconscientemente meus braços se agarraram ao pescoço de Dimitri. Podia sentir seu abdome definido, mesmo por cima do casaco.

Meus olhos estavam conectados aos dele. Seus olhos castanhos não pareciam com nada que eu já vira. Eles eram lindos, assim como Dimitri. Lentamente passei meus dedos pelo cabelo de Dimitri. Pisquei algumas vezes para ter certeza de que não estava sonhando, e fiquei mais do que feliz em descobrir que não estava.

–Você deveria ter segurado o galho da esquerda – ele disse suavemente.

–É, deveria – concordei me aproximando. A boca de Dimitri estava tão próxima.

–Rose – Dimitri disse o que me deixou com mais vontade ainda de beijá-lo.

Mesmo sendo errado, eu amava beijar Dimitri.

–Não – ele disse e para meu desapontamento, me colocou calmamente no chão.

Novamente, ele me rejeitara.

–Dimitri –

–Não, Roza – ele disse o apelido que me dera, me deixando frustrada e encantada ao mesmo tempo. Dimitri passou seu polegar delicadamente na minha bochecha e quando seu dedo encontrou o hematoma seu toque ficou ainda mais suave, se é que era possível. – Acredite, eu quero. Mas você sabe que não podemos.

–Eu sei – disse.

–Sinto muito – ele respondeu e eu pude ver que ele realmente sentia muito.

Dimitri olhou uma última vez para mim antes de se afastar e ir embora.

Ele era assim. Suspirei. Dimitri era o homem mais bonito, habilidoso e sexy que eu conhecia. Mas ele também era o mais responsável e possuía um forte autocontrole. Um autocontrole que um dia eu quebraria, prometi a mim mesma.



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Notas finais do capítulo

Nem acredito que chegamos ao capítulo 10! Estou muito feliz!
Estou mais feliz ainda com a primeira recomendação linda-perfeita-maravilhosa dessa fic! Sério, estou super feliz! A primeira recomendação que fazem para mim EVER! OBRIGADA! :D
*---------------------------------*
Obrigada pelos reviews! Eles também me deixam muito feliz! (Nossa, já repararam em como vocês todos me deixam muito feliz? Obrigada de verdade!)
Espero que tenham gostado desse capítulo! ;*