Lissa's POV

Sentei no meu lugar preferido na igreja St. Vladimir. Faltava apenas cinco minutos para a missa começar. Rose não estava comigo, o que fez com que eu me sentisse sozinha, mas acho que era melhor assim. Rose não era uma grande fã de missas e ela não fazia esforço algum para esconder isso.

Quando estávamos vivendo com os humanos, Rose e eu freqüentávamos a igreja às vezes. E em uma dessas vezes... bem, Rose começou a roncar durante o discurso do padre. Foi uma vergonha, pensei sorrindo. Diversas pessoas olharam cruelmente para nós, como se quisessem nos matar por desrespeitar a missa.

Eu estava no penúltimo banco e não tinha quase ninguém do meu lado, só uma garota que eu nunca vira antes de Rose e eu fugirmos, mas ela estava distante e não prestava atenção em mim.

Eu freqüentava a missa esperando encontrar paz. Paz para Rose e eu, para meu irmão e para meus pais. Eu sentia tanto a falta deles. Ninguém conseguia compreender o que eu sentia. Eu queria saber se eles estavam em um lugar melhor. Não, eu me repreendi. Eu tenho certeza que eles estão em um lugar melhor.

Eu sentia a falta de Andre todo dia. Ele era perfeito. Conseguia administrar tudo com tanta graça e eficácia. Ele merecia ser o príncipe Dragomir. Era para ele ser o príncipe. Eu não sei se conseguiria aguentar a tarefa que eu era forçada a enfrentar. Eu era tão –

De repente, alguém se sentou do meu lado, interrompendo meus pensamentos. Eu virei minha cabeça e vi Christian Ozera. Ele olhou para mim com uma expressão que eu não conseguia identificar. Abri a boca para falar alguma coisa, mas o padre já tinha começado a missa então me forcei a virar para prestar atenção nele.

Eu estava ciente de Christian há alguns centímetros de mim. Por que ele estava sentado do meu lado? Quero dizer, a igreja estava até que vazia, havia diversos lugares desocupados, bancos sem nenhum ocupante. Então, porque ele estava sentado ao meu lado? E não era só do meu lado. Ele estava há apenas uns cinco centímetros de mim em um banco quase vazio.

Eu arrisquei olhar para ele pelo canto de meus olhos. Ele estava rígido, olhando para frente, mas parte de mim sabia que ele estava ciente de todos os meus movimentos, assim como eu estava dos dele.

Respirei fundo e olhei para frente. Ouvi o padre atenciosamente, mas sem perder a noção de Christian. Quando o padre começou a falar de entes queridos que se foram, senti uma dor no meu coração. Fechei os olhos e pensei seriamente em minha família e o quanto eu os amava.

Olhei para o lado e vi que Christian estava com uma expressão parecida com a minha. Seus olhos azuis gelo pareciam assombrados e eu me perguntei se os meus estavam do mesmo jeito.

Ele olhou para mim e eu percebi que estava o encarando. Devo ter corado porque Christian sorriu e segurou minha mão.

Talvez alguém mais soubesse o que eu estava sentindo.