Acordei de manha bem cedinho, com o frio cortante do ar condicionado. Estranhei, não estava naquela suíte maravilhosa de ontem. Era a mesma suíte de casal minha e de Corey... E falando em anjos, estávamos enrolados em um lençol fino de seda, aninhada em seus braços de forma acolhedora. Ele ficava tão lindo enquanto dormia, parecia estar sorrindo, ou tendo lindos sonhos. Não quis acordá-lo, e muito menos queria sair de perto dele, mas levantei relutante, e fui em direção ao banheiro, tomar uma ducha fervente e acalmar os nervos.

            Deixei a porta aberta, pensei não haver nenhum mal nisso, afinal, meu namorado estava dormindo em um sono profundo, certo? Errado! Na hora em que liguei o chuveiro, mãos ágeis tomaram minha cintura, me fazendo gritar de susto. Corey havia me abraçado por trás e sorria marotamente, do jeitinho que só ele fazia. Seus lábios percorriam a parte de trás do meu ombro, traçando uma linha até o pescoço, subindo um pouco mais até meus lábios.

            Sua mão esquerda apertava meus seios, enquanto a mão direita circundava com força minha nuca, fazendo que nosso beijo se tornasse voraz. Eu soltava baixos gemidos, e ele sorria de maneira maliciosa, arrepiando-me.

            _Põe a perna na minha cintura... _disse, com uma voz rouca.

            Sem mais delongas, obedeci, passando a perna direita sobre sua cintura, encaixando-se perfeitamente em mim. Estávamos em sincronia perfeita: gemidos, estocadas, beijos e mordidas, acompanhados por uma enxurrada de água fervente que nós deixávamos ainda mais “quentes”.  Mais uma vez, chegamos ao ápice juntos, e posso garantir que estava pegando o jeito nessa coisa de perversão.

            Enrolei-me em uma toalha, e sai do banheiro, indo procurar algumas roupas descentes. Queria dar um passeio por Minesotta, o dia estava tão lindo, não poderia ser desperdiçado em um quarto de hotel... Se bem que uma tarde inteira de sexo selvagem não seria nada mal.

            (...)

            _Oh, eu não vou poder ir. _disse Tina, tristemente, quando lhe disse que íamos dar uma voltinha.

            _Porque, baby? _perguntei.

            _Se soubesse o que aconteceu noite passada estaria dando Graças a Deus por eu estar viva. _respondeu, rindo marotamente.

            Na verdade, eu tenho o raciocínio lento, e não entendi nada do que ela disse, vendo minha cara de confusão, Tina completou:

            _Não consigo andar! _disse afundando a cabeça no travesseiro com as faces coradas.

            Fiquei com uma cara tipo “What the fuck?” mas logo percebi do que se tratava, então, sorri e disse:

            _Hmmm, okay. Quando tiver recuperado o movimento das pernas, eu passo aqui de novo pra mim te contar umas coisinhas. Tchau, paralitica pervertida.

            _VOLTA AQUI, BITCH! _berrou Tina, enquanto eu já estava do lado de fora da suíte.

(...)

            Passaram-se duas semanas, e Graças a Deus, a turnê havia terminado, acho que vou sentir um pouquinho de saudades disso tudo. Apesar de não ser a melhor coisa do mundo, eu tive ótimas experiências nesses últimos dias, agora sim vou ter bastante história pra contar...

            Cheguei em casa hoje de madrugada, morta de cansaço assim como o resto da banda. A seqüência de shows em Minnesota, Missouri, Kansas, Tennessee e Ohio nos desgastou bastante, agora teremos uma longa semana de férias, e falando em férias, amanhã minha pequena Zoie vai fazer 7 aninhos. E bem, ela quer que eu vá em sua festinha, e adivinhem só o tema... (dou um pirulito pra quem acertar)... ZUMBIS !

            Nada contra zumbis, mas, galera, ela tem 7 anos, seria mais comum uma coisa com o tema da Barbie, não? Definitivamente não! Mencionei o detalhe? Ah sim, temos que ir vestidos como zumbis. Oh como eu amo minha sobrinha.

(...)

            _Você realmente ama a Zo? _perguntou Tina, segurando com uma mão meu vestido favorito e na outra uma tesoura selvagem pronta pra atacar.

            _Sim, mas..._ disse suplicante.

            _Sem mais, mocinha! _retrucou, enfiando a ponta da tesoura no meu vestido.

            Okay acabaram de destruir meu vestido favorito. Estou puta de raiva. AAAARG... Bem, a parada é o seguinte, hoje é o aniversário Zumbi da Zoie, filha do meu irmão Wednesday 13. E.eu.irei.vestida.de.ZUMBI. E por incrível coincidência, existe um ser maléfico chamado Valentinna Yan que está “customizando” algumas peças de roupas minhas. Mas agora ela pegou pesado, poxa, meu vestido favorito de rendinhas cor-de-rosa. Ah cara, isso é covardia.

            _Só mais alguns rasgos, um pouco de detergente verde, terra e mais algumas coisas e isso aqui vai ficar um arraso, amiga! _disse Tina, despontando meu vestido.

            _v-a-d-i-a. _era basicamente apenas isso que eu conseguia dizer.

            _Também te amo, Sturzeneker gata.

            Depois que eu já estava devidamente zumbificada, fomos direto para a mansão 13. Que por acaso, estava decorada de acordo com o tema. Se era assustadora antes, agora está motherfuckamente pior.

            A fachada da casa tinha túmulos falsos espalhados por toda extensão do jardim, que havia sido propositalmente ressecado. A copa das árvores havia sido coberta de linhas brancas, parecidas com teias de aranhas. E pra dar um toque a lá Zoie, tocava uma marcha fúnebre de dentro da casa. Sério, mandem essa minha sobrinha procurar uma igreja o mais rápido possível.

            _JENNY! TINA! _minha pequena gritou, vindo em nossa direção, vestida de chapeuzinho vermelho morta a 50 anos atrás.

            Estávamos todos muito sexy’s vestidos de mortos. Meu irmão era um antigo rei morto por uma lança no coração, e sua mulher a rainha viúva, ambos mortos a uns 300 anos atrás.

            Corey era um antigo soldado militar, morto na primeira guerra mundial, com uniforme de guerra, capacete, e tudo mais. Detalhe: Estava usando um avental de churrasco preto com caveirinhas por cima da roupa. Sorri meigamente e fui até ele, fazia uns 3 dias que eu não o via, era tão bom tê-lo perto de novo.

            _Bela fantasia. Parece mais que vai para a “guerra dos churrasqueiros mortos”. _brinquei, passando os braços em seu pescoço e depositando um beijo estalado em seus lábios.

            _Algo contra os soldados mortos amantes de carne? _perguntou, sorrindo fracamente.

            (...)

            As amiguinhas de Zoie vinham chegando aos poucos, todas vestidinhas de zumbis. Era a coisa mais linda de se ver, um grupo de 15 garotinhas ‘mortas’ discutindo a melhor forma de se manusear ácido sulfúrico sem destruir muita coisa, tão amáveis.

            Todos da banda haviam chegado menos Joey. Era estranho o baixinho não ter aparecido até agora, já estava quase na hora de cantar os parabéns. E como se isso atravessasse meus pensamentos, a porta se abre com um estrondo, e dela sai um baixinho com o cabelo todo desgrenhado e um sorriso enorme no rosto. Ele carregava um embrulho quase duas vezes maior que ele, envolto em papel de presente verde, com um laço no meio.

            Zoie foi correndo até Joey, e pulou no colo dele.

            _Feliz Aniversário, amora... Trouxe uma coisa que vai gostar muito.

            _Posso abrir? _perguntou a pequena, com os olhos brilhando.

            _Vai lá, é todo seu!

            Zoie desceu do colo de Jordison, e rasgou metade do embrulho só com uma mão, devagarzinho fomos descobrindo o que era...

            _UM BONECO CHUCKY AMPLIADO! _exclamou Zoie, quando terminou de tirar todo o papel de embrulho. Ela mal sabia o que dizer, e nem eu!

            Já era tempo de me acostumar com os costumes bizarros da minha pequena, mas poxa, Chucky é um boneco assassino galera, ninguém dá isso de presente para uma menina de 7 anos, ainda mais se ele for ampliado umas 10 vezes de tamanho. Enfim, conhecendo Jordison como eu conheço, ele ficou MUITO feliz ao ver a reação de Zoie, afinal, ele era a pessoa que a pequena mais gosta no mundo.

            _Tio Jordi, você é o melhor tio do MUNDO! Eu te amo. _disse Zoie, abraçando Jordison. Sério, que fofura esses dois!

(...)

            Já estávamos indo embora, decidi que ia passar a noite na casa de Corey, sem perversão, só como namorados mesmo, entendem? Dormir de conchinha, ver filmes, ficar abraçados, essas coisas de casais apaixonados...

            Jordison também ia dar uma passada na casa de Corey, jogar uma partida de Xbox 360... Esqueci de mencionar, os dois são VICIADOS em Star Wars games.

            [N/A/: Digam pra Karen que ela cometeu o maior erra da vida dela, em me fazer jogar esse jogo pela primeira vez, agora estou viciada KK e passo mais tempo na casa do Tio Rafa jogando do que na minha própria casa.~exagero~]

            Chegamos ao apartamento, não era enooooooorme como a maioria das pessoas imagina, é grande, mas nem tanto. Ah claro, esqueci de dizer: É UMA ZONA! Bagunça pra todo lado, garrafas espalhadas por todos os lados, pacotes de batatinhas e jelly beans ocupavam o carpete. Você praticamente tem que nadar na sujeira pra atravessar o quarto, mas enfim... Ver a cara do Corey roxo de vergonha foi impagável.

            _Tá meio sujo, não é mesmo? _perguntou, retoricamente.

            _Meio? _disse Joey, se jogando do sofá, ligando o Xbox e buscando o console.

            Me virei pra tentar der uma arrumadinha em cima da mesa, e outras coisas, quando ouvi Jordison dizer:

            _Jenny, isso é seu?

            Quando me virei, Corey avançou em direção a mão de Joey, que provavelmente estava segurando alguma coisa. Olhei de relance antes de Corey enfiar o objeto entre as almofadas do sofá e sentar em cima, parecia um sutiã vermelho, que COM CERTEZA não era meu, pois era uns 5 números maior do que eu uso,  e que eu me lembre, nunca havia tirado a roupa no apartamento de Corey.

            _Corey, o que era? _perguntei, confusa segurando para não romper em lágrimas.

            _Nada amor, nada! _respondeu nervoso, se concentrando no jogo. _Vem cá, senta com a gente.

            Relutante e abalada, dei a volta e sentei-me ao lado e Jordison, e deitando a cabeça em seu colo, eu iria conversar com ele depois, quando Corey estivesse longe, ah com certeza!

            (CONTINUA...)