-... Acho que aqui está bom, certo? – Draco perguntou parando no meio do Jardim perto do lago que era rodeado por grandes árvores, eu assenti dando de ombros. – E ai David? Quando vai me contar a sua história? – Eu nunca tinha visto o loiro tão sociável principalmente com uma criança. David riu baixo soltando nossas mãos enquanto encostava-se á uma das árvores.

-Sentem-se crianças – David disse sorrindo zombeteiramente, eu ri alto e Draco revirou os olhos mais deixou um sorriso de lado aparecer em seus lábios.

-Conte-nos adulto – eu disse enquanto me sentava no chão puxando de Draco que resmungou algo antes de finalmente se sentar.

-Hãm, minha história não é tão interessante quanto eu falei ok? Estou dizendo isso pra você não se decepcionar – ele disse para o loiro

-você é engraçado garoto, estranho, mais engraçado – eu dei uma tapa no braço dele – Ai! Que, que foi?

-gostei dele mana! É melhor que o Francês!

-Conheceu o namorado dela? – Draco perguntou interessado

-Eu devia ter uns três anos, mas, mesmo com essa idade já dava pra ver que ele era um prego.

-É eu não duvido. – eles sorriram cúmplices

- Ô gente, será que dá pra vocês pararem de falar como se eu não estivesse aqui? – eu disse fingindo indignação e David riu

-Ué você está aqui?

-Você está tão engraçadinho hoje Malfoy. – eu disse emburrado ele riu de lado e se aproximou me dando um selinho rápido

-Eu esperava ouvir um “Eca” – Draco disse olhando pra David que pareceu não entender – Bom, a maioria das crianças diz “Eca” ou “que nojo” quando veem duas pessoas se beijando. – David sorriu como se tivesse entendido, era obvio que o loiro ainda não sabia a condição na qual meu irmão caçula se encontrava.

David ainda sorrindo tirou os óculos escuros feito na medida para o mesmo enquanto abria levemente os olhos um tanto quanto perolados, Draco arregalou os olhos finalmente se dando conta do que aquele gesto significava.

-você... Hum – ele limpou a garganta e me olhou com certeza sem saber o que falar eu sorri minimamente. – Ham, desculpe, eu não... – David o interrompeu

-Tudo bem! Na verdade você é bem incomum sabia? Qualquer pessoa enxerga logo de cara que eu não enxergo mais foi bom ver que não está tão na cara assim – ele disse sorrindo divertidamente

-Quanto anos disse que ele tinha Astoria? – Draco perguntou aparecendo estar incrédulo eu ri, vinha me fazendo essa mesma pergunta nos últimos dias.

-Cinco. – ele ainda encarava David que ria abertamente para nos. – Hum, Agora vamos, conte sobre você pro Draco, se você terminar logo quem sabe damos uma passada no Beco diagonal a? – Os olhos do meu anjinho pareceram brilhar

-Sério? Legal! Ele vai com agente não é? – Draco parecia ter despertado de seu transe, já que estava absorto em pensamentos até David berrar demonstrando toda sua animação para com a notícia que acabara de receber.

-O que? – perguntou confuso

-Vai com agente ao Beco diagonal?

-Ah, Bom, Eu vim aqui pra chamar a sua irmã para ir então...

-Ótimo! Você vai! – ele disse sem esperar que Draco continuasse

-Veio aqui me chamar pra sair? – perguntei divertida.

-Só você pode fazer isso por acaso? – Eu revirei os olhos e bufei fingindo irritação

-Hm. – eu disse cruzando os braços

-Parem de fingir que estão brigando e escutem ta? – Assentimos. – Bom, Eu nasci dia dois do onze de 1995, lembrando que meu aniversário é daqui a dois meses e eu quero presentes. Continuando, Eu não me lembro de ter passado muito tempo morando com meus pais ou minhas irmãs, acho que desde sempre fui criado pela tia Kathy, Eu nasci sem enxergar! Não, não foi nem um acidente ou nada do tipo. Não sabem ao certo por que afinal nunca me falaram de alguém que fosse da nossa família que também fosse cego – ele disse colocando o dedo indicados no queixo fazendo uma carinha pensativa super fofa -Mamãe e papai sempre iam me visitar sem as garotas já que elas estavam na escola eu não fazia muita questão de pedir para ir com eles, eu sabia que eles voltariam e eu acho que sempre gostei de atenção, coisa que eu tinha e muita, com a tia Kathy- ele sorriu de lado parecendo relembrar dos anos de convivência com a mulher. – Eu sempre pensei que meus pais não me queriam por perto por que eu não conseguia enxergar e não vou mentir pra vocês dizendo que ainda não penso isso... – eu ia o interromper mais consegui me segurar - Mas mesmo pensando assim eu sempre gostei do modo como eles me tratavam, sabem? Sem mentiras. Eu sabia quem eu era quem minha família era, E mesmo que nem um dos dois falasse sobre isso eu já tinha noção do choque que seria para a “Sociedade bruxa” que papai e mamãe tanto gostavam de falar se soubessem que eles tinham um filho assim... – eu bufei – Asty? – Eu bufei cruzando os braços.

-Odeio quando você fala assim! – eu disse suspirando frustrada

-Eu sei.

-Tudo bem Dav... - suspirei pesadamente - Continue, sim? – ele sorriu assentindo

-Eles nesse meio tempo não me visitavam com mais como antes e não Posso dizer que não fiquei triste. Tia Kathy dizia que eles estavam ocupados com os negócios da família, eu tentava entender mais então papai apareceu e disse que me levaria pra casa, foi um choque pra tia Kathy ela praticamente caiu do sofá... Ok foi um choque pra mim também, mais eu não liguei, foi como se eles estivessem me aceitando sabem? Realmente me aceitando. Quando eu cheguei aqui só encontrei Dafne e mamãe, que por acaso estava uma fera com você Asty, por que você tinha sumido. – eu sorri de lado olhando para meu cúmplice que sorriu brevemente – Eu gostaria que papai tivesse vindo me buscar mais sedo se eu pelo menos soubesse que ele iria já que era sua festa, Mas de tudo que me disseram até agora a melhor noticia foi a de Hogwarts – ele sorriu mostrando os dentes – papai falou que a própria diretoria do colégio disse que eu ia! Que era quase obrigatório eu estar La. – e mais uma vez naquele dia seus olhinhos brilhavam. – sei que vai demorar um pouco mas... Pelo menos eu vou, e bom, agora eu estou aqui contando tudo isso pra vocês, pelo menos o que acontecer daqui pra frente eu não vão ter que narrar – ele riu mostrando os dentinhos - vocês não precisaram me ouvir contar então fiquem por perto, ok?– ele disse cruzando os braços e eu me levantei indo em sua direção, já que ele ainda estava encostado na Árvore e passei a mão em seus cabelos castanhos.

-Sabe? Essa história não é nada assustadora. – Draco disse e David riu alto.

-aposto que ficou arrepiado. – foi a minha vez de rir.

-Ta se achando NE baixinho? – Draco disse se levantando.

-Me chamar de baixinho não vai me ofender. – David disse presunçosamente.

-Tem certeza que esse garoto tem cinco anos? – Draco perguntou olhando pra mim

-pelas minhas contas sim. – eu disse dando de ombros – Vem Dav – eu disse pegando ele no colo – garoto eu não brinco quando digo que você ta pesado!

-Me da ele. – olhei assustada pro loiro que pareceu se arrepender do que disse – O que foi? Se ta pesado pra você eu posso... Ham, posso levar ele. – ele disse meio desconcertado, coisa que agente não se ver todo dia.

-Hm, ta – eu disse franzindo a sobrancelha e passando o garoto, que não ligou, pros braços do Malfoy.

-Que isso Asty? Nem sequer lutou com ele pra eu ficar em seus braços? Que tipo de irmão você é? – eu revirei os olhos dando um peteleco no meio da testa dele que fez cara de emburrado massageando-a – Odeio quando faz isso. – eu ri enquanto recomeçava a andar e eles me seguirem.

-Então? O que vamos fazer no Beco diagonal? – perguntou para eles.

-O que vocês querem fazer? Faz tempo que eu não apareço por La – Draco disse indiferente.

-SORVETE! – David gritou me assustando e riu alto quando sua voz se transformou em um tipo de eco entre as árvores. Olhei Draco que massageava o ouvido com uma expressão de dor em seu rosto e não pude deixar de rir enquanto nos afastávamos mais do Jardim. Sorri de lado imaginando como séria esse “passeio” que com toda certeza seria no mínimo incomum, mais desde quando as coisas na minha vida eram comuns? Eu já deveria estar acostumada com isso certo? Mas eu ainda tinha duvidas sobre a resposta para essa pergunta! Ela será Sim ou claro?.

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Dafne:

Theodore: