Entrei no quarto e pude ver Bruno dormindo tão angelicalmente que tive pena de acordá-lo. Guardei minhas compras e fui direto pro banho tomar uma bela ducha, entrei no banho e confesso que me assustei quando vi a porta do banheiro se abrindo, era Bruno com uma cara de sono muito engraçada, o danadinho nem perguntou se podia e foi logo entrando no box junto comigo - confesso que amei a ideia que ele teve, rs.

Tomamos banho juntinhos, Bruno saiu e eu fiquei secando meus cabelos, ainda tinha que falar para ele sobre Milla.

– Vida... eu tenho que te falar uma coisa. - Falei um pouco alto por causa do barulho do secador.

– Amo quando você me chama de vida sabia?! - Bruno falou me abraçando pelas costas. - O que você quer me falar?

– Ah... deixa eu secar meu cabelo primeiro, depois eu falo. - Respondi me virando e dando-lhe um selinho.

Sequei todo o cabelo e fui em direção ao quarto por uma roupa. Bruno estava sentado na cama vendo tv e comendo algo que parecia um pudim.

– Hum, quer? - Bruno perguntou levantando a pequena taça nas mãos.

– Não, comi tanto no shopping com Lili que não aguento mais nada. - Respondi sorrindo.

– Por falar em Lili... ela tá meio gordinha ou é impressão minha? - Ele falou levantando-se andando de um lado para o outro.

– a-ah sei lá, é impressão sua, tá vendo demais. - Respondi sorrindo disfarçadamente.

– Pode até ser, mas ela tá mais cheinha sim. - Bruno respondeu dando mais uma colherada na sobremesa. - Então, o que queria me falar?

– Senta aí e jura que não vai ficar bravo comigo? - Falei fazendo bico.

– É impossível ficar bravo com você fazendo esse biquinho lindo. - Bruno respondeu gargalhando.

– Então... quando Lili e eu íamos saindo pro shopping, encontramos uma menina na porta, sozinha, com uma mochila nas costas e um pôster seu nas mãos.

– Até aí, é normal, as meninas sempre fazem isso. - Bruno falou passando a mão em meus cabelos.

– É... mas alguma menina de 15 anos já fugiu de casa escondida dos pais para te ver num estado em que ela não conhecesse ninguém? - Falei olhando nos olhos dele.

– Que eu saiba... não. - Bruno falou abaixando a cabeça.

– Então, essa foi capaz. Ela é linda, meiga e simpática, Lili a convidou para ir conosco até o shopping, um amor de menina. E te ama de uma maneira pura e verdadeira,saiu escondida dos pais de Brasilia até aqui Bruno, é ou não é loucura? - Falei arrumando minha franja.

– Loucura d-e-m-a-i-s. E onde ela tá agora? Onde vai dormir? - Bruno falou um tanto interessado na menina, ótimo.

– Então... é aí mesmo que eu queria chegar! Ela tá no quarto ao lado do de Lili, ficamos com pena e chamamos ela para passar a noite lá. - Falei com medo de Bruno se chatear. - Não fica bravo tá?! É só ir lá e dar um abraço nela, realiza esse sonho dela que foi tão sofrido conseguir.

– Você e Lili não existem, tá pra nascer mulheres de coração tão bom quanto o de vocês. Por mim, tudo bem. Podemos ir lá agora mesmo. - Bruno respondeu sorrindo e pegando uma camisa oficial dele nas mãos, autografou a camisa e disse que iria dar ela a Milla.

Liguei para Lili (que estava do quarto ao lado, rs) e pedi para que ela fosse comigo e Bruno até Milla, queria ver a reação dela de frente ao ídolo. Batemos na porta e Milla abriu já sorridente, Bruno tinha combinado que entraria depois, pra fazer mais suspense à Milla, entramos eu e Lili no quarto e ela ficou procurando por Bruno, com os olhos aflitos por não vê-lo conosco.

– Ele não vem Milla, desculpa. - Lilian falou num tom chateado.

– Ma-mas por quê? - Milla falou querendo chorar já.

– Coisas de celebridade sabe? Ele não se comoveu como nós e disse que já teve fãs que fizeram loucuras maiores. - Eu ficava impressionada com a capacidade de Lili de ser fria nas palavras, eu não conseguiria.

Milla começou a chorar e afundou a cara no travesseiro da cama, que dó. Aquela cena tava me partindo o coração já, era hora de acabar com aquilo, saí de mansinho e chamei Bruno para entrar, Milla nem percebeu que ele havia entrado, estava triste demais para olhar para nós.

– Você pegaria uma granada por mim? - Milla se virou automaticamente ao ouvir aquela voz masculina suave.

– OMO OMG OMG É ELE É -E-L-E. - Milla falou chorando mais que da primeira vez, quase sem se mover na cama.

– Não vem me dar um abraço? - Bruno falou sorrindo.

Milla se levantou da cama, secou as lágrimas que insistiam em cair e abraçou Bruno com uma intensidade tão forte que parecia até que o mundo acabaria depois que ela soltasase Bruno. Pude ouvir um "eu te amo" abafado enquanto ela o abraçava de olhos fechados.

– Obrigada por existir, e sim, eu pegaria uma granada por você, rs. - Milla falou olhando no fundo dos olhos de Bruno.

– Isso é pra você. - Bruno falou entregando a camisa para Milla. - Você vai em algum show?

– Que linda, obrigada. - Milla falou agarrando-se a camisa. - Não... não tenho grana pra isso, só tenho a grana de voltar pra casa, que aliás, minha mãe vai me matar quando eu voltar.

– Liga pra ela, você vai ao show de amanhã por minha conta. Um presente meu, por esse sacrifício que você fez por mim. - Bruno falou sentando-se ao meu lado.

– Eu já liguei... mas não disse que estava aqui, disse que estava no RJ na casa de uma tia que tenho lá... ela não acreditou muito, mas minha mãe sabe que eu vivo fazendo loucuras, principalmente quando o assunto é você.

– Garota, você é mais louca do que eu imaginava. - Lili falou sorrindo.

Saímos do quarto, pois Bruno tinha uma entrevista para uma revista teen do país.

No nosso último dia no Brasil decidimos ir à praia, apenas olhar o mar e conversar. Eu estava p. da vida com Lili que ainda não havia contado da gravidez para Bryan e decidi que se ela não contasse na praia, eu mesma contaria, já não dava mais pra esconder isso dele, até Bruno já queria desconfiar!

Os show's de Bruno no Brasil lotaram, Milla foi no de SP e RJ e ficou super grata por tudo que nós fizemos por ela e ainda ganhou várias coisas de Bruno como camisas e pôster's oficiais autografados, com certeza vai ficar pra história dela.

Era nossa última noite no Brasil e fomos para uma praia linda, que não tinha quase ninguém, apenas o som do mar e o vento eram a nossa companhia ali, sentamos na areia e eu puxei assunto: - A noite tá maravilhosa, parece que vai nos revelar algo lindo né Lili?

– Ãhn?! Ah... é... - Lili falou toda desorientada.

– TÁ DORMINDO CARA? SÓ VIVE PENSATIVA AGORA... - Bryan falou se sentando ao lado dela.

– Ih me deixa! - Lili falou dando um cutuque nele.

– Lili tá se estressando à toa, já perceberam? - Bruno falou mexendo na areia.

– Vocês percebem por palavras, eu percebo por socos e tapas, a mulher tá ferozzzz. - Bryan não tinha medo de levar outro soco né?!

– Lilian... como é que é? - Falei pressionando ela.

– Eu vou falar Jessi, calma! Eu vou falar!!! - Lili falou meio irritada.

– Falar o que? - Bryan perguntou confuso.

– Ãhnnnnn, Vida, vamos caminhar ali pelo mar? Lili e Bryan precisam conversar.

Puxei Bruno para caminharmos e deixei Lili sozinha com Bryan, Bruno estava sem entender nada, me abraçava com aquele olhar de "me conta por favor.", dava até peninha dele, rs.

– Não esconde nada de mim... - Bruno falava enquanto seus lábios iam passando por meu pescoço.

– Não faz isso comigo... é golpe baixo - Falei sussurrando.

Pude sentir um leve sorriso entre os lábios dele.

– Lili não quer mais casar com ele, é isso? - Bruno voltava ao assunto.

– NÃO, TÁ LONGE DISSO. - Falei sorrindo para ele.

– Então o que é? - Bruno falou novamente, me puxando para perto de seu corpo.

– Então... lembra que você falou que Lili estava gordinha? - Bruno assentiu com a cabeça. - Ela não tá gordinha por causa de peso, ela tá gordinha por causa de um novo ser que está se formando denro dela... Lili está grávida.

Pude ver os olhos de Bruno brilharem ao abrir um sorriso espetacular.