Heaven Veil escrita por Madam


Capítulo 6
Capítulo 6 -Fim




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–Do que você está falando?!

–Você não ouviu? Você vem comigo!

–Tão de repente... Eu não...

–Lógico que pode, só vir comigo!

–Você... Está ficando louco? –Hinata colocou a mão sobre os lábios. –Eu... Não posso sair daqui, não assim.

–Vá se despedir então!

–Você não está entendendo, eu sou presa a aqui.

Naruto ficou pasmo. Não conhecia direito os deveres de uma gueixa, tão pouco de uma oiran. Mas sabia, que Hinata desejava se livrar daquilo. Seus olhos não eram felizes, mas viu o brilho ao falar de suas pinturas, e o loiro, desejava com todo ardor ver aquele brilho naquele olhar. Sabia muito bem sobre querer realizar seus sonhos, ele morreria tentando virar hokage! E aquela garota almejava ser uma pintora, mas não tinha coragem. Entendera como um recado, para que ele a incentivasse a seguir seu sonho.

–E como você sai daqui?

–Só com autorização de Tsunade ou sendo comprada por um nii-san...

Naruto não tinha muito dinheiro. Na verdade era um ninja até pobre.

–Se falarmos com Tsunade...

–Ela não me liberaria.

O garoto fitou a moça de cabelos azuis. Era fato que Hinata fosse uma das melhores moças que havia no distrito. Tsunade nunca liberaria.

–Só tem uma alternativa então, eu te sequestrarei!

–C-como?! –Hinata estava abismada. Como tudo chegou a aquele ponto? Sabia que deveria ter se mantido calada. Mas aquela oportunidade... Ser livre! Aquilo soava tão bem á ela. Deveria seguir este caminho?

–Vamos fugir! Te darei abrigo da mesma forma que você me ofereceu seu quarto!-Sorriu o loiro.

O coração de Hinata disparou. Aquele sorriso parecia ser um motivo convincente.

–Eu...

–Sim Hinata?

–EU QUERO IR COM VOCÊ! –Disse tudo de uma vez assim que havia tomado fôlego. Lágrimas se formaram sobre seus olhos. Estava trocando uma vida inteira por um homem que ofereceu salvação e que conheceu em uma noite.

Não ia se arrepender, pensou. Estava decidida, mas não iria sair daquele jeito.

–Naruto... Só me dê hoje para me despedir de minha irmã, por favor.

–Certo, hoje de madrugada eu venho te buscar! É uma promessa.

Ambos sorriram.

–Naruto, feche os olhos.

O loiro fechou os olhos confusos. Hinata aproximou-se, sentiu a respiração do loiro em seu rosto. Naruto sentira a aproximação também, os dois corações aceleraram descontroladamente. Hinata juntou seus lábios ao do rapaz, que apreciou o toque que para ele, podia ser comparado com o paraíso. Então Hinata afastara-se rubra, deixando um Naruto embriagado com o carinho.

–Selamos uma promessa. –Sorriu Hinata ainda tímida com o rosto vermelho.

–Sim! –Respondeu Naruto com sua voz entusiasmada de sempre. –Esteja preparada! Dois toques na janela é a hora!

–Certo!

Naruto saiu pela janela e Hinata encostou-se a , observando a silhueta de seu corpo se afastar e seu coração bater mais forte. Viveria com aquele homem? De algum jeito sabia que seriam felizes.

Hinata voltou-se ao seu quarto. Sorriu. Seria a ultima vez que veria tudo aquilo, colocou-se a arrumar suas coisas, não ia levar muitas coisas. Apenas algumas roupas que achava confortável, nenhuma roupa de queixa ou oiran. Começaria sua vida do zero.

Despediu-se mentalmente de suas coisas, e colocou sua mala escondida no armário. Lembrou-se de colocar suas pinturas, olhou uma por uma com carinho. Ela amava todas as pinturas que guardara. Principalmente aquela sua preferida, daquele garoto com um sorriso intenso e caloroso e olhos azuis vivos como o céu. Pôs a gravura sobre o peito e apertou, lágrimas se formaram sobre seus olhos e caíram sobre o chão.

Era um adeus. Para sempre, mas aquilo que com certeza ia fazer mais falta... Seria mais doloroso de se despedir. Tomou coragem e levantou-se, saiu do quarto. Havia uma porta branca, de madeira maciça á sua frente. Seu coração disparara. Estava sem coragem, mas seria a única oportunidade para isso.

Bateu na porta, uma moça de olhos brancos e com semblante sonolento atendera.

–O que você quer a essa ho... –Fora surpreendida por um abraço apertado de Hinata.

–Eu te amo muito Hanabi, nunca se esqueça disso!

–Nee-san! O que foi? O que você tem?

Hanabi abraçou forte a irmã mais velha tentando consolar ao vê-la chorando. Hinata continuou abraçando e depois afastou-se, beijou-lhe a testa. Hanabi corara, não costumava saber reagir á demonstração de afetos e sempre ficava envergonhada.

–Entra nee-san!

Hanabi abriu a porta e Hinata sentou-se a cama. Não era um quarto tão grande como o da primogênita, pois Hanabi ainda estava iniciando sua carreira como gueixa. Possuia um corpo esguio, longos cabelos amarronzados escorridos divididos no meio, que caiam sobre suas costas e davam ênfase a seu peculiar olho. Hanabi era uma bela rapariga, que irradiava calor e determinação. Tinha uma personalidade forte, ao contrário da mais velha que era mais introvertida.

–Tem algo que gostaria de conversar, otoujo-san.

A menor fechou a porta se apoiando sobre esta.

–Estou ouvindo.

Hinata não sabia o que falar. Seu coração pulsava e podia sentir que ele sairia pela boca.

–Eu... Vou sair daqui... –Murmurou.

–É sério?! –Hanabi parecia surpresa. –Não sabia que aquele homem fosse tão rico! Nossa, que sorte nee-san! –Hanabi sorriu se aproximando da irmã entusiasmada.

–Não Hanabi, eu vou fugir daqui.

–O-o que?

Fora um repleto baque. Como sua irmã poderia fazer isso? Por que tão de repente? Ela parecia tão satisfeita, nunca reclamou de nada.

–Eu queria me despedir...

–Você está louca?! Por que diabos você vai fazer isso? –Hanabi estava furiosa. –Tudo por causa daquele homem?

Hinata ficara boquiaberta. Sua irmã também havia o reconhecido.

–Ele disse que eu poderia ir com ele...

–Hinata! Me escute! Isso é sério... Aquele garoto, ele é um ninja!

A garota de cabelo azul sorriu.

–Eu sei disso.

Hanabi não podia acreditar no que ouvia, no que diabos sua irmã estava pensando?

–Sua mal agradecida! Você vai deixar Tsunade assim mesmo, depois de tudo que ela fez por nós, que nos acolheu quando não tínhamos nada? Olhe pro seu quarto, você tem tudo que quer, e é graças a ela, e sequer vai falar com ela?! Você é repugnante! E quanto a mim, já pensou em mim? Como minha fama vai ficar? A irmã da fugitiva... Entendo que você queira cair fora daqui, mas arruinar a vida das pessoas... Nunca esperei isso de você! Sua egoísta!- Hanabi gritava chorando de raiva.

Hinata sentiu seu corpo todo tremer e chorava profundamente, Hanabi não sentiu pena, queria saber se sua irmã finalmente tinha acordado daquele desejo bobo.

–Quando você vai sair daqui?

–Hoje de madrugada. –Abaixou a cabeça.

–Você... Vai mesmo?

–Hanabi... Me desculpe. Eu te amo, lembre-se disso para sempre! Minha querida irmãzinha... Você será uma grande mulher! –Sorriu entre o choro e saiu do quarto.

Hanabi não podia acreditar em seus olhos. Caiu de joelhos atordoada.

“Eu... Não vou deixar Onee-san sair daqui! Ela vai ver só!”

Hinata correra para sua cama, onde se jogou chorando. Devia voltar atrás, não podia sair dali. Estava presa, era só falar ao Naruto que havia desistido.

Sentiu uma enorme dor no peito, seus sentimentos escoaram por lágrimas em seu travesseiro. Ouviu uma batida na porta. Seria Hanabi querendo se desculpar? Será que ela a apoiaria?

Correu até a porta e viu Tenten.

–Vim arrumar seu traje! Nossa, Hinata, o que houve?!

–Não é nada, pode vir daqui a cinco minutos Tenten, por favor?

–Está certo, mas então, por favor, apresse-se, seu cliente logo virá.

–Certo.

Fechou a porta. A moça pegou o grande espelho que tinha e limpou as lágrimas, então começou a se maquear. Hinata estava seca, suas emoções haviam desaparecido. Não havia mais o que fazer. Continuaria sendo uma escrava do luxo, calou seu coração com um gole de saque. Estava tudo acabado, e já não lembrara mais de Naruto.

Então veio Tenten, que começou a puxar os laços apertados do kimono escarlate e dourado que Hinata trajava. Sentia sua costela sendo prensada pelo apertado nó. Seus cabelos agora eram presos por um penteado peculiar, onde estava todo jogado para trás e mechas de sua franja ainda caíam sobre o rosto, estava preso envolta de um grande enfeite.

Tenten saiu e veio com o rapaz, um jovem e atraente rapaz de cabelos negros assim como seus olhos. Sorriu corado para ela. Seu nome era Sai, e Hinata sabia que ele estava perdidamente apaixonado por ela, e que juntava finanças para poder sustenta-la. Hinata sentia compaixão para com ele, mas era como se fosse um filho.

Conversaram pouco, Hinata dedilhava seu shaminsen, mas errava muitas notas, e ela não estava com humor para cantar.

–Hinata, o que houve? Parece tão muda. –Sai estava preocupado.

–Desculpe.

–O que você tem?

–Não é nada.

–Está tão... Distante...

–Desculpe.

Sai ergueu-se e pegou o rosto de Hinata. Tentou beija-la pela primeira vez. Viu o rosto da Oiran que não transmitia uma emoção sequer, então se afastou e respirou fundo.

–Vou lhe deixar em paz por hoje, descanse um pouco. Não quero lhe ver assim novamente. –Pegou sua bolsa e saiu.

Hinata pôs-se a dedilhar o shaminsen novamente olhando para a janela. Sua voz frágil cantarolou.

Primavera
Quanto tempo faz?
Tanto tempo atrás
Tantas as manhãs, sim
Quando o sol brilhou
Sobre os livros soltos no chão
Primavera...

Mas nos outonos
Um vento triste
Nunca desiste
Do nosso rosto
Nos invade com seus dedos
Frios assim, sem perdão


Primavera
Quanto tempo faz?
Tanto tempo atrás
Tantas as manhãs, sim
Quando o sol brilhou
Entre as nuvens gordas no céu...
Primavera...

Estava de noite. Será que ele realmente viria? E se fosse uma brincadeira dele... Tudo seria á toa.

Caiu sobre a cama e dormiu profundamente.

Hanabi corria em volta de Hinata que estava em sua mesinha desenhando um por do sol. Neji zombava do sol torto que a garota desenhava, deixando-a envergonhada.

–Não ouve ele nee-san! Neji só zomba porque não sabe elogiar!

–Fique quieta pirralha! –Neji deu um peteleco na testa de Hanabi que o xingava.

–Mocinhas não deveriam falar palavras tão rudes, Hanabi. –Era seu pai, um homem sério e que quase nunca demonstrava emoções. Mas não com suas filhas. –Deixe-me ver o desenho Hinata.

Hinata estendeu a folha lentamente com medo da reação de Hiashi.

–Está lindo filha! –Sorriu o pai. –Quando der eu trago mais folhas para você!

–Obrigada papai! –Seus olhos brilhavam.

–E quanto a mim papai? –Hanabi puxava a manga da blusa.

–Se comporte como sua irmã que lhe trarei uma boneca.-Saiu da sala.

–Tá, tá...

Hanabi não gostava muito de bonecas, preferia a pipa ou o pião de seu primo.

A pequena voltou a correr em volta da irmã, e Neji começou a correr atrás dela.

–Pare de correr, está me dando enjoo!

Hinata sorriu. Estava feliz, era seu aniversário de 12 anos. Embora a chuva lá fora, estava feliz com todos reunidos lá dentro, amava sua família mais que tudo.

–Neji, venha aqui rápido! A vila está em chamas!-Seu pai gritou.

–O que?- Neji se apressou e correu.

Ouvem-se sons de gritos e de espadas em colisões.

Hanabi começara a chorar, Hinata corre até a irmã e a abraça acudindo-a.

A porta da casa é arrombada e dois homens entram. Neji entra logo atrás todo ensanguentado pulando em cima de um dos homens que desembainhava a espada.

–NEJI,NÃO!

Acordou. Estava suando frio e seus batimentos cardíacos eram velozes. Levantou-se ofegante e se dirigiu até a janela para pegar ar.

Fora surpreendida pela chegada de uma figura loira que pulara para dentro, chocando os corpos. Ao abrir os olhos Hinata viu Naruto em cima de si, corou envergonhada pela posição constrangedora.

–E aí Hinata, vamos? –Sorria o loiro se levantando e estendendo a mão para a Oiran.

Hinata pegou-a e se levantou.

–Você está bem diferente hoje, é assim que você fica normalmente?

–Sim...

–Continua linda!

Sentiu seu coração palpitar.

–Vamos Hinata?

–Sim... Antes, eu só queria falar uma coisinha com minha irmã.

–Certo! Eu espero.

A garota abriu a porta e trancou-a, deixando Naruto lá, ficou olhando para os lados. Cada objeto revelava uma característica de sua personalidade. Quem diria que uma oiran vangloriada poderia ter tão simples sonhos?

Estava inquieto, desejava-a consigo, mas não por apenas aquela noite. E agora, ela viveria junto a ele, por um tempo... E ainda sim sentia que era pouco. Queria ver o brilho de Hinata todos os dias de sua vida. Era uma nova sensação que sentia, considerava-a inexplicável. Mas sabia que era aquilo que ele queria.

Ouviu gritos, e era de Hinata. Pulou para a porta tentando abrir, mas foi inútil. Arrombou a porta e viu um homem de cabelos negros tampando a boca de Hinata e mantendo-a imóvel.

Naruto foi tomado por ódio.

–Se você não a largar agora, eu te mato... –Gritou.

–Não, você vai morrer.

Após isso, apareceram dois homens armados com espadas do quarto á frente. Naruto sacou suas kunais e arremessou contra os espadachins, que desviaram todas as armas lançadas girando a espada, então correram em direção ao loiro.

Naruto agilmente sacou sua espada curta ninja, repelindo os golpes desferidos. Apenas com uma mão desviava todas as tentativas de ataques. Um pulou em sua frente, o loiro correu contra o espadachim planejando corta-lo.

Hinata mordeu o dedo de Sai, que a soltou rapidamente.

–Naruto! Atrás de você!

O ninja conseguiu desviar da espada que fora arremessada em suas costas, mas não totalmente a tempo. A espada cortara sua pele na região dos braços.

–Você vai me pagar! –O olhar de Naruto mudara. Estava mais sombrio e emanava fúria.

Pegou outra espada, e rodopiou as duas armas, uma em cada mão, correndo contra o homem desarmado. Este pegou a arma do outro espadachim que jogara para este, e partiu em direção do loiro. O rapaz jogou suas espadas contra a do samurai, que com o choque se quebrou, então com um soco no rosto, desmaiou o espadachim.

A verdade era que Naruto podia mata-lo a qualquer momento, mas odiava ver a morte de alguém, portanto evitava a todo custo esse meio.

–Agora só falta mais dois. –Sorriu.

Hinata conseguiu escapar de Sai, dando-o um chute em suas áreas sensíveis, correu até a espada do antigo espadachim, ao ver que o outro tentava pegar, mas esta conseguiu apanhar pirimeiro, e bateu com o punhal da espada no homem, que também desmaiou. Naruto olhou surpreso a garota, que estava assustada com o tamanho da força que tinha e não sabia. Hinata pensara em sua família, todos eram ninjas.

“Será que é de família?” isso não importava, correu até Naruto que recolhia sua espada e se dirigia até Sai.

–Você está morto. –Naruto se aproximava de Sai que estava com medo, Hinata pulou a sua frente.

–Naruto, por favor, não machuque ele!

–O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI?! –Uma voz estrondosa tomou conta do recinto e logo após Tsunade entra no corredor. –Hinata, explique-se agora!

–Eu... Eu...

Hanabi apareceu de seu quarto.

–Ela está tentando fugir Tsunade-sama! Faça algo!

–Depois de tudo... Você quer ir embora Hinata?

–S-sim... –Abaixou a cabeça.

–Então vá! Não preciso de uma inútil que não sabe honrar suas dívidas, e além do mais, me causa prejuízo! Olhe só o desastre que você causou... Você não merece ficar aqui, suma da minha frente antes que eu faça alguma loucura! –Veias saltavam na testa de Tsunade.

Hinata sentiu seu peito apertar de dor. Tsunade era como uma mãe, e ouvir aquelas palavras... Doíam mais que lâminas na pele.

Dirigiu-se até seu quarto, acompanhada de Naruto. Fechou a porta, caiu no chão e se pôs a chorar. Naruto abraçou-lhe tentando consolar.

“Algo estranho está acontecendo...” –Pensou o loiro.

–Por favor, vamos logo Naruto.

–Certo, suba nas minhas costas.

Hinata pegou sua mala e o obedeceu. Sentia uma tristeza profunda agora, o loiro partira pela janela com a garota em suas costas.

–Se segure.

–Sim.

Ficaram quietos.

–Sua ferida, dói?

–Não.

–Eu tenho curativos. –Ofereceu Hinata.

–Não preciso, obrigado.

–Naruto...

–Sim, Hinata.

–Me põe no chão.

O loiro obedeceu confuso.

–Se não for pedir demais... Me espere, rapidinho? Tenho um assunto inacabado... -Disse encostando seus dedos indicadores um no outro.

–Está certo. –Sorriu o loiro incentivando-a.

Hinata correu, mas aqueles sapatos de oiran não deixavam. Correu descalça com o objeto nas mãos.

Estava frente a frente com o distrito dos prazeres. Abriu a porta sem cerimônia, as garotas ficaram surpresas, algumas cochichavam e olhavam com raiva. Não ligava, Hinata não se importava mais. Subiu até o andar de seu quarto, o segundo mais alto, o topo era de Tsunade. Subindo as escadas, chegando perto do corredor, ouviu duas vozes. Se escondeu.

–Mas Tsunade-sama... Por que você a deixou ir... Fui eu quem trouxe Sai e os samurais e causei todas essa bagunça, quem deveria ser punida sou eu, não ela... –Chorava Hanabi desesperada.

–O lugar dela não é aqui. –O peito de Hinata apertou. –Eu sempre soube que um dia aquela garota iria embora, estava só esperando o dia que alguém viesse lhe buscar. Se eu apenas falasse, ela ia negar e ficar chateada, e nunca iria embora. –Tsunade ria.

Hinata sentiu seu coração bater novamente. Sentiria falta daquela mulher, e Hinata amava-a, de verdade. Ouvir suas ultimas palavras fez nossa querida moça das madeixas azuis chorar emocionada. Tsunade-Hime. Seu nome ainda apareceria por várias gerações entre Konoha.

–Me diga, é um bom rapaz?

–É um ótimo rapaz, só um pouco escandaloso. –riu, e Tsunade acompanhou com gargalhadas.

–Não esperava nada menos que o filho da pimenta selvagem e o raio dourado de Konoha! Agora vamos para meu quarto beber sakê! Temos muito o que fazer para seu caminho de oiran!!!

–EH?!

Hinata se escondeu nas escadas, viu as duas subindo. As costas daquelas maravilhosas mulheres de sua vida. Limpou a ultima lágrima que caíra e sorriu profundamente. Hanabi olhou para trás, e viu Hinata que ficara surpresa. Sorriu serenamente.

Essa ultima visão de Hanabi, Hinata nunca iria se esquecer. Seria uma mulher incrível.

Subiram, e Hinata pode entrar no seu quarto. No seu armário havia um véu vermelho.

“Nee-san, que véu bonito! Quando eu me tornar uma oiran eu posso ter um desse?”

Hinata sorriu, se dirigiu até o quarto de Hanabi e colocou sobre a cama. Aquelas seriam suas palavras de despedida.

Saiu pela janela, mesmo sendo no 4º andar. Já fizera isso várias vezes. Correu até o loiro que estava sentado em um banco observando os pássaros. Naruto olhou para trás e viu Hinata lançando-se em seus braços. Beijou-lhe a bochecha.

–Obrigada, por vir me buscar, meu herói.-Naruto corou e abraçou a não mais, oiran, que tornou-se escarlate.- Vamos?! –Agora sorria com grande entusiasmo.

Montou nas costas do ninja novamente. Ambos sorriam mesmo que o outro não pudesse ver.

Confrontando seus antigos preceitos, um dia bastou para mudar a trilha de suas vidas. Não falaram nada, mas sabiam, estavam conectados. Mas não pelo destino, por que este, não existe, e todos nós podemos mudar.

Estariam um do lado do outro até o final de seus dias. Porque sim, acabaram por se apaixonar. Não planejaram nada, mas sentiam que seriam felizes um com o outro e nunca se separariam.

Casar, filhos, paisagens e pinturas. Amor, futuro, reconhecimento e certo cargo de Hokage... Almejavam com todo ardor de cada parte de seu ser...

Perseguir os sonhos requer esforço e sacrifícios. Pode parecer impossível e árduo, mas não para eles, eles lutariam juntos, não desistiriam. Por que apenas uma noite, podia mudar tudo, desde pensamentos até ações. Os dois próprios aprenderam coisas que jamais pensavam que fosse acontecer. Primeiro, é possível amar em apenas um dia; Segundo, a determinação pode nascer de qualquer um; E terceiro, às vezes, é preciso arriscar, porque algo incerto pode fazer valer mais a pena do que algo seguro e limitado.

Naruto lutaria para conseguir ser reconhecido por toda a vila, e quanto Hinata desfrutaria das paisagens mais exuberantes do mundo em seus quadros. E o mais importante, estariam juntos, um apoiando o outro na nova promessa que juraram um ao outro no dia de seu casamento.

Foi uma pequena cerimonia num templo, onde amigos estavam ávidos pela entrada da noiva.

Naruto sentia seu coração sair pela boca, o loiro era o mais nervoso do local. Trajava um kimono preto, que mesmo exuberante, não deixava de ser charmoso. Ficou no pequeno altar olhando para a rua.

Estava ali sua amada, numa pequena carruagem com cavalos negros. O cocheiro abriu a porta e ofereceu a mão à pequena dama que estava deslumbrante. Seu kimono nobre era branco como a neve e pequenos detalhes escarlates, e usava um véu alvo que se arrastava até o chão. Seus cabelos estavam presos num alto coque, onde mechas e sua franja caíam sobre o rosto. Andou calmamente; acompanhada de sua irmã que estava chorando emocionada; Até seu futuro marido.

Entreolharam-se e sorriram profundamente. Sentaram-se sobre as pernas e ouviram as preces do sacerdote, enquanto a melodia sagrada envolvia-os. Logo após, vieram duas jovens com três cálices onde os noivos beberam de gole em gole o refinado sake. Estavam finalmente casados. Entre os juramentos de fidelidade, estava incluso entre eles:

–Nunca desistir e nem voltar atrás.

Os convidados admiraram-se com a alteração, porque esperavam daquele divertido casal, tais palavras.

Trocaram um pequeno beijo discreto e olharam-se apaixonadamente. Viveriam para sempre juntos, felizes e sempre atrás de seus sonhos.



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Notas finais do capítulo

Obrigada por terem acompanhado a história até o final minna-san *-*
Espero que gostem desse capítulo final ;3



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