Romantic Joke escrita por jminho


Capítulo 4
Capítulo 4 - Cacos de vidro ou gelo?




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OUVIR Lucy – Anna Tsuchiya
Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=WfSsomkfnow
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Eu sinceramente não sabia quem ele era e o que queria aqui. E, por mais que eu tentasse, não conseguia separar meus lábios para falar. Então, ao invés disso, me peguei o observando dos pés a cabeça, literalmente!
Ele usava tênis e uma calça jeans escura. Ela estava caída – mesmo com cinto, o que eu nunca entendi! – mostrando um pouco da cueca (os meninos de hoje em dia são tão... estranhos. E pior que fica charmoso! QUAL É O PROBLEMA CONOSCO EM ACHAR ISSO CHARMOSO?). Só não mostrava tudo porque a camisa preta estava cobrindo uma boa parte. Fora isso, ele tinha os cabelos bagunçados que fugiam do boné e uma pele que parecia macia até de mais.
Se eu não estivesse disposta a ser a adulta talvez eu babaria naquele momento. E eu não estava brincando não! Ele realmente parecia que tinha saído de um livro de... Rock? Um roqueiro romântico?
Sim, isso mesmo!
Ele usava um brinco prata na orelha e carregava uma guitarra nas costas. Pelo menos deveria ser.
Levantei uma sobrancelha.
O que um pivete estava fazendo no MEU apartamento? Estava perdido? Veio pedir dinheiro? Afinal, ele tinha cara de que fugiu de casa para seguir a carreira de músico. Porém, eu não consegui ligar muito para isso. Uma vez que seus – malditos – olhos dourados brilhavam para mim de uma forma estranha.
Respirei fundo.
Nem venha me tentando, Sr. Destino!
Ele simplesmente levantou uma das mãos – a outra estava dentro do bolso da calça jeans – e lá apareceu um cigarro entre seus dedos. O mesmo percorreu um caminho até chegar aos lábios, que se separaram e grudaram em volta dele.
Droga. Como eu não havia observado aquilo ainda? O cheiro era insuportável! Ele nem perguntara se poderia fumar perto de mim!
Mal educado.
O problema é que tenho alergia e não gosto nem um pouco de nenhum tipo de drogas ou bebida!
Tudo bem... uma vez eu bebi de mais com Rose. Mas eu nunca mais o fiz! Prometi a mim mesma que não perderia meu tempo com coisas como aquela. Porque realmente é uma perda de tempo!
Pelo menos foi, porque eu vomitei tanto depois daquele dia que acho que saiu até pelo meu nariz!
Ele deixou a fumaça sair e ergueu uma sobrancelha quando eu fiz uma careta e tentei espantar aquele veneno de perto de mim. Cruzes! Que coisa mais horrorosa. Não dava para dar um tempo?

– Posso ajudar? – tossi, balançando freneticamente a mão a minha frente.


Ele tirou o cigarro da boca.

– Você é uma ladra?

Por alguma razão – e não me pergunte qual porque eu não sei e não quero saber! – eu tremi. De uma forma nada normal. Não havia passado uma corrente de ar nem nada do tipo. As janelas estavam fechadas.
Olhei em volta.
Acho que eu preferia que fosse a morte do que pensar que tremi ao ouvir sua voz.
SAI MORTE QUE EU TÔ FORTE!
Mas então, foi quando a ficha caiu.

– Ladra?

Como assim? Eu? Ladra?
Ah não. Então ele devia ter problemas mentais. Eu já devia desconfiar! Ele viera pedir ajuda. Mas como sempre, isso não dava certo porque ele não falava nada com nada. Tadinho.
Eu realmente poderia ser uma adulta caridosa, não? Embora minhas roupas do momento não se adequassem àquela situação.

– É! – ele bufou – Eu mal me mudei e já tem uma ladra no meu apartamento?

O QUE?
HAHA! Era para eu rir, certo? Porque, aquilo não fazia sentido nenhum!
Ah meu Deus! Eu já sabia! Ele era um aproveitador, não? Ele jogaria sujo comigo! Maldito! Será que eu deveria chamar a polícia?
Não. Não. Respire fundo que é só dar um jeito nisso tudo! Eu poderia agir como adulta.

– Espere um minuto, por favor – sorri, sem graça e me afastei.

Aos poucos fui chegando até minha bolsa jogada em cima do sofá vermelho de veludo – LINDO DE MORRER – e peguei minha carteira. Eu sabia que não haveria muito dinheiro mesmo. O que eu precisaria até receber meu primeiro salário estava no banco. Eu realmente não carregava dinheiro vivo por ai, era muito perigoso!
Mesmo assim, peguei algumas notas que estavam no canto e voltei até ele, estendendo a mão.
Ele me olhou de forma estranha, mas estendeu a mão também.
Coloquei as notas ali e depois fechei seus dedos, para que ele segurasse e soubesse que eu não aceitaria de volta.
Dei alguns tapinhas em sua mão fechada.

– Gaste com sabedoria, meu jovem – tentei dizer com carinho.

Pisquei para ele que me olhava como se tivesse vendo aquele ET de antes.
Será que eu estou com um pedaço de comida nos dentes? Será que minha maquiagem borrou? O QUE ERA, ENTÃO?
Ah não... será que eu tinha cara de caipira louca?
Revirei os olhos e estava pronta para fechar a porta. Além do mais, se Rose chegasse ela me daria uma bronca. Diria que não queria garotos como aquele em seu apartamento e que eu não podia ficar de blábláblá com estranhos.
E assim, eu me acharia menos adulta o possível. Então, não precisava de seus sermões. Além do mais, ele estava fumando! Aquele cheiro já tinha me enchido a paciência. Eu precisava de ar puro e urgente!
Mas, antes que eu fechasse a porta, o garoto – tudo bem, ele não parecia ser mais novo do que eu – explodiu em gargalhadas depois que viu o que tinha em suas mãos. Ele colocou um braço em volta da cintura como se fosse passar mal de tanto que ria. E eu não duvidaria! Porque, mesmo sendo uma risada gostosa e rouca, eu sabia que era um exagero. Havia lágrimas em seus olhos! Lágrimas!
Ele realmente não batia bem de jeito nenhum!

– Er... Ei! – sussurrei - Moço?

Ele ainda ria. Tanto que se apoiou na porta para enxugar uma lágrima que havia escapado de seus olhos.
Credo! Eu não estava entendendo nada. Será que eu tinha feito algo tão engraçado assim? Na verdade, eu só o ajudei. Será que ele estava rindo porque achou que eu o havia dado uma miséria?

– Aff – fiz bico – Eu sei que não é muita coisa, mas você deveria ser mais agradecido, garoto!

Ele balançou as mãos na frente de meu rosto, como se tentasse falar algo, mas não conseguisse.
Então, ele primeiro colocou um cigarro na boca – fumando um pouco – e depois suspirou, pendendo a cabeça de lado como se estivesse cansado de alguma coisa.
Me olhou nos olhos.

– Não é isso – sorriu e eu congelei no meu lugar – Você falou como se fosse minha avó! Quantos anos você acha que tem? Uns cinqüenta? Mais?
– E você é um molequinho mal educado, sabia? Sua mãe não te deu educação não?

Ele virou o rosto para mim. Aqueles olhos dourados me encarando como se tentasse ler algo dentro de minha alma. Como se tentasse abrir um livro com cadeado e quisesse folhear as páginas mais secretas. Eu não tive como impedi-lo, mas aquilo me deu um aperto no peito. Era como se ele pudesse me ler inteirinha, como se nenhum segredo meu pudesse ser escondido dele. Como se eu fosse frágil o suficiente para precisar que ele fosse meu suporte. Como se eu estivesse completamente despida.
Me senti corar violentamente. O QUE ELE ESTAVA FAZENDO COMIGO?
MACUMBA?
Realmente aqueles olhos dourados tinham tanto poder sobre mim?

– O que?
– Você parece uma menininha vestida desse jeito. Mas fala como uma velhota – e riu baixinho – Que tipo de teatro é esse?

Senti meu sangue ferver e minhas mãos virarem punhos.
O que ele sabia sobre mim, afinal?

– Posso saber quem diabos você é?

Ele mexeu na aba do boné e deu de ombros, como se isso realmente não devesse ser de interesse de ninguém. Fingi não notar.

– Meu nome é Edward – e então se virou, apontando para dentro do apartamento – E esse apartamento é meu.


Soltei uma risada alta e MUITO irônica.
Mas era para ele notar, então acabou não sendo um exagero. Na verdade, eu estava começando a ficar com medo. Não havia ninguém no corredor e eu me perguntava como eles o deixaram entrar. Quer dizer, eu tinha a chave! Eu conhecia a Rosalie e ele estava lá porque deveria ter sérios problemas.
Pena porque ele era... muito lindo! Mesmo!

– Seu? – cruzei os braços – Você está bêbado? Chapado? Ou... – o cheiro de cigarro perfurou meu nariz de novo – QUER APAGAR ISSO? – apontei para o que estava entre seus dedos, indo em direção aos seus lábios de novo.
– Porque?
- Porque faz mal!
– Você nem me conhece e já quer mandar em mim? – ele riu baixo e desencostou da parede – Faremos um trato. Você sai do MEU apartamento e eu não conto para a polícia.
– Não! Faremos assim... você sai daqui com esse seu... troço mortal... e eu não ligo para o hospício.

Ele cruzou os braços também e se pôs a minha frente.
Seus olhos me desafiaram enquanto ele se aproximava. Mesmo com o coração batendo rápido – porque ele me faz sentir desse jeito? – e a respiração acelerada, continuei olhando diretamente para seus olhos e empinando o nariz.
Ele não podia me tirar de lá! Na verdade, ele deveria ir embora rápido. Eu estava ficando com medo do que aquilo poderia ser. É claro que era mentira!

– Eu conheço você – sussurrou, deixando que seus ombros caíssem e a tenção passasse – Sim! Eu conheço você.
– De onde?

Ah, porque eu não tinha o spray de pimenta comigo? Eu deveria deixar na bolsa dês da última vez que comprei pra mim e para Rose.
Mas quando eu estava prestes a dar um chute bem naquele lugar, Edward se afastou e deu de ombros de novo. Pelo que eu poderia observar, ele parecia estar cheio de segredos, porém, nunca tinha dificuldade de escondê-los. Ele conseguia ser ele mesmo.
Quem me dera ser assim.

– De muito tempo.
– Olha aqui – sussurrei de novo, cansada com toda aquela situação – Esse apartamento é da minha amiga Rose. Talvez... talvez você tenha errado, sabe? – falei, envergonhada. Eu não conseguia falar sério com alguém como ele. Não por muito tempo. Parecia que ele era superior... isso abaixava minha guarda. Então comecei a me sentir como uma adolescente com vergonha e tímida... até que percebi que estava com meu rosto para baixo e as mãos cruzadas para frente – Eu aluguei esse apartamento.
– Você muda de personalidade do nada, é? Ou só gosta de se fazer de adulta?

Ergui a cabeça, assustada.
COMO... ELE... CONSEGUIU... DESCOBRIR... ISSO?
Edward riu.

– Eu sou bom nessas coisas – tragou mais um pouco do cigarro e depois foi até perto de uma lixeira, esfregou a ponta dele e depois jogou dentro da mesma – E... É Rosalie Hale, não é?

Ele sabia o nome de Rosalie? Como?

– Ela é minha amiga também – e ergueu os ombros largos – Acho que houve algum mal entendido por aqui. Mesmo assim... – ele simplesmente andou, devolveu meu dinheiro e abriu a porta, passando por mim e entrando no apartamento. Senti o desespero acelerar meu coração. TEM UM ESTRANHO NO MEU APARTAMENTO! – Eu estou cansado.
– O que... O que você acha que está fazendo? – me virei e fechei a porta. O vi sentado no sofá vermelho de Rose. Quer dizer... O meu sofá vermelho-veludo-lindo-e-que-parecia-caríssimo. Quem ele pensa que é? – Olha, você nem me conhece! Não deveria falar com estranhos... mesmo que... – diminui o tom de minha voz, sentindo que ele estava me observando daquela maneira novamente – você que seja o perigoso aqui.
– Perigoso? Eu? Porque não liga para Rosalie e confirma por você mesma? Eu espero! – colocou os braços para trás e as pernas em cima da mesinha de centro.

MAS QUE...

– Hey! – bati em sua perna, mesmo achando que aquilo era intimo de mais, comparado que mal nos conhecíamos. Ou... nem nos conhecíamos! – Não coloque o pé na mesinha!
– Tá... mamãe – e sorriu, obedecendo.

Dei de ombros e peguei minha bolsa, fuçando até encontrar meu iPhone.
Disquei rapidamente seu celular e coloquei na orelha, me aproximando aos poucos do vaso que tinha na sala. Quer dizer, eu não era idiota nem nada. Eu sozinha não o expulsaria dali, mas poderia tacar aquilo na cabeça dele se ele começasse a ter ataques de problemas mentais ou sei lá o que. Talvez eu nem precisasse ligar para Rose. O certo seria para o hospício e pronto!
Mas, como sempre, ela não atendeu. Bufei, olhando nervosa para a tela de meu iPhone que dizia “chamada terminada”.

– Ela não está atendendo – falei, baixinho – Porém eu sei que ela virá logo e...

OUVIR Wish – Olivia Lufkin
Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=4Gw3gRGvunc
Download: http://www.4shared.com/audio/FzNoqnts/Wish_-_Olivia_Lufkin_NANA.htm

Antes que eu terminasse, senti que algo grudou em meu pulso.
Eu não era forte o bastante – e também fui pega desprevenida – então não pude recuar ou mesmo entender o que estava acontecendo. Só sei que, como um vulto, o sofá vermelho pareceu se aproximar de mim rapidamente.
Arregalei os olhos.
Mas o que estava...
Então eu fui colocada deitada no sofá por duas mãos. Não doeu e eu nem senti direito que estava caindo ali. Parecia que fora em câmera lenta, por mais que eu saiba que não era verdade. E também parecia que foi com certo... cuidado. Aquelas mãos não me machucavam e nem precisaram fazer tanta força.
Na minha frente, no outro sofá, vi que Edward não estava lá. Só sua guitarra em cima. E, claro, só devia ser ele que estava fazendo aquilo comigo...
Mas o que ele estava fazendo?
Acho...
AI MEU DEUS, O MALUCO ME ATACOU!
Olhei assustada para o meu corpo, jogado, minha cabeça em cima de uma almofada. E, aos poucos um rosto apareceu no campo de minha visão. Antes, era somente o teto branco com detalhes de rosas vermelhas nas bordas, agora eram os olhos dourados de Edward, um sorriso branco travesso e a ponta de um boné que relava em minha testa.
O que...

“O brilho das estrelas chama o vento. Seu sorriso apaga o barulho. O anjo em seus olhos sussurra. Que tudo está começando agora”


– Você não deveria deixar estranhos entrar na sua casa, sabia? – ele riu – Parece que você não é tão adulta como pensa ser. Na verdade, você está toda vermelha e tremendo. Parece um gatinho abandonado. Mas eu vou cuidar de você.

Ele... ele...
Edward colocou uma das mãos em meu cachecol e a outra em minha cintura.
Ele... ele iria... ele iria fazer aquilo comigo? Iria me...
Eu sabia que estava tremendo e que algumas lágrimas de pavor se acumularam em meus olhos. Eu estava com medo! Por favor não...
Ah, como eu era burra! Porque eu o deixei entrar? Porque eu fechei a porta? Porque...

– Não se preocupe, você vai gostar – sussurrou.

E foi assim que o medo, o susto – eu não esperava por isso. Realmente achava que ele somente daria ataques de loucura – dominou inteiramente meu corpo. Senti ele explodir em meu peito e começar a se alastrar pelo meu corpo. Uma onda de gelo... interminável. E eu sabia o que estava acontecendo. Conhecia muito bem aquela situação e eu nem mesmo poderia lutar ou chorar.
O Sr. Destino realmente me odeia. Maldito.
Porque, depois de segundos, meu corpo inteiro foi tomado pelo gelo e pavor. Meu cérebro parou e somente meu coração continuou vivo.


“Você pode sentir agora. Você pode sentir agora. Como sendo engolida por uma onda. Puxando meu coração. Puxando meu coração. Eu prendo minha respiração e agarro sua mão.”


Eu não conseguia me mover. Meu mundo estava parado e somente o rosto daquele... homem... ficou na minha cabeça.
Mas, ao invés de sentir ódio dele, uma imagem muito antiga veio a minha mente como uma onda. Junto com o gelo, gélida e escorregadia.
A imagem de um beijo. Um único beijo que eu nunca mais esqueci. Um único toque de lábios e eu já sabia que amara pela primeira vez na minha vida. Nunca mais me deixei ser tocada por nenhum outro. Eu dizia que era porque eu não acreditava no amor – embora eu realmente perdi a esperanças nele -, mas não era somente por isso. Era porque eu havia o amado e, de alguma forma, aquele único momento é melhor do que qualquer outro momento com qualquer outro homem. Eu tinha certeza disso. Mas também me odiava por isso.
Porque o amor não existe.
Não pode existir.
Porque, se existisse, eu não estaria sofrendo até hoje, estaria?

Baby, este mundo está. Diferente de ontem. Não consigo ver ninguém além de você. Baby, meus desejos estão em asas. Que rasgam o céu. Em uma palavra que transborda”

Não consegui nem piscar quando a imagem saiu de minha mente.
Edward estava se aproximando de mim, de olhos fechados. Seus lábios úmidos e vermelhos estavam se aproximando do meu.
Eu estava com medo! Eu estava congelada de novo e eu não sairia daquilo sem a ajuda de Rose.
Alguém... me... ajude...
Rob...

– Hey – os olhos de Edward estavam abertos e seu rosto estava longe do meu – Heeey – ele balançou aos mãos na frente de meu rosto.

Sua voz estava abafada e eu não conseguia entender direito. E também... eu não só não conseguia abrir minha boca para responder, como também meu cérebro estava travado. Eu não me lembrava de como era falar.


– Oi! – ele tirou uma mexa de cabelo de meu rosto. Não senti nada – Tudo bem? Era uma brincadeira!

Gelo... Gelo...
Estava tudo gelado.

– MALDITO! – uma voz ecoou por dentro de meus ouvidos – EDWARD SEU MERDA, O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO COM A ISA?

O rosto dele se fixou em algo atrás de mim.
Gelo... O gelo não me deixava. Estava grudado em mim e não queria sair. Meu corpo...

“Meus olhos seguem a luz. Correndo sem hesitação em direção a você. Meu coração petrificado suspira. Como se estivesse em uma longa jornada.”


– Rose! – ele riu baixinho – Cara, eu só estava brincando com a sua amiga. E... acho que ela não aceitou muito bem.
– DESGRAÇA, MOLEQUE! – algo tirou Edward de cima de mim. Eu queria acompanhá-lo com os olhos. Mas o frio... o gelo... piorou. Tudo piorou! – JÁ FALEI PARA VOCÊ PARAR COM ESSAS BRINCADEIRAS DE GAY!
– QUEM É GAY AQUI?
– AFFE!

Então o rosto de Rosalie apareceu. Seus cabelos louros caiam em pequenos cachos e quase me alcançavam. Seus olhos claros também me pareceram aconchegantes. Não tanto como os olhos dourados de... Quem mesmo?
Rose... me salve! Por favor... o gelo está me dominando! De novo! Eu não lembro como lutar contra ele. Faz tempo que eu não... tenho mais esses ataques!
Rose... estou com vontade de chorar.
Chorar pelo que sinto verdadeiramente.

“Você consegue sentir agora. Você consegue sentir agora. O tempo passa sem clemência. Puxando meu coração. Puxando meu coração. Eu liberto meu amor.”


Rose... porque eu sentia falta do rosto de Edward?
Será que era porque ele tinha os mesmos olhos de Rob?

– Isa! – ela chamou, colocando uma de suas mãos em meu rosto – Isa!

Gelo.
Tudo congelado.

– Ah, droga, Isa! – ela bufou, esfregando as costas da mão no nariz – Não me diga que você ainda tem aquele troço?

Troço?
Ela suspirou e levantou o rosto.

“Baby, não preciso de um futuro. Ou de promessas. Enquanto você estiver aqui. Baby, meus desejos estão em asas. Transmita essa voz. E deixe que ela se espalhe através das estrelas sem brilho.”


– SEU IDIOTA! – gritou – Porque teve que fazer isso?
– Era sua amiga, não? Eu pensei que ela fosse como você. Então não me importei de brincar um pouco com isso para descobrir.
– Descobrir o que, seu porco nojento?

Ele riu.
A risada pareceu quebrar um pouco desse gelo. Na verdade, rachou, mas não quebrou.

– Se ela era igual a você, ué! Mas não... é que eu simplesmente não suportei a forma com que ela agia.
– Forma?
– Sim. Ela se faz de adulta, mas quando eu olhava para suas roupas e seu corpo frágil, via que ela não passava de uma jovem com um passado doloroso. Bem... foi o que eu suspeitei. Só queria que ela fosse ela mesma. Ela me parecia... linda por dentro. Só queria...
– Você e suas formas de descobrir sobre as pessoas! – bufou – Eu ainda acho que você é um bruxo vampiro gay!
– BRUXO VAMPIRO GAY? DA ONDE TIROU ISSO, SUA LOUCA? E EU NÃO SOU GAY!
– Sei lá – ela me olhou, os olhos tristes – Mas você foi longe! Eu nem mesmo sabia que ela ainda sofria com isso.
– Com isso? – a voz de Edward saiu cheia de preocupação – Com o que?

Rosalie se abaixou.
Vi de relance Edward ficar a minha frente, perto do sofá onde estava sentado anteriormente.
O gelo... estava doendo?

“Você consegue me sentir? Você consegue me sentir agora? Você consegue me sentir? Você consegue me sentir agora?”


– Pronto Isa... Pronto... Está tudo bem – sussurrou carinhosamente e seus braços passaram por minhas costas. Foi assim, que ela me abraçou.

O gelo se mexeu dentro de mim. Ele estava lutando para ficar. Meu corpo estava revestido dele.


– Shii – ela continuava – Está tudo bem. Vai ficar tudo bem, meu anjo.

O gelo se quebrou. Ele foi caindo, em pedaços grandes e afiados como cacos de vidro. Meu corpo estava se libertando.

– Fique calma – e me abraçou mais forte – Eu prometo que está tudo bem. Estou aqui com você.

E...
Pisquei os olhos, algumas lágrimas caíram dos mesmos. Eu fiquei envolta de novo naquilo, mas agora eu estava livre.
Suspirei, ainda sentindo-me ferver e corar. Principalmente quando tinha um homem tão lindo parado na minha frente com olhos dourados cheios de preocupação.
Mas eu queria socá-lo por aquilo.

“Você consegue me sentir? Você consegue me sentir? Você consegue me sentir?”

– Isso! – ela riu e se afastou um pouco – Está tudo bem? – e limpou minhas lágrimas que pareciam querer fugir de meu rosto – Eu não sabia que você ainda tinha isso!

Ah, eu também não!
Senti minha cabeça clarear, então, com angústia, tirei meu elástico e baguncei meu cabelo. Cocei a cabeça e a testa tentando me livrar daquela sensação gelada de antes. Eu odiava quando aquilo acontecia! Me deixava nervosa. Era ruim de mais! Quer dizer, fazia tempo que não acontecia, então, desta vez pareceu que foi pior.
Ai que vontade de tomar um banho de espuma...

– O que aconteceu? – sussurrou Edward.

Eu o olhei. Não conseguia ficar com raiva dele, ainda mais agora que toda a conversa deles estava fazendo sentido para mim. Meu cérebro trabalhando com compreensão.

– Ela tem uma doença – explicou Rose, de vagar – Vá pegar um copo d’água, seu tarado.

Ele não resmungou, simplesmente correu até a cozinha.
Rose me olhou risonha, como se quisesse me animar.
Sorri de volta. Ah, que saudades dela! Que saudades da sua gritaria, seus ataques e seu carinho! A minha única amiga dês de criança. Os outros eu havia conhecido dês do colegial. Ela havia acompanhado a minha vida inteira, praticamente.
Mas, antes que eu pudesse pular e abraçá-la, um copo foi estendido para mim. A água parecia geladinha e gostosa. Gotículas de suor escorregavam pelo mesmo.
Sorri. Por mais que eu tivesse ficado com frio, agora eu estava com calor.

– É como um transi – explicou Rose para um Edward assustado ao meu lado – Acaba que quando ela se assusta muito... e quando eu digo muito é muito... ela entra nesse transi. Não precisa nem ser susto de pavor, mas pode ser de alegria ou qualquer outra coisa, o corpo dela se protege paralisando tudo. Ou seja, ela entra em estado de choque. Só volta quando alguém a abraça e a faz acreditar que está tudo bem. É involuntário – ela me observou tomando rapidamente a água e depois se virou e deu um tapa na cabeça de Edward – POR ISSO TOME CUIDADO COM O QUE VOCÊ FAZ, MALDITO!

Ele riu, passando a mão onde ela havia batido.

– Tipo o... Chaves?

Isso me fez rir. Quase engasguei com a água.
Rose também sorriu.
Então – puxando Rose para sair dali... o que ela não gostou nada nada – ele se ajoelhou ao lado do sofá e me encarou com aqueles olhos dourados. Puxou a aba do boné para trás e eu pude ver seu rosto com mais perfeição.
Tremi.
Edward pegou uma de minhas mãos com cuidado e se inclinou... até beijar as costas da mesma. Seus lábios tocaram gentilmente, mas meu coração quase foi parar na garganta.

– Desculpe por isso, Isabella – sussurrou, levantando a cabeça e piscando.

Me senti corar.
QUE RAIOS EU ESTAVA FAZENDO? HAJA COMO ADULTA! ADUULTA!
Mas não consegui evitar.
Foi Rose que agiu, batendo com o copo de plástico – que ela havia tirado de minha mão – em sua cabeça. Ele passou a mão no lugar de novo, fechando os olhos.

– Merda, Rose! – murmurou – Isso dói!
– Para de ser tarado! Com a Isa não, ouviu bem? COM ELA NÃO! Eu sou a protetora dela – e sorriu, empinando o nariz.

Eu ri alto.


– Ela está rindo, viu? – avisou, contente.

Eles pareciam amigos de infância, como eu e Rose éramos. Mesmo não sabendo que raios ele estava fazendo aqui, eu sabia que ele era... legal. Eu gostei do seu jeito.
Menos a parte do assédio... QUE LOUCURA!
Mas claro que eu não poderia deixar que ele visse mais da garota frágil e jovem que eu era. Queria que ele tivesse noção do que eu estava fazendo.
Então, quando ele se virou para mim, eu dei um tapa em sua cara.
Quer dizer, não foi forte! E nem deveria, porque fiquei com dó no mesmo instante que eu fiz. TADINHO, ISABELLA! Mas agora era tarde para desistir.
Ainda mais porque ele fez uma cara muito divertida.

– Isso é por assediar uma mulher mais velha! Você precisa de modos, criança – sorri e me levantei, louca para trocar de roupa.

Eu ainda me lembrava muito bem do que ele havia falado de mim.
Frágil? AAAH NÃO!

– Virou festa me bater, por acaso? – murmurou, enquanto eu ia em direção a uma de minhas malas, pegava meu terninho e saia pelo corredor, procurando pelo banheiro.
– Você merece!
– Não mereço ser comparado a um saco de pancadas!
– MERECE! EU JÁ DISSE!


“Baby, este mundo está. Diferente de ontem. Não consigo ver ninguém além de você. Baby, meus desejos estão em asas. Que rasgam o céu. Em uma palavra que transborda.”


Sorri.
Eu não sabia o que estava sentindo. Enquanto me trocava, alguma coisa nascia dentro de mim. Algo diferente... algo único. Eu não me preocupei com o fato de não conhecer Edward e já começar agindo como se conhecesse. Principalmente depois do que aconteceu. Mas me parecia o certo de se fazer e eu... fiz.
Fui me arrumando, colocando meu terninho cinza e meu sapato preto de salto. Prendi meu cabelo em um coque.
Porém, eu ainda poderia me fazer de adulta! Aquilo era a coisa com que eu mais lutava todo dia. Não poderia desistir assim. Principalmente porque... perto de Edward... eu sinto que posso cair a qualquer momento dentro do poço que me encontrava antes. E me apaixonar... agir como criança e acabar como meus pais.
Pobre, brigando com meu marido e abandonando meus filhos.
Eu não quero isso!
Sai do banheiro sorrindo, como se eu tivesse feito a coisa mais certa do mundo.
Edward ainda ria sentado no sofá e Rose estava de pé. Os dois pararam e me olharam.

– O QUE VOCÊ FEZ COM A ISABELLA? – ele berrou.

Rose o olhou com certo tédio.

– Sério! – ele apontou para mim – O que é isso ai, pô? Parece uma senhora! ESTOU FERRADO! VOU TER QUE MORAR COM UMA LOUCA.
– Deixa de trama, seu psicopata gay – Rose murmurou – Você mesmo já sabe como ela é. Ou como ela quer ser e...

Enquanto eles continuavam conversando, eu simplesmente parei de rir.


“Baby, não preciso de um futuro. Ou de promessas. Enquanto você estiver aqui. Baby, meus desejos estão em asas. Transmita essa voz. E deixe que ela se espalhe através das estrelas sem brilho.”


Morar... junto... com ele?
O QUE?


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Notas finais do capítulo

CAPÍTULO ENORME, EU SEI! Geeente, me desculpa! Estou tão ocupada agora. Mesmo com as férias, eu ainda tenho curso e várias coisas para resolver! Também estou no projeto de um livro (torcendo para dar certo rs) e eu quero me dedicar 100% nele. Então, se eu correr com a fic, às vezes, ou se eu simplesmente não detalhar muito os momentos, é porque estou sem tempo mesmo. Eu realmente quero narrar PERFEITAMENTE BEM do meu jeito, claro no livro. Então algumas vezes eu narrarei aqui meio que escreve e vai, entende? Mas espero que gostem, porque eu estou gostando muito do que estou pensando em fazer com a história e podem ter certeza que vocês VÃO SE EMOCIONAR E MUUUUITO! Preparem as lágrimas! Tanto para alegria e para a tristeza rs. Então, não me abandonem, ok? Eu vou postar sem falta, com isso, não se preocupem! Porém, não posso prometer perfeição. Eu simplesmente escrevo e envio. Nem releio! Então me perdoem e aproveitem a história em si. Porque eu prometo que será linda! rs. E não se preocupem, vai ter SIM músicas da Saga, sem nenhuma dúvida. Mas mais para frente, ok? Então comentem, mandem e-mail, sugestões, reclamações e DIVULGUEM MUUUITO. Já estão ajudando um bocado ♥. Meu e-mail é lilojm@yahoo.com.br e o twitter @juliapattz . Eu fico feliz em responder e conversar. Sugestões é tudo! E eu posso até dar uma pequena dicazinha do que vai acontecer daqui para frente.
UM ABRAÇO PROS MEUS PERSONAGENS DE TWILIGHT INSPIRADOS EM NANA ♥ AMO VOCÊS XUXUS. E ESPERO QUE OS LEITORES ESTEJAM GOSTANDO DELES TAMBÉM. XOXO.



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