Corrupted. escrita por Hope


Capítulo 1
Now.




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Naquela noite Lucinda Price se enrolou em uma coberta se espremendo na cama. Estava desconfortável com Cam ali. Ele havia prometido a Daniel que cuidaria de Luce por aquela noite. Não que Daniel confiasse nele. Ninguém confiava em Cam naquele momento. Mais tirando o garoto, só restava Molly para pagear Luce durante aquelas 24 horas, e entre ambos Luce não pensou duas vezes em aceitar - á contra-gosto - Cam.
Cam permanecerá pendurado na janela desde que entrou no quarto ás 21:00, não dirigindo uma palavra se quer para Luce, que olhava suas costas tensas com um certo cuidado. A chuva lá fora não dava trégua, os raios caíam á poucos metros dali, o vento frio adentrava pela janela aberta. Não tinha energia elétrica naquele comôdo, afinal eles estavam em um bairro afastado demais da cidade. Ariane disse que era pela segurança de Luce, e que quanto mais distante da Sword & Cross melhor. Daniel não disse uma palavra quando se foi, apenas deu um beijo frio na testa da garota. Ela não reclamou, as coisas estavam estranhas demais nos últimos tempos.
Luce bufou se sentando na cama. Estava cansada daquele silêncio. E encomodada demais com a prescença de Cam. Da última vez que estiveram tão perto um do outro ele havia conseguido roubar um beijo dela. Na verdade não foi roubado, mais isso não vinha ao caso. Ele tinha que dar o fora agora!
– Cam, dê o fora.
Ele demorou um pouco para responder. E antes não tivesse o feito. Cam virou o corpo lentamente em direção a Luce, agora encostando sua bacia no pará-peito da janela, cruzando os braços sob a camiseta preta e fazendo com que seus olhos verdes encontrassem os de Luce.
– Bem que eu queria, Luce. Mais acredite, eu não estou amando estar aqui. - Disse irônicamente.  - Não que eu prefira caçar os Párias, na verdade não quero estragar meu belo rosto de novo.  - Completou, passeando com seus dedos metálicos sob seu queixo.
Luce acompanhou seu movimento por um instante, mas percebendo o que estava fazendo, fez uma careta e se jogou na cama. Dessa vez quem ficou contráriado foi Cam, ele bufou se aproximando da cama de madeira que Luce se encontrava, dessa vez com a cabeça coberta pelo lençol velho que Gabbe arrumara.
– Poderiamos fazer as pases, não?
– Não.
– Porque? Estou entediado, Luce. E você parece mais ainda. Não está nem afim de discutir comigo. Então eu lhe indago novamente, porque?
Ela descobriu a cabeça rapidamente apenas para olhar para ele, como se perguntasse você só pode estar de brincadeira. Mais vendo o rosto sério do garoto respondeu.
– Vai-se-ferrar!
A bota negra de Cam, agora fazia um barulho leve no chão, os cabelos dele estavam úmidos e as roupas estavam no mesmo estado, ou pior. Estava chovendo horrores desde manhã, e Deus lá sabe aonde Cam estava durante esse tempo. Ele gargalhou alto. Atraindo a atenção dela, e a fazendo se lembrar que ele ainda estava ali.
– Você poderia ser mais educada, como era no passado.  - Comentou pensativo.

Seus olhos se perdendo por um momento, se focando na luminosidade que um trovão havia provocado. Perdido em um outro tempo, algum outro tempo em que ele ficava adimirado ao lembrar.
Luce descobriu a cabeça, surpresa com o comentário nada esperado de Cam. Olhou para o rosto do garoto, fazendo com que seu corpo se dobrasse um pouco.
– O que sabe sobre minhas outras vidas, Cam?
Ele voltou á seu estado normal,sorrindo levemente, tentando não mostrar seu nervosismo com aquela pergunta.
– Não vai arrancar isso de mim, só porque tive uma lembrança, Luce.
Ele se sentou na pequena poltrona de frente para a cama da garota. Examinou o rosto dela, que adiquiriu uma expressão confusa.
– Você... Me... Me conheceu em outras vidas?
– Acho melhor não falarmos nisso.
– Apenas responda.
Ele sorriu. Pela primeira vez desde que o conhecerá o mesmo não era sacana. Era Doce.
– Porque me odeia, Lucinda?
Ela se virou para ele, se sentando na cama novamente. A conversa seria longa.
– Você mentiu pra mim.
Ele sorriu fracamente, os olhos verdes se apertando. Seu sorriso se esvairindo lentamente.
– Não Luce. - ele balançou a cabeça negativamente.  - Eu fui o único que não mentiu pra você. Nunca omiti o que sou. Nem o que faço.
– Você quase me matou, Cameron!  - ela se exautou. Nervosa demais pra perceber o que estava fazendo. Jogou seu corpo para fora da cama, parando frente a frente com ele. Pensar que Cam queria lhe matar era demais pra ela, seus olhos ardiam e seu estômago se revirava.
– Luce, eu estava raivoso! Você sempre escolhe á ele! Sem, ao menos saber o que somos. O que queremos!
Ela sorriu irônicamente, passando seus dedos pelos olhos com força.
– E o que você queria, Cam? Quais eram suas pretenções?
– Eu queria me aproximar.  - Começou não se importando com o modo que ela perguntou aquilo. -  Fazê-la Ver, que sou melhor. Melhor do que eles falam.  - Ele pausou. - Nunca escondi o que sou, Luce. Em nenhuma de suas vidas!
E novamente o assunto parou em suas vidas passadas. Ele havia tocado no assunto, que deixava Luce desconcertada. Mais ao contrário, ela continuou irônica.
– Era para eu sentir pena agora?
Eles ficaram em silêncio. Luce bufou. E voltou para a cama. Cam acompanhou seus movimentos.

– Me de apenas sua amizade de volta. -  Murmurou se levantando e se sentando ao lado de Luce na cama.

– Nunca fomos amigos, Cam.

– Sua confiança então?

– Cam...Eu...  Eu não sei, ok? Você me magoou muito, me machucou. Eu confiava em você.

– Eu sei. E não me orgulho disso. Quero só consertar as coisas. Mostrar quem eu sou de verdade.

Ela olhou dentro de seus olhos verdes. Ele brilhavam como duas pedras gigantescas de esmeraldas. Aqueles globos verdes pareciam ser sinceros. Talvez ela devesse isso á ele. Ou talvez apenas precisasse saber mais sobre seu passado, e Cam era a pessoa mais próxima para lhe falar sobre isso. Ela não tinha muito a perder. Talvez apenas se decepcionaria de novo.

– Uma chance. Apenas uma Cam.
Ele sorriu abertamente, fazendo com que ela repetisse o movimento quase que automaticamente.

– Não vou lhe decepcionar, Luce.


*-------------------*


Depois de uma conversa com Cam, da qual o máximo que ela tirou foi que seria absolutamente impossivel que ela soubesse a verdade por ele, Luce se mexeu inquieta na cama. Com certeza já passara da meia noite, a chuva se chocava fortemente contra a janela agora fechada que era riscada fortemente por alguns galhos da árvore velha que aparentava anos e anos de existência. Cam finalmente estava calado, ele havia acendido uma vela e ficou algum tempo concentrado em um livro, até que Luce adormeceu e pelo visto o cansaço havia o vencido. Não era de seu normal acordar no meio da noite, ainda mais naquelas circunstancia que a estavam deixando exausta, mas naquela noite fora diferente, ela estava alerta depois de ouvir um rangido, a luz fraca da vela que já estava no final mal iluminava o rosto metalico de Cam imagine o quarto todo.

O rangido se repitiu, dessa vez mais forte. Cam não se mexeu, parecia inerte no mundo dos sonhos.

Luce se sentou na cama. Uma sombra atravessou a porta entre-aberta do comôdo atraíndo completamente a atenção de Luce, ela se levantou amedrontada, o que diabos aquilo estava fazendo ali?

Se aproximou da poltrona do rapaz e o chamou baixinho. Cam ao contrário do que ela esperava nem se mexeu. Luce repetiu o ato, vendo que o Anunciador se aproximava lentamente.

Cam…

O Anunciador se mexia em circulos lentos, Luce acompanhava seus movimentos, com atenção. Sua curiosidade era tão grande!

Ela queria acreditar que ele – o Anunciador – lhe mostraria tudo o que ela pedisse, e, talvez seja essa certeza que a fez se aproximar do mesmo, o tocando ainda assustada com a proximidade repentina da Sombra. Suas mãos antes anciosas agora eram fortes e seguras ao tocar aquela coisa escorregadia, ela o puxou como fez naquela noite em que parou em Las Vegas, o abrindo lentamente, estigando seus braços para dentro. Antes de fazer o que “seu coração mandava” deu uma olhada para Cam, que abria os olhos lentamente, como se presentisse o que ela estava prestes a fazer. Os olhos verdes do caído se arregalaram ao perceber o que a garota prentedia fazer.

– Luce… Não!

Me desculpe.

Ela mergulhou no Anunciador. Sentindo seu ser dentro daquela coisa escura e gélida, como uma noite em que ela estava na Inglaterra e o chão estava coberto de neve, era uma boa lembrança, mais no fundo ela sabia que a Inglaterra não era seu destino naquele momento.



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