Músicas E Escrita escrita por Bia_C_Santos


Capítulo 17
Conto 16 - One Thing (One Direction)


Notas iniciais do capítulo

Primeiro, desculpem-me pela demora, mas vocês sabem, escola volta, vida sem tempo chega... É muito trabalho, né? Mas, enfim, agora vai ser assim e ainda mais porque eu acho que vou me dedicar a meu outro conto por um tempo.
Segundo, siiiim, mais uma música do One Direction, que é tão fofa quanto a primeira. Espero que gostem!



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Era a quinta semana de aula, depois do feriado de carnaval. Já tinha feito uma prova. De química. Eu com certeza tinha me ferrado nessa prova. Era uma matéria nova para mim.

                Resumindo, a escola estava sendo um inferno. Professores chatos, matérias novas e difíceis, gente chata e tantas lições que alguns eu tinha que tentar fazer na pizzaria, durante o trabalho.

                Trabalhar também era um saco. Era a melhor pizzaria da cidade e só tinha uma pessoa para atender ao telefone. E adivinha quem era essa pessoa? Sim, certo. Eu mesmo.

                A única pessoa que me fazia levantar todas as manhãs era uma garota da minha classe chamada Bárbara. Não, não era minha mãe com sua voz estridente falando “Levanta logo, Luan”. Gritando.

                Babi, como eu preferia chamá-la, era uma garota que parecia ser normal. Era linda, é claro. Tinha um cabelo cor de caramelo lisinho e enorme de longo. Sem exageros. Ia até quase a cintura dela. Os olhos eram castanhos, sempre rodeados pela armação dos seus óculos. A pele parecia a mesma de uma garota de 3 anos.

                Cara, ela realmente era linda. Eu ia à escola só para tentar falar com ela. Porque ela podia ser normal, mas tinha uma coisa...  Uma coisa que eu nem sabia o que era, mas era uma coisa muito... uau!

                E parecias que, quanto mais eu observava as meninas, mais eu percebia que Babi era a única pessoa que tinha essa “uma coisa”.

                Sentado na última carteira acordei quando o sinal tocou, a aula de matemática acabando e a de química começando. Gemi.  As provas iam ser entregues.

                Enquanto o professor não chegava, passei a observar Babi. Ela sentava na frente, do outro lado da classe, enquanto eu sentava atrás. Ou seja, eu a vi perfeitamente em uma linha diagonal.

                Babi conversava com a garota de trás e a do lado. Ela riu. O riso dela era doce, era como se um anjo estivesse rindo. Era o riso de uma pessoa feliz, um riso sincero.

                Suspirei. Babi era impossível. Eu não podia entender como ela conseguia. Como ela era perfeita demais. Óbvio que ela nunca ia gostar de mim.

                Eu era um NERD que usava um óculos velho, um garoto horrível com o cabelo ruivo curto, olhos verdes, que trabalhava em uma pizzaria idiota.

                Acordei dos meus devaneios com nosso professor de química dizendo “Parabéns, Luan!” Desviei meu rosto de Babi para ele, percebendo que todos olhavam para mim.

                O professor estava com papeis na mão. As provas. Ele devia estar sendo sarcástico. “Parabéns pelo seu grande 0, Luan”, ele devia estar falando.

                Ele andou até a minha cadeira e pôs a prova na minha frente. Quando eu vi, pisquei forte. Não podia ser. Havia um grande 10 na folha a minha frente.

                — Gabaritou a prova! — Um coro de “uau”, misturado com “caramba” surgiu quando o professor disse isso.

                O professor recomeçou a falar, mas eu não ouvia nada. Provavelmente ele estava falando sobre as provas dos outros alunos.

                Tudo o que eu vi era a cara surpresa da Babi. Mas ela parecia mais surpresa e preocupada com sua própria prova.

                Babi nunca reparava em mim! No começo, eu tentei ficar bem na história. Sabe como é, tentas puxar conversa, conseguir o número e o MSN, coisas assim. Só que toda vez que eu olhava para ela, eu nunca podia ser corajoso, porque ela fazia meu coração bater mais rápido.

                Então, conversar com ela não seria nem um pouco fácil. Não se aproximar seria algo não legal, mas eu mesmo não conseguia fazer isso.

                Ou seja, ela que tinha que se aproximar de mim. Eu tinha que chamar a atenção de Babi para ela vir falar comigo, então.

                Como chamar a atenção de alguém como Babi? Ainda mais quando eu não conseguia fazer nada perto dela? Porque, sim, eu não conseguia fazer nada! Era como se eu tivesse caindo do céu. Ela era a minha Kryptonita. Continuava me deixando fraco. Fraco, congelado e sem poder respirar.

                Então, tentei com coisas pequenas para ela, mas para mim era incrivelmente corajoso. Deixando ela passar na minha frente na fila da cantina, oferecendo ajuda na aula de matemática quando a professora pedia para eu ajudar alguém. Não antes que ver se ela precisava. Ela sempre precisava. Mas sempre recusava.

                Nada adiantou. Eu estava praticamente escalando as paredes. Mas ela não notava. Simplesmente não notava que eu estava perdendo minha cabeça. Todo dia e toda noite.

                Eu tinha que dar algo a ela, algo surpreendente, porque eu estava morrendo para fazer ela ver que eu precisava dela comigo agora.

                Minha vontade era de levá-la até um lugar quieto, tipo uma clareira no meio de uma floresta para ver se no silêncio eu conseguia dizer algo.

                Comecei a imaginar o momento. Babi parecia feliz em estar em um lugar como aquele, olhando tudo com curiosidade.

                Finalmente ela parou e olhou para mim, sorrindo. Eu estremeci tanto no sonho quanto na vida real. Aquele sorriso era sobrenatural.

                — Você disse que precisava contar algo importante.

                Assenti e andei até Babi. Peguei a mão dela suavemente. Ela abaixou os olhos para nossos dedos entrelaçados, mas logo ergueu a cabeça e olhou nos meus olhos.

                — Eu acho que te amo — falei, sem rodeios, sem fazer discursos encantadores. Eu ia falar somente o que importava.

                Babi sorriu de novo e eu sabia o que fazer. Me aproximei e a beijei lentamente. Acho que durou minutos como se estivesse em câmera lenta.

                Passei a mão no meu rosto, esfregando bem para acordar. O professor tinha começado a passar matéria na louca, mas ninguém escrevia. Não tinha perdido muito. Era só a correção da prova.

                Dei um soco de leve na minha cadeira. “Saia da minha cabeça”, pensei, como se disse para Babi. “Saia da minha cabeça e caia nos meus braços ao invés disso. Saia na minha mente e caia na minha vida.”

                Eu não sabia o que ela tinha, o que isso era mas eu precisava dessa “uma coisa”. E Babi era a única que tinha essa “uma coisa”.

                O sinal tocou e eu sai para casa, A tarde tinha sido normal. Eu me matando para fazer os exercícios porque Babi estava na minha cabeça.

                E dei noite eu ia para o trabalho. Assim fiz, como sempre, esperando muitas ligações e toda a chatice dos clientes que não sabem o que querem.

                No meio dessas ligações, ouvi uma voz que conhecia muito bem. Ela dizia:

                — Oi, é da pizzaria?

                Resolvi não dizer nada nos primeiros segundos, porque provavelmente eu ia dizer “não, não é da pizzaria” e seria despedido.

                — Hum... O i? — ela perguntou de novo.

                Preparei uma voz totalmente diferente da minha, para que ela não notasse. E sei, eu sei, parece estranho. Mas eu não queria que a Babi me notasse nisso. Era vergonhoso.

                — Sim. Qual é o seu pedido?

                — Eu acho que te conheço — Babi disse, a voz dando impressão de pensativa.

                — Acho que não — respondi, nervoso.

                — Ah, sim, lembrei. — Meu coração parou, mas ao mesmo tempo se acelerou. — Você é da minha classe. O que gabaritou a prova de química. Luan. Eu não sei como você conseguiu.

                — Ah, eu estudei bastante para isso.

                — Você sabe quem está falando? Caso não, é a Bárbara. E eu me ferrei naquela prova. E estudei muito mesmo. Você é incrível!

                Ah, legal. Ela tinha reparado em mim por causa da prova de química! Como isso era possível???

                — Claro, Babi. — Ia falar só isso, mas resolvi uma coisa. Tive uma ideia. — Se quiser uma ajuda...

                —Jura? Tipo, mas não só em química? Física, matemática, biologia...? 

                — Pode ser — respondi, meio entorpecido. — Agora... Posso anotar seu pedido?

                Eu sorria como se aquilo fosse um final feliz. Mal sabia eu que era só o começo...


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Notas finais do capítulo

E aí? Ruim ou péssimo?



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