Cat, um pouco apreensiva por ser o primeiro dia, entra ressabiada na sua nova escola, e ziguezagueia entre dúzias de aluno, dos quais ela não conhece nenhum. Alguns alunos a encaram com estranheza, ninguém na escola tinha um cabelo vermelho tão chamativo quanto o que Cat tinha.

“Er... onde fica a sala do Diretor?”

Uma aluna aponta para uma sala, mais à frente delas.

“Ali!”

Cat agradece e vai até o local apontado, e lê “Diretor Franklin” na placa da porta; ela bate e é autorizada a entrar.

“Bom dia, Sr. Franklin. Sou a nova aluna, que veio de Los Angeles... Cat Valentine...”

“Oh, sim, sim... prazer, Cat.”, ele cumprimenta a adolescente apertando sua mão, “seja muito bem-vinda à nossa escola, será um prazer ter uma garota tão talentosa aqui.”

“Ei, obrigada, Diretor.”

“Bem... a senhorita precisa de alguém para apresentar-lhe nossas instalações, rotinas... ah, já sei! Vou chamar um dos meus melhores alunos, só um instante.”

O Diretor fala algo em seu telefone que Cat não consegue compreender.

Eles conversam por uns dez minutos sobre as expectativas da garota, por quanto tempo ela ficará na escola, entre outros assuntos. Enquanto conversavam sobre a vida em Los Angeles, a porta é aberta pela secretária, e ao seu lado, um garoto de estatura baixa, moreno e muito bonito. Era Freddie.

“Oh, Sr. Benson, um bom dia!”, o homem mais velho cumprimenta o rapaz.

“Bom, dia, Ted.”, responde ele não muito entusiasmado.

Cat o olha entusiasmada, pois não imaginava que já conheceria Freddie tão cedo assim. Ela se levanta e o cumprimenta com um beijo na bochecha.

“Ei, tudo bom com você, adoro seu programa! Eu sou Cat!”

Entretanto, a recepção do moreno é fria.

“Não é mais meu programa.”

Sentindo que o clima na sala ficou meio pesado, Ted Franklin resolve falar.

“É... bem, Freddie, eu preciso que você apresente Cat à escola, tudo bem? Lhe dou uns créditos se você puder fazer isso por mim...”

Freddie olha desinteressado para o Diretor.

“Tá, Ted. Eu faço. Me acompanhe, por favor.”

Cat morde seus lábios e segue o rapaz, visivelmente constrangida.

Pensei que ele fosse mais bem-humorado...

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A manhã está ensolarada, demonstrando que este será um belo dia. Seus cachos louros balançam ao sabor do vento criado pelo movimento da motocicleta, que singra pelas vias de Seattle, sempre acima da velocidade permitida.

Ela abraça seu namorado e encosta sua cabeça nas costas largas dele, o que o faz sorrir maliciosamente. Ele aproveita para acelerar ainda mais, o que faz a adolescente apertar ainda mais o abraço.

Em poucos minutos o casal chega ao estacionamento da Escola Secundária Ridgeway.

Sam desce da garupa, passa a mão por seu longo cabelo a fim de ajeitá-lo, retira seus óculos escuros e os coloca no estojo, devolvendo a peça à sua mochila. Ela está vestida com uma jaqueta de couro preta, calças jeans coladas e botas de salto pretas.

Brad desliga a motocicleta e também desce dela, pendurando seus óculos escuros na camiseta vermelha, que está por baixo de uma bonita jaqueta preta.

O casal se dá um rápido beijo e parte para a entrada do colégio de mãos dadas, indo em direção ao corredor onde ficam localizados os armários do corpo estudantil.

Sam repara que seu ex-namorado está conversando com Carly, poucos metros à frente. Ela instintivamente diminui seu passo, procurando evitar ao máximo possível esse encontro constrangedor. Contudo, Brad mantém o mesmo ritmo e praticamente passa a arrastá-la em encontro aos outros dois adolescentes.

“Bom dia, meus caros!”, diz um sorridente Brad, ao chegar e interromper a conversa de Carly e Freddie, que não consegue disfarçar uma expressão triste ao olhar para sua ex-namorada abraçada ao outrora amigo.

Por sua vez, ela não consegue reprimir uma profunda tristeza ao ver tal cena, tentando disfarçar abrindo seu armário e fingindo estar arrumando alguma coisa dentro dele. Na verdade, doía-lhe ver Freddie ferido de tal maneira, mas as coisas são como são, eles não estavam mais destinados a ser namorados.

Brad pega suas coisas e deixa os três adolescentes sozinhos.

Sam continua mexendo no seu armário, quando, para alívio dos dois ex-namorados, chega a secretária do Diretor Franklin, pedindo para que Freddie a acompanhasse.

Carly, com um olhar de poucos amigos, fecha a porta do armário da loira, obrigando-a a se afastar da porta.

“Será que não basta você ter magoado o Freddie, você e esse seu bosta de namoradinho ainda têm de fazê-lo sofrer ainda mais, o que foi isso que vocês fizeram agora há pouco?!?”

“Isso... não diz respeito a você, Carls.”, responde a outra adolescente, segurando seu caderno e livro contra seu peito, e ficando levemente cabisbaixa.

“Diz sim! O Freddie também é meu melhor amigo e está arrasado! E não vou deixar vocês fazerem o coitado de gato e sapato!”

“Eu vou falar com o Brad.”, ao dizer isso, Sam tenta dar as costas e ir à aula, porém, é interrompida por Carly.

“Você sabe e eu sei que você não deixou o Freddie por não gostar dele, mas sim pelo que o Brad tem. Isso é lamentável, Sam... o Freddie nem quer mais fazer o programa, sabia?”

“Ora, se você é a líder, por que não me tira, então?”

“Ele não quis isso.”

Sam eleva o tom de voz.

“Olha aqui, Carls. Eu gosto muito de você, mas isso não te dá o direito de meter o bedelho na minha vida. Agora eu gosto do Brad, e, querendo você ou não, é com ele que vou ficar. E, se o nerd quiser sair do programa, o problema é dele e só dele, eu não o obriguei a pedir demissão. Além do mais, tenho certeza que o Brad consegue fazer tudo o que o Freddie faz. E esta discussão está encerrada, tá bem?”

A loira baixinha dá as costas à amiga e sai pisando forte.

Carly suspira. Esta é uma Sam Puckett que ela não conhece, e que pela primeira vez a decepcionou profundamente. E até mesmo Freddie não é mais aquele Freddie que ela conhece, apenas uma vaga lembrança do que ele era.

E o que traz mais desapontamento à adolescente é que ela não sabe se conseguirá trazer de volta seu querido amigo.

Carly solta um suspiro, pega seu material e vai à sua aula, imaginando se alguém seria capaz de animar seu amigo.