- Senhor, poderia mostrar as passagens por favor? – ouve Ichigo de uma mulher, talvez no fim dos vinte, início dos trinta, enquanto tenta embarcar com Rukia e Byakuya. Ele não entende por que precisam ir de avião, mas Rukia insiste que é melhor usarem os meios de transporte simples para que Byakuya não se desgaste demais. Isso faz ele se lembrar da discussão que tiveram ainda a pouco...

“- Rukia nós podemos ir para lá usando apenas alguns Shumpo, além do que é bem mais rápido do que ir de avião... – começa a reclamar Ichigo – Vamos passar quase um dia no avião e vamos ficar cansados...

- Ichigo... Nós temos que pensar no que é melhor para meu irmão... – replica Rukia com raiva no olhar perate a sugestão egoísta de Ichigo. – Você por acaso pensa que o Nii-sama ficaria bem usando shumpo para ir tão longe ?!

- Claro que não Rukia... – responde Ichigo com medo do que ela pode fazer se falar àquilo que realmente pensa, mas seu olhar não é capaz de esconder o que pensa.

- SEU MALDITO EGOÍSTA !!!! – grita Rukia para Ichigo enquanto dá um chute giratório na cara dele, para depois ir embora correndo com lágrimas nos olhos. Ichigo sabendo o porque do chute, corre atrás de Rukia, e a pega pelo braço antes de saírem da Soul Society.

- Rukia... .- fala Ichigo enquanto a puxa e envolve em seu abraço, botando sua cabeça ligeiramente sobre a dela. – Eu sei que o meu pensamento é egoísta e que você quer o melhor para seu irmão... – se desculpa ele – Mas eu não consigo deixar de sentir um pouco de ciúmes por você estar dando tanta atenção a ele...

- Você devia deixar de ser tão idiota... - ela começa a se virar – Você sabe que embora eu ame muito meu irmão... Você é o único homem para mim... – diz ela enquanto se aproxima lentamente do rosto de Ichigo, e lhe dá um beijo.”

- Rukia, já está quase tudo pronto... Vamos embarcar agora? – pergunta Ichigo agora já se esquecendo da discussão e procurando aproveitar a viagem.

- Vamos... Espera só o Byakuya acordar... – responde ela, logo depois virando seus olhos para seu irmão que dorme tranqüilamente na poltrona a seu lado. – Mas enquanto isso... – diz ela voltando seus olhos para Ichigo. – Acho que podemos nos divertir um pouco.. – diz ela se levantando. Bota os braços nos ombros de Ichigo e o empurra para o banco aparentemente sem encontrar resistência por parte desse. Ichigo sentado passa seus braços em torno de Rukia e a puxa. Rukia senta no colo de Ichigo e ambos se beijam.

- E vocês acham que podem ficar nessa pose imprópria ? – diz uma voz ao lado deles e se viram notando Byakuya acordado, ficando bem vermelhos em seguida. Imediatamente Rukia sai de cima de Ichigo e vira seu rosto para o lado, para não ter que encarar seu irmão. – E onde é que está o Renji afinal de contas, ele não vinha com a gente para que vocês pudessem ficar namorando sem ter que passar muito tempo comigo ? – muda de assunto ao notar a vergonha exacerbada de sua irmã.

- Byakuya, o Renji foi na frente para reservar nossos quartos em um hotel – responde Ichigo tentando diminuir a vergonha dele e de Rukia por terem sido pegos namorando enquanto deviam cuidar dele. – Mas já que está acordado, vamos embarcar ?

- Claro, Kurosaki, mas estou me sentindo cansado ainda... Será que poderia me ajudar até o próximo banco? – pergunta Byakuya com um sorriso no rosto.

Ichigo tinha certeza de que Byakuya tinha pedido aquilo apenas para que ele e Rukia não pudessem ficar juntos até o avião. – Sim... – responde Ichigo após olhar para ela e pelo olhar em seu rosto, ter uma visão do que aconteceria se ele não ajudasse. Passa o braço em volta de Byakuya e começa a carregá-lo em direção a porta de embarque. Enquanto caminham Rukia ajuda a empurrar as bagagens e fica fazendo piadinhas deles, Byakuya não liga mas Ichigo vai ficando cada vez mais envergonhado e nervoso, fazendo planos para se vingar mais tarde.

Enquanto isso, em outro local... – Vamos, Renji!! Vamos a praia !!! – chama Matsumoto ao chegarem ao seu destino.

- Não!!!!!!!!!! Eu tenho que reservar o quarto para o Taichou !! – responde Renji, carregando um número enorme de malas que ele não sabe por que está trazendo, mas Rangiku disse que eram importantes, então ele trouxe.

– Se você vai reservar um quarto para o Taichou, reserva um pra mim também !! – falam Matsumoto e Yumichika. Renji não sabe o porque de eles terem vindo junto, mas falaram que o auxiliariam nessa missão, Hanatatou veio junto também, mas porque a capitã Unohana ordenou que ele acompanha-se Renji para ele não fazer muitas besteiras.

Renji caminha até o hotel enquanto Matsumoto e Yumichika correm para a praia arrastando Ikkaku. No hotel, ele reserva os quartos de Byakuya , Ichigo e Rukia. Porém não há mais quartos para serem usados. – Hanatarou, por que não há mais quartos no hotel ? – ousa ele perguntar ao pequeno desastrado.

- Renji-san, é porque aqui nessa parte do mundo está para acontecer uma festa muito especial, a mudança de ano. E aqui é um ponto importante onde haverá uma grande comemoração. – responde prontamente Hanatarou, se mostrando mais informado do que o tenente da sexta divisão. Renji contorce um pouco seu rosto, pois agora sabe o motivo de Yumichika e Matsumoto terem insistido tanto em vir junto.

Mas agora que ele já reservou os quartos para as pessoas que realmente importam, talvez seja a hora de procurar instalações para ele e os outros, e avisá-los de que não há quartos para eles naquele hotel. – Vamos Hanatarou, acho que nosso trabalho aqui acabou.

- Não, Renji-san, eu vou voltar para a Soul Society agora, a capitã pediu para eu retornar o mais cedo possível. – responde Hanatarou, enquanto se vira e se encaminha para o portal para a Soul Society.

Algum tempo se passa desde então, e finalmente um certo avião vindo do Japão aterrissa. E nossos três passageiros saem do avião, e seguem para o hotel, obviamente tem alguns problemas com a língua local, mas Byakuya embora estando doente é o com maiores conhecimentos, e sabe falar muitas línguas se comunicando com a população local com maestria.

Chegam no hotel e agora Rukia ajuda Byakuya a subir, enquanto Ichigo pega as chaves dos quartos e ajuda a descarregar as malas. Quando chegam aos quartos, encontram Renji sentado na frente das portas dormindo, e balbuciando “...não... devo deixar... ...ninguém... ...entrar no quarto... ...do Taichou...”.

- Renji. – chama Byakuya com um tom de comando.

- Sim, Taichou !!!! – se levanta Renji e bate continência ainda meio sonolento. – Não se preocupe Taichou eu vou eliminar o Hollow... – começa ele puxando um dos tubos de almas substitutas, e se preparando para tomá-la.

- Renji, não tem nenhum hollow... – alerta Byakuya  achando estranha a reação de Renji.

- Taichou, você está fraco e por isso não conseguiu percebê-lo, mas ele está ali – reclama Renji apontando para Rukia. – Ele se disfarça bem, eu até poderia acreditar que é a Kuchiki-san... Mas é um Hollow... – fala ele se escorando na parede para não cair, porém suas palavras tiveram um efeito profundo em Rukia, e ela dá um chute na cara de Renji, o nocauteando. Um pouco depois chega Ichigo, e vendo Renji no chão começa a se questionar o que aconteceu, mas nota uma veia pulsando na cabeça de Rukia, e acha melhor ao falar nada.

Ichigo abre a porta e ajuda Rukia a trazer Bykuya para dentro. Rukia deita seu irmão na cama e dá um beijo na testa dele, e deseja a ele uma ótima noite de sono. Ela e Ichigo vão então para seu quarto que é ligado ao de Byakuya por uma porta, para o caso de haver necessidade de cuidar dele. Ichigo se apodera de ambas as chaves por questão de segurança, e vai tomar banho enquanto Rukia começa a desarrumar as malas. Ao se olhar no espelho Ichigo toma imediatamente um susto, e se lembra de ter visto pessoas rindo da cara dele...

O rosto de Ichigo estava coberto de marcas pretas, como aquelas de marcador permanente ou canetas para escrever em plástico e em CDs. Ele nota vários desenhos em seu rosto, inclusive fica achando que a inspiração de quem havia feito os desenhos era a de um coelho. Mas aqueles desenhos estavam muito ruins, e ele sabe muito bem quem é que desenha assim... – RUKIIIIAAAAAAAAA !!! – grita ele enquanto abre a porta nervoso e procura com o olhar.

- O que foi Ichigo ? – pergunta ela com uma cara inocente e um risinho no rosto. – Eu achei que fossemos tomar banho antes de brincar ? – continua ela, agora provocando Ichigo por ter saído nu do banheiro.

- Você sabe muito bem do que estou falando! – bronqueia Ichigo – Olhe para meu rosto e me diga que você não sabe quem fez isso! – fala ele enquanto se aproxima furioso, apontando para o próprio rosto. Ao se aproximar, Rukia bota a mão na frente da boca e dá um risinho.

- Veja só em que coelhinho bonitinho você se transformou Ichigo. Você não gostaria de vir comigo ? – fala ela enquanto tirar o vestido. Ichigo nota então que o casaco que ela estava usando quando saíram de Karakura já está dobrado em cima da cama, e ela começa a tirar a roupa de baixo. – Vamos lá Ichigo... – diz ela se aproximando lentamente dele enquanto deixa a roupa pelo chão. – Vamos...  – dessa vez puxa Ichigo para baixo e o empurra até o banheiro, trancando a porta em seguida.

No dia seguinte... O sol surge no horizonte perante a magnífica paisagem, e seus raios atravessam a jaela, atingindo os olhos do casal adormecido. – Ichigooooo... – geme Rukia enquanto desperta, abrindo lentemente seus olhos e se acostumando com a luz.

- Hmmmm... Que foi ? – responde ele ainda despertando – Qual o problema, eu já peguei ele... – continua ele ainda sonhando. Rukia dá um beijo nele.

- Vamos, acorda preguiçoso... – chama Rukia, tentando fazer com que ele acorde. Porém, Ichigo se vira e dá as costas para ela. – Ichigoooooo... – chama ela começando a perder a paciência. Ichigo mesmo assim se recusa a levantar, o que leva Rukia a perder completamente seu controle. Ela pega o travesseiro e bate com ele na cara de Ichigo, ele mesmo assim não acorda e ela sobe em cima dele e começa a socá-lo e bater nele com o travesseiro.

- Que dia....... isso ! – grita Ichigo assustado por estar apanhando tão cedo.

- Já está na hora de acordar Ichigo !!! – responde Rukia.

- Mas eu dormi não faz nem 3 horas... – resmunga ele.

- E daí, o sol já saiu – responde Rukia. – E eu quero ir a praia !!!! – A cara dela estava com tanta raiva, mas ao mesmo tempo com tanta vontade, que ele resolveu ceder as exigências dela. Ichigo se veste mais rápido que Rukia que fica selecionando o que vai usar na praia, então foi acordar Byakuya. Ao entrar no quarto do irmão de Rukia, o encontra deitado na cama lendo um livro, e começa a se perguntar de onde o livro veio. Mas isso não interessa.

- Byakuya, estamos indo à praia, gostaria de ir com a gente ? – pergunta ele, de modo que parecesse estar quase obrigado a fazê-lo. O capitão da sexta divisão se levanta e pega a sua mala.

- Saia. – ordena Byakuya a Ichigo, que o realiza sem muito caso.

- Bem, seu irmão disse que vai conosco... – diz Ichigo, encontrando uma Rukia vermelha ainda se trocando.

Eles passam o dia todo na Praia. Andam pela areia, tomam picolé, até o momento em que vêem o por do sol juntos. Enquanto eles faziam isso, Byakuya ficou fazendo esculturas de areia de forma que quando eles notaram estavam tirando foto dele e das suas obras de arte. Embora Ichigo não acreditasse que elas poderiam ser chamadas assim, estavam bem melhores que as de Rukia.

Retornando ao hotel, eles tomam banho e se preparam para a grande noite, dia trinta e um de dezembro, o ano-novo. E naquela cidade aconteceria o maior reveillon do mundo humano, e eles queriam participar disso. Byakuya entretanto resolve que não deseja participar disso, e assim fica lendo em seu quarto. Ichigo fica grato a ele por não acompanhá-los, permitindo que eles passem essa noite especial a sós.

Depois que ficam prontos, eles se certificam que sabem falar o local para onde querem ir com Byakuya e partem para o seu destino. Pegam um táxi com o qual esperam chegar a famosa Copacabana, embora não saibam do que o motorista fala, podem notar pelo tom que são apenas banalidades.

Chegam em Copacabana as 11:50, e encontram várias pessoas lá além de um show ao vivo. Animam-se e dançam, até que começam a ouvir todos falando em uníssono. – Nove ! Oito ! Sete ! Seis ! Cinco ! Quatro ! Três ! Dois ! Um ! – Quando todos falam a última palavra, como atendendo as expectativas de todos os fogos começam a subir do mar.