O mais difícil não foi deixar tudo que ela tinha em São Francisco apenas com um único chamdo dele, mas sim o fato de convencer a filha a entrar no avião e se ausentar um pouco da escolinha para que Sara pudesse fazer a investigação que Grissom lhe pedira. Sara estava com medo de vê-lo outra vez, depois do tempo em que estiverem separados muita coisa na vida da morena tinha mudado, agora ela tinha responsabilidades maiores e um grande segredo com o homem que um dia entrara em sua vida sem nem ao menos pedir licença. Gil tinha significado muita coisa, afinal ele lhe dera Alice, o único motivo que Sara encontrou para trabalhar tanto... Ela queria dar um futuro digno para a filha e principalmente queria que a filha tivesse uma infancia melhor do que a sua, afinal Sara fazia de tudo para que a menina tivesse todo o carinho que ela não teve quando criança.

Não precisava muitas horas com as duas para saber que eram muito unidas, talvez a falta de uma presença masculina na vida das duas fez com que as duas encontrassem apoio uma na outra. Juntas elas superavam as dificuldades... Sara trabalhava muito e precisava, mesmo assim, arranjar tempo para ficar com Alice e fazer coisas tipo "mãe e filha". E por mais que esses momentos fossem raros, elas não deixavam as oportunidades escaparem... E as aproveitavam da melhor forma, sempre!

E assim, Sara fizera de tudo para fazer a menina entrar no avião com ela, nem pode-se dizer que Alice não ficou tão feliz com isso, mas era sua mãe que estava pedindo, então... Ela faria isso.

Horas depois elas estavam em Vegas, para isso elas saíram bem cedo para o aeroporto onde pegaram o vôo direto para Vegas. Ainda pela manhã elas chegram na cidade do pecado. Sara não pode deixar de ver os olhos admirados da filha ao ver a cidade, mesmo pela a manhã, Vegas é uma cidade impressionante para quem é de fora. Ela reconhecia aquele mesmo brilho no olhar, igualzinho o do pai quando falava sobre aquele insetos estranhos. Ela era tão parecida com Grissom, os mesmos olhos, as mesmas expressões, e até os mesmos movimentos com a sobrancelhas.

Olhar para ela era como se lembrar de Grissom e do romance que tiveram á anos atrás... Alice, afinal era o prefeito resultado de uma única e maravilhosa noite de amor.

Sara deixou a filha na casa de uma velha amiga, que a costumava visitar as duas em São Francisco. Melissa, ela uma amiga de longa data de Sara, era advogada, elas fizeram o colegial juntas e não perderam contando quando escolheram carreiras diferentes.

-Mamãe. -Alice chamou antes de Sara sair pela porta.

-O que foi, meu anjo? - Ela perguntou docemente.

-Me promete uma coisa?

-O que, querida?

-Pega os caras mals, tá ok?

-Claro meu amor.

-Tchau.- ela deu um beijinho na bochecha da mãe.

-Vejo você depois.

E assim Sara deixou a pequena, logou para o laboratório de dentro do carro, procurando saber onde poderia encontar Grissom.

Já estava na cena de crime que ele trabalhava, pode vê-lo de longe jogando bonecos de cima de um prédio, podia ver as pessoas ao redor eufóricas, concerteza pensando que era a gravação de um filme e não a cena de um crime, e mesmo que soubessem... Aquilo era Vegas... Tudo podia acontecer. Ele ainda estava lindo, como sempre, não mudara nada... E quando ele olhou para trás, pode ver os olhos... Ah os olhos, ainda eram lindos como ela se lembrava... Do mesmo tom perfeito de azul. Ele ainda tinha o mesmo poder sobre ela.

Chegou perto dele por trás, o coração estava quase saíndo pela boca, sua respiração estava perdida em algum lugar por alí.

-Norman foi empurrado. Norman pulou. Norman caiu... -ele dizia enquanto ela se aproximava no meio da multidão.

-Você não faria o mesmo, se fosse casado com a Mrs. Roper? -ela perguntou diverdita, sorrindo para ele. Não saiu nada do que ela queria, mas...

-Eu nem preciso me virar. Sara Sidle... -ele disse sorrindo sem olhar para trás. Afinal podia sentir o cheiro do perfume dela, a mesma voz encantadora que o envolvia.

-Sou eu... Ainda lançando bonecos de simulação? Há outras maneiras de dizer, sabe. - Ela disse para ele, finalmente olhando para ele frente á frente, encarando aqueles olhos outra vez. Azul e castanho se encontrando outra vez.

-Como? Simulação Computacional? Não, obrigado. Eu sou um cientista. Eu gosto de ver. Newton derrubou a maçã. Eu derrubo bonecos. -ele disse com aquela voz linda, era como um sonho estar perto dele outra vez.

Sara começou a investigação, e infelizmente teve de dar a notícia para Warrick de que por causa daquele erro cometido por ele, a garota havia morrido. Chegando ao laboratório ela conheceu Catherine, não foi lá muito bem recebida, mas... Ela era a estranha no formigueiro, a investigadora "de fora", o que podia fazer? Ninguém ainda confiava nela.

Mas eles terminaram a investigação... E era isso que importava.

...

-Eu posso falar com você? -Sara perguntou antes de Grissom entrar no quarto.

-Claro.

-É que... Nós dois...

-Sara seja o que for, não importa agora. Eu tenho uma proposta par lhe fazer.

-...

-Trabalhe conosco em Vegas, a equipe precisa de mais um e eu quero que seja você. Aceita?

-Seria uma honra -ela disse sem conseguir olhar para ele.

-Mas para isso... Precisamos esquecer o que aconteceu entre nós dois, vamos ser supervisor e subordinada.

-Mas Gil.

-Desculpe Sara, mas trabalhando comigo, agora você deve me chamar de Grissom... -ele disse com o coração doendo, ele queria beija-la, mas não podia. Era a carreira dela que estava em jogo, não podia fazer nada á respeito disso. Mesmo que a amasse com todas as forças que tinha.

-Sim senhor. -foi só o que ela disse antes de sair andando desolada até seu carro...

Como enterrar o passado, tento uma parte dele bastante viva em casa?