Signal Fire escrita por Fernanda Redfield


Capítulo 5
Perto e Distante


Notas iniciais do capítulo

Feliz Natal atrasaado! *-*
Esse capítulo era para ter saído ontem, mas devido a uma série de imprevistos, eu acabei tendo que terminá-lo hoje!
Espero que gostem, boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/177324/chapter/5

Vésperas de Natal, dezembro de 2019. Lima, Ohio.


Rachel Berry estava colocando alguns últimos livros na prateleira, uma encomenda nova com alguns clássicos da literatura européia chegara no dia anterior e ela ficara de organizar tudo para o Sr. Thomas, mesmo ele dizendo que podia fazer aquilo. Mas com a proximidade do Natal, a correria dentro da livraria aumentara e o único horário que a morena tinha para fazer aquela tarefa era no final do expediente.

            Rachel passava um pano limpo por cima dos livros antes de guardá-los, ela gostava de trabalhar na livraria, o silêncio e a tranqüilidade de Charlie Thomas só tornavam o processo ainda mais fácil. Ela conseguia fazer tudo sem muito esforço e ainda mais: mantinha a cabeça ocupada, evitando pensar em Quinn e todos aqueles sentimentos que requeriam muito de sua energia e de sua racionalidade.

            Mas só Rachel sabia o quanto era difícil dormir. As lembranças e as palavras passadas e presentes de Quinn ecoavam em sua mente, tirando seu sono completamente. Quinn parecia tão madura e verdadeiramente arrependida de todas as mancadas que cometera no passado que era impossível não acreditar nela... Mas alguma coisa dentro de Rachel impedia que ela deixasse a loira reentrar em sua vida.

            A morena não sabia se era o medo de ser magoada de novo, a decepção pelos erros cometidos no passado, a sensação de solidão em NYC ou se era tudo isso mais a revolta por ter fracassado na busca por seus sonhos... Rachel sentou-se no chão para guardar os últimos livros e instantaneamente, sua expressão tornou-se fria.

            Ela simplesmente não suportava essa nova Quinn Fabray. Essa que era ainda mais apaixonante do que aquela Quinn que a abandonara aos 18 anos... A Quinn atual parecia muito mais humana, muito mais mulher, muito mais bonita do que a outra. De uma forma desconhecida, parecia que Quinn estava fazendo com que ela se apaixonasse ainda mais. Rachel bufou, irritada consigo.

            Ela nunca conseguia abrir mão de seus amores, fora assim com Finn e agora ocorria o mesmo com Quinn. Será que a sua sina era aquela? Sofrer por quem não a merecia? Rachel preferia acreditar que não. A morena voltou a concentrar-se em seu trabalho e ouviu os passos arrastados de Charlie atrás de si, ela deu um sorriso para as mãos que ainda trabalhavam e disse animada:

            - Ainda aqui, Charlie? Eu não disse que você podia ir embora que eu fecharia a livraria hoje?

            - Sim, Rachel... Mas você sabe muito bem que eu não consigo dormir bem senão ver a livraria fechada. – Charlie respondeu com uma voz bondosa e dando uma gargalhada gostosa depois de falar. Rachel acenou a cabeça e deu um sorriso significativo para ele. Os dois ficaram se olhando por alguns momentos até que Rachel voltou ao trabalho e disse vencida:

            - Tudo bem, eu posso levá-lo em casa ainda.

            - Eu não sou nenhum velho, Srta. Berry... – Charlie respondeu com uma voz austera e depois, dando uma risadinha em seguida. Rachel acompanhou-a na deixa, claro que não achava o senhor velho, na verdade, ele era bastante independente e muito feliz com sua idade. A morena guardou os últimos livros na estante e se levantou com uma expressão cansada, ela olhou para Charlie e anunciou:

            - Terminei de guardar os livros, só falta fechar a loja. O senhor me acompanha nessa tarefa?

            - Eu é que pergunto, Miss Berry: posso ser seu acompanhante nessa empreitada? – Charlie perguntou com uma reverência cavalheiresca que provocou uma risada calorosa e cheia de energia em Rachel, a morena agradeceu com uma mesura e sorriu enquanto segurava o braço do senhor e os dois iam desligando as luzes e colocando as últimas coisas no lugar antes de ir embora.

            Rachel tinha um sorriso otimista nos lábios, resquício da última risada. Ela gostava da companhia de Charlie e odiava admitir, mas ficar na livraria com ele a fazia ficar próxima de Quinn, de alguma forma. Ela não sabia se o fato de Quinn ter trabalhado ali colaborava, mas ela conseguia facilmente visualizar uma loira mais nova correndo por entre aqueles corredores, com os braços cheios de livros e um sorriso no rosto.

            Diante desse pensamento, Rachel chacoalhou a cabeça. Odiava estar apaixonada, ainda mais, apaixonada pela mesma pessoa em sete anos. Ainda mais apaixonada por Quinn Fabray, a pessoal mais heterossexualmente hetero que ela conhecera em toda a sua vida. Charlie percebeu quando a expressão da morena tornou-se pensativa, preocupado, o senhor perguntou:

            - O que foi, Rach?

            - Não é nada... Só estava me lembrando de algumas coisas. – Rachel respondeu com um sorriso triste e uma voz distante, o senhor parou instantaneamente e olhou sério para a sua funcionária. Rachel retribuiu o olhar por alguns instantes, mas ficou envergonhada diante da intensidade do olhar do senhor. Ela engoliu em seco enquanto ele perguntava severo:

            - Estava se lembrando de Quinn?

            Rachel não conseguiu responder de imediato, falar de Quinn ainda lhe provocava alguns sentimentos indesejáveis e ela evitava tocar nesse assunto, não falara nem com os próprios pais. Charlie deu um aperto em seu braço, forçando-a a falar. A morena engoliu em seco e respondeu insegura:

            - Sim, como o senhor percebeu aquele dia, eu e ela fomos amigas.

            - Percebi não, eu sabia quem você era no instante que vi você com Quinn. Ela vivia falando, orgulhosa, de uma amiga dela que estava tentando a vida em NYC. – Charlie disse ainda sério e separando-se de Rachel brevemente para colocar alguns livros no lugar. Rachel ficou observando o homem, não acreditava nas palavras dele e ia questioná-lo quando os dois ouviram o sininho da porta, anunciando que alguém entrara. Rachel correu até o balcão e disse afobada:

            - Me desculpe, mas estamos fechando.

            - Eu não vim aqui comprar um livro, Rachel. Eu preciso falar com você. – Mr. Schue estava parado, com as mãos nos bolsos e olhando para sua ex-aluna com um sorriso divertido nos lábios. Rachel ficou mortificada enquanto olhava de Charlie para Mr. Schue, o ex-professor pareceu divertir-se com a situação e continuou a sorrir enquanto Charlie, disfarçadamente, deixava os dois a sós. A morena engoliu em seco e disparou:

            - Eu não esperava vê-lo tão cedo, Mr. Schue.

            - É William, Rachel... E eu nem sabia que você tinha chegado à cidade, soube ontem. – Mr. Schue respondeu calmo, no mesmo tom de voz que Rachel nunca esqueceria, a morena deu um sorriso tímido para o ex-professor. Algumas lágrimas quase chegaram aos seus olhos por causa da enxurrada de lembranças felizes que vieram a sua mente, a morena chacoalhou a cabeça e disse:

            - Me desculpe, eu estava me ajeitando ainda.

            - Eu sei, Rachel... E me surpreende estar trabalhando aqui e não em algo relacionado à música. – William continuou curioso enquanto se aproximava de sua ex-aluna e se apoiava no balcão, Rachel deu um sorriso triste ao notar os cabelos grisalhos do professor e das rugas mais evidentes em sua face. Ela pigarreou e ajeitando alguns livros, respondeu melancólica:

            - Sinto muito, Mr. Schue... Eu quero me manter afastada da música por algum tempo, preciso me recuperar.

            - Acho que até fevereiro você está recuperada, não é? – Mr. Schue questionou com uma expressão ansiosa e os olhos brilhando excitação. Rachel arregalou os olhos, ela estava assustada com o tom do professor, seu olhar encontrou o do homem que lhe sorriu gentil. – O Glee precisa de uma estrela para trazer um pouco de brilho para aquela constelação.

            - Mr. Schue, eu não posso... Isso é... – Rachel não conseguia responder, as palavras não chegavam a sua boca devido ao nervosismo e a surpresa. Estava mesmo sendo chamada para treinar o Glee Club do McKinley? Os olhos da morena se arregalaram e ela respirou com dificuldade, Mr. Schue riu diante da reação da sua ex-aluna e tranqüilizando-a, disse:

            - Não quero uma resposta agora. Eu sei da sua formação na Julliard e mesmo que não a tivesse, seria a minha primeira opção para assumir o Glee no meu lugar. Você é perfeccionista, obstinada, exigente... É tudo que precisamos, você tem até final de janeiro para me responder.

            - Mas... – Rachel não conseguiu argumentar porque Mr. Schue já tinha lhe acenado e saía da livraria com uma expressão satisfeita. Rachel espalmou as mãos sobre o balcão e respirou fundo. No instante seguinte, ouviu passos atrás de si e a voz bondosa de Charlie lhe dizer:

            - Eu vou apoiar o que você quiser, Rachel.

            A morena sorriu e as lágrimas, de felicidade, já banhavam seu rosto.

###   

            Uma semana havia se passado depois do encontro de Quinn com Rachel, por acidente, na livraria de Charlie e desde o telefonema de Quinn para Mr. Schue. O Natal se aproximava e todos estavam muito eufóricos com as compras. Sam, como sempre, carregara Quinn com ele pelas ruas de Lima a procura do presente perfeito para sua família.

            - Juro para você, a minha cota de criatividade para presentes se esgotou. – Sam disse frustrado enquanto ele e Quinn caminhavam pelas ruas escorregadias da cidade olhando vitrines e entrando em lojas. Quinn revirou os olhos e disparou irônica:

            - E a minha cota de paciência com você e Santana também se esgotou.

            - Será que dá para você parar de resmungar sobre isso, Q? Ela vai chegar depois do Natal... Se quiser, você pode fugir até esse dia. – Sam respondeu infantilmente, a loira olhou irritada para ele e os dois ficaram se encarando emburrados, até que um sorriso gentil brincou no rosto do loiro. – Vamos lá Q, é Natal e eu sou seu amigo há bastante tempo para saber que você ama essa época!

            - Se você não fosse tão bonito e tão fofo, eu juro que não era mais sua amiga! – Quinn exclamou com um sorriso brincalhão enquanto batia de leve nos braços de Sam e agarrava-se ao braço dele. O rapaz ajeitou algumas sacolas que carregava e deu um beijo na cabeça de Quinn, quem visse os dois ao longe, juraria que eram namorados.

            Quinn apertou a camisa do amigo e Sam baixou os olhos preocupados para ela, resmungando um pouco devido ao peso das compras de Natal de ambos. Quinn gargalhou diante da atitude dele e o ajudou com as sacolas. Sam suspirou e ainda caminhando pela rua, ele perguntou:

            - O que foi, Q?

            - Eu só estou preocupada com Rachel... – Quinn respondeu um pouco tristonha enquanto desviava os olhos esverdeados para uma vitrine que mostrava alguns cachecóis e luvas. Sam bufou impaciente, atraindo a atenção da amiga. – E eu sei que você acha que eu devo deixar as coisas rolarem... Mas eu não posso deixar de me preocupar com ela.

            - O que me irrita não é isso, Q e sim o fato de que você está se torturando por causa dela. – Sam disse severo e com uma expressão fechada, Quinn abaixou a cabeça um pouco sentida e nem por isso, o rapaz amenizou a voz. – Ela está aqui há uma semana e você já emagreceu e está com olheiras... E nem está animada. É Natal, Q!

            - Eu sei, eu sei... Mas eu queria que ela passasse o Natal comigo. Eu não posso deixar de me lembrar do nosso último Natal juntas com o Glee. Ainda mais com ela aqui.

            - O seu mundo não pode girar ao redor dela, Q... – Sam estava olhando firmemente para frente, ele odiava ver o estado em que a sua melhor amiga estava por causa de Rachel Berry. Quinn arqueou a sobrancelha para ele, mas nada disse. – Você ainda tem a mim, a Santana, Puck e ao Kurt. Nós não vamos sumir por sete anos!

            Quando Quinn levantou os olhos para o amigo, ele já sorria e a chamava, silenciosamente, para um abraço. Quinn aproximou-se e apertou o enorme e perfeito corpo de Sam Evans em seus braços, pode ouvir a gargalhada rouca dele em seu ouvido e subitamente, se sentiu em casa...

            - Barbie, Ken! – Quinn e Sam separaram-se ao ouvirem aquela voz estridente e animada, olharam em direção ao som e se depararam com um Kurt Hummel sorridente caminhando em direção a eles. O rapaz vinha à frente enquanto, ninguém menos que Dave Karofsky vinha atrás. Sam e Quinn entreolharam-se com risos de entendimento, a loira acenou e respondeu animada:

            - Kurt, que saudades de você!

            - Olá, Dave... – Sam cumprimentou o ex-companheiro de futebol com um aperto de mão, Karofsky pareceu um pouco desconfortável, mas apertou a mão de Sam e depois deu um beijo no rosto de Quinn. A loira sorriu para os recém-chegados e comentou:

            - Também enfrentando a maratona de compras?

            - Sim... Eu e Dave combinamos de comprarmos nossos presentes juntos, mas tem sido mais difícil do que pensávamos. E vocês dois? – Kurt perguntou completamente eufórico e Quinn sufocou uma risadinha acusadora, ela podia ver os olhos do amigo brilhando e Karofsky se encolher nervoso ao seu lado. Estava mais do que na cara que os dois estavam saindo e sinceramente? Quinn estava feliz por seu amigo, desde que Blaine o traíra com Sebastian e fora embora para NYC, Kurt não era mais o mesmo e era bom encontrar um sorriso naquele rosto.

            - Enfrentamos a mesma sina, o problema é que Quinn tem um bom gosto incrível, mas demora demais a escolher. Sem mencionar que eu fico como carregador, né? – Sam comentou de bom humor, ele estava tão feliz quanto Quinn por Kurt e acabou recebendo um tapa no braço da loira devido ao comentário. Karofsky arriscou um sorriso tímido e perguntou envergonhado:

            - Kurt estava querendo uma parada, se importam de ficar com ele enquanto eu vou ali comprar o presente dos meus pais?

            - Claro que não, Dave... Vamos ficar imensamente felizes em fazer companhia a Kurt! – Quinn respondeu entusiasmada e dando mais um de seus belos sorrisos acolhedores enquanto piscava discretamente para Kurt, o rapaz engoliu em seco e arregalou os olhos, sabendo o interrogamento que o aguardava. 

            Karofsky ajeitou as sacolas que carregava e com um aceno de cabeça, saiu dali. Sam deu uma gargalhada que foi acompanhada por Quinn, no mesmo instante, Kurt corou e puxou os dois para dentro de um restaurante ali perto. Sam murmurou alguma coisa sobre ir guardar as sacolas no carro e verificar o movimento na loja e deixou Quinn com Kurt. A loira arqueou a sobrancelha para ele e Kurt suplicou:

            - Não me mate, essa cara de HBIC ainda me assusta muito!

            - Vamos ter uma conversa séria, Hummel... Desde quando você e Dave Karofsky deixaram de ser amigos de firma? – Quinn foi incisiva em suas palavras e tinha um sorriso divertido nos lábios, Kurt pediu um chá enquanto respirava fundo e dizia mais calmo:

            - Calma, Fabray... Você vai saber de tudo.

            Quinn sorriu e inclinou a cabeça, absorta nas palavras e no sorriso apaixonado do amigo.

###

            Rachel tinha tirado uma folga enquanto um dos netos de Charlie assumia o balcão por alguns segundos. A maratona de Natal estava acabando com a morena, mas ela não conseguia deixar de sorrir diante do clima natalino que se instalara em Lima. Ela sentia falta do ar de cidade pequena, com toda a correria pelas pequenas lojas do centro em busca do presente ideal...

            Era bem diferente da maratona de compras em New York, mas era mais acolhedora e de alguma forma, parecia-se mais com Rachel do que a grande metrópole. A morena apanhou seu casaco nos fundos da loja e saiu para a neve, a passos rápidos, logo chegou a rua e começou a caminhar mais lentamente.

            Seus pais seguiam a tradição judia à risca, mas não era segredo para ninguém que Rachel Berry adorava o Natal. Ela sempre participava dos especiais do Glee Club e sempre acabava comprando alguma coisa para si e para os pais. Por isso, ela se dedicou àquela busca enquanto desviava-se das pessoas e observava vitrines.

            Entrou numa loja de antiguidades bastante conhecida e atraente, logo encontrou uma réplica da “Vênus de Milo” que acabou levando para Hiram, ele realmente adorava arte e escultura e aquilo parecia ser a cara dele. Saiu da loja e resolveu ir até uma loja de materiais esportivos, afinal, a camisa de Leroy dos Cleveland Browns estava muito desgastada e ela se sentia na obrigação de comprar um modelo novo para o pai.

            Com decisão, a morena caminhou a passos firmes até a loja de material esportivo que estava com menos movimento que as demais. Entrou e deu um sorriso ao atendente enquanto caminhava até a sessão de futebol americano. Não se surpreendeu ao encontrar as camisas e não saber qual era do Cleveland Browns, a única camisa de futebol americano que conhecia, era a do McKinley.

            Rachel olhava para as cores, olhava para os logos... Mas parecia tudo igual. Ela estava quase desistindo de comprar a camisa para sair em busca de um vinho ou algo parecido para Leroy quando uma voz familiar e esquecida perguntou com um ar risonho:

            - O que está fazendo aqui, Berry? Futebol não é bem a sua cara.

            Rachel se virou e deparou-se com Sam Evans a observando com um sorriso divertido. Ele carregava alguns papéis e estava escorado ao balcão de madeira da loja. Rachel olhou assustada para ele, afinal, era o segundo membro do Glee que encontrava ali. Ela engoliu em seco enquanto observava a figura alta, forte e madura de Sam caminhar até ela e perguntar solícito:

            - Qual camisa está procurando?

            - Cleveland Browns. – Rachel respondeu rapidamente, quase cuspindo as palavras e provocando mais risadas em Sam. Ele pegou uma camisa preta com detalhes em branco e outra laranjada e fez um aceno, Rachel optou pela laranja porque era o mesmo modelo que o pai usava. Sam caminhou com ela até o balcão e perguntou:

            - Aposto que é para Leroy, estou certo?

            - Sim, ele estava reclamando da antiga. – Rachel respondeu envergonhada enquanto abria a carteira e equilibrava o enorme pacote da escultura. Sam tirou o pacote dela e colocou sobre o balcão, chamou um funcionário e murmurou algo sobre personalização antes do jovem sair correndo dali. Depois se virou para Rachel e disse:

            - Bem que Quinn me disse que você não tinha mudado muita coisa.

            - Você e Quinn ainda se falam? – Rachel não conseguiu conter as perguntas e elas saíram com um ar interessado de seus lábios, será que os dois ainda namoravam? Sam enrugou a testa numa expressão pensativa e pigarreou ao responder:

            - Estudamos juntos na faculdade e agora, moramos no mesmo prédio. Ela comentou que te encontrou no aeroporto.

            Sam jogou as palavras no ar, esperando que a antiga Rachel Berry viesse à tona e voltasse a falar rapidamente, revelando todos os sentimentos que tinha dentro de si. Mas aquela Rachel se calou e abaixou a cabeça, foi ali que Sam notou a grande mudança da qual Quinn falara. Ele respirou fundo e continuou:

            - E disse que você estava diferente, mas não achei que tivesse transformada.

            - Não sei se isso é um elogio, mas agradeço. Você também mudou, Sam. – Rachel disse com um sorriso e Sam também notou que não era mais aquele sorriso vívido e que iluminava tudo ao redor, era um sorriso contido, como se ela tivesse algo que segurasse sua felicidade. O rapaz ajeitou os cabelos castanho-claros que estavam mais curtos agora, deu um sorriso e murmurou desajeitado:

            - Como tem sido o Natal? Fiquei sabendo que trabalha com Charlie agora.

            - A correria de sempre, Quinn também te contou isso? – Rachel perguntou divertida, mas acabou soando um pouco fria e curiosa em suas palavras. Era muita informação para ser absorvida e ela não duvidava que Quinn Fabray estivesse tendo um caso com Sam Evans, afinal, os dois eram bonitos e próximos, o tipo de coisa que atraía Quinn. O rapaz gargalhou roucamente e respondeu brincalhão:

            - Sim e também me contou que você foi chamada para lecionar no Glee Club do McKinley High.

            Sam, provavelmente, não tinha imaginado a intensidade de suas palavras em Rachel Berry. Porque ele mesmo surpreendeu-se quando os olhos castanhos da morena se arregalaram, depois lampejaram compreensão para, em seguida, tornarem-se de um castanho frio e vazio. O rapaz pigarreou desconfortável e os lábios de Rachel se crisparam.

            Ela não podia acreditar que, depois de todo aquele tempo e das palavras trocadas por ambas na livraria, Quinn ainda insistia em se meter na sua vida. Rachel sentiu-se frágil, pequena e ínfima novamente. Ela fechou a expressão e Sam engoliu em seco diante de sua reação. Nesse meio tempo, a camiseta voltou aos braços de Rachel, bordada com o nome de Leroy e o número 13 nela. Rachel agradeceu a Sam e pagou tudo no caixa, saindo praticamente corrida da loja.

            Sam ficou sem saber o que fazer, ele só sabia que não poderia voltar a ver Quinn naquele dia. A ex-cheerio apenas observaria sua expressão culpada e entenderia o que ele tinha feito, ele não podia mais se meter. Sam apanhou o celular e digitou uma mensagem rapidamente antes de sair da loja e rumar para o apartamento, sentindo-se extraordinariamente idiota e culpado por estragar o Natal de Quinn Fabray.

            - Como você e Sam sabem... Eu e Dave nos reencontramos na construtora. E desde que tivemos que fazer a planta para o museu municipal, as coisas tem estado confusas entre a gente. – Kurt dissera com um ar preocupado, mas ao mesmo tempo, satisfeito. Quinn não conseguia parar de sorrir diante da expressão apaixonada do amigo, os olhos claros dele brilhavam e ele não parava de sorrir. Kurt era design de interiores e Karofsky era engenheiro civil. – Sempre saímos juntos e ele já até jantou em casa... Ontem, estávamos finalizando a planta quando ele me chamou para as compras de Natal.

            - E o que você está esperando, exatamente? – Quinn perguntou afobada e ansiosa, Kurt olhou para ela e fez uma careta confusa. Quinn tomou um gole de seu chá e suspirou, ela apanhou a mão do amigo entre as suas. – Porque está mais do que na cara que ele não quer só ser seu amigo, ele ficou super envergonhado quando eu e Sam o olhamos com interesse.

            - Eu sei, Q... Mas Karofsky é diferente. – Kurt contra-argumentou com a voz séria e apertando a amiga entre as suas, a testa de Quinn vincou-se preocupada e ela esperou pacientemente o amigo tomar um pouco de ar antes de continuar. – Ele é misterioso e esconde o que sente. Isso quando ele não me manda sinais confusos...

            - Vendo por esse tempo, talvez seja melhor você esperar. Mas eu tenho certeza que vai terminar bem, pelo menos, você está aberto para o amor dessa vez! – Quinn tinha uma voz entusiasmada e fez um coração com as mãos, Kurt bateu de leve no ombro dela e deu um sorriso agradecido. Os dois amigos se olharam pacientemente, Kurt era um bom observador e não precisou de muito para ver a preocupação e o cansaço nos olhos de Quinn. O designer pigarreou e perguntou preocupado:

            - Muito bem Fabray, sua vez. O que está acontecendo dessa vez?

            - Rachel voltou a Lima. – Quinn não tomou consciência de que respondera até o momento em que viu Kurt arregalar os olhos e colocar uma das mãos sobre a boca, um ato dramático digno de uma diva. – Não sei se Sam te falou, mas ela chegou há uns dias... Encontrei com ela no aeroporto, eu a levei em casa e nem por isso, ela amoleceu comigo.

            - Pelo visto, também descobrimos que Rachel Berry guarda mágoas... – Kurt comentou com um ar um pouco maldoso, mas na verdade, ele estava preocupado com Quinn. Foi a vez de o rapaz apertar a mão da amiga em cima da mesa. – Você sabe que o que aconteceu naquele ano foi imperdoável para ela, deixe ela se acostumar com a sua presença e conversem depois.

            - Eu esperei notícias dela por sete anos, não queria esperar mais, Kurt... – Quinn resmungou um pouco irritada e Kurt deu um sorriso triste diante da impaciência e da preocupação dela. Kurt nunca comentara com ninguém, mas desde que Rachel e Quinn viraram amigas, ele sufocava-se para não ver algo mais entre elas, elas pareciam ser mais do que amigas e aquilo era natural, tão natural quanto sua atual situação com Dave Karofsky. – Eu quero minha amiga de volta, ela não parece ser a Rachel que conhecemos.

            - Por isso dê um tempo a ela, quem sabe a Rachel egocêntrica, autoritária, chata e desesperada volta a aparecer? – Kurt aconselhou com um sorriso enorme no rosto e provocando uma risadinha leve em Quinn, ela acenou afirmativamente com a cabeça, mesmo sabendo que aceitar ficar longe de Rachel por mais algum tempo ia acabar com seu humor...

            Os dois conversaram por mais alguns segundos até que Dave apareceu e sentou entre eles. Quinn observava o jogador de futebol com afinco e passava a admirá-lo quanto mais o tempo passava, Dave Karofsky estava mudado, assim como ela. Ele e Kurt se despediram após alguns minutos de conversa e Quinn sorriu quando Karofsky não deixou Kurt pagar a conta.

            Seu celular vibrou, anunciando a chegada de uma mensagem.

Tive que dar uma passada no abrigo, tem problema em voltar sozinha para casa? Te encontro na ceia, beijo! – Sam.           

            Quinn fez uma careta, mas respondeu a mensagem rapidamente antes de, novamente, sair pelas ruas a caminho de casa. Aquele seria mais um Natal com Sam no abrigo para crianças de Lima e a loira não pode deixar de sorrir, porque parecia que este seria um Natal ainda melhor que o anterior.

###

            Rachel Berry não soube quantos minutos ficou ali, sentada, em frente ao apartamento de Quinn. Depois do encontro com Sam na loja, ela conseguiu o endereço da loira com Charlie e saiu correndo para o prédio. Acomodou-se sentada ao lado da porta, deixando as compras ao seu lado quando ouviu o barulho do elevador e a voz surpresa de Quinn Fabray questionar:

            - O que está fazendo aqui?

            - Precisamos conversar, Fabray. – Rachel respondeu amarga e colocando-se em pé rapidamente, imediatamente suas pernas vacilaram e sua respiração falhou. O coração acelerou e Rachel sentiu-se idiota por aquilo. Quinn aprumou os ombros, em uma posição defensiva e arqueou a sobrancelha para a morena, Rachel voltou o olhar com fúria para aquele ato. – Eu sei que a sua concepção de espírito natalino melhorou muito nos últimos anos, mas você não tinha o direito de se intrometer em minha vida novamente.

            Quinn revirou os olhos, ao entender ao que Rachel se referira. A ex-cheerio não sabia quem mencionara o seu nome relacionado ao emprego no McKinley, mas agradecia a pessoa que fizera isso. Afinal, aquilo trouxe Rachel para conversar.

            - Eu não vou dar um showzinho aqui fora, Rachel. Se você quiser falar comigo, vai ter que entrar na minha casa e baixar o tom de voz. – Quinn fora severa em suas palavras, ela abriu a porta e entrou no apartamento, afastando o corpo em seguida para que Rachel a acompanhasse. A morena olhou sentida para ela e fez um beicinho, depois, entrou marchando no apartamento e antes que Quinn pudesse dar um sorriso vitorioso, ela tornou a explodir:

            - Quem você pensa que é para sair atrás de empregos para mim?

            - Eu posso não ser mais nada para você, mas você ainda continua sendo minha amiga, Rachel. – Quinn fora irônica em suas palavras e os olhos de Rachel semicerraram-se com raiva, ela sabia que se a loira continuasse com aquele tom, rapidamente perderia aquela discussão. Rachel fez de tudo para não olhar para o apartamento, voltou a olhar para Quinn e surpreendeu-se em pegar olhos avelãs fuzilando-a. – Aliás, se você não se importa mais comigo... Por que simplesmente não aceitou o emprego? Você não precisa tirar satisfações comigo, apenas se aproveite da minha boa vontade, Berry.

            Rachel observou Quinn colocar algumas compras sobre o sofá e ligar o rádio enquanto fingia que ela sequer estava ali... E tudo que Rachel Berry odiava era ser ignorada. A morena apertou a alça das compras que carregava e viu a figura esguia de Quinn Fabray tirar o casaco e virar-se de braços cruzados para ela.

            Aquela sobrancelha arqueada, aquele ar superior e aquele resquício de sorriso vitorioso a faziam rir há sete anos... Mas agora, só faziam o sangue subir aos seus olhos. E o pior não foi isso e sim, a música que invadiu o ambiente, calma e sincera, em nada se assemelhando a energia agressiva que pairava entre as duas mulheres.

You're in my arms

And all the world is calm

The music playing on for only two

So close together

And when I'm with you

So close to feeling alive

            - O fato em discussão não é o emprego e sim, a sua inconveniência em não me deixar em paz desde que eu cheguei à cidade! – Rachel disparou irritada e imóvel em frente a porta de entrada. Ela viu Quinn aproximar-se dela com os braços ainda cruzados e um sorriso irônico no rosto.

            Mal sabia a morena que Quinn estava cansada de ter os sinceros sentimentos de amizade desprezados por Rachel, mal sabia Rachel que Quinn estava cansada de ser ignorada. A loira tornou a arquear a sobrancelha e um sorriso irônico de canto surgiu em seus lábios, ela respirou fundo e disparou sarcástica:

            - Estou sendo inconveniente, Rachel? Foi essa mesma inconveniência que te impediu de responder meus e-mails?

            Rachel viu algumas lágrimas escorrendo do rosto de Quinn e aquilo lhe fez sentir-se como a pior pessoa do universo.

A life goes by

Romantic dreams will stop

So I bid mine goodbye and never knew

So close was waiting, waiting here with you

And now forever I know

All that I wanted to hold you

So close

            - Não, foi algo muito maior que isso! – Rachel exclamou e agora, o sarcasmo brincava nas palavras dela. Os olhos de Quinn se arregalaram diante daquela Rachel que ela não conhecia: fria, distante e maltratada pela destruição de seus sonhos. Rachel largou as compras com um baque surdo no chão. – Foi a sensação de algo ter se quebrado quando a minha melhor amiga não se despediu de mim no aeroporto no dia em que eu fui embora de Lima!

            As palavras acertaram Quinn com uma força estrondosa. Os lábios da loira tremeram e as lágrimas finalmente escorreram dos olhos avelãs, Rachel não abrandou a expressão e um ar vitorioso tomou conta da sua postura. Aquele era um fato que Quinn recusava-se a lembrar, ela não podia lidar com a própria covardia.

            Afinal, foi a covardia que a impediu de ir a despedida de Rachel. Russel Fabray, sabendo da amizade das duas garotas, ameaçou de não arcar com as despesas de Quinn em Yale. Ela achou que teria tempo para se redimir com Rachel, mas ela não havia passado em Yale e seus pais mentiram, antes de anunciar que ela faria faculdade em Ohio.

            - Pare de falar como se você soubesse o que aconteceu naquela época! – Quinn disparou ferida e tremendo de raiva, Rachel olhava para ela com desprezo. – Se não fosse tão dramática, teria lido os e-mails e entendido o que aconteceu comigo naquela época!

            Rachel deu uma gargalhada fria e sarcástica, Quinn sentiu-se desprezada e quebrada por dentro.

So close to reaching that famous happy end

Almost believing this was not pretend

Now you're beside me and look how far we've come

So far we are so close

            - Ler seus e-mails? Para que eu leria seus e-mails se eu sabia que você tinha dado graças a Deus por nunca mais me ter na sua vida? – Rachel também estava ferida, mas ela defendia-se de suas emoções de uma forma agressiva e fria. Quinn encolheu-se e tornou a se aproximar, os olhos dela diziam o quão machucada ela estava, mas Rachel não queria olhá-la. Ou seu amor falaria mais alto e ela deixaria tudo cair por terra.

            - Meus pais não queriam que eu fosse a NYC com você, eles ameaçaram não me bancar em Yale! – Quinn argumentou desesperada, as lágrimas correndo livremente e nenhum resquício de piedade surgindo no rosto de Rachel. Pelo contrário, a morena apertou os punhos e agora estava rígida, como pedra. – Mas eu eles me enganaram e eu não tinha passado em Yale, tudo foi feito para que nós nos afastássemos e...!

            - PÁRE DE COLOCAR A CULPA EM SEUS PAIS, FABRAY! – Rachel explodiu furiosa e Quinn calou-se imediatamente, as duas trocavam um olhar que parecia ser muito mais calmo do que a situação em que estavam.

            Os sentimentos eram sinceros, ao menos os olhares traduziam tudo que ambas estavam sentido. A mágoa era evidente, mas a carência e a saudade falavam mais alto e talvez, Quinn tenha percebido essas evidências antes de Rachel. A loira aproximou-se calmamente enquanto Rachel mantinha os olhos fixos e frios nela, Quinn suspirou e murmurou baixinho:

            - Tudo bem, eu paro de culpar meus pais. Porque fui eu que fugi de você naquele dia e também assumo que estou sendo idiota em não dar um espaço depois de todos esses anos... Mas eu não posso suportar a idéia de ter você tão próxima e, ao mesmo tempo, tão distante de mim. Eu sinto a sua falta, será que é tão difícil para você lidar com isso?

How could I face the faceless days

If I should lose you now?

We're so close

To reaching that famous happy end

Almost believing this was not pretend

Let's go on dreaming for we know we are

So close

            A respiração de Rachel foi acalmando conforme ela ouvia as palavras doces de Quinn murmuradas próximas ao seu rosto. A morena piscou e sua visão entrou em foco, completamente límpida e calma. Quinn estava com os olhos vermelhos e o rosto estava pálido e ansioso.

            Foi a vez das lágrimas de Rachel caírem. Ela deixou-se levar pelas suas emoções pela primeira vez desde que chegara em Lima. Os sentimentos, sufocados por sete anos, caíram por terra. O amor, a mágoa, a decepção, a felicidade, a solidão... Ela jogou tudo ali, na sala do apartamento de Quinn, na véspera do Natal, ao som de uma música que era tão dela e de Quinn.

            Sentiu quando os braços da loira rodearam seu corpo, sentiu quando Quinn beijou o topo de sua cabeça e afagou os seus cabelos. Rachel sentiu tudo aquilo e todos aqueles toques, nos pontos certos e que estavam esquecidos, trazerem a sobriedade e dor de volta para seu peito. Porque ela sabia, que no fundo, nunca seriam mais do que aquilo.

            Amigas.

            Rachel empurrou os braços de Quinn para longe de si e olhou fundo nos olhos esverdeados que agora, pareciam mais vívidos. Quinn tinha um sorriso e uma expressão surpresa que Rachel continuava a achar fofa depois de sete anos distante.

            Rachel limpou o rosto de Quinn com carinho e respirando fundo. O sentimento que carregava era grande e pesado demais, estava prestes a explodir.

So close and still so far...

            - É difícil lidar com isso, sim, Quinn. – Rachel dizia tudo rapidamente e Quinn sorria porque via que a sua Rachel Berry tinha, finalmente, voltado. A loira tirou alguns cabelos dos olhos da morena e Rachel se permitiu aquele toque. Depois, Rachel deu um passo para trás e deu as costas a Quinn, a loira ficou sem entender nada. – Torna-se ainda mais difícil quando eu passei sete anos te amando, sabendo que eu não seria nada além de uma amiga para você.

             A música tinha acabado e o silêncio encheu a sala, trazendo um pouco de paz ao ambiente preenchido por verdades e sentimentos calados por anos. Quinn abriu a boca diversas vezes, mas não conseguiu emitir nenhum som. Absorta na revelação e no que ela fazia em seus sentimentos, ela não viu quando o pequeno corpo de Rachel tornou a se virar.

            Ela não viu quando Rachel se aproximou dela, mas sentiu o perfume de baunilha e o calor que Rachel Berry emanava. Quinn sentiu quando seus corpos se aproximaram motivados pelas palavras que Rachel dissera.

            Quinn sentiu quando Rachel ficou na ponta dos pés e quando os seus lábios se tocaram. As mãos de Quinn, instintivamente, foram para a cintura de Rachel e apertaram. A morena agarrou-se aos cabelos curtos e loiros, puxando e arranhando a nuca de Quinn.

            Rachel sentiu quando a boca de Quinn separou-se da sua brevemente, mas a morena queria aproveitar aquilo como se fosse a última coisa que pudesse ter de Quinn Fabray. Puxando a loira pela gola da camisa de lã, colocou sua língua sobre a dela e o beijo tornou-se mais intenso, envolvendo arranhões e suspiros pesados. Só foi parado apenas pela necessidade de ar e por uma mordida de Rachel no lábio inferior de Quinn. 

            As duas olharam-se surpresas e Quinn abriu a boca para falar quando Rachel, arregalando os olhos, saiu correndo dali. Quinn olhou desamparada para a porta, ainda estacada no mesmo lugar, tentando lidar com o furacão doce e apaixonado de nome Rachel Berry que passara em sua sala.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Sinto que todos estão sentindo que baixou o Papai Noel em mim hoje, não é? KKK
Espero que tenham gostado e comentem, por favor!
Beijos e até o capítulo 6...
PS: Música do capítulo - So Close, Jon McLaughlin.