- Justin, onde Alice foi? – Alyson perguntou ao se aproximar do garoto que até então estava entretido em uma conversa sobre formas de tortura.

- Ela disse que iria ao banco... – o garoto disse olhando para o relógio. Estranhou. – Ela já devia ter chego... – Justin disse um pouco preocupado.

- Vai ver ela parou para fazer mais algo... – Chris deu de ombros, mas Aly negou.

- Ela avisaria... – disse como quem tenta entender algo. – Justin, que horas ela saiu? – perguntou interessada.

- Acho que ás 18h, ainda estava claro e o filme já havia acabado... – disse sério.

- Ah, qual é! Ela daqui a pouco chega ai pessoal! – Chaz disse beijando a nuca de Maria.

- É... – Maria concordou. – Vamos esperar mais algum tempo, ainda não são nem 21h... Sem drama vai! – Mara completou e sorriu para Chaz.

- Maria, geralmente o banco fecha ás 20h. E já são mais de 22h. – Gabi disse ríspida. – Algo esta errado... – admitiu.

- E você vai falar isso para Maria? Desde quando ela se preocupa com algo que não seja ela mesma? – Mellanie irritou-se.

- Ah, cala a boca virgem Maria! – A morena gritou.

- Estou mentindo? Você nunca se importou com nenhuma de nós! – Mellanie continuou gritando, desta vez sua feição calma e maternal havia esvaído e em seu lugar havia uma garota de feição dura e ríspida.

- Nunca precisei, você sempre se passou pelo papel da mamãe protetora! – Maria disse com cara de nojo. – Nem da louca da sua mãe você dava conta, imagina de nós!! – Maria disse ríspida e ao seu redor Gabi e Alyson arregalaram os olhos. Maria, por mais víbora que quisesse aparentar ser, nunca havia tocado no nome da mãe de Mellanie, todas sabiam que isso feria a loira.

- Maria, chega! – Alyson disse caminhando até a amiga que agora tremia inteira.

- Não, ela precisa ouvir! Cansei de fingirmos que não sabemos, só para proteger os sentimentos dela! – Maria gritou. Mellanie agora estava estática e enquanto Maria falava todos a encaravam com medo. – Sua mãe era uma alcoólatra que não conseguiu superar a morte do seu pai! Ela vivia jogada pelos cantos e sempre tentou se matar, já era hora daquela louca partir, você não faz idéia do porque de freqüentarmos apenas a casa de sua tia? – Maria perguntou irônica. – Eu te digo então, era porque...

- Maria CHEGA! – Gabi gritou e Maria virou-se para ela com os olhos flamejantes.

- Ui, cheguei em boa hora... – Caitlin disse entrando na sala, mas ninguém nem ao menos se importou com sua presença. Seus olhos passaram por todos, Gabi tentando manter Mellanie calma junto á Chris, Alyson segurando Maria (nervosa) junto á Chaz, Tyler observando e Justin... Sozinho apenas observando todos, mas a verdade é que ele parecia meio perdido.

- Ela tem de saber Gabi! Ela tem de saber que não é perfeita, nunca foi! – Maria gritou irritada.

- EU NÃO SOU PERFEITA! – Mellanie disse. – Cansei de escutar você dizer sempre as mesmas coisas. – Ela disse enxugando algumas lagrimas que haviam escapado de seus olhos. - A verdade é que eu nunca fui perfeita, nunca fui santa! Toda vez que vocês saiam para “curtir” e eu ficava em casa, não era porque minha tia não deixava eu sair, pelo contrário, era porque eu imaginava o que vocês iriam fazer e eu não estava pronta para tal feitio. Sempre quis ter essa sua coragem e ousadia, a questão é que eu NÃO quero ser como minha mãe, e não quero decepcionar meu pai... – Mellanie disse não conseguindo conter as lágrimas. As lembranças vinham à tona, mas o que mais doía era ter de assumir a verdade... Ela era uma covarde!

- SEU PAI ESTÁ MORTO! – Maria disse rude e fez com que Mellanie chorasse ainda mais.

- E-Eu sei... – Mellanie disse entre um soluço e outro e voltou-se ao verão de 1999, quando tinha apenas 4 anos e seus pais discutiam na cozinha...

Flashback on:

- Petter, você não pode nos deixar! – uma loira visivelmente embriagada ajoelhava-se aos pés do marido. Seu rosto estava todo molhado devido as lágrimas e um pouco da bebida, mas o marido não queria mais nem ao menos escutá-la.

- Eu estou de saco cheio Rose! Eu te disse para parar de beber, isso é um problema e afeta toda a família! Olha o exemplo que você da para nossa filha! – o moreno alto gritou, tentando a todo custo tirar a mulher de suas pernas. A criança que até então dormia no quarto, acordou com a gritaria dos pais.

- Eu juro que eu vou tentar de novo, mas não vá Petter! – a loira gritou chorando.

- É tarde demais! Eu já não posso cuidar de você como se você fosse uma criança Rose, não quando tenho uma filha para criar. Tu devia ter consciência disso! Sua filha! Sabe quem ela é? – perguntou olhando a mulher com desprezo. A garota tapou os ouvidos e tentou voltar a dormir, mas as palavras dos pais eram mais altas do que podia pensar. – Como você pode saber? Sempre que vê a garota esta bêbada, em todos os aniversários dela ou você estava internada ou dava vexame na frente dos amiguinhos dela. Não sei como ela não a odeia... – o homem disse tentando sair das garras da mulher, aquilo o estava deixando nervoso. A garota, percebendo que aquilo não acabaria tão cedo, decidiu aproximar-se um pouco mais, ao menos assim não precisava fingir que não escutava. Agora ela queria escutar! - Desde que ela nasceu, raras foram as vezes que ela te viu sóbria, espere! – continuou o homem. - Ou era isso ou você estava de ressaca e nervosa demais para que ela pudesse se aproximar. Só que agora acabou Rose, e eu vou levar a Mellanie comigo! – disse rude.

- Para onde vocês vão? Vocês não podem me abandonar! – a mulher gritava.

- Não importa para onde vamos, talvez longe você possa tentar arrumar um jeito de se curar. – O homem disse mais calmo conseguindo sair dos braços da mulher e caminhar até a porta da cozinha. A mulher tentava se levantar, mas não podia acreditar que seu marido estava deixando-a.

- Voce não vai a lugar nenhum! – a loira gritou correndo até o marido cambaleante. O homem lhe deu as costas e viu que ao topo da escada sua filha observava tudo, tentou acalma-la com o olhar, mas a garotinha parecia assustada demais. Rose agarrou o marido pelas costas e cravou nele uma faca, o homem arregalou os olhos diante da dor e tentou dizer algo a filha, mas seu corpo caiu, sem vida, ao chão. Rose olhou para o corpo falecido do homem que amava e acabara de matar e começou a chorar ao ver suas mãos ensangüentadas. Percebeu que sua filha havia presenciado a cena, mas assim que seus olhos passaram pela menina, a garotinha saiu correndo, rua a fora e jurara que ninguém saberia daquilo, jamais!

Flashback off

- E jurei que faria de tudo para ser uma filha de que meu pai se orgulhasse e talvez uma pela qual minha mãe quisesse melhorar. – Mellanie disse tentando se recuperar do choro.

- Eu... Olha, me desculpe! – Maria disse.- A verdade é que eu sempre achei que você fizesse isso para conseguir que todos lhe adorassem. Sinto muito. – Maria disse realmente arrependida.

- Isso não importa mais. – disse Mell secando as lagrimas.

- Nossa, quanto drama! – Caitlin disse e todos viraram-se para ela.

- Cala a boca Caitlin! – Chris disse. – Vem, vamos tomar um ar... – virou-se para Mellanie que assentiu.

- Não acredito que disse aquilo... – Gabi voltou-se para Maria assim que a loira saiu.

- Já pedi desculpas ok? – Maria disse irritada saindo dos braços de Chaz e Aly.

- Ok... Só pense mais , antes de sair falando bosta da próxima vez. – Gabi disse e Maria revirou os olhos, mas a garota realmente estava arrependida, não queria ser o motivo da dor de ninguém, por mais que todos pensassem ao contrario...

- Nós esperamos até ás 23h e depois vamos procurá-la. – Justin disse decido. Todos o olharam confusos. – Alice... – disse e Aly assentiu. Ela sabia que Justin não estava interessado no passado de uma garota com dificuldades de ser ela mesma, ele estava preocupado com o presente e o fato de sua namorada não ter ligado depois de sair para ir ao ‘banco´. Não que ele estivesse sendo frio, pelo contrario, ele sabia que o passado não mudaria, mas se tivesse acontecido algo com sua amada eles ainda poderiam ajudar.

- Vou ligar para Marta e Henri, talvez eles saibam de algo. – Aly disse pegando o celular. Se Alice tivesse ido a algum lugar depois do banco, seria ao encontro de um deles.

- Eu vou com você! – disse Gabi determinada e por mais que Tyler a tenha olhado feio, ele sabia que nada poderia impedir sua namorada de encontrar a amiga.

- Eu não queria dizer, mas estou com um mal pressentimento... – Maria disse amedrontada. Enquanto Caitlin revirava os olhos, achando tudo aquilo um absurdo, Alyson e Gabi concordaram com a amiga.

- Também estou. – disseram juntas.

- Eu vou ficar com as meninas, acho que elas vão precisar de distração. – Tyler anunciou e todos assentiram.

- Mellanie e Chris ficam para aguardar alguma ligação. – Justin disse, e por mais que os dois não estivessem ali, todos sabiam que iriam concordar.

- Chaz, Maria e eu vamos procurá-la nos arredores. – Justin completou e o casal assentiu.

- Como é que é? A garota sai por um tempinho, pelo que entendi, e vocês já acham que ela sumiu? Pelo amor de Deus! – exclamou Caitlin irritadiça e todos a fuzilaram.

- Sabia que não poderia contar com você. – Justin disse.

- Olha aqui, só acho que é muita tempestade em um copo d’agua. – a garota deu de ombros e Maria rosnou de raiva. Ela já estava nervosa, mas aquela garota a tirava do sério.

- Olha Cait, se você não quer ajudar, beleza. Mas não atrapalha... – Justin disse.

- E o que ele quer dizer é: Cala a boca e sai daqui! Sua presença já nos atrapalha por si só! – Maria disse aproximando-se de Caitlin, mas foi impedida por Chaz.

- Bom, ok! Mas caso queiram saber minha opinião... Ele deve estar curtindo a noite ai enquanto vocês, otarios, se preocupam a toa. – a garota deu de ombros e todos, por mais irritados que estivessem, fingiram não se importar. Apesar de agora, Chaz cogitar a possibilidade de aquilo ser verdade. Henri, Emm e Marta não sabiam de nada, mas disseram para Aly que ficariam atentos e que ajudariam a procurar. Henri dissera á Aly que tivera um pressentimento ruim no outro dia, mas não sabia o que era, Aly deduziu que fosse isso. Miranda, toda religiosa, disse que quando todos tem pressentimentos ruins, é porque algo muito grave ira acontecer, e que estava com medo do que poderia ser. Todos estavam assustados, simplesmente preocupados demais.

- Kenny... – Justin ligou para o segurança que havia tirado alguns dias de folga para passar com a família. – Precisamos de ajuda e se for possível, chame alguns amigos. Vamos precisar de cobertura para procurar Alice.

- E-Ela sumiu? – o moreno gaguejou. Por mais que ele já tivesse um pouco de noção do que estava por acontecer, ele não sabia que elas agiriam tão cedo. Ele esperava que ninguem se machucasse, aquela historia estava indo longe demais, e por mais que tenha dado “cobertura” ele não queria que a coisa pegasse para o lado dele.

- Não sabemos ao certo, mas acho que sim. – Justin disse ainda mais nervoso. Já fazia 6h e nada de Alice ligar ou retornar para casa.

- O-Ok. – Kenny respondeu receoso. Ele ainda tinha tempo para fugir? Mas então ele perderia tudo o que conquistou... A família que conseguiu junto ao trabalho... Ele não queria se afastar dos Bieber. O que ele faria?! Decidido a seguir seu coração e fazer o certo, foi atrás de quem lhe daria respostas: Selena!

Enquanto na casa dos Bieber todos estavam preocupados, e aguardando noticias, Kenny procurava por sua protegida: Selena. Justin havia contratado um detetive particular a partir das 8h desde que Alice sairia, uma vez que não poderia esperar pelas 48h exigidas pela policia. Aquilo era um absurdo! 48h? Talvez ela não tivesse 48h!!!! Preferiam não pensar nisso, mas todos sabiam que era uma possibilidade. Enquanto Kenny procurava por Selena, estava comemorava com sua amiga, Jullie, as boas novas.

- Bom, ao menos aqueles trastes conseguiram algo de bom! – Selena cantarolou, entornando mais um copo de vodka.

- Pois é, achei que os homens de preto não fariam nada, mas pelo visto tocamos no ponto fraco do chefão... – Jullie comentou, fazendo Selly sorrir.

- Pois é! – sorriu. Seu celular tocou, mas assim que leu Kenny no visor, silenciou a chamada. – Ele já deve estar sabendo... Sabia que não agüentaria muito tempo sem escutar “a voz da razão”. Ele é tão fraco! Ama tanto aquela família que chega até ser estranho. – disse revirando os olhos.

- Não entendo, sério mesmo! Ele é tão frouxo! – Jullie retrucou, mas sabia que também já fora assim. – Mas e se ele resolver contar tudo? Ele sabe demais... – disse preocupada.

- Depois que Alice descobrir que foi ELE quem causou o acidente e ELE quem nos ajudou, não acreditará mais nele, assim como Justin e todos os outros. – Selena deu de ombros.

Kenny sabia que as duas estavam escondendo mais do que diziam, mas esperava que isto não quisesse dizer que elas que estão por trás de tudo isso. Até onde ele sabia, elas queriam se vingar, não seqüestrá-la ou matá-la... Porque ele achava que tinha muita coisa errada naquela historia?

- Preciso de algumas informações. – um senhor disse sentando-se na sala com um bloco de anotações e uma caneta em mãos.

- Responderemos o que for preciso. – Mellanie disse decidida e Justin assentiu. O detetive, assim que foi contratado, disse a Justin que sair não seria a melhor escolha para o grupo, eles precisavam esperar mais um pouco, no mínimo 12h. Justin achou ruim, mas tinha certeza de que aquele detetive era o melhor da cidade e sabia o que estava fazendo.

- Nome, idade e uma foto da garota, para começar. – o senhor de cabelos grisalhos disse firme. Ele já havia se acostumado com seqüestros de adolescentes e era perito nesta área. Alyson lhe entregou o que foi pedido. – Agora preciso saber a hora exata em que a garota saiu, para onde foi e que roupa ela vestia. – o homem prosseguiu com o questionário.

- Ela usava uma calca jeans, uma blusa solta três quartos bege e um sneaker bege com... Acho que marrom. (http://www.polyvore.com/alice/set?id=64386319#). – Gabi disse utilizando seus dotes observadores para descrever a amiga.

- Ela saiu ás 18h, após receber uma ligação do banco. Ela disse que voltaria rapidamente, mas depois não nos falamos mais. – Justin disse, rezando para que sua garota estivesse bem e com vida.

- Nós vamos encontrá-la. – O senhor disse ao perceber a aflição e a agonia de todos presentes.

- Espero que sim... – Ma e Mell disseram juntas, deixando algumas lágrimas escorrem. Caitlin, por mais que achasse uma bobagem, começara a observar tudo de longe, pois por mais que no começo achasse que a garota havia dado uma escapadinha, agora tinha de admitir que o fato de não ter voltado e nem ao menos ligado, era estranho. Não queria admitir nem para si, mas estava preocupada com a vaca que agora namorava seu ex. Não entendia como Jutin ainda não saíra nas ruas para procurar, ele estava esperando o que?

- Alguem que vocês conheçam pode estar por trás disso? – o detetive perguntou e todos se entreolharam. Sim, e como!

- Algumas... – Gabi disse receosa.

- Preciso dos nomes. – disse sério, preparado para anotar em seu caderninho.

- Jullie. – Aly disse com as mãos tremendos, de repente mil coisas vinham a sua mente, e explicar tudo isso para o velho a sua frente demoraria muito. Talvez ela tivesse que começar a agir antes.

- Selena. – Justin disse engasgando com o nome. Por mais que ela tivesse aprontado muito, ele esperava que ela não estivesse por trás disso tudo...

- Josh... – Mellanie disse assustada. – Por favor, me digam que estou errada! – Mellanie disse amedrontada. Mas todos a encararam com a mesma feição. – Droga!!! – exclamou e caiu no choro aos braços de Chris. Não era preciso dizer nada, os olhares já diziam demais.

- Vou atrás de Katarina. – Justin disse decidido, recebendo o olhar pesado de Alyson. – Ela deve saber de algo... – disse e Aly assentiu.

- Quem é Katarina e Josh? – o detetive perguntou e Justin respondeu de prontidão.

- Os pais de Alice, mas eles a abandonaram.

- E agora Josh quer a filha de volta! – Ryan completou e Justin assentiu.