- Oi! – sorri tímido, as perguntas bombardeavam minha cabeça e eu não sabia qual devia fazer primeiro, optei pela óbvia. – Quem é você? – perguntei confuso e a garota olhou para Ryan e para mim, e sorriu torto.

       - Sou amiga de Alice, meu nome é...

- Meu nome é Allyson. (n/a: podem gritar aleluia, porque até eu estava de saco cheio desse suspense).

- Hm, ok! E porque você acha que vai poder ajudar? – perguntei ríspido,

- Porque além dela me escutar, ela confia em mim. – a morena disse convencida de sua palavra. Era bom que fosse verdade, não estava a fim de perder essa oportunidade.

- Ah, tudo bem, mas vamos logo. Quero chegar ainda hoje para poder resolver tudo logo cedo. – disse apressando a todos.

- Vamos então? – Kenny perguntou fechando o porta-malas.

- Vamos! Tchau mamãe, eu te amo. E quando chegar eu ligo. – disse abraçando a morena que chorava. Beijei-lhe a bochecha.

- Tudo bem meu amor, mas liga mesmo! Te amo e toma cuidado. – pediu e eu sorri.

- Tudo bem Dona Pattie! – disse rindo fraco. Virei-me para toda a equipe, e sorri. – Tchau pessoal. Vejo vocês em breve.

Sim, em breve, pois eu não podia ficar muito tempo fora. Scooter tinha me dado um prazo, pois eu não podia simplesmente abandonar tudo. Semana que vem tinha mais turnês e depois a gravação de algumas entrevistas, mas o que eu estava fazendo era por um bom motivo. Alice!

[...]

- Justin, chegamos! – alguém disse me sacudindo. Merda, odiava que me acordasse assim. – Porra dude, acorda! – disse Ryan chacoalhando meu corpo um pouco mais forte. Vai tomar no cú viu, eu não sou um saco de batata para ficar sacudindo. – Chegamos cara! – ele disse batendo em minha cabeça.

- Já? – perguntei pulando num salto. Sim, o avião havia pousado. É isso ai mano! Não tem o que dar errado. Peguei meu celular que estava jogado no banco ao meu lado e sai do avião. Estava tudo muito escuro, já devia ser tarde, sai caminhando normalmente enquanto Kenny havia dito que poderia pegar as malas já que o aeroporto não estava livre de fãs e paparazzi. Estava com um sorriso no rosto, era incontrolável, eu estava perto de encontrar Alice novamente, e isso parecia muito surreal. Enquanto eu procurava um café ali perto, uma menina me parou com os olhinhos brilhando, e um sorriso no rosto. Quando a olhei ela levou as mãos á boca num sinal de descrença, e logo depois veio até mim. Olhei para os lados para ter certeza de que era somente ela, e para meu alivio sim, o aeroporto parecia estar vazio, pelo menos sem fãs. Sorri para ela e chamei-a com o dedo indicador para que se aproximasse. Ela chegou mais perto de mim e eu coloquei uma de minhas mãos em sua cintura, a puxando para um abraço e ela retribui beijando minha bochecha. Ela parecia estar muito feliz, mostrou-me sua câmera fotográfica e gesticulou arqueando as sobrancelhas, como se me pedisse autorização para uma foto... Ryan estava se aproximando e eu pedi para que ele tirasse uma foto minha com a garota.

(Justin com a fã : http://www.google.com.br/imgres?q=justin+com+f%C3%A3&start=8&num=10&um=1&hl=pt-BR&rlz=1C1AVSA_enBR425BR427&biw=800&bih=509&tbm=isch&tbnid=mTpWPW1POBqbUM:&imgrefurl=http://jbclubbrasil.blogspot.com/2011/11/justin-bieber-com-fa-em-nova-york.html&docid=G9F12bWfk9RJQM&imgurl=http://28.media.tumblr.com/tumblr_luxn1vzF411qhft5ko2_500.jpg&w=500&h=375&ei=teQFT9KhOs6TtwemlbzQBg&zoom=1)

- Eu te amo, Justin! – a garota disse num inglês estranho. Sorri.

- Eu também te amo. – disse e beijei-lhe a bochecha. Ela sorriu e Ryan devolveu a câmera. A garota sorriu para nós e saiu saltitando.

- Podemos ir agora? – perguntou Kenny empurrando um carrinho com nossas malas.

- Vamos! – disse animado. Amanhã seria O DIA! Finalmente veria minha pequena...

[...]

- O quarto da suíte presidencial. – anunciei na recepção. Ela sorriu e me entregou as chaves.

- Seja muito bem vindo ao nosso hotel. – a recepcionista disse sorrindo.

– Obrigada! – agradeci e esperei Ryan, Allyson e Kenny pegarem a chave de seus quartos. Estava exausto e louco para cair na cama. Eu sei, ‘Justin você dormiu a viagem toda’, mas é que amanhã vai ser um grande dia e eu tenho que estar bem disposto.

POV JUSTIN OF

POV ALICE ON

Acordei mega feliz, sim, eu estava feliz, não tinha porque não estar... Ontem havia sido uma das melhores tardes de minha vida, e eu adorei, mesmo a noite, eu ter ficado aqui, trancada entre quatro paredes, porque os casaizinhos foram sair, e Mel tinha de sair. Sim, Tyler e Gabi se acertaram, pelo o que ele me disse ontem, ela disse que também gosta dele, e agora os dois estão ‘juntos’, prefiro essa palavra, porque ‘namorando’ é uma coisa muito rápida para quem se conheceu á poucos dias! Agora, não se acostumem com meu bom humor de manhã porque não é sempre que eu acordo assim... Ontem, havia prometido á Mille e Anna que levaria elas á piscina logo cedo, afinal, os casais sairiam de novo, e Mel teria que ficar de babá a tarde toda, deve ter sido este o motivo das pestes já estarem acordadas... Nos arrumamos e descemos para a piscina. Não ia entrar na piscina, para isso eu estava desanimada, então fiquei sentada numa cadeira lendo ‘Querido John’. Assim que as meninas chegaram, correram para a piscina e me esqueceram, mas eu já estava me acostumando.

POV ALICE OF

POV JUSTIN ON

Acordei confiante para fazer o que mais desejava, mas como já estava tarde, decidi que faria isso depois do almoço... Troquei-me e resolvi dar uma volta pelo hotel, claro, um pouco disfarçado para não chamar tanta atenção. Boné baixo, bermuda, blusa mais solta e óculos escuros. Fui até a recepção para saber qual era o quarto de Alice e nem foi tão difícil, visto que eu era o Justin Bieber. Por coincidência, o quarto dela era no mesmo corredor que o meu, uns três ou quatro quartos depois. ÓTIMO! Disseram que ali perto tinha uma piscina e eu resolvi dar uma passada lá. Meu Deus, incrível como o Brasil é quente, vontade de pular daquela água gelada era imensa, mas talvez outra hora. Sentei-me bem longe de todos, e pude ver quando uma garotinha caiu e machucou o joelho. Minha primeira reação foi querer ajuda-la, mas a mãe dela já estava vindo, relaxei na cadeira e continuei com minha imaginação fértil de quando visse Alice o que faria...

POV JUSTIN OF

POV ALICE ON

Mille começou a chorar, e eu não sabia o que fazer, corri até a mesma e vi que havia ralado o joelho. Não tinha sido feio, mas devia estar doendo um pouco. Peguei-a no colo, chamei Anna, que já havia pegado nossas coisas e subi para o quarto, mas não antes de poder ver um garoto um tanto quanto conhecido, ele me era familiar, mas os óculos e o boné me faziam duvidar. Esquece, deve ser só minha imaginação, pedindo por ele novamente.

[...]

- Calma Mille, vai sarar. – disse quando acabei de fazer o curativo. Dei-lhe um beijinho no topo da testa e a deitei na cama. Anna já estava dormindo, também pudera, elas ficaram a manhã toda na piscina... Quando chegamos, eu dei um banho nas duas e Mille parou de chorar. Ok, agora eu acho que estava precisando de um banho, está muito calor e se eu pudesse dormia pelada essa noite, claro que não seria isso que eu faria já que tinha ar condicionado aqui, mas vontade não faltava... Quando sai de meu banho, coloquei uma roupa bem fresquinha, na verdade só um camisão de Henri que trouxe comigo e minha calcinha preta. Estava com preguiça de procurar algo mais decente, mas ninguém entraria ali, e pelo que sei, Tyler saiu com Gabi novamente...

(http://www.polyvore.com/cgi/set?id=41814158&.locale=pt-br)

Joguei-me na cama e peguei meu livro novamente, li a mesma frase umas dez vezes, mas não estava conseguindo me concentrar, aquele garoto da piscina não me saia da cabeça... Começaram a bater na porta, e eu suspeitei que fosse a camareira, levantei num salto e fui atender, afinal, não daria para ela arrumar o quarto no momento...

- Justin? – perguntei assustada. Não era possível! O que ele fazia aqui?

POV ALICE OF

POV JUSTIN ON

Estava cansado e ansioso demais para esperar até depois do almoço, eu precisava falar com Alice, por isso fui até seu quarto. Demoraram a abrir, será que ela não estava? Estava dormindo?  Estava quase indo embora quando finalmente abriram a porta. Não dava para acreditar, era Alice, na minha frente, apenas com uma blusa grande e calcinha. Deus, é muito para um coração tão fraco... Ela atendeu a porta sorridente, mas quando me viu, o pavor, o medo, a confusão, todas as sensações tomaram conta de seu rosto. Esqueci-me de avisar, deve ser só isso...

- Justin?! – ela perguntou assustada, mas por incrível que pareça, não parecia muito surpresa.

- Oi Lice, quanto tempo... – disse sorridente. Péssima maneira de começar uma conversa, mas parecia que tudo o que eu havia treinado para vê-la havia me abandonado no momento. Saco!

- O-Oque você quer aqui? – ela gaguejou, surpreendi-me por não ter batido a porta na minha cara ainda.

- Acho que precisamos conversar esclarecer umas coisas... – disse olhando em seus olhos azuis, meus olhos azuis que agora me pareciam estranhos. Não tinham o mesmo brilho nem a mesma intensidade.

- Não temos nada para conversar, achei que tivesse deixado isso bem claro! – ela disse ríspida colocando sua mão na porta, ela podia não querer conversar, mas tinha de me ouvir.

- Alice, mas as coisas mudaram agora eu sei o que aconteceu, eu sei a verdade... – disse suplicando para que ela não fechasse a porta na minha cara.

- Pois que bom para você, pois eu não quero saber de nada! – ela disse cruzando os braços e fazendo cara de brava, a cara mais linda do mundo. Sorri instintivamente. Ela me repreendeu com o olhar e eu percebi que meu sorriso não ajudou muito.

- Alice, eu não fiz nada naquela noite, eu... – disse tentando me explicar mas ela me interrompeu.

- Você já disse isso, e deu no que deu. – disse brava.

- É, mas agora é diferente, pois Jullie confessou que... – tentei completar a frase, mas ela me interrompeu novamente.

- Não quero saber do seu relacionamento com ela, me deixa em paz Justin! Já não basta tudo pelo que me fez passar? – ela perguntou irritada e com os olhos marejados. – Me deixa! Deixe que eu viva minha vida, uma vida SEM VOCÊ! – ela gritou as últimas palavras e bateu a porta na minha cara. Ah, qual é, eu estava tentando acertar as coisas e ela bate a porta na minha cara? Vai á merda! Não quero mais saber, desisto!

Sai de lá e fui para o quarto de Ryan. Agora que desisti de Alice, não tenho mais motivos para ficar aqui...

- Ryan, para de comer a Allyson e vem aqui! – disse esmurrando a porta.

- Pô cara, que foi, você não estava com a Alice? – Ryan perguntou abrindo a porta somente de bermuda.

- Se eu estivesse não estaria aqui te chamando! – disse estúpido.

- Fala então dude! – Ryan disse encostando na porta.

- Vamos embora, não tenho mais porque ficar aqui! – disse ríspido e Ryan me olhou confuso. Allyson apareceu atrás dele e veio até mim.

- Ah Justin, por favor, vamos ficar só até a noite... Eu queria ver algumas amigas e minha família esta tarde, e queria mostrar alguns lugares á Ryan! – ela disse manhosa passando os braços pelo pescoço de Ryan. Mulheres! Qual é, não quero estragar a vida de todo mundo só porque a minha é uma merda. Deixa-os serem felizes, afinal, é só mais algumas horas...

- Tudo bem, vou ficar no meu quarto. Quando chegarem me avise para podermos ir. – disse indiferente e caminhei até meu quarto. Esbarrei em um garoto que passava por mim. O encarei nervoso e não pude acreditar no que estava vendo. Não podia ser ele. Ah, fala sério, o que ele faz aqui? Depois de tantos anos sem o ver, tinha até esquecido que esse mané existia, e para ser sincero, não me fez falta alguma... Abri a porta de meu quarto, batendo-a quando passei e me tranquei lá. Só me restava dormir, pois dormindo esquecemos o mundo aqui fora, vivemos NOSSO mundo, e no meu mundo, estava tudo bem...

POV JUSTIN OF

POV ALICE ON

Eu não acredito, como era possível? Ele, ele... Ah, ele é um idiota mesmo em pensar que eu vou voltar correndo para ele depois de tudo o que me fez. Coitado se acha que vou cair em suas mentiras novamente.

- Idiota! – disse socando a parede enquanto as lágrimas lavavam meu rosto. Odeio ele, odeio o fato de ter voltado, odeio o fato de ter vindo me ver, odeio o fato de ficar assim por ele, odeio ele e a forma como não consigo esquece-lo. Odeio! Porque estou me sentindo mal? Mesmo depois de tudo o que ele fez, a voz dele ainda tem efeito sobre mim, seus olhos ainda me deixam perdidas e se eu fosse acreditar naquele par de olhos mel, eu teria caído na lábia dele de novo, e aqueles lábios convidativos? Porque ele ainda tem esse efeito sobre mim? Meu celular começou a apitar e eu fiquei com medo de que fosse Justin, mas quando vi número desconhecido eu percebi o quanto eu necessitava que fosse ele, o quanto fiquei decepcionada por não ser... Que se foda, é bom que ele tenha desistido mesmo! Peguei o celular e era uma mensagem.

‘Alice, meet me at the Coffee Zezinho to 21 pm. Do you know where it is near the hotel where it is. We need to talk, for so do not let go.’

(tradução: ‘Alice, me encontre no Café do Zezinho (n/a: nome criativo né? Haha), ás 21h. Você sabe onde fica, é perto do hotel em que está. Precisamos conversar, por tanto não deixe de ir.’)

Bom, não estava assinado, mas só podia ser Ryan Good. Número desconhecido, e tudo mais... Afinal, Justin deve ter trago toda a equipe, certo? Me arrumei depressa, já estava tomada banho então foi só dar um jeito no ninho de rato que estava meu cabelo e colocar uma roupa. Não estava tão quente, mas ventava, então optei por uma roupa menos decotada e um tênis. (http://www.polyvore.com/alice/set?id=41816702)

Quando terminei de me arrumar e estava para sair do quarto, Mel me ligou e disse que teria de ficar até amanhã de babá. Ótimo, agora eu ficaria sozinha o resto da noite também... Avisei á recepção que deixaria as meninas no quarto e que qualquer coisa era para me ligarem, mas do jeito que elas estavam cansadas, supus que ainda estariam dormindo quando eu voltasse, afinal, seria rápido.

[...]

Olhei para o café á minha frente. Bom, era esse o café do Zezinho... Estava tudo escuro, também, já se passavam das 20h, estranho para quem marca num café, mas tudo bem... O café ficava numa rua movimentada, perto do hotel, estava lotado e o cheiro de pão fresquinho e de café quente era ótimo. Sentei-me numa mesa vazia e resolvi esperar. Estava adiantada cinco minutos, então logo Ryan chegaria. Mas, e se não fosse Ryan? E se fosse outra pessoa e eu não tivesse pensado isso? Merda! Mas não deveria ser alguém perigoso, ou não teria marcado num lugar tão movimentado. Ao longe vi dois policiais comendo rosquinha. Bom, qualquer coisa é só gritar... Uma garota com um capuz e cabeça baixa se aproximou de minha mesa. Aquilo era estranho, ela foi quem me mandou a mensagem? Quem era ela? A garota abaixou o capuz me dando visão de seu rosto delicado.

(http://www.polyvore.com/allyson/set?id=41816707)

- Olá Alice! – a voz disse calma e sorridente. Espera ai, é a... A...

- Alysson? – perguntei chocada. Isso não era possível, o que ela fazia aqui? Ela não estava sumida? Porque me mandou a mensagem? O que queria conversar? Ah, perguntas! – C-Como pode? – perguntei gaguejando, ainda estava abismada.

- Eu disse que iria atrás de você um dia, pois bem, eu fui... O único problema é que quando cheguei a Atlanta... –Ok, eu não estava entendendo nada, ela estava em Atlanta? Ela deve ter percebido minha cara de confusa, pois parou e depois de alguns segundos prosseguiu. – Eu fui para Atlanta, o único problema, é que quando cheguei você havia sofrido um acidente. Fiquei na cidade tentando descobrir mais sobre você, sua vida, seus amigos e família, até que descobri que Justin Bieber acolhia a Aninha. Falando nela, como ela tá grande né? – perguntou desviando do assunto. Eu sorri sem graça e ela continuou. – Então, ai quando você acordou, minha tia Marta me ligou e...

- Espera ai! Marta, a enfermeira? – perguntei chocada. Como assim? E eu não sabia de nada?

- Sim! – Ally disse sorridente.

- Mas como eu não soube de você? – perguntei chocada, ainda não estava entendendo absolutamente nada.

- Pedi para ela guardar segredo, não queria que soubesse de mim ainda, mas eu sabia de tudo que acontecia naquele hospital. – ela disse por fim e eu fiquei um pouco mais conformada. Fazia sentido. Eu nunca tinha perguntado da família de Marta ou se ela tinha uma sobrinha, então teoricamente, ela não mentiu para mim... – Me aproximei de todos que te rodeavam, conheci Jullie e muitas pessoas, até Henri! – ela disse feliz quando citou o ultimo nome. – Eu estava naquela festa e vi tudo o que aconteceu... – ela disse agora séria e eu a olhei repreensiva. A festa em que o Justin havia me traído? Engoli em seco e Ally me olhou piedosa. Sorri para que ela entendesse que eu pretendia que prosseguisse e assim ela fez relembrando da pior noite da minha vida... - Jullie havia chamado toda Atlanta para a festa, mas para os preparativos, ela não sabia que eu a observava. Vi quando foi até um traficante comprar drogas, drogas que usaria para beneficio próprio na festa, foi ela quem pediu para que os meninos que quase abusaram de você te ‘ocuparem’, para que assim ela pudesse colocar seu plano em prática. Primeiro ela tinha de afastar você de Justin, depois embebedá-lo e droga-lo e o resto seria fácil. Vi quando ela colocou a o pó do boa noite cinderela no copo de Justin, assim como vi quando Justin ainda sóbrio tentou te procurar, mas á essa altura, já tinha pedido á Henri, que eu tinha conhecido no começo da festa, para ir te ajudar. Bom, Jullie conseguiu o que queria, levou Justin para seu quarto, preparou toda a cena e pediu para que sua amiga arrumasse um jeito de te informar sobre isso... – arqueei as sobrancelhas descrente e ela parou para que eu pudesse perguntar.

- Q-Quer dizer que foi tudo armação? – gaguejei. – M-Mas porque Jullie queria fazer isso comigo, com ele, com nós dois? – perguntei com os olhos marejados.

- Sim, foi tudo armação, e não para por ai... Bom, o motivo você já deve saber, Justin a rejeitou, e bom, ela não se conformou e achou que deveria faze-lo sofrer, e no caso, a única forma de conseguir isso, era atingindo  você. Continuando, depois que você viu toda a cena e eu não consegui impedir, Henri foi lá te consolar enquanto eu corria atrás do maldito que vendeu a droga para Jullie para poder desmascará-la, mas Henri me ligou dizendo que estava num restaurante com você e que pretendia te levar para a casa dele pois você parecia realmente muito mal, eu aceitei, contanto que ele não tentasse nada, apenas te ajudasse, mas Henri não era esse tipo de garoto... – ela disse e eu me lembrei de tudo como se fosse noite passada...

- Você sabia da namorada dele? – perguntei curiosa, bom, ela disse que o tinha conhecido antes e que sabia que ele era diferente... Não custava nada perguntar.

- Sim, mas eu explico isso depois. Então, Henri me ligou depois que disse que você quase voltou para o Brasil, depois de ter visto Justin saindo da casa da Jullie, assim como me ligou preocupado todas as vezes que te ouvia chorar, ele realmente se preocupa com você. Na maioria das vezes ele se sentia mal por não ter te contado que alguém o esperava, mas é que você realmente tinha mexido com os sentimentos dele, e ele resolveu omitir por um tempo. Depois, a coisa entre vocês foi ficando séria, você foi morar com ele, teve o pedido de namoro e tudo mais, e eu realmente achei que você também estivesse gostando dele, só que quando te vi, caminhando uma vez com Anna, percebi que não era bem assim, você não tinha a mesma cor animada, parecia mais pálida e frágil, foi ai que percebi que seu coração sempre seria de Justin, o que é estranho pois seu corpo reage de uma forma diferente longe dele, é como se ele fosse sua fonte de energia, seu calor, sua alegria, o fogo da sua alma, sei lá, e eu, como sua amiga, tinha que te ajudar de alguma forma. Eu tentei avisar Justin muitas vezes, telefonemas, cartas anônimas, mensagens, mas quando descobri do outro plano de Alice, eu resolvi ameaça-la. – ela me olhou apreensiva, como se me desse um tempo para respirar. Eu estava num conflito interno, mas isso refletia em meu rosto? Outro plano? O que seria dessa vez? Eu não acredito que esse tempo todo eu confiei nas pessoas erradas, acreditei nas verdades incertas... Respirei fundo e segurei o choro mais uma vez. – Bom esse talvez seja o pior, a gravidez. Ela decidiu contar no parque e seu plano era que você e Pattie fossem as primeiras, a saber. Eu observei tudo de longe, quando você viu Justin, quando escutou sua voz, e tenho de te dizer que para ele não foi nada fácil sua descrença nas palavras dele. Confesso que Anna se perder não estava em meus planos, mas acho que de uma forma ou de outra isso acabou facilitando as coisas para Jullie, pois ela contou á você e á Pattie de uma vez só. Eu tinha muitas coisas para fazer, muitas pessoas para observar, então fui atrás de Henri para que ele pudesse me ajudar, mas o idiota estava ao telefone com Emmily e pelo que entendi ela voltaria logo, não pude falar com ele, pois logo você chegou chorando. Você nem imagina como eu queria poder ir te consolar, mas eu tinha que ser forte, era para o seu bem, eu ia desmascarar aquela cobra... Foi então que descobri que o garoto que eu conheci no aeroporto quando cheguei, Ryan, era amigo de Justin e que ele podia me ajudar quanto á fiscalizar o que acontecesse com Justin. – a olhei confusa e assustada. Ryan e ela? OMG! Ela sorriu um pouco. – Isso não vem ao caso agora, mas então... Ryan me disse que Justin teria de fingir estar com Jullie e assumir o filho, me senti mal por não poder dizer á ninguém que na verdade o filho era uma farsa, mas eu ainda não tinha todas as provas necessárias para incriminar Jullie... Ryan me disse que Justin pretendia ir ao seu apartamento falar com você e por um momento achei que isso pudesse dar certo, liguei para Henri e pedi para ele não se intrometer, mas eu não esperava pelos gritos e xingamentos. Realmente não achei que fosse seria tão rude, sempre teve um coração tão mole... Como isso não deu certo, apelei para a parte de ameaçar Jullie e estabelecer prazos para ela dizer toda a verdade, não tinha ideia se ela cumpriria ou não, mas precisava tentar... Enfim, Justin começou a ficar muito mal, tanto por não te ter quanto por ter que mentir para suas fãs e ter sua vida estragada por uma garota. Ryan disse que não aguentava ver o amigo assim e disse que o levaria para se divertir, mas nem Ryan nem ninguém esperava que Justin fosse abusar tanto, mas Alice, você tinha um efeito tão grande sobre ele que ficar longe de você o fazia mal e a única forma dele se livrar disso tudo é estar bêbado. Enquanto isso, mal sabia eu, que a senhorita tentava ficar com Henri, mas Emmily chegou. Quando Henri me ligou dizendo que tudo havia dado errado, eu praticamente surtei. Briguei com Henri por ele ser tão idiota, mas ele não tinha culpa, de fato você havia mexido com ele, mas seu único amor foi e é Emmily, então eu não o culpo... Henri parou de me ligar, e eu só fui descobrir que você tinha vindo para cá quando minha tia Marta me mostrou a mensagem que você enviou. Não tinha tudo necessário para ir atrás de você e esclarecer tudo, então resolvi diminuir o tempo de Jullie para agilizar um pouco mais as coisas e tentei falar com o idiota do Henri, só não esperava que ela fosse tão rápida, pois um dia depois de minha ultima ligação para ela, ela me ligou dizendo que havia contado tudo. Minha sorte é que meu celular gravava as coisas, agora tenho prova o suficiente para incrimina-la, mas isso não vem ao caso agora, Justin foi procurar Ryan que veio falar comigo e perguntar se não poderia ajudar Justin. Ryan é o único que sabe parte da história, eu precisava contar para ele para que me ajudasse... Mas enfim, é isso, Justin sempre esteve certo, sua amiga Jullie que sempre aprontou para vocês... – Allyson disse concluindo seus pensamentos. Eu ainda estava chocada, era muita coisa para eu assimilar. Então eu, eu... Justin sempre esteve certo? Como eu pude não acreditar nele? E hoje mais cedo? Ele veio para o Brasil só para me dizer a verdade e eu não acreditei... Idiota! E a Jullie... Ela sempre se disse minha amiga e olha á que ponto ela chegou... Ela é a vilã que arma para a melhor amiga. Eu sou muito burra mesmo!

- Porque não me falou tudo isso antes? – perguntei agora sem conseguir controlar algumas lágrimas. Se eu soubesse de tudo isso, pelo menos eu, teria sido tudo mais fácil.

- Porque eu era a única que sabia toda a verdade, e bom, não deu... Mas você conheceu Henri, e ele me ajudou muito. Henri conhecia mais a Jullie que eu, então ele me informou sobre sua rotina, o que fazia, os lugares que frequentava, tudo!

- Henri? Mais como... – perguntei ainda chocada. E eu nunca suspeitei de nada?!

- Ele se preocupa muito com você... – ela disse colocando uma de suas mãos sobre a minha que estava na mesa.

- Ele sabe?

- Sobre o que? – Ally perguntou desentendida.

- Sobre você...

- Sim. Pedi que guardasse segredo também. Seria melhor para você. Mas enfim, resolvi vir junto no intuito de te explicar tudo, afinal, depois de tudo que teoricamente Justin fez, duvidei que você fosse escutá-lo – vejo que estava certa- então resolvi vir dar meu testemunho e claro, ver minha melhor amiga! – ela disse sorrindo no final de sua frase. Eu não sabia o que dizer. Muitas perguntas se passavam por minha cabeça, mas Ally estava ali, estava diferente, mas era a mesma no fundo dessa super espiã.

- Não acredito que você fez tudo isso... Nunca imaginei que fosse capaz de tudo isso, você realmente mudou.

- Continuo a mesma, só cresci e amadureci um pouco. Continuo certinha, mas eu sempre fui fiel e nunca deixei de cumprir uma promessa, e digamos que você precisava de mim... – ela disse convencida.

- Mas Ally, o que eu faço agora? Expulsei Justin, ele não vai mais querer olhar na minha cara, isso se já não foi embora...

- Na verdade, não. Eu tinha esperanças dessa conversa acontecer e você me escutar, então disse que queria visitar umas pessoas antes de ir embora, mas infelizmente, eu acabei pegando transito na hora que marcamos para ir para o aeroporto e os meninos vão ter que esperar um pouco – Ally sorriu maliciosa.

- Entendi, mas e o que achou dos meninos da cidade? – perguntei tentando mudar de assunto e saber de sua vida.

- Ah, isso é outra história, agora para de papo e vai atrás do seu garoto! – ela disse fazendo sinal para eu ir logo. Levantei-me mas olhei para ela novamente.

- Você vai me esperar? – pergunte receosa.

- Não, eu te encontro no hotel.

- Tudo bem. Obrigada por tudo Ally! – disse abraçando-a. Ela sorriu e eu saí correndo.

Não esperaria mais um minuto, eu precisava dele, e só agora meu corpo entenda isso. Eu estava desesperada. Será que chegaria á tempo de alcança-lo? Fui até a porta do hotel correndo, eu precisava chegar á tempo. Justin esteve certo esse tempo todo e eu não acreditei nele... Quer dizer que a culpa foi totalmente minha. Eu não confiei nele, e a Jullie, aquela vagabunda, armou para mim mesmo sabendo que Justin e eu estávamos apaixonados. Como isso é possível? Que tipo de amiga é essa? Será que algum dia ela foi minha amiga de verdade? Esquece isso Alice, agora você tem que ir atrás do amor da sua vida, antes que seja tarde demais.

- JUSTIN! – gritei para o garoto encapuzado que estava prestes á entrar num taxi no final da rua. Ao me escutar, a mão do garoto parou na maçaneta do carro e ele lentamente se virou para mim. Sorri por ter sua atenção, mas meu sorriso não durou muito, pois me lembrei do motivo de eu estar ali, e estava com medo de que ele me rejeitasse, como tenho feito esse tempo todo, ou simplesmente já tivesse desistido de mim, ou melhor, de nós. Mas quando ele me viu, abriu a porta do taxi e abaixou a cabeça como se fosse entrar. Ele estava indo? Não, não podia ser...