Crônicas De Ferro 1 - A Conspiração escrita por Ryduzaki


Capítulo 3
Capítulo 3 - Invadindo a prisão




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Era manhã de quarta-feira, como sempre, eu não queria ir ao colégio. Eu havia dormido lá pelas 4 da manhã, mas mesmo assim descansei bastante. Meu braço mecânico brilhava, mas era um brilho maléfico, desalmado. Fui para o chuveiro, depois do banho, fui me vestir, mas peguei outra roupa, porque aquele uniforme me dava nos nervos. Peguei uma calça jeans e uma camiseta preta com uns símbolos estranhos, eu não me lembrava que a tinha, mas vesti mesmo assim. Desci as escadas, passei pela cozinha e fui direto para a garagem. Preparei uma pequena mala de roupas, ferramentas e algumas armas, guardei tudo no compartimento de carga da moto. Peguei o Dk-Mark, ativei seu modo compacto e guardei-o também compartimento de carga. Peguei algumas ferramentas e guardei no meu bolso, assim como meu Ipod, afinal o mundo sem música não era nada.

Subi na minha moto e disparei para o prédio do Conselho. Chegando lá, tive uma surpresa, o prédio estava vazio, mas nesse horário era para estar cheio. Muito estranho, as coisas estavam ficando sinistras naquela manhã. Agora fui até a casa de Lari, torcendo para que tudo estivesse ligado.

Cheguei lá e escalei a janela dela, para minha sorte, ela ainda dormia. Bati na janela para que ela abrisse. Ela abriu e eu entrei.

-Nossa porque você apareceu aqui tão cedo? – perguntou ela sonolenta.

-Por que você não estava em casa ontem à noite?

-Pelo jeito você não sabe o que houve no conselho...

-O que houve?

-A conspiração do conselheiro está se concretizando, ele está desmantelando cada facção, meu pai foi preso ontem à noite, tive de ir ao julgamento.

-Mas porque você não me avisou?

-Foi tudo muito repentino, não tinha como te avisar.

-Mas pelo menos nada aconteceu com você – disse eu, acariciando seu rosto.

-Ainda não, o conselheiro prendeu os membros de cada facção, o golpe que ele deu foi muito engenhoso e esperto, o juiz do tribunal parece que foi subornado também, mas as provas daquele julgamento eram muito bem sustentadas, tudo está fazendo com que o conselheiro fique absoluto.

-Prendeu todo mundo? Inclusive meu pai?

-É bem provável que sim.

-Sabe para qual prisão eles foram levados?

-Prisão Deltron 4, segurança alfa.

-Uma prisão de segurança alfa?! Meu deus, ele realmente golpeou bem o conselho.

-Pois é, e há boatos de que todos os membros de cada facção sejam executados, pena de morte.

-Agora troque de roupa, temos que fazer uma visita à prisão.

Após Lari ter trocado de roupa, e uma roupa que deixava ela mais linda do que ela já era, calça jeans, uma blusa rosa Pink e uma jaqueta de couro preto, perfeita para ela.

Subimos na minha moto e disparamos até a Prisão Deltron 4.

Chegar lá foi difícil, afinal tivemos de dobrar o caminho para evitar os guardas que faziam uma patrulha matinal nos arredores. Chegamos à prisão, ou melhor, uma fortaleza. Os muros eram altos até se perder de vista, haviam torres em pontos estratégicos guardados por robôs, e robôs muito bem armados. Uma invasão direta seria fatal.

Resolvemos então dar uma volta ao redor da prisão, deveria haver um túnel de esgoto ou um ponto cego entre as torres. Mas eu encontrei um túnel de esgoto, dois robôs o guardavam, eram robôs flutuantes e possuíam um arsenal completo de armas.

-Como entraremos por ali? – perguntei baixinho.

-Talvez assim... – disse ela, puxando dois revolveres A307, revolveres capaz de paralisar e desligar robôs, mas precisavam de um longo tempo para ser carregado.

Ela mirou e atirou, foi um tiro certeiro, os dois robôs caíram duros no chão.

-Da onde você tirou essas armas?

-Acha que é o único que carrega armas?

-Você realmente é uma caixinha de surpresas.

-Talvez seja por isso que eu goste de você, tão imprevisível quanto eu.

Entramos no túnel, apenas um filete de esgoto corria nos nossos pés, a luz quase não existia lá em baixo, mas eu conseguia enxergar perfeitamente, ao contrário de Lari, que foi segurando minha mão por todo percurso. Estávamos praticamente perdidos, quando chegamos a um túnel com uma escada para cima, e a luz descia lá de cima. Subimos a escada, até uma tampa de grades, que era por onde passava a luz. Soquei a tampa com meu braço mecânico, e como eu pensei, ela voou para cima, sai rapidamente e agarrei aquilo no ar, afinal não queremos muito barulho.

Eu e Lari estávamos em um pátio deserto, havias torres de todos os tipos espalhados pelo lugar, e pontes superiores que ligavam todas as torres. Fomos até a torre central, que devia ter a sala de controle, entramos naquelas portas e fomos matando robô por robô, matando todos silenciosamente para não chamar atenção.

Até que chegamos pelos tubos de ventilação até a sala de controle, lá estava o diretor da prisão, um ciborgue de 2 metros de altura. Resolvi fazer uma coisa ousada, sai do tudo de ventilação caindo bem em cima do diretor, tapei a boca dele com minha mão esquerda (a mecânica), e soquei bem no meio de suas costas, fazendo meu punho atravessá-lo. Ele caiu duro no chão, havia outros robôs na sala, mas eles estavam muito ocupados em seus monitores. No computador do diretor, havia todo tipo de arquivos para prisioneiros, e eu, de alguma forma, sabia onde eles estavam, eu meio que sentia o computador. Descobri onde meu pai estava preso, torre 4, andar 5 cela C, o pai da Lari estava na mesma torre e no mesmo andar, só que na cela G.

Lari ainda estava no tudo de ventilação, ela esticou o braço e me puxou para cima. Estávamos novamente engatinhando no tubo de ventilação, só que dessa vez ela estava na minha frente, então minha visão era bem melhor.

Chegamos até as pontes de acesso as torres, não havia guardas, atravessamos a ponte e chegamos na torre 4, subimos 3 andares e chegamos até as celas.

-Vou falar com meu pai – disse eu – vá falar com seu ,ele está na cela G.

-Ok.

Cheguei até a cela C, meu pai estava com os braços entre as grades e com a cabeça baixa.

-Pai, como está o senhor? – disse eu.

Nenhuma resposta.

Comecei a ficar tenso, meu pai não podia ter morrido, a única pessoa da minha família que eu amava, porque eu odiava minha mãe.

-Pai! – chamei de novo.

Sem resposta.

A tristeza tomou conta de mim, meu pai morrer assim? Numa prisão? Sem honra nenhuma?

Afastei esse sentimento de mim, e vi que em seu dedo, o anel de bronze não estava mais, ele estava segurando-o. Abri a mão do cadáver, e peguei o anel, e vi que na parte de dentro havia umas inscrições, uns símbolos antigos, quando eu voltar vou dar para o DK-Mark examiná-lo.

Fui até a cela do pai de Lari, e meu querido sogrão estava vivo. Não me atrevi a escutar a conversa, afinal em papo de família não me meto.

Ela terminou de conversar com o pai, e veio ao meu encontro.

-Como foi a conversa com seu pai? – ela perguntou.

-Se tivesse tido uma conversa...

Ela ficou olhando para meu rosto e entendeu o que havia acontecido.

-Sinto muito – disse ela me abraçando.

-Não se preocupe, a alma dele será honrada por mim, eu seguirei seu legado.

-E agora?

-Tiraremos eu pai daqui primeiro.

Abri a cela dele com uma chave de fenda que tinha no meu bolso.

-Lá fora conversaremos, Brozen. – disse ele em tom superior.

Saímos da torre e corremos direto para o bueiro de onde tínhamos entrado, descemos a escada e voltamos ao túnel do esgoto. Comecei a escutar um barulho, como o de uma onda. Quando olhei para trás, um tsunami de esgoto estava atrás da gente, ela nos guiou para fora nos deixando com um cheirinho agradável que não ia sair da gente por uma semana.

Lari teve muita sorte de ter aterrissado em cima de mim, mas eu não fiquei muito feliz.

-Muito bem, Brozen – disse ele, me ajudando a levantar – Seu pai teria orgulho de você, eu lhe devo minha vida, tenho um dívida com você, mas pagarei de outra forma, mas por hora, você ganha minha aprovação para namorar minha filha.

-Muito obrigado.

-Você pegou o anel de bronze de seu pai?

-Peguei sim.

-Muito bem, se descobrir o que os símbolos significam, será digno da Ordem.

-Ordem?Que Ordem?

-Decifre os símbolos que você descobrirá.

Após esse dia bem tumultuado, invadindo uma prisão, recebendo um golpe duro da vida, levando um banho de esgoto, eu estava feliz por estar em casa e agora eu descobria o maior segredo de meu pai: o anel.


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Notas finais do capítulo

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