-Posso saber o motivo que quis se apresentar? Primeiro tentar nos matar, agora quer se apresentar. –Disse Henri com certa raiva na voz.

-Não custava tentar, mas se tivesse prestes a matar não ia conseguir. Entendam, só estava com eles, pois não tive escolha, estava perdido, me acharam e me acolheram, quis lutar por eles. –Os irmãos o encararam, sem piedade. –Aliás, se vocês quiserem descobrir o que quer dizer essas coisas que estão no caderno vão precisar de mim, principalmente se quiserem roubar o tesouro.

-Não estaríamos roubando o que é nosso por direito! –Disse Henri novamente, enquanto Eliza permanecia calada, apenas observando.

-Como assim?

-É...

-Não lhe interessa, meu irmão apenas falou mais que a boca. Tudo bem vamos até o nosso navio, lá resolvemos o que fazer com você. Vamos.

Elizabeth se virou e caminhou, enquanto os outros seguiam. Jace tentava puxar conversa, mas ninguém se manifestava.

Chegaram ao navio, subiram e deram de cara com Capitão Jack Sparrow e Angélica.

-Oh, oi.

-Oi? Vocês somem e dizem oi?! –Disse a mãe irritada.

-Estou decepcionado! Decepcionado! –Disse Jack.

-Vai dar uma de pai agora? –Disse Eliza provocando.

-Isso não é questão familiar! Por sua causa poucos runs foram salvos! Isso é questão de sobrevivência!

-Aí você já está exagerando, né Jack. –Disse Angélica. Com isso a briga se tornou entre eles.

Os irmãos aproveitaram e fugiram do momento junto a Jace.

-Venham e ficam aí, vocês dois! –Mandou Eliza no aposento de Jack, enquanto saia para falar com os pais.

-Ele é mandona, né. –Disse Jace.

-Eu ouvi. –Disse ela voltando.

-Desculpa.

Voltou ao seu caminho para falar com os pais, que continuavam discutindo.

-Ei! Chega! Preciso falar com você, pai.

-E eu? –Perguntou Angélica ressentida.

-Já deu para perceber que vou ficar um bom tempo sem conversar com você. Agora, pai.

-Tá, vamos até o meu querido aposento. –Disse já caminhando em sua direção.

-Não! Ai, não. Angélica pode nos deixar a sós? –Perguntou Eliza educadamente. A mãe a olhou com os olhos tristes e resistentes, mas saiu.

-Fale. – Disse o Capitão.

-Então, com quem estão os cadernos de meu avô?

-Uns estão comigo, outros com Barbossa. Por quê?

-Porque achei mais um. E há um menino que descobriu algumas coisas em relação ao tesouro.

-Sério?!

-Aham.  Só que ele quer navegar com a gente. Pode?

-Tá. Mas se me der trabalho, você já sabe né?

-Pode fazer o que quiser com ele. Bem, obrigada.

-E o caderno?

-O que é que tem? Desculpe papai, mas vai ficar comigo. –Jack fez cara de cachorrinho sem dono. –Não adianta fazer essa carinha.

Eliza voltou para onde estavam os garotos. Henri estava explicando as coisas pelo navio para Jace.

-Você pode ficar. –Jace sorriu. – Mas se aprontar alguma não vamos fazer nada a respeito para te defender, ou seja, os piratas podem fazer o que quiserem com você.

-Ah, tudo bem. Obrigado.

-De nada. Agora, me fale sobre você.

-Okay. Bem, não vim de uma família de piratas. Na verdade, faço parte da família real da Espanha. Fugi dela quando resolveram procurar a fonte da juventude, pois quem liderava a marinha real da Espanha era meu tio, o único que realmente me entendia na família, então, fiquei arrasado com a possibilidade de nunca mais vê-lo. Briguei com meus pais e agora estou aqui.

-Tá, mas como que a família Real da Espanha nunca o encontrou?

-Eu sempre fugia deles. Quando me encontrei com aqueles homens, e me fizeram de refém, meus pais deram o caderninho para me ter de volta, mas eles os enganaram e fugiram me levando junto.

-Ou seja, seus pais ainda estão a procura?

-Sim.

-E se eles o encontrarem vão nos taxar de sequestradores?

-É só eu falar o que realmente aconteceu.

-E quem eram aqueles homens?

-Pessoas que foram jogadas para fora do Reino da Inglaterra.

-Ah...

-Bem, é isso. Agora fale sobre você.

-Meu pai é o Capitão Jack Sparrow, minha mãe Angélica e meu irmão Henri. Isso é tudo que precisa saber.

-Eu conto uma parte da minha vida e é isso que me fala?

-Quer mais uma coisa, meu avô era  Edward Teach,  que para a sua informação era o Barba Negra.

-Ah, Barba Negra. Ele era lendário. E já deu muito trabalho para a força marinha da Espanha.

-Minha mãe nos deixou para ir com ele atrás de Jack, para ir até a fonte da juventude. Quer mais?

-Não precisa, mas quando tiver a vontade para fazer sobre o assunto pode falar comigo.

-Não estou a fim de ter um diário ambulante, mas muito obrigada pela oferta.

-Pode nos falar sobre o que descobriram sobre o tesouro? –Perguntou Henri.

Jace ia falar quando o Capitão entrou no aposento e o interrompeu:

-Deixe para falar mais tarde, Barbossa vai se juntar a nós.

-Tudo bem.