Capítulo  3 – Please come back home

POV Sara

Aquele lugar me deixava assustada. Por que haviam me sequestrado? Sabia exatamente que eram vampiros, mas por quê? Damon estava em paz nos últimos meses e só havia uma “pessoa” que alguma ligação, por pior que seja, me levasse à aquele lugar. Klaus. Meu coração martelava fortemente só de lembrar seu nome.

-O que vocês querem? O que eu fiz? – Perguntei a um dos vampiros que vigiavam-me.

-Você é apenas uma garantia que ele virá, ‘solução’. – Ele riu. Odiava que me chamassem assim. O ponto fraco de Klaus havia sido descoberto e eu ser ele me causava enjôos.

-O que querem com ele? – Perguntei furiosa.

-Calma linda, não machucaremos seu namorado. – O sarcásmo era claro em cada palavra pronunciada.

-Ele não é meu namorado. – Respondi rapidamente. – E mesmo se quisessem, saiba que não conseguiria.

-Aaa, ele faria qualquer coisa se machucássemos você.

-Não faria. Ele não tem coração. – Minhas próprias palavras me destruíram. Mas era verdade. Ele não apareceria porque ele não se importava.

POV Klaus

A campainha dos Gilberts tocava e Elena abriu a porta. Por mais que já imaginasse minha visita, o medo e a surpresa ainda eram presente em seu rosto. Damon apareceu atrás dela, colocando-a sobre sua proteção.

-Onde ela está? – Perguntei.

-É o que queremos saber. – Damon respondeu. – Achamos que alguém a pegou.

-Tem alguém que deva algo Klaus? – Elena perguntou, nervosa.

-Não. Nunca devo nada à ninguém. – Respondi, seco. Minha cabeça tentava desesperadamente lembrar de algúem, quando algo veio a minha mente. – Benjamin.

-Quem é Benjamin? – Damon perguntou.

-Isso não lhe interessa. Tenho que buscá-la antes que a mate. – Me virei e as pesadas mãos de Damon agarraram meu braço, trazendo-me de volta.

-É nossa amiga que está lá, Klaus. Você falará tudo. – Rosnei para Damon que não pareceu se importar com minha ameaça.

-Parem. – Elena disse. – Klaus, quem é Benjamin?

-Alguém que devo minha evolução. – Respondi envergonhado. Não deveria depender de ninguém. – Alguém que procura vingança do passado.

-Acha que ele é capaz de matá-la? – Elena perguntou, assustada.

-Sim. Até pior. – A imagem de Benjamin dilacerando Sara fez meu estômago virar.

-E sabe onde encontrá-lo? – Damon perguntou, pegando seu casaco dentro da casa.

-Sei, mas é melhor ir sozinho. – Respondi apressando-me.

-Vamos junto Klaus. Isso está decidido. – Elena vinha em minha direção quando as mãos de Damon foram a sua cintura.

-Você ficará aqui. Já terei Sara para me preocupar, não posso ter você também.

-Não. É minha amiga, irei junto Damon. – Ela respondeu decidida.

-Elena…

-Não temos tempo para isso. – Disse furioso, cortando toda aquela cena. Damon saiu atrás de mim e nós dois sabíamos que Elena, não se importando com qualquer perigo, nos seguiu.

POV Elena

Klaus estava impaciente sentado no banco da frente ao lado de Damon, que dirigia. Por mais que ele tentasse, eu conseguia ver que aquele ser, por pior que fosse, sentia algo por ela e toda a maldição era em vão, aquilo era real.

Flashback on

Elijah andava pela casa dos Salvatore pensando em uma saída para que a maldição não fosse quebrada e eu, morta.

-Elijah, há algum jeito? – Perguntei impaciente.

-Há. Sara. Essa é a ‘solução’. – Ele respondeu, olhando- me desanimado.

-Ela o matará, ou ele se apaixonará por ela. – Disse baixo.

-Ele se apaixonará. Seu coração não permite mortes, Elena. Só amor. Lembre-se disso, tudo está ligado. – Elijah respondeu, aproximando-se.

-Mas se ele realmente se apaixonar… - Minha cabeça, por mais que já estivesse acostumada com tudo aquilo, não conseguia entender. – Como isso irá pará-lo? Ela não faz parte do ritual. Ele não teria que matá-la para realizar.

-O amor pode mudar você. – Ele mexia em uma velha caixinha de madeira que continha um coração feito manualmente. – Ela pode fazer isso com ele.

-Será difícil. Ele não tem nenhum amor ou respeito por ninguém. Se terá por ela, vai ser pela maldição de Sara. –Era isso, eu morreria se não houvesse outra saída. Minha amiga não poderia fazer nada.

-É aí que você se engana. – Elijah apoiou a caixinha novamente na mesa e me fitou. – Não será sempre assim, Elena. Se Sara não conseguir impedí-lo de se transformar em um híbrido, as duas maldições são quebradas. Klaus estará livre de tudo.

-Mas se ele se tranformar e continuar a amando? – Perguntei confusa.

-Bom, aí poderemos dizer que ele caiu na verdadeira maldição que é o amor. – Podia sentir a respiração pesada de Elijah me atingir no rosto e por segundos, pensei que ele faria algo inesperado. Antes que conseguisse me movimentar, Elijah saiu da casa.

Flashback off

-É aqui? – Damon perguntou a Klaus, tirando-me de meus pensamentos.

-Sim. É aqui. – Klaus saiu, batendo a porta do carro fortemente. Nós dois o seguimos em direção a uma casa popular, tão normal que nunca chamaria atenção.

-O que exatamente pretende fazer ao chegar lá? Tocar a campainha e tomar um café? – Damon perguntou com ironia.

-Cale a boca Damon. – Respondi antes que Klaus reagisse. Antes que um de nós conseguisse chegar à porta, ela se abriu e um gigantesco homem segurava Sara pelos braços fortemente.

POV Klaus

Um dos capangas de Benjamin a segurava com tanta força que conseguia ver a dor em seu delicado rosto com as lágrimas que escorriam. Sara estava suja e com manchas de sangue em suas roupas. Eles tinham a machucado e aquilo levou minha fúria a um nível desconhecido.

-Olha só quem resolveu aparecer. – Benjamin disse, surgindo ao lado da Sara e tirando-a de seu capanga. Minha mente não trabalhava direito, eu queria tirá-la de lá. Em um rápido impulso corri até porta, mas fui atingido pelo campo que não me deixara passar. – Realmente acha que seria assim fácil? Não foi convidado a entrar.

-Você é mesmo ou tolo, para não dizer um imbecil, Benjamin. – Respondi com ironia. – Acha mesmo que irá fazer o que quer e sairá impune? É realmente muita inocência. – Sara perdeu suas forças nos braços dele e aquilo me atingiu, trazendo mais desespero e fúria.

-Você não dá as cartas Klaus. Não enquanto sua linda garota estiver aqui, do outro lado da porta, nos meus braços. – Ele riu e Damon, também com raiva nos olhos, queria atacá-lo.

-Então seja por um momento, homem o suficiente e saia daí, seu covarde. – Damon rosnou ao meu lado.

-E quem é você? – Benjamin perguntou com descaso.

-Damon Salvatore. – Damon respondeu com seu sorriso mais irônico. – Irei te matar nos próximos minutos, é bom que me conheça. – Benjamin sorriu, aceitando o desafio. Seus olhos passaram dele à Elena e Damon colocou seu corpo em sua frente.

-A famosa cópia! – Benjamin exclamou com um certo entusiasmo. – Quem diria tantas surpresas! Não quer se juntar a sua amiga? – As mãos de Damon fecharam, ele iria atacar, mesmo sabendo que seria impedido pelo barreira, mas as mãos de Elena foram a seu peito e isso pareceu acalmá-lo.

-Deixe eles em paz… - Sara sussurrou, juntando suas forças. Gotas se sangue escorriam por seu abdomen causando-me uma angústia maior.

-Querida, não posso. Sabe disso – Ele respondeu, levantando seu rosto com delicadeza. – Também sabe que só mandei lhe fazerem isso porque não obedeceu. Como você é teimosa.

-Vá para o inferno. – Sara respondeu rispidamente e Benjamin a ignorou focando seus olhos em mim.

-Está com o que preciso? – Ele me perguntou.

-Não é assim fácil de conseguir. – Respondi com meus olhos ainda nos graves ferimentos no corpo dela.

-Então volte quando tiver. – Benjamin fechava a porta quando fui pego pelo instinto e gritei.

-NÃO! – Damon e Elena, que não esperariam uma reação dessa vir de meu ser, se assustaram. Benjamin abriu a porta novamente, olhando-me fixamente. Eu não conseguia falar, era sentimento demais para mim e isso não aconteceria.

-Deixe-nos curá-la, e ele te trará o que quer. – Elena finalmente disse e era grato por isso.

-Como saberei que está dizendo a verdade? – Ele perguntou.

-Não mentiria sobre isso. – Elena respondeu, autoritária.

-Não irão curá-la. Mandarei um de meus capangas lhe dar sangue. Ela permanecerá aqui, até você conseguir. – Benjamin era claro em suas palavras. Ele não a libertaria sem eu lhe trazer o que tanto queria.

-Sara? – Damon perguntou e com esforço, ela levantou sua cabeça. – Plano B?

-Sempre. – Foi tudo o que dissera. Ninguém entendia o que aquilo significava. Apenas os dois. O rosto de Elena era tão confuso quanto o meu e de Benjamin, que fechou a porta, tirando a única visão que eu conseguia dela.