Capítulo 2 – There’s something I can’t see

As palavras de Greta não faziam sentido em minha cabeça. Ninguém nunca me achava, eu achava quem queria. Eu me sentia uma presa vulnerável, algo que nunca acontecia antes, afinal, eu sou Klaus.

-Repita! – Disse com meus olhos em fúria.

-Klaus…- Ela iria começar alguma desculpa mas em questão de segundos eu a colocava encostada na parede.

-REPITA! – Ordenei. Minha voz elevou-se de uma tal maneira que mesmo Greta, já acostumada com minhas atitudes, se assustou. A larguei e rapidamente me afastei. Ela era minha única aliada e provocar uma bruxa nunca seria uma boa ideia.

-Ok. – Disse respirando novamente. – Deixe-me explicar. – Me sentei e ela não se atreveu a ficar perto.

-O que isso quer dizer? – Perguntei, controlando minha voz.

-Quer dizer que encontrou a única pessoa que não devia. A única que pode te destruir. – Eu não conseguia entender o que ela dizia. Como uma mera humana me destruiria?

-Greta, se isso é uma brincadeira, saiba que não as suporto. – Disse ríspido.

-Não é brincadeira Klaus. – Ela respondeu seriamente e conseguia ouvir sua desrregulada respiração.

-Então como uma simples humana pode apresentar algum perigo?! – Perguntei, deixando minha voz se elevar.

-Não é a humana e sim a maldição que ela carrega! – Os olhos aflitos de Greta diziam a verdade.

-Como a maldição? O que…?

-As bruxas nunca deixarão tudo assim tão fácil Klaus, achei que já havia percebido. Realmente achou que era só a cópia, um vampiro e um lobisomem para quebrar sua maldição? – Por um momente, ela me daria uma bronca mas todas aquelas informações faziam com que eu não ligasse.

-Acredito que esperar quinhentos anos para Elena surgir depois de perder Katherine era complicação o suficiente. – Respondi sarcasticamente.

-Para nós, nunca será o suficiente. – O orgulho relampejou em seus olhos. O orgulho de ser bruxa.

-Então é só matá-la também na hora do sacrifício? – Perguntei e Greta riu ironicamente. Meu olhar a alertou de seus atos o que a fez parar.

- É a “Solução” Klaus, assim que é chamada. Não a matará no sacrifício como os outros.

-Então o que devo fazer? – Perguntei com um certo desespero na voz.

-Manter distância. – Greta abaixou sua cabeça, fitando o chão por alguns segundos. – Ou ela te destruirá.

-Mas como? Greta o que é ela? – Milhares de perguntas surgiam em minha mente e eu queria que todas fossem respondidas, mas quanto mais respostas surgiam, mais perguntas surgiam.

-Ela é o que pode impedir essa maldição, Klaus. – Greta respirou fundo. -  Toda vez que a cópia aparece, ela aparece junto. Quando Elena nasceu trazendo a chave consigo, ela nasceu trazendo uma cadeado mais forte.

- E o que ela fará para me impedir? – Perguntei, já arrependido pela resposta que receberia.

- Isso dependerá da cópia. Quando Katherine surgiu, Elizabeth, sua solução tinha a missão da matá-lo de uma forma que apenas ela conseguiria. – Ela respondeu encolhendo-se.

-Quem era Elizabeth? – Perguntei confuso.

-Seus aliados já cientes disso, a mataram antes que chegasse a você. – Uma satisfação tomou a voz de Greta.

-Mas o que isso tinha ligação com Katherine? – Minha cabeça girava e o que entendia, praferia não saber.

-Tem ligação com o coração da cópia. – Greta pausou olhando-me com compaixão e eu não gostava daquilo, não precisava de ninguém com pena de mim. – Se o coração da cópia  não for puro ela te matará, mas se for…

-O quê? – Perguntei gritando. – O quê acontece?

-Você se apaixonará. – Era isso. Aquilo me atingiu e nada podia me atingir. Eu não tinha reação e Greta, na defensiva, aproximou-se dois passos. – Klaus?

-Não. Isso não é possível. – Finalmente falei, inconformado.

-Sim, é possível.  – Rapidamente, ela abria seus grimórios. – Já procurei uma solução, mas não há. Ela será seu ponto fraco e ninguém poderá saber disso.

-O que faço para isso não acontecer? – Perguntei, com esperança.

-Já aconteceu. Você a viu e isso é suficiente. – Greta colocou as mãos na cabeça, tentando pensar em algo.

-Não. EU SOU KLAUS E NÃO TENHO PONTO FRACO! –Gritei.

-Desculpe Klaus, mas não posso fazer nada. Disse para não sair. – Sua voz saiu na defensiva.

-Como não me avisa que algo assim poderia acontecer? – Minha fúria atingiu seu ponto máximo e minhas mãos, que seguravam um copo cheio de sangue, o estouraram com facilidade.

-Não queria que tivesse mais problemas na cabeça. – Ela sussurou, ciente que ouviria de nossa distância.

-Olha o que aconteceu. Agora tenho esse problema na minha vida! – Fechei meus olhos, com esperança que tudo aquilo sumisse. Mas era em vão. Quem eu estava enganando?

Flashback off

Horas haviam passado e eu não percebia. Minha cabeça estava cheia demais. Stefan ainda não voltava mas no momento eu não me importava. Era hora de caçar. Me levantei do sofá quando vi um papel amassado em forma de uma bola em cima da mesa. Um papel que não lembrava ter deixado ali. Peguei e o li.

“Sara sumiu e estamos com medo que não tenha sido por vontade própria. Por favor, nos ajude.”

Bonnie me mandava aquilo por meio de seus feitiços de comunicação. Aconteceu algo com Sara e por mais que quisesse ignorar, não conseguia. E se algo acontecesse com ela? Corri até um pedaço de papel e caneta, deixando uma mensagem para Stefan. Sai pela porta, esquecendo qualquer compostura. Era ela. E eu iria à Mystic Falls.