Superfreddie escrita por Beto El


Capítulo 31
Revelação


Notas iniciais do capítulo

Ufa...
Novo capítulo!
Essa capa deu um trabalhão pra fazer...



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No vulcão Merapi, localizado na Indonésia, bolhas de magma estouram de tempos em tempos, e a lava incandescente da cor vermelha um pouco alaranjada borbulha, formando uma bela mas mortal paisagem. O vulcão encontra-se ativo, mas ainda sob controle, sabe-se lá quando uma erupção pode ocorrer; de certo, não demoraria muito, e, como todas as outras vezes, a população que reside próxima ao vulcão será obrigada a se mudar.

Próximo à lava, o calor é insuportável para seres humanos, que certamente sofreriam queimaduras terríveis e consequente morreriam só de aproximar da matéria derretida. Entretanto, uma imagem insólita ocorre no Merapi. Sentado à beira do magma encontra-se um homem, com belo rosto e vestido com um uniforme azul e capa e botas vermelhas, com os braços em volta das canelas.

Ao se atentar para este homem, algumas pessoas de vinte e poucos anos diriam tratar-se de Freddie Benson, ex-produtor do iCarly, com o uniforme do Superman. Para a maior parte da população mundial, entretanto, tratava-se do Superman, só que com um rosto diferente.

Freddie não sabia por que se sentia morto, gelado por dentro, talvez daí a escolha no mínimo estranha para afogar as mágoas.

Talvez o melhor para ex-namorada fosse o término do relacionamento; se algum de seus inimigos deduzisse sua verdadeira identidade, certamente se voltaria contra um ente querido, e para o rapaz já bastava por em perigo sua mãe.

Mas então, por qual motivo ele sentia um aperto em seu peito de aço?

Uma bolha explode perto dele e joga uma quantidade razoável de lava em seu rosto. Ele bufa e passa a mão direita no rosto, retirando o material incandescente dali.

Freddie não sabe o que fazer. A única coisa que lhe vem à mente é buscar o conselho da pessoa em quem mais confia no mundo, sua mãe adotiva.

Então, ele se levanta e alça voo até Seattle.

o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o

Três minutos depois, ele pouso em um beco, onde desativa seu uniforme. Eram 13:00, sua mãe estava em plantão no hospital.

Freddie entra no prédio, onde cumprimenta a todos (Marissa era muito querida pelos colegas). No balcão de atendimento, ele encontra Carol, que sorri para ele, cumprimentando-o.

“Oi, Freddie! Tudo bom?”

“Tudo, Carol... minha mãe tá por aí?”

“Deu sorte. Ela está no horário de almoço, deve estar no refeitório.”

“OK, vou dar um alô pra ela.”

“Vai lá, Freddie.”

O rapaz vai até o quinto andar, lugar onde está instalado o refeitório dos funcionários do hospital, cumprimentando a todos durante o caminho, Freddie era muito querido pelos colegas de Marissa.

“Ei, te conhecço do iCarly! Tinha até foto sua no meu armário!”, diz uma auxiliar de enfermagem mais ou menos da idade dele.

“Ei, obrigado...”

Freddie entra no refeitório e logo vê sua mãe.

“Filhote!”, ela exclama, abraçando-o.

“Oi, mãe...”

“Que cara é essa?”

“Preciso falar com você... tem um minutinho no reservado?”

“Claro, filho...”

Mãe e filho sobem até o terraço do prédio, local onde normalmente os fumantes escapam para dar um trago; naquele momento, não havia ninguém, à exceção dos dois recém-chegados.

“Mãe... a Sam... terminou comigo.”, fala Freddie, baixando o olhar.

“Por quê? O que você fez?”

“O que eu não fiz, na verdade...” Freddie fica vermelho.

“Oh...” exclama a mulher, ao perceber a situação, “Isso... isso é um problema.”

“Ela acha que eu não a desejo. Em princípio, pensei que fosse o melhor pra ela, mãe... mas... eu me sinto acabado por dentro sem a Sam.” lágrimas começam a cair dos olhos do rapaz.

“Freddie,” Marissa seca as lágrimas do filho, olhando-o diretamente nos olhos, “Você confia na Samantha? Você sente que ela é a mulher?”

“Sinto, mãe... e confio nela como quase ninguém.”

Marissa sorri.

“Então, amor... talvez seja melhor você revelar para ela o porquê de você não poder ir adiante.”

“Mas... ela correria perigo! E se alguém descobrir?”

“Filho... eu estou nessa situação e jamais trocaria conhecer você por qualquer coisa ruim que pudesse acontecer comigo. Eu acho que a Sam tem o direito de escolher.”

Por um momento, Freddie fica pensativo, olhando para o nada. Mas, pouco tempo depois, volta a olhar para a mãe com um sorriso nos lábios.

“Você é a melhor, sabia, mãe?”

“Superfilho, supermãe...”

Freddie aciona seu disfarce.

“Tchau, mãe. Depois eu te conto o que aconteceu.”

“Tchau, filhote...”

Marissa beija a bochecha do filho, que decola do terraço em direção ao prédio onde Samantha Puckett reside.

Ainda no céu, ele olha rapidamente para o apartamento da amada.

Ela estava amuada em um canto, com os olhos vermelhos. Freddie se sente mal por deixá-la assim, mesmo que tivesse um bom motivo para tanto.

Respirando fundo, o kryptoniano flutua ao lado do prédio e dá leves batidas na janela da policial.

Curiosa, Sam se levanta e vai em direção ao barulho, quase caindo para trás ao ver a figura de azul e vermelho. Ele faz sinal pedindo para entrar, ao qual ela abre a janela.

“O que você tá fazendo aqui, Superman?”, pergunta a loira, tentando esconder seus olhos vermelhos.

“Precisava conversar com você, Sam. Só que... gostaria que fosse em outro lugar.”

“É tão importante assim?”, o herói acena positivamente com a cabeça.

“Tá... eu... vou pegar as chaves do meu carro.”

“Por favor, Sam... eu sei voar.”

“Eu não tenho certeza se gosto da ideia de você me carregar!”

“Confie em mim, por favor. É importante.”

Ela para por um momento, refletindo sobre o que deve fazer. Por fim, preocupada com o assunto que poderia levar o maior super-herói do planeta a visitá-la em seu apartamento, ela acaba por ceder, deixando-o apanhá-la no colo.

“Obrigado, Sam. Você não sabe como isso é importante.”

Superman alça voo através da janela, ganhando rapidamente altura, o que faz a loira agarrá-lo involuntariamente com mais força. Apesar do medo inicial, ela fica encantada com a paisagem de cima, sorrindo espontaneamente. Ele percebe e sorri para ela de volta.

Eles saem da cidade e Sam vê que estão passando sobre estradas e florestas. De repente, a paisagem fica conhecida, e ela percebe que o herói a leva para um lugar que costuma ir com seu namorado, ou ex-namorado, ou sabe-se lá o que ele seja dela neste momento. Sam se questiona como Superman sabia disso, e um arrepio lhe percorre a espinha, quando um pensamento sombrio de que o herói talvez não seja tão puro assim lhe povoa a mente. Seria ele um super-voyer? Poderia ele espioná-la enquanto estava com Freddie?

Eles chegam a uma clareira pouco visitada, lugar onde ela e Freddie normalmente namoravam; era um lugar que ela tinha descoberto e lhe agradava muito pela beleza e silêncio que imperavam no local.

Quando Superman a deixa no chão, ela dá instintivamente dois passos para trás, afastando-se dele.

“Hã... o que você quer, Super? Por que você me trouxe aqui?”

“Eu sei que este é um lugar especial para você, e não vejo melhor lugar no mundo para lhe mostrar o que quero.”

Superman se aproxima da loira, acariciando os braços dela.

Um sentimento de terror toma Sam. Agora era certeza, Superman queria algo com ela. E se ele, o ser mais poderoso da Terra, quisesse fazer algo com a loira, quem conseguiria impedi-lo? O que ela poderia fazer?

“Olha, Super... eu... gosto de você, mas não desse jeito...”, ela diz, enquanto tenta futilmente se afastar dele, que a cada escapada chega mais perto dela.

“Ora, vamos, Samantha... eu sei que temos uma química diferente. É só deixar acontecer...”

“Eu tenho namorado!”, ela praticamente berra, tentando tocar o lado puritano do Superman.

“Hã? Quem?”

“O Freddie Benson, ele já te entrevistou, ele me disse que vocês são amigos! Não se faz isso com um amigo, certo? O que dirá então um super-herói? Que exemplo você vai dar pras crianças que são suas fãs?”, a policial loira tenta argumentar, colocando suas mãos à frente, tentando afastá-lo.

Superman dá à loira um sorriso malicioso, agarrando as mãos dela.

“Aquele banana? Convenhamos, Sam... eu sou o homem mais forte da Terra, não dá para me comparar com ele... e, ademais... só estamos nós dois aqui, certo? Não preciso ser o escoteirão.”

“Não... por favor, Super... eu não quero isso...”

Ignorando-a, ele a traz mais para perto do seu corpo, selando seus lábios aos dela. Ela, em  princípio, refuta o beijo, mas acaba por ceder, retribuindo-o e entrelaçando seus braços no pescoço do herói. Depois que se separam, ela murmura:

“... eu... conheço... esse beijo... Freddie?!?”

Sorrindo, Freddie desativa o disfarce facial, fazendo uma atônita Samantha Puckett ficar ainda mais espantada.

“Sou eu, Sam. Seu nerd favorito desde os doze anos. Eu sou o Superman. Tenho muita coisa pra te explicar.”

Com os olhos arregalados e totalmente confusa, Sam olha para o ‘S’ peitoral e o resto do uniforme sem entender nada. Ela se afasta alguns passos dele, colocando a mão direita em seu rosto.

“S-Su-Su-Super... e-e-e-e... F-F-Freddie?!?”

São muitas informações para ela digerir de uma vez só. Sentindo suas pernas fraquejarem como se o chão se abrisse sob elas, Sam perde o equilíbrio e começa a cambalear para trás, sua visão ficando turva.

“Ohhh...”

  E tudo fica preto, quando ela desmaia.

o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o

Com dificuldades, a mulher loira abre seus olhos. Aos poucos, as imagens vão ganhando foco, e ela percebe estar em sua sala, deitada em seu sofá. Como imaginado, devia ter sonhado; Freddie como Superman? Era uma insanidade.

Ela ouve passos na cozinha, o que a intriga, pois não se lembrava de ter recebido visitas.

“Que alívio, estava preocupado com você, ficou desmaiada quase cinco minutos...”

Seus olhos azuis se arregalam novamente, quando fitam Freddie Benson com o uniforme do Superman, trazendo-lhe um copo d’água.

“Me-me-me-meu Deus, era verdade!”

“Não desmaie de novo!”, ele exclama, segurando seus ombros. “Respira fundo!”

“C-C-Como?”

“Eu vou contar tudo, por favor, beba um gole d’água...”

Com suas mãos trêmulas, ela pega o copo e faz o que seu namorado havia sugerido. Ele se senta ao seu lado, abraçando-a com seu braço esquerdo.

“Desculpa... eu não imaginei que você fosse reagir dessa maneira. Eu acho que sou tipo o Peter Parker/Homem-Aranha, quando visto o uniforme viro um palhaço, não consigo segurar as piadas.”

Um pouco recomposta, Sam olha para Freddie.

“Como, Freddie? Por quê?”

Freddie suspira e começa a contar a longa história de sua breve vida. Fala sobre seu ‘irmão’ falecido, de quem havia tomado o nome; sobre a lenta descoberta dos poderes e traumas, incluindo a morte do cachorro; sobre a morte do pai, em seus braços; a chegada a Seattle e o porquê de se manter afastado dela quando mais jovem; do ‘Borrão; do nascimento do Superman.

“Então... você se afastava de mim por causa da minha correntinha? Mas ela está aqui...”, ela afirma, pegando a corrente com a mão direita.

“Eu tô mais forte, Sam. Hoje em dia, essa pedrinha só me dá formigamento. Aliás, você e ela me salvaram do Homem de Ferro... não fosse por ela, eu não conseguiria ajustar o filtro de radiação pra kryptonita.”

“Se isto te faz mal, então eu paro de usar, não tem problema...”

“Não precisa. Ela não me incomoda.”

“Quem mais sabe?”

“Bom, você, minha mãe e a Maxima, que, como eu te disse, veio me sequestrar.”

“Mas como... a Louca é tão protetora com você!”

“Fachada. Minha mãe é bem liberal. Inclusive, ela me aconselhou a me revelar pra você.”

“Nossa...”

“Sam, agora você entende por que não podemos transar?”

“Por quê? Kryptonianos não têm... você sabe... ou tipo... é diferente?”

“Não!” ele fica vermelho, “Claro que eu tenho, morfologicamente eu sou idêntico a um ser humano! Eu estava imaginando que ia ser difícil te explicar. Eu te mostro.”

Freddie vai até a cozinha e pega uma rocha de mais ou menos cinquenta quilos que ele tinha apanhado durante o caminho; o rapaz estica seu indicador e mostra para a garota.

“Eu.”, ele diz, apontando o dedo. Ele mostra a rocha. “Você.”

Freddie enfia calmamente o indicador na rocha, abrindo um buraco nela, fazendo Sam abrir a boca.

“Oh!”

“Eu limpo a bagunça. Entendeu meu drama? Sammy, agora preciso fazer uma pergunta séria pra você.”

 A loira o olha atentamente.

“Não preciso falar que isto é ultra-confidencial, né?” ela balança a cabeça, “Então... sabendo disso... eu queria saber se você continua disposta a continuar comigo. Sabe... em princípio, pensei que fosse melhor pra você ficar longe de mim, pois, você sabe, tenho inúmeros inimigos, e, se alguém soubesse, certamente descontaria em você. Mas a verdade é que não sou nada sem você... por isso contei sobre minha identidade, saiba que você é a única pessoa que eu desejo neste mundo... mas não é justo eu forçá-la a esta situação, a decisão tem de ser sua. Você... aceita continuar comigo, mesmo sendo perigoso?”

Sam olha para o lado, o que faz Freddie ficar apreensivo. Ela se vira para ele novamente, sorrindo.

“Ora, por que vou te largar? Qual outra mulher pode dizer que dá uns pegas no Superman???”

Freddie retribui o sorriso e cola seus lábios aos dela, beijando-a com fervor.

Quando eles quebram o beijo, Sam olha para ele com dúvida.

“Se o problema não é o meu corpo, por que você tapou sua vista quando me viu sem roupa?”

“Quando eu sinto emoções fortes, tipo excitação, raiva, medo, minha visão de calor é acionada. Ainda não aprendi a lidar com isso. Então, na verdade, não era falta de interesse, eu estava mais excitado do que nunca, só não queria que você descobrisse meus poderes.”

“Então... daquela vez, um pouco antes do nosso primeiro beijo, você fez isso! Eu sabia que tinha visto um ponto vermelho nos seus olhos!!!”

“Lembra do que eu disse, você teve muita sorte de eu ser controlado. Então... você gostava dos meus olhos...”

“Não é segredo, Freddie. Sempre achei você bonito, desde a primeira vez em que nos vimos. Só fiquei com muita raiva porque você sempre se afastava de mim... mas agora entendo por qual motivo.”, Sam coloca a mão no rosto dele.

“Espero que você entenda, amor... pra mim era difícil, não podia contar isso pra ninguém...”

“Eu entendo, Freddie. E fico muito honrada por ter sido a primeira pessoa pra quem você contou isso.”

Novamente eles se beijam.

“Mas peralá... se você é o Superman, então você já beijou a Carly! Ela me disse ter ficado com o Superman!”

“Ela... te... contou...?”, fala Freddie com insegurança, sentindo que havia se metido em uma enrascada.

“Pode me explicar direitinho, supernerd!”

“Hã... bem... veja bem...”

O rapaz acabava de ter caído em outra enrascada, mas sabia que não era nada muito sério, e, principalmente, sabia que o amor deles era maior do que isso.

Um peso enorme acabava de ser tirado das costas do maior herói do planeta.


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Notas finais do capítulo

Nessa, essa capa é a última que eu faço com o Freddie, OK? rs
Foi pra vc.
É incrível, esse Nathan Kress só faz foto com cara de bobão ou sorrindo e eu precisava de uma dele sério...
Bom, sei lá o que faço pro próximo capítulo... talvez os três kryptonianos, o que acham?
Um abraço a todos e obrigado pelos reviews!



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