Março de 2009

Freddie está entediado em sua casa, navegando na internet, em busca de nada em particular. Acessa seu portal favorito e dá de cara com uma notícia relacionada ao seu amigo Nevel; este, com menos de 15, acabara de comprar um importante portal da internet, algo muito difícil de ocorrer com alguém tão jovem.

Freddie e ele tinham perdido um pouco de contato no último ano, Nevel estava muito atarefado e parecia obcecado em aumentar sua fortuna, que já era considerável. Certamente estava sendo bem sucedido nessa empreitada, dada a notícia que Freddie acaba de ler.

O garoto kryptoniano desliga o computador, levanta-se da cadeira e se espreguiça. Lembra-se que sairia em pouco tempo, então resolve tomar uma ducha.

Freddie se despe e vai ao banheiro, banhando-se logo em seguida.

Após se lavar, ele coloca uma toalha em volta da cintura e retorna ao quarto, abre a porta do armário, que possui um espelho de corpo inteiro, e, antes de escolher as roupas que usaria, repara em seu corpo.

Seu abdome e peito estão definidos, e seus braços e pernas estão musculosos. A exposição à luz solar começou a mudar sua aparência. Ele também está mais alto do que a média dos alunos, medindo 1,75m.

“É, preciso falar que estou malhando...”

Ele coloca sua velha camisa xadrez e vai ao apartamento da sua amiga Carly. Hoje eles gravariam um quadro sugerido por um espectador, com a Carly vestida de coelho rosa no meio da cidade.

Ele entra no apartamento e quase é atingido por uma paintball. Era Spencer, que se desculpou logo a seguir. Eles estavam tentando descobrir quem era o melhor ‘Matador’ da turma, mas Freddie se deixara atingir logo nos primeiros minutos da brincadeira, pois tinha medo de ferir alguém, caso não conseguisse controlar a força de seu sopro.

Carly desce vestida de coelhinho rosa, e o garoto acha isso hilário. Logo atrás dela vem a Sam.

Eles descem à rua, e começam a filmar o quadro, com Carly pulando no meio-fio da calçada. Freddie percebe um caminhão com um desenho de um taco vindo em sua direção.

Sem pestanejar, ele rapidamente retira Carly do trajeto do caminhão, segurando-a pela cintura.

“Nossa! Você me salvou daquele caminhão! Mas como conseguiu chegar tão rápido em mim?”

“Andei treinando.”

Os dois ficam frente a frente, rostos a poucos centímetros um do outro, e o garoto se sente exultante, jamais estivera tão próximo ao seu interesse romântico.

Carly se aproxima mais ainda e lhe dá um beijo na ponta do nariz.

“Meu herói. Obrigada.”

Sam, que não estava muito feliz com a cena que viu à sua frente, apenas bufa.

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O aniversário de Freddie foi há dois dias, e Carly conseguira convencer alguns amigos a dar uma festa neste sábado, numa enorme casa, da família de um colega da escola, cujos pais estavam viajando no fim de semana. Era a primeira festa ‘mais adulta’ à qual eles iriam. O primo de um amigo de um amigo era maior de 21 anos e conseguira comprar várias bebidas para a festa, o que fez de bom grado ao ser convidado para participar, não tendo de desembolsar nada.

Freddie, vestido com uma bela camisa preta, calças jeans escuras e sapatos marrons, anda pelo meio da festa, sendo cumprimentado por vários de seus colegas. Em um banco de madeira localizado no amplo jardim, ele vê Wendy conversando com seu amigo Gibby. Freddie sorri, Wendy se recuperara muito bem do trauma sofrido no ano passado.

O garoto circula pela festa, procurando por Carly. Talvez hoje seja o dia em que consiga finalmente beijá-la. Mas é frustrado ao vê-la se agarrando com um garoto que ele nem conhece, como tantas outras vezes Freddie já viu. Ele se pergunta por que ela nunca lhe deu essa chance.

Desanimado, Freddie se afasta, à procura de Sam, sua outra amiga.

Um pouco depois ele a acha, também beijando um garoto. Devem ser os hormônios da adolescência, pensa ele.

Já que suas amigas estão se divertindo, Freddie também sai à procura de algo para distraí-lo.

De repente, ele é interceptado pelo rapaz maior de idade, chamado Robin.

“Aí, aniversariante, tá a fim de uma disputa?”

“Que tipo de disputa?”

“Quem bebe mais!”

Freddie nunca havia bebido álcool antes, mas, para não ficar mal na frente dos amigos, resolve aceitar.

Eles se sentam em uma mesa, sendo que sobre ela há vários shots de tequila. Excitados, vários garotos e garotas cujas idades vão de 14 a 20 anos se amontoam em volta à mesa, dando gritos de incentivo aos dois.

“Começa você, molequinho.”

Freddie olha sorrindo para Robin e toma de uma golada. Não gostou do sabor, mas parecia inofensivo. Como ele tinha visto em um filme, ele vira o copo vazio de ponta cabeça na mesa.

“Sua vez.”

Os dois vão alternando rodadas. Quando chegam a 15, Robin está com os olhos marejados e entreabertos. Freddie não sentia nenhuma diferença.

Robin olha para o shot à sua frente, tentando criar coragem para bebê-lo. Ele suspira e o leva à sua boca, porém, deixa o copo cair e sai correndo para o banheiro, para vomitar.

“Ah... acho que isso significa que eu ganhei?”

Freddie é ovacionado por todos à sua volta, incluindo suas duas amigas, que haviam largado temporariamente seus ficantes, ao ver o tumulto criado.

Freddie se levanta e acena para todos.

Quando ele ruma ao jardim para conversar com seu amigo Shane, é interceptado por uma linda ruiva, trajada com um vestido verde colado ao seu corpo, o que a deixava ainda mais sensual.

“Oi, impressionante o que você fez agora há pouco.”

“Não foi nada, acho que... sou forte pra bebida, né? Eu sou Freddie, e você?”

“Maxima. Parabéns, soube que foi seu aniversário.”

A ruiva sorri, se aproxima e dá um beijo na bochecha de Freddie. Talvez este seja seu dia de sorte, afinal.

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Após poucos minutos de uma conversa sem muita relevância, Freddie e Maxima estão aos beijos em um canto do gigantesco jardim da casa. Provavelmente era a garota mais bonita que ele já tinha ficado. O garoto a considerava até mais atraente do que sua paixão, a morena Carly.

“Uau. Acho que você é a garota mais linda com quem eu já fiquei.”

“Eu sei. Não há terráquea que chegue aos meus pés.”

“Terráquea?!?”

“Quero dizer, garota!”

“Ah... bem, já está tarde, preciso ir embora. Posso anotar seu telefone?”

“Não precisa, eu acharei você. E pode ter certeza disso.”

“Bem... OK, a gente se vê, então...”

Os dois jovens se despedem com um beijo, e Freddie se prepara para ir embora.

“Já está indo embora, caipira?”

Ele se vira para encarar sua amiga Sam.

“Já, Sam. Está tarde...”

“Ah... posso ir com você?”

“Pode, mas... e o seu, sei lá, pretendente, ficante, namorado?”

“Ah, ele fica aí, eu vou embora. Simples.”

“Tá bem, mas eu vou a pé.”

“Mamãe não tem preguiça de andar.”

A casa da Sam ficava no meio do caminho entre a casa da festa e o apartamento de Freddie, que até havia ficado contente em Sam acompanhá-lo, pois o bairro onde a loira mora é perigoso, assim ele podia protegê-la.

Os dois jovens andam sem falar um com o outro, em um desagradável silêncio, quebrado por Sam, quando estão próximos da casa dela.

“Nunca imaginei que você fosse forte pra álcool, Clarkson.”

“Vê que coisa. A gente sempre tem algo a aprender sobre alguém que pensa conhecer.”

“Hrm. Aquela ruiva que você ficou... esqueceu da Carly?”

“Só fiquei com ela, Sam. Nada mudou.”

“Ah... então continua com Carlite Aguda.”

“Você também parecia... estar se divertindo lá na festa.”

“O Gabe foi só uma distração temporária.”

Os dois jovens chegam à casa das Puckett; Sam tira a chave de sua bolsa e hesita um pouco antes de abrir a porta.

“É... obrigada... por ter me acompanhado.”

“Sempre um prazer, S.Puckett.”

Sam se vira e abre a porta.

“Ei. Você sabe que eu não te odeio de verdade, né?”

“Sei, FCBenson. Assim como também não te odeio.”

“Bom. Tenha uma boa noite, Sam.”

“Você também.”

Freddie lhe dá um sorriso e vai embora. Sam entra em sua casa, e, hesitante, vai à cozinha, pega um copo d’água e toma um gole, enquanto tenta clarear sua cabeça. Algo sobre Freddie começa a deixar a garota confusa.