- Claudinha... – Disse Arthur meu irmão mais novo, com suas mãos sobre meu rosto, dormente de sono.

- Oi... – Disse com um sussurro quase em um zumbido.

Abri os olhos, e vi os lindos olhos cor de mel de Arthur me fitando, sua pele branca e macia. Sorri. Como amava aquele piralho.

- A mamãe disse que você tem que me levar ha escola.

- Tudo bem. Mas ainda são cinco da manha.

Ele sorriu conformado.

- Mas eu não queria me atrasar, hoje tem filme.

Baguncei seu cabelo.

- Então, vai se arrumar, que a sua maninha já esta indo.

Ele sorriu. E saiu em um pulo para seu quarto.

Acordei alguns minutos depois com meu despertador tocando. Tirei o cobertor de cima do meu corpo ainda aquecido, logo meus pelos ficaram todos arrepiados a sensação térmica agora era bem mais baixa.

Caminhei lentamente até meu guarda-roupa, peguei uma peça de roupa qualquer. Tomei um banho rápido porem delicioso. Desci alguns minutos depois para tomar o café.

Mamãe com seu longo cabelo castanho claro. Terminava de preparar o lanche de Arthur, sentei-me na bancada.

Ela sorriu.

- Oi, querida. Como foi a festa?

- Ótima. – Sorri. Odiava demonstra para minha mãe que estava triste. Pois tinha certeza que meu problema amoroso em sua mente, poderia virar um turbilhão de outras coisas, que a maioria das vezes nem faziam sentindo total.

Assim que terminei o café segui com Arthur até sua escola. Arthur era um ótimo irmão porem às vezes muito travesso.

- Boa aula, meu piralho. – Ele sorriu beijando a ponta do meu nariz. Soltei um riso muito simpático. – Te amo.

- Também te amo Claudinha.

Segui para escola com o som do meu Ipood gritando em meus ouvidos, odiava ouvir os sons dos carros.

Quando cheguei à porta da escola, encontrei meus amigos “Leais” todos riam e brincavam, até eu chegar. Naquele momento senti que eles falavam de mim, mas deixei aqueles pensamentos de lado. Não queria ficar me martelando sobre o que falavam ou deixavam de falar sobre mim.

- Oi Claudia. – Disse Sofia uma gordinha de um metro e meio, tinha olhos grandes e esverdeados cabelos curto e loiros. Era bonita.

- Oi, Sofhi. – Disse com um meio sorriso.

- Então, curtiu muito a festa da Valeria?

- Sim. – Disse sem hesitar. Para falar a verdade aquela foi à melhor festa. Pelo menos lá eu vi quem era meus amigos de verdade. E acho que o resultado impressionante foi zero.

- É nem deu para eu ir. Minha tia foi para minha casa. – Constatou Sofhi com um sorriso desanimador.

Por um segundo fiquei pensando se ela estivesse lá contabilidade dos meus amigos poderiam ser pelo menos 1%. Mas pensando bem, Sofia era muito mais amiga de Renata do que minha.

Apertei  meu fichário contra meu corpo, Ricardo estava se aproximando, estava com uma cara péssima, talvez não tivesse dormindo direito. Seus olhos estavam escuros, e cabelo bagunçado. Ele chegou até onde estávamos. Quis sair correndo, quis sair dali. Mas meus pés estavam congelados no mesmo lugar. Respirei fundo.

- Oi pessoal. – Todos se olharam, e então começaram a rir. Rodrigo começou a olhar para cada um dos rostos e também caiu na risada. – Tudo bem eu mereço isso. Mas eu também beijei varias.

Paulo um garoto de um metro e noventa, foi quem deu o veredito final.

- Sei, mas a Renata fez você levar a fama de gifrudo das festas.

Todos caíram na risada. Menos eu.

Rodrigo me fitou. Senti que ele ia falar comigo quando sinal tocou.

Subimos para sala.

As primeiras duas aulas eram química, totalmente entediante, porém necessária. Depois uma de biologia. Só então o intervalo.

Não é que eu tenha gostado, alias odiei.

Era horrível ter que viver rodeada por pessoas falsas, e pior era esta fazendo parte daquele “bolinho” de pessoas falsa. Definitivamente precisava de novas amizades. Mas em fim, fiquei calada em um canto da arquibancada. Rodrigo jogava bola como fazia todos os dias, Renata e as outras garotas ficavam do outro lado da quadra. E eu fiquei calada olhando ao meu redor. Realmente não merece viver aquilo.