Irresolution escrita por CamilaSS


Capítulo 6
A Mess It Grows


Notas iniciais do capítulo

olá, espero que gostem...
boa leitura ;)



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Finalmente chegamos à casa. Tudo estava quieto, silencioso, como deveria estar. Fiquei olhando-a por um tempo, ainda ao lado do carro. Ela trazia algumas boas lembranças. Não que fosse muito lembrar que foi ali que eu empalei Elijah, mas ainda sim, havia boas lembranças, até mesmo daquele final de semana, o mais significativo para mim e Stefan, onde eu me senti mais segura em meio a toda aquela confusão.

Stefan colocou-se ao meu lado, dando-me sua mão, entrelaçando nossos dedos. Olhei para ele. Seus olhos tentavam me passar segurança, o que eu aceitei de bom grado. Dei um longo suspiro e avancei até a casa, arrastando Stefan comigo.

Ao chegar à velha porta de carvalho peguei a chave em minha bolsa. Abri a porta em movimento mecânico e joguei minha bolsa no sofá mais próximo no interior da casa. Voltei-me para Stefan, que tinha feito o mesmo que eu com sua bolsa. Lancei meus braços por cima de seus ombros, enquanto ele puxava-me pela cintura para mais perto de si. Meus lábios roçaram nos deles e eu fechei meus olhos, entregando-me ao momento. Deixei que ele me possuísse.

Íamos num ritmo acelerado, frenético. Stefan me ergueu e eu entrelacei minhas pernas em sua cintura. Subimos as escadas entrelaçados, ainda envolvidos naquela nuvem de luxuria, paixão e desejo. Ainda não sei como conseguimos subir toda a escada, deve ser provavelmente pelos instintos apurados de Stefan. Ao chegar ao quarto que era de meus pais – o único com cama de casal – Stefan jogou-me na cama sem o cuidado que ele sempre costumava ter. Ele se transformara, seus olhos eram puro desejo, o que me arrepiava, Stefan raramente deixava tanto sentimento transparecer. E então o vampiro, o meu vampiro, avançou até mim, tratando de se livrar das minhas e das suas roupas. Foi um momento de entrega maravilhoso, mas de um jeito tão carnal que eu nunca vira Stefan agir. Não que não fosse bom, Deus, era ótimo, mas não era típico de Stefan. Ele mudou, Klaus fez isso com ele, tenho que aceitar que esse é o Stefan que eu tenho agora... A única coisa que eu posso fazer é aproveitar.

Chegamos ao máximo do prazer e eu já não aguentava mais aquela frenesi. Joguei meu corpo ao lado do dele na cama, ainda ofegante. Stefan me fitava, um sorriso inocente pairava em seus lábios enquanto acariciava meu rosto com a ponta dos dedos. Chegava a ser mágico. O quarto perfeitamente arrumado, a não ser pelas roupas jogadas ao chão e cama desarrumada, fracos raios de sol entrava pela fresta da cortina, que mostrava ao fundo o imenso lago, os grandes cedros com suas folhas verdes tomadas pelo braço da neve.

Stefan puxou-me para mais perto dele, me virei, de forma que nossos corpos se encaixassem, fazendo conchinha. Stef pousou levemente seu queixo sob minha cabeça. Eu sentia cada respiração leve dele em minha cabeça e se o seu coração batesse, eu tinha certeza que poderia senti-lo. Fechei os olhos, esvaziei minha mente e me concentrei no ritmo de sua respiração. Não sei quanto tempo levou, mas acabei adormecendo.

- Hey, dorminhoca! – ouvi uma voz ao longe. – Acorda. – alguma coisa soprava em meu rosto.

Estiquei o corpo de leve, pressionei fortemente meus olhos antes de abri-los. Olhei diretamente pela janela, estava escuro lá fora, depois o rosto de Stefan obstruiu a escuridão que vinha pela janela.

- Até que enfim! – disse ele, sorrindo divertido.

- Que horas são? – resmunguei.

- Hora do jantar.

- Jantar?

- É, vamos. – Stefan esticou-me suas mãos. – Senão a comida vai esfriar.

Fechei os olhos novamente antes de segurar suas mãos fortes, que me puxaram contra o seu corpo, roubando-me um beijo.

- Preciso colocar alguma roupa. – falei ao ver o lençol escorrer por meu corpo.

- Eu espero. – disse Stefan, soltando-me de um abraço apertado.

Ele esperou até que eu estivesse pronta e então descemos as escadas de mãos dadas, o que foi terrivelmente difícil para mim – ainda estava atordoada pelo sono.

A sala de jantar estava à meia luz, na mesa, impecavelmente preparada para dois, havia duas velas e uma rosa vermelha. Stef conduziu-me a uma cadeira e fez sinal para que eu esperasse lá. Ele deve ter saído enquanto eu dormia, pois nem comida havia na casa pelo que se lembrava Elena. Não demorou muito e o vampiro voltou com uma garrafa de vinho tinto, meu preferido. Ele serviu-me cordialmente e logo após serviu a si próprio, sentando-se na cadeira de frente a minha.

- Um brinde? – perguntou ele.

- A nós! – falei levantando a minha taça.

- A nós! – repetiu ele, encostando sua taça na minha. Sorrimos abobados.

- O que tem de bom aí? – perguntei enquanto Stefan destampava as panelas.

- Strogonoff de frango, arroz e salada de alface. – disse ele.

- Delícia. – mordi os lábios enquanto ele me servia.

Só não entendi bem o porquê de ele ter colocado dois pratos, era óbvio que Stefan não iria comer. Talvez fosse pra ficar mais bonito. Deixa pra lá, não quero que nada estrague isso.

- Então... – disse ele enquanto me assistia comer. – Damon mandou uma mensagem pra você.

Ele tinha que dizer aquele maldito nome, quase me fazendo engasgar? Precisava daquilo? Tentei manter a calma.

- O que dizia a mensagem? – perguntei.

- Não sei, não li. – disse ele, e pelos seus olhos pude ver que era verdade.

Alcancei meu celular que estava em cima do aparador de fotos, logo atrás de mim. Fiquei encarando por um tempo o lembrete que dizia que eu havia recebido uma mensagem de Damon. Divertindo-se muito? Era o que estava escrito. Ah, mereço!

- Nem sei por que eu li. – falei sem pensar.

Stefan riu sem humor e eu continuei meu jantar, agora meio tensa. Era um provocador mesmo esse Damon, Deus me livre!

- Obrigada pelo jantar maravilhoso. – falei ao terminar de comer.

- Não há de quê. – respondeu Stefan, sorrindo, como sempre.

Parecíamos recém-casados. Tínhamos aquela mesma alegria, os rostos sempre sorridentes, carícias a todo o momento... Era gostoso, mas a ideia me assustava um pouco... Casar, com um vampiro. Me assustava porque eu sabia que esse momento chegaria.

- Então, o que quer fazer? – perguntou Stefan depois de um momento em silêncio.

- Não sei. – tentei pensar em alguma coisa, mas absolutamente nada me vinha em mente. – Que tal só conversar um pouco e depois... Dormir. – falei com inocência nos olhos.

- Pode ser. – Stefan alcançou minha mão do outro lado da mesa e nós nos levantamos juntos. Ele atravessou rapidamente a mesa e já me beijava.

- O que acha de lavar a louça primeiro? – falei no primeiro tempo que tive, sabia onde aquele beijo ia dar.

- Ok. – Stefan fez beicinho. Apertei suas bochechas.

Levamos as coisas para a cozinha e eu lavava a louça enquanto ele enxugava.

- Estava me lembrando de uma coisa que nós ainda não conversamos e que é muito importante. – disse Stefan.

- O que? – perguntei totalmente sem ideia do que seria.

- Você precisa ir para a universidade ano que vem... Quero dizer, você enviou cartas não é? Enquanto eu estava... Fora. – ele falou meio sem jeito.

- Enviei... Mas até agora não recebi nenhuma resposta. – franzi o cenho.

- Hmmm. – Stefan resmungou mais alguma coisa que eu não consegui entender.

- Mas e você? – perguntei. – E... Damon? – não pude deixar de perguntar por ele também.

- Eu vou para onde você for! – disse Stefan e meu coração derreteu. – Agora quanto ao Damon... Eu realmente não sei. Talvez vá atrás de nós, só pra variar um pouco. – Stefan riu. Tentei acompanhá-lo no riso, mas no fundo, bem no fundo eu estava aliviada em ouvir isso, em ouvir que Damon não nos abandonaria.

- Meredith vai para a Duke... E eu estava pensando que não seria má ideia ir pra lá também... Quer dizer, se eles me aceitarem. – falei enquanto enxaguava o último prato.

- A Duke é uma boa opção... Estudei lá na década de 90. – disse ele galante.

- Me conta algumas histórias de lá. – falei risonha enquanto íamos para o sofá da sala.

Ele começou a falar sobre algumas garotas que descobriram seu “segredinho” e começaram a se atirar nele, alguns meninos encrenqueiros e professores chapados. Me perdi em algum momento em que ele falava sobre uma briga que teve com um cara chamado Adam. Tudo por culpa de Damon, pra variar. Ele me enviara outra mensagem. Muito entediante? Perguntara ele. Mais interessante do que se estivesse com você. Enviei em resposta, fingindo prestar atenção no que Stefan falava. Como pode saber se nunca experimentou de verdade? Damon responde depressa. Nem pretendo experimentar. Respondi. Tem certeza? Argh, eu vou matá-lo. Sim, Damon, eu tenho. Mandei. Está tão interessante que você não demora nem um minuto pra responder minhas mensagens. Passou dos limites. Desliguei o celular.

- Quem? – perguntou Stefan.

- Caroline. – menti. – Vamos pra cama? – fiz beicinho.

- Vamos. – Stefan deu um sorriso acolhedor e envolveu-me em seus braços.

Ele levou-me até o quarto no colo, o que me fez rir. Ao abandonar-me na cama, sua pose luxuriosa voltou, mas não sei... Eu não tinha clima praquilo.

- Agora não Stef. – falei quando ele tentava tirar minha blusa. – To com sono... Ainda. – dei um sorriso amarelo.

- Tudo bem. – o sorriso dele ainda era verdadeiro e justamente por isso eu não o merecia.

Levantei-me para escovar os dentes e tomar banho, e por isso tive que descer e pegar minha bolsa na sala de estar. Aproveitei para ligar meu celular e apagar todas as mensagens. Mas antes de fazê-lo, havia uma nova mensagem de Damon, e esta dizia: Boa noite, durma bem, minha bela. Mas é um infame, cafajeste, galante, cavalheiro, lindo. Chega. Por fim limpei a caixa de entrada, joguei o celular dentro da bolsa e subi as escadas correndo.

Fui direto para o banheiro, com bolsa e tudo. Entrei debaixo do chuveiro e nos primeiros minutos deixei que a água somente escorresse por meu corpo, levando todo e qualquer efeito que as mensagens de Damon provocaram em mim. Nos próximos cinco minutos também não fiz nada, a água continuava só caindo em mim, mas dessa vez era para “purificar-me”, para que eu pudesse merecer pelo menos um pouco o amor de Stefan. E por fim outros cinco minutos parada, só para relaxar. Após esses 15 minutos comecei meu banho de verdade, que foi bem rápido. Logo já estava seca, de pijama, não a camisola sexy que tinha pegado na parada em casa mais cedo, mas sim o conjunto de regata e shorts de malha que tinha levado para dormir na casa de Caroline.

Deixei minha toalha estendida no box para que secasse, escovei os dentes, pegue minha bolsa e voltei para o quarto. Stefan estava lá, deitado só de cueca boxer preta, com uma expressão pensativa. Não pude deixar de arfar com aquela imagem. O pior foi que ele percebeu, despertando-se de seus pensamentos, e abriu um sorriso malicioso. Ele me tinha nas mãos agora.

Deixei a bolsa ao lado da cômoda de mogno velho e fui para a cama king size, arrastando-me até meu travesseiro ao lado dele. Assim que encostei a cabeça no travesseiro, perto o bastante da cabeça de Stefan, ele me beijou com ternura, puxou meu corpo – que estava na diagonal, aproveitando todo o espaço da cama – para mais perto do seu, colando-o ao seu. E de repente a ternura se esvaiu, dando espaço ao desejo, puro desejo e nós voltamos ao que fazíamos hoje mais cedo. A mesma coisa, os mesmos movimentos, mesmos sentimentos, mesmos suspiros e gemidos. Tornar-se-ia enjoativo um dia, pensou meu lado insano.

Acordei com o toque de mensagem do celular de Stefan. Tateei na cama ao meu lado... Vazia. Deve ter ido preparar o café da manhã. Alcancei seu celular gritante, e diferente dele, abri a mensagem – que por coincidência, também era de Damon. Estava escrito: Não queria estragar o final de semana do casalzinho, mas nós temos problemas. Voltem o mais rápido possível. Assustada com a urgência, respondi: O que está acontecendo? No final coloquei minhas iniciais. “E. G.” Damon não demorou muito para responder. Bom dia flor do dia. Foi o que ele mandou... De onde ele tirava essas coisas? Meu Deus! Tão piegas! Damon, o que está acontecendo? Insisti.

Passou-se um minuto e ele não respondeu. Então resolvi levantar, me arrumar e avisar Stefan. Fiz tudo muito rápido, e em 15 minutos eu estava no andar de baixo. Nada dele em lugar algum. Deve ter saído pra comprar algo. Ou não. Haviam sacolas de mercado cheias sobre a mesa da cozinha. Aconteceu alguma coisa.

Antes de fazer qualquer coisa precipitada, saí da casa, procurando pelos arredores.

- STEFAN! – gritei algumas vezes.

Nada. Definitivamente aconteceu alguma coisa.

Peguei meu celular e disquei o primeiro número de emergência.

- Alô? – disse Damon após o primeiro toque.

- Aconteceu alguma coisa com o Stefan. – falei quase desesperada.

- Eu já to indo pra aí. – disse ele.

- Mas você nem sabe onde eu estou. – falei, mas ele já tinha desligado.

Bem, com certeza ele devia saber... Deve ter nos seguido ontem. Entrei em casa e, sem nada pra fazer, fui arrumar o quarto, ajeitar minhas coisas, porque ali eu não ficaria mais, Damon não deixaria.

Passaram-se 10 minutos e eu ouvi passos no andar de baixo. Cuidadosamente desci as escadas. Só abaixei a guarda quando vi que era Damon.

- Você não devia deixar a porta aberta assim. – repreendeu-me ele. – Cadê o Stefan?

- É exatamente isso que eu quero saber. Ele sumiu, já faz uma meia hora. – falei preocupada.

- E não tem hipótese nenhuma dele ter ido comprar alguma coisa? – perguntou Damon.

- Não, tem sacolas cheias em cima da mesa. Ele deve ter ido comprar e quando voltou alguma coisa o pegou. – falei, imaginando a cena.

- Como pode ter tanta certeza disso? – perguntou-me ele, meio incrédulo. – Ele pode estar caçando, pelo que eu saiba, já faz algum tempo que ele não faz isso... E aqui por perto devem ter ótimos esquilos! – disse Damon fazendo piada.

- Eu não tinha pensado nisso. – admiti. – Mas depois da sua mensagem hoje, eu fiquei preocupada e agora esse sumiço repentino dele me pegou desprevenida.

- Ok, vamos esperar mais um pouco aqui... Se ele não aparecer, eu te levo pra casa da Bonnie e tento rastreá-lo. – disse Damon jogando-se no sofá.

- Mas o que aconteceu? – perguntei, sentando-me no sofá de frente ao dele.

- O que? – Damon se fez de desentendido, pude ver isso em seus olhos.

- Você disse que estamos com problemas. Que problemas? – perguntei quase perdendo a paciência.

  - Ah... Sim. – de repente os olhos de Damon se escureceram. – Eles vieram atrás do Klaus.

- Eles quem? – perguntei. Outra voz fez a mesma pergunta, ao mesmo tempo. Olhei para trás... Stefan estava à porta.

- Stef! Graças a Deus! – agarrei-me a ele – Onde você estava?

- Caçando. –Stefan abraçou-me mais forte.

- Eu te falei. – Damon deu de ombros.

- Quem veio atrás do Klaus? – perguntou Stefan, conduzindo-me até o sofá onde eu estava sentada.

- Os originais. – disse Damon de maneira sombria. – Eles querem vingança.


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Notas finais do capítulo

enfim... o que acharam? juro que deixar um review nem que seja dizendo "oi" não mata ninguém... só pra eu saber que vocês estão lendo e o que eu to escrevendo não ta sendo em vão... sério, desestimula bastante essa falta de reviews...
é isso, até o próximo, bjs.