Alice Dreams escrita por Mikaeru Senpai


Capítulo 3
Third Dream, with a sweet reality touch.


Notas iniciais do capítulo

Perdão pela demora! O trabalho e faculdade me fazem chegar mortinha, mortinha de cansaço em casa. >
Bem, boa leitura. (:



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Inicialmente ela não se moveu, se quer piscou. Seus olhos de um tom escuro de roxo estavam focados nos olhos dourados e docemente tristonhos de Gil. Suspirou. Seria este um outro sonho? Ela não confiava mais e estava com medo. Fechara os olhos por segundos, e como acontecera mais cedo, assim que os abriu havia apenas ele ali parado. Impusionou graciosamente o corpo para cima e colocou as pernas para baixo, ficando sentada e dando espaço para o garoto se sentar.

Gilbert o fez e parou ao lado dela com as costas curvadas e os braços apoiados sobre seus joelhos. A brisa tranquila vinha acariciá-los com doçura, amenizando o silêncio com uma sensação agradável. A franja lisa e espessa da menor cobria seus olhos, então ela limitava-se a momento ou outro tirá-lo da frente dos mesmos.


– Qual seu problema comigo? - Disse baixo, quebrando o silêncio de modo tão delicado que pareceu ter passado por telepatia ao invés de interromper o doce farfalhar das folhas.

– Que você é um idiota insistente. - Rosnou.


Alice sentia raiva por sonhar com ele, não gostava dele... Mas nos sonhos ele era tudo o que ela desejava. Se recusava a mover a cabeça e olhar para ele. Se recusava terminantemente.


– Alice.

– Que é, inferno?

– Com que você sonhou aquela hora na mesa?

– Ahn? - Disse ela ficando vermelha e virando o rosto pro lado oposto - N-não faço a mínima id-deia do que você está falando.

– Você acordou dizendo meu nome.

– Mentiroso.

– A mesa inteira ouviu, é por causa do sonho que você está com mais raiva de mim do que o normal?

– Mas que besteira! - Ela virou o rosto na direção dele com as bochechas vermelhas - Eu não te od... Caham. Quero dizer. Eu... Arg!


Alice levantou de modo repentino e saiu andando pisando forte, indo se enfiar no próprio quarto. Ignorou todas as criadas que perguntaram se ela estava com fome, apenas foi andando brava.


– O que ele estava pensando fazendo aquele interrogatório? Aquele idiota curioso...Idiota, idiota!


Bateu a porta. O silêncio no quarto era melancólico. Não havia folhas ao vento, pássaros ou então a voz de Gilbert... Mas o que ela estava pensando? Alice apoiou as costas na porta e abaixou a cabeça. Por que estaria tendo esses sonhos agora? Será que tinha algum significado? Claro que não! Ela ergueu o rosto e foi até a escrivaninha que ficava em uma extremidade do cômodo.

No caminho livrou-se das botas, sobretudo e tudo mais que incomodasse, limitando-se a sua saia e sua camisa branca. Sentou e apanhou um livrinho vermelho com um coelho negro bordado na capa almofadada de ferro dourado para proteger, e logo acima, também em preto, "Diário de Alice" com uma linda grafia. Sharon havia lhe presenteado com o diário há alguns dias, disse que colocar seus pensamentos no papel a ajudaria a se sentir melhor.

Abriu o livrinho e passou algumas poucas páginas já escritas e colocou a data do dia. Molhou a pena no tinteiro novamente e colocou-se a riscar com calma fazendo lindo garranchos com sua letra pavorosamente horrenda e relatando o que se passava com ela desde o dia anterior.

Debruçou para escrever mais perto do caderno... E passou horas fazendo aquilo. O sol se pôs diante de sua janela quando seus olhos já estavam bem cansados e sua mão doía de tanto que ela escreveu. Seu corpo relaxou, e numa promessa falha de apenas fechar os olhos... Ela adormeceu.

Pouco depois ela tornou a abrir os olhos. "Já está bem escuro..." pensou ela. A penumbra a envolvia e ela não enxergava nada para os lados. Se afastou do caderno sentindo-se disposta. Apoiou as mãos na escrivaninha e afastou a cadeira da mesma levantando, mas enquanto o fez viu que em seu caderno, ao invés de vária palavras borradas havia apenas uma palavra pegando as duas folhas.


" Vire-se."


Instintivamente ela o fez, sentindo sob seus pés o chão morno auxiliar naquela ação. Mal tinha terminado o movimento e já sentia um par de mãos em sua cintura. A cadeira havia desaparecido, tornando mais fácil para ele erguê-la e por sobre a escrivaninha, também vazia. Alice não reagiu, tinha o olhar sonolento, hipnotizado... Ele a tinha em mãos, como de costume.

Após colocá-la sentada no móvel ele se aproximou encaixando-se entre as pernas da menor. A mão que estava mais baixa em suas costas e trouxe para perto, pressionando seu corpo contra o dele de um jeito que o mesmo pudesse ter acesso ao que quisesse. Um gemido baixo ecoou na vastidão daquele nada onde em um metro quadrado havia tudo, ele sorriu e a mirou com seus olhos dourados.

O ar faltava toda vez. Era algo tão simples, tão... Sutil. Um unir de lábios com um sorriso atrevido e vitorioso. Se moviam com graça, numa carícia delicada e quente ao mesmo tempo, com cada movimento de tirar o fôlego sem piedade alguma. E para ela apenas ficava melhor. As mãos quentes dele escorregaram de suas costas para suas pernas levando um arrepio junto. Sem aviso prévio, assustando Alice que não esperava por isso, ele ergueu as pernas dela a derrubando de costas em algo macio e confortável.

Não existia mais a escrivaninha, só uma cama e os dois. Ela não estava vermelha ali, ela não tinha medo. Ali.

Gilbert subiu as mãos pelas coxas dela erguendo sua saia até que ele pudesse se acomodar ali. Alice seguia a inércia, não sabia como agir ou ragir, só deixava ele fazer o que quisesse com seu corpo, pois acabava também sendo o que ela queria.

Seus lábios tornaram a se unir, mas agora com ela deitada e ele sobre ela, quase tão próximos quanto era possível ficar. As mãos dele puxavam o corpo dela contra o dele com um pouco mais de força, alisavam a pele dela a medida que sua mão atrevia-se a invadir a camisa dela por baixo, tocando a delicada e macia pele pálida da menina. Ela se arrepiou e seus breves gemidos ficavam mais audíveis a cada momento.

A sensação era tão maravilhosa enquanto ele a tocava e seus lábios se arrastavam sobre sua pele até seu ombro, passando os dentes sobre a carne macia que encontrava no caminho, mordendo com paixão e sutileza seu pescoço arrancando dela suspiros mais fortes, gemidos mais altos...

– Gil... Gilbert... Gilbert... A-ah... Gil...

– A-Alice...? O que foi...?


Ela estava babando sobre o caderno, meio acordada e meio adormecida. Assim que ouviu a voz dele, abriu os olhos e olhou para o lado. Como todas as manhãs Gil viera lhe acordar. E a ouviu. E ela lembrou do sonho que tinha acabado de ter.


– ...

– ... Ali... Ce?

– ... G... Gh... GHAA!


Ela simplesmente foi tentar levantar rápido, enroscou o pé na cadeira, perdeu o equilíbrio e foi junto com seu assento para o chão. Um gemido, de dor dessa vez, escapou de seus lábios enquanto ela ficou atordoada tentando levantar com a cadeira sobre sua perna direita, que foi a culpada pela queda toda, a enroscada foi ela, afinal.


– Caramba, qual o seu problema?!


Disse Gilbert bravo erguendo a cadeira. Ela caiu toda desarrumada no chão, com a camisa amarrotada, a saia torta, o cabelo bagunçado... O garoto abaixou ao lado dela e encostou em sua perna direita onde a cadeira pesada aterrisou. Alice começou a ficar vermelha, extremamente vermelha. Os flashes do sonho continuavam aparecendo, e ele ali... Segurando e vendo se estava tudo bem com sua perna, fazendo um tipo de massagem.


– Tá tudo bem, só vai ficar meio dolorida... Então, como eu ia dizendo... Qual é o seu problema?! - Questionou franzindo o cenho.

– Você... - Ela murmurou - Fica bonito bravo.

– ... Que?

– ... - Ela ouviu o que ela disse depois, e como se fosse possível, ficou ainda mais vermelha. - Que o que? Que foi?

– O que você disse?

– Eu não disse nada. Por que? Você disse alguma coisa? Por que eu não estava falando nada, eu estava só admirando sua cara de idiota e querendo que você parasse de me... De me... Querendo que você...


Não saía. Ela queria dizer que ele deveria parar de tocá-la... Mas seria uma mentira tão grande que seus lábios apenas tremeram entreabertos antes de se fecharem e ela virar o rosto. Gilbert suspirou. Não adiantava fazer muito com aquela teimosa, não é?

O garoto foi pro lado dela e passou a mão direita pelas costas de Alice, e a esquerda sob suas pernas. A ergueu no colo de um jeito que a primeira coisa que aconteceu foi a cabeça dela encostar no peito dele e ela se lembrar, novamente, do sonho. Tão nítido que poderia estar acontecendo ali ao lado deles... Ou na cama assim que ele a deitou lá. Sua vontade foi puxá-lo e terminar o sonho ali, agora... Mas não era certo! Ele era um idiota!


– Obrigada... - Murmurou assim que ele a soltou sem pressa, como quem alisa o corpo dela por onde as mãos passaram antes de se afastarem.

– Por que você estava chamando meu nome enquanto dormia... De novo? - Falou com calma enquanto sentava ao lado dela. - VocÊ também estava fazendo uns barulhos estranhos...

– Por que você quer saber?

– Curiosidade...

– Idiota. - Ela se jogou para trás ficando deitada ali olhando pro teto. Não fecharia os olhos com ele ali, e se começasse a sonha e por isso o agarrasse? Seria seu fim.


– Alice.

– Que é?


Alice não viu de onde essa veio. Quando percebeu já havia uma sombra sobre ela e ele estava tão próximo que ela podia sentir sua respiração morna misturando-se a própria. Não se moveu, não tinha reação. O rosto dele se aproximou mais e ele colocou os lábios contra a bochecha dela, e pode sentí-la estremecer e arrepiar com algo tão sutil. Ele então voltou a sentar onde estava e riu baixo.


Alguém tem sonhado comigo. Ha, ha, ha!


O que aconteceu depois disso foi bem, bem simples. Estavam Break, Sharon e Oz tomando chá na sala de estar quando um Gilbert passou correndo e pulando da varanda, e uma Alice segurando uma foice jurando que o mataria logo atrás.




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Notas finais do capítulo

Boooooom, foi isso! Cara, desculpem, esse capítulo truly sucks!
Não mintam, eu sei que tá ruim. >:
E desculpem-me se houverem erros, não tive tempo de revisar, mas o farei assim que possível... E perdão pela demora!



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