PDV Bella

Mais um dia e mais um caso não solucionado jogado na pilha que só aumenta a cada dia. O criminoso? Não temos nem ideia de quem seja. Conhecido apenas como “Fantasma” o maior ladrão de obras de arte do país, em todos os crimes cometidos por ele até hoje nunca conseguimos uma pista, nenhuma digital, nenhum nome sequer.

Sou Isabella Swan, uma agente do FBI, dedico a maior parte dos meus dias a tentar encontrar uma falha nos geniais planos de roubo do “fantasma” até agora não consegui nada, mas isso não quer dizer que eu vá desistir.

 Coloquei o arquivo, com as poucas informações que tínhamos até agora sobre ele em cima da mesa e olhei para o relógio, marcava exatamente 23h47min meu turno havia acabado há quase uma hora e eu ainda me encontrava ali, como se de uma hora para outra pudesse aparecer algo que me desse pelo menos uma dica de quem ele é.

Meu parceiro, Jacob, entrou na sala me analisando.

-Não deveria estar em casa uma hora dessas? – Perguntou ele. Jacob era um bom parceiro, mas principalmente um bom amigo, não teria conseguido chegar onde estou hoje se não fosse pela ajuda dele.

-Acho que sim, mas não consigo. Algo me prende a esse caso em especial, não consigo deixar de pensar nele um segundo sequer. – Respondi sinceramente.

Depois que o “fantasma” começou a agir, mais ou menos há uns dois anos atrás, ele se tornou minha obsessão, é como se algo me ligasse a ele. Me dedico quase que exclusivamente a esse caso.

-Entendo, mas você tem que descansar, você faz o possível, não conseguimos nada de concreto ainda em relação a ele, o cara é um gênio planejando os roubos, não comete um único deslize. – Disse ele.

-Eu sei, mas ninguém é perfeito, uma hora ou outra ele vai acabar cometendo um erro e quando essa hora chegar eu quero ter o prazer de estar lá para prendê-lo. Mas por enquanto, -Disse pegando minha bola e meu casaco. - É melhor eu ir para casa e descansar. Obrigada Jake. – Sorri para ele e segui em direção à saída.

Sai da sala deixando Jacob sozinho lá dentro, fui em direção ao elevador e apertei o botão para o térreo. Minha sala ficava exatamente no 21º andar de um edifício comercial localizado no centro de New York, minha vida pode ser resumida em uma única palavra: trabalho.

Ainda pensando no caso cheguei ao meu carro. Um Audi Cupê preto, lindíssimo. Entrei e comecei a dirigir, quase que automaticamente, em direção à minha casa. Chegando encontrei meu apartamento exatamente como o tinha deixado ao sair, uma bagunça completa. Mamãe sempre me disse que quando eu fosse morar sozinha seria uma bagunça enorme, pelo visto ela tinha razão.

O único local arrumado em todo o apartamento é o escritório, é onde passo a maior parte do tempo, revendo casos antigos e estudando os novos em busca de pistas. Meu pai, Charlie Swan foi um grande policial, um dos melhores investigadores do país, atualmente ele está aposentado e mora no interior do estando com mamãe e Emmett, meu irmão caçula.

Acredito que toda a minha vontade de ser policial, no caso agente do FBI, veio daí, ver Charlie prendendo vários bandidos todos os dias fez com que eu quisesse fazer o mesmo, transformar o mundo em um lugar mais justo.

Fui em direção à cozinha buscando algo para comer, não havia nada pronto, isso significa que logo, logo terei que ir ao supermercado, então decidi fazer um prato que não comia havia algum tempo, macarronada.

Depois de deixar tudo encaminhado, fui tomar banho, liguei o chuveiro e deixei que a água quente relaxasse meus músculos que estavam tensos. Nada mais relaxante que um demorado banho bem quente, queria esquecer por algum tempo toda essa história de fantasma, mas minha mente continua trabalhando nisso, algo que eu não consigo evitar.

Alguns minutos depois, saí do banho, e fui terminar o jantar e só agora percebi que haviam novos recados na secretária eletrônica.

1-      “Bella, tudo bem, meu amor? Como está o trabalho, espero que não esteja tão ocupada a ponto de esquecer de comer e essas coisas, me ligue assim que puder ok? Parece que você esquece que tem uma família, queria saber se você virá para casa nesse feriado, espero que sim, estamos com saudade. Beijos mamãe.”

2-      “Belinhaaaaaaaa, onde você tá se escondendo? Não acredito que ainda está obcecada por aquele caso maluco, acorda pra vida amor, para de se afogar em trabalho e curte um pouco a vida tá? Preciso de companhia urgente pra esse feriado. Me liga linda, beijo.”

O primeiro recado havia sido deixado por minha mãe, já estava esperando algo assim, com esse feriado chegando imaginei que ele me chamaria para casa, até acho que dessa vez devo aceitar o convite. Já o segundo era da Alice, minha melhor amiga desde que me mudei pra cá. Ela é estilista e desenha roupas lindíssimas, além de ser completamente louca, mas também incrivelmente simpática e agradável, talvez até a convidasse para ir junto visitar minha família, com certeza, com Alice essa viagem seria inesquecível.

Fiquei analisando as possibilidades e resolvi que iria mesmo viajar, já fazia tempo que não encontrava minha família e estava realmente com saudade. Olhei para o relógio e já passava de 1h da manhã.

Não estava com o menor sono e se eu tentasse dormir provavelmente só conseguiria pensar mais e mais nos casos que até hoje não tem solução. Optei então por assistir televisão enquanto esperava o sono chegar, depois de alguns tempo, não sei precisamente quanto, minha mente caiu na inconsciência, ali mesmo no sofá da sala.

Não antes de eu ver mais uma chamada na televisão de outro crime que havia sido cometido pelo “Fantasma”.