-Por favor, Edward! –Pedi mais uma vez, enquanto ele comia do meu cereal.

-Não, Isabella! – Repetiu já impaciente, mas depois explicou sua decisão: – Você sabe o que um casal faz no escuro do cinema?

Ele estava falando do fato que se fossemos, não seriamos capazes de nos controlar e acabaríamos nos entregando a essa atração e iriamos ficar nos beijando o filme inteiro.

-Sim, mas... - Concordei com seu ponto de vista. –Isso não quer dizer que vá ocorrer com a gente.

-Acho melhor não, Bella. - Disse com a boca cheia de cereal. –Prefiro não arriscar...

-Vai ser divertido, você vai ver! –Mas quando ele negou novamente, eu apelei. – Eu deixo você dormir essa noite na minha cama! – Nessa, ele se interessou.

-E você vai ter que parar de me tratar como um criminoso. – Condicionou.

-Justo... Mas você vai? –Perguntei sorrindo tentando ao máximo incentivá-lo a aceitar.

-Vou. – Falando revirando os olhos.

-Ah, você é demais! – Gritei e o abracei.

Era para ser um rápido abraço, mas assim que meus braços o enlaçaram e minhas mãos se afundaram no meu cabelo, não pude deixar de inspirar seu delicioso cheiro de olhos fechados, percebendo que ele fez o mesmo. Sua barba por fazer, roçava no meu rosto de uma forma carinhosa e seus braços abraçaram minha cintura, possessivos, me trazendo com violência pra si, fazendo-me chocar em seu corpo.

-Tá vendo? –Perguntou angustiado num sussurro ao meu ouvido. – Imagine quando estiver tudo escuro e ninguém para nos observar ou julgar? – Seus lábios estavam colados no meu ouvido e sua voz me fez arrepiar, sua respiração ofegante estava me contagiando. – Acho que sou capaz de fazer uma loucura...

Suas mãos espalmadas que antes estavam na minha cintura se aventuraram e foram passear um pouco mais abaixo e apertaram minha bunda de uma forma tão inesperada que eu pulei, mas por incrível que pareça, só fez com que nossos corpos se encaixassem ainda mais.

 -Arrumem um quarto! –Uma baixinha nos pediu com uma voz enojada atrás da gente.

-Ah, Alice! – Assustei-me por ter sido pega em flagrante.

-Gente, é sério... Vocês estão tão colados que eu nem sei onde começa um e termina o outro, o que será que Charlie irá pensar? –Advertiu-nos com a mão na cintura.

Separei-me alguns centímetros de Edward e percebi que cena miseravelmente constrangedora  eu e ele estávamos. Eu praticamente estava empoleirada a ele e Edward não ajudava muito com as mãos na minha bunda de uma forma completamente descarada.

-Porra, Edward! – Gritei irritada, pelo que só Deus sabe o quê, talvez por ter sido pega. –Me larga!

Ele fez o que eu pedi automaticamente e meus braços despencaram pesadamente do seu pescoço. Nossos olhares se cruzaram momentaneamente e nós sabíamos que faltou apenas um segundo para nós nos beijarmos. Com um sorriso debochado, ele comentou irônico:

-Não tem nenhum bicho na sua calça, Bella, eu garanto. – Deu uma piscadela para Alice.

-Não precisava inspecionar tão de perto, Edward querido. –Falei sarcástica. –E da próxima vez que você tocar na minha bunda sem a minha permissão, você acorda garota. –Ameacei assustadora.

-Isso é uma ameaça ou uma promessa? – Ele perguntou com a sobrancelha direita arqueada.

-Os dois. –Disse séria e saí da cozinha sendo seguida por uma pasma Alice.

-O que foi aquilo? – Ela me perguntou quando chegamos ao quarto.

-Nem me pergunte. – Suspirei me jogando na cama.

-Vocês estavam quase num amasso daqueles num segundo e no outro estavam se ameaçando?! – Perguntou incrédula, se jogando ao meu lado.

Eu assenti derrotada.

-Não sei o que deu em mim... –Comentei derrotada.

-Eu sei. –Ela falou rindo. – Tesão.

Nós rimos um pouco, mas depois minha risada ficou sem vontade e saiu forçada.  Ela se apoiou no cotovelo e pôs a cabeça numa de suas mãos, me olhando séria.

-Vai em frente, amiga. –Aconselhou-me de um jeito todo mandão. –Você merece, depois de tudo...

-Você não intende Ally... –Suspirei. –Ele é muito complicado!

-Ah, como se você fosse muito fácil... – Revirou os olhos.

- Não é isso! – Exasperei. – Eu não acho que teria coragem de namorar ele...

-Porque, ele é casado? –Perguntou objetiva.

-Não, mas já foi preso. –Contei pesarosa.

-Por quê?!

-Sei lá, só sei que ele ficou uns seis meses na cadeia e terá que fazer serviços comunitários por um ano para pagar o resto da sua sentença.

-Aff, ele é tão gostoso... Que desperdício!

Eu assenti.

Depois disso, nós duas ficamos bem ocupadas em nos vestir, pois Alice e Jasper, seu namorado, também iriam para o tal cinema. Alice se vestiu com uma roupa básica, apenas um vestidinho solto e sapatilhas enquanto eu vesti meu vestido preto um pouco colado e um salto que era mais um tormento do que um sapato...

-Bella, Jake está aqui! – Charlie me avisou.

-O que ele está fazendo aqui? –Grunhi.

-Ele é seu amigo... – Alice explicou confusa.

-Não mais. – Falei categórica.

-Por quê? – Perguntou com os olhos arregalados. –Ele fez... De novo?

-Quase! Se Edward não me salvasse...

-Oh Deus!

Mas nada falamos mais sobre o assunto. Depois descemos, pois já estávamos no horário da sessão, porém todos pareciam congelados no tempo olhando boquiabertos para nós.

-Isso tudo é pra ele? – Jake perguntou cuspindo as palavras e me olhando de cima a baixo.

-É, por quê? –Perguntei agressiva.

Percebi que Edward e Charlie me encaravam que nem uns idiotas por causa disso. Eu puxei a mão de Edward e o arrastei até a garagem, mas eu parei quando vi o imenso carrão que estava parado ali.

-Conheça Tânia! –Edward apontou para o Volvo. – Tânia essa é Bella.

-Pausa. –Pedi com as mãos espalmadas para cima. –Quer dizer que Tânia é seu carro?

-Sim, nem vem. Você chama seu travesseiro de Taylor Lautner e eu não estou te julgando... –Falou abrindo a porta pra mim.

-É que eu pensei que Tânia fosse... –Quando eu vi seus olhos verdes inquisidores em cima de mim, meu estômago despencou uns três metros. –Outra coisa.

-Que outra coisa? –Perguntou com um sorrisinho torto.

-Sua namorada. –Admiti pondo minhas mãos no rosto não acreditando da idiotice.

-Ah... -Ele prendeu a respiração. – Ela foi.

-Peraí, você namorou seu carro? – Nossa, vou sair com um cara doido...

-Não, mas o nome do meu carro foi inspirado numa garota...

-Quer falar sobre isso? – Perguntei solidária.

-Quer falar sobre o que rolou entre você e o cara carrancudo lá da sala?

-Não. –Murmurei e cruzei os braços, mantendo-me firme.

-Nem eu. – Ah, intendi a dele.

Eu assenti e saímos e encontramos uma baixinha muito irritada e um rapaz loiro que parecia ter o dobro do seu tamanho na varanda. Há, eu tinha esquecido completamente dela...

-Vocês se esqueceram de mim?! – Bradou quando entrou.

-E tem como? –Eu e Edward perguntamos juntos.

Bom, quando a gente chegou Ângela estava ao lado de um homem, que eu tenho quase certeza que era seu pai e vi que Ben estava distante olhando disfarçadamente para ela. Quando ela nos viu, até suspirou de alivio.

-Tchau, pai! – Despediu-se e me olhou mortal. –Precisavam demorar tanto?

Ben se aproximou tímido e abraçou-a pelos ombros, sorrindo de canto de boca para todos.

-Eu sou Ben, namorado da Ang. –Cumprimentou Edward e Jasper ao mesmo tempo, vi o sorriso dela ao novo status.

-Edward, eu sou o companheiro de quarto, e espero que de cama por essa noite, da Bella. –Eu o acotovelei, muitas pessoas achariam muitos significados para essa frase inclusive as duas garotas mentes poluídas que nos acompanhavam. – Ai. Então, vamos assistir o quê?

- Mortes em série. – Ben disse. –Vocês são todos maiores de dezoito, né?

-21. –Jasper respondeu.

-19. – Edward disse logo após.

-18. –As outras garotas responderam.

-17. –Murmurei.

Todos sorriram pra mim e o idiota do Edward apertou minhas bochechas e me chamou de coisinha linda do papai, causando mais risos da galera e o lerdo do Ben perguntar:

-Papai é algum apelido de vocês para o sexo? –Perguntou confuso não intendendo a piada.

-Não! – Eu falei alto demais para pessoas ao meu arredor me encarar.

Mas vi quando Edward levantou o polegar assentindo para ele quando achou que eu estava distraída o suficiente para não ver, ele levou uma bela de uma pisada.

Ainda bem que o lanterninha ficou mais interessado no meu decote do que na minha identidade e me deixou passar sem nenhum problemas.  Sentamos numa fileira onde só continha seis cadeiras. Quem você acha que ficou no meio de Edward e a parede? Eu!

Só que Edward mantinha as pernas tão abertas que eu mal conseguia cruzar as pernas de tão apertado, pois ele invadia minha cadeira e meu joelho estava tocando na parede.

-Porra, Edward! Dá pra fechar as pernas? –Pedi e todos riram.

-Não. – Ele falou simplesmente.

-Argh! –Exasperei e joguei minhas pernas sobre as suas. –Pronto! Agora problema está resolvido.

-Era para eu me importar? –Ele me perguntou sussurrando no meu ouvido.

Ainda bem que o filme começou e eu não precisei responder pergunta tão infame. Notei que assim que o filme começou a agarração dos casais ao nosso lado também deu inicio. Tentei me manter minha atenção no filme, mas os estalos de beijo já estavam me deixando nervosa.

Olhei de esguelha par Edward e ele assistia ao filme, porém com uma mão na minha coxa a acariciando delicadamente, como se nem notasse o quê estava fazendo ou se tinha consciência fazia como se achasse natural. Quando percebeu que eu o olhava, perguntou baixinho:

- O que foi?

-Você está me deixando arrepiada. –Acusei também baixinho.

-Essa é a ideia. –Comentou no meu pé de ouvido.

Apenas com essas poucas palavras, ele me fez me arrepiar o resto do meu corpo inteiro. Eu pus meu rosto no seu peito para esconder esse efeito que ele me fazia tão instantaneamente.  Porém, invés de acabar com o clima, acabou piorando, pois ele  pôs os braços e comentou com quem quer que fosse:

-Ela está com frio.

E como se só por que ele falou, eu realmente senti frio. E foi uma péssima ideia usar um vestido tomara-que-caia e esquecer o casaco em casa. Eu me aconcheguei mais a ele, fazendo com que sua mão que antes estavam na minha coxa fosse parar dentro do vestido.

Eu levantei minha cabeça um pouco e vi que ele ainda estava fitando a tela, ele nem parecia que tinha ideia o que acontecia aqui em baixo. Porém quando suas mãos recomeçaram a me acariciar, vi que ele sabia exatamente onde sua mão estava.

Não foi muito difícil para ele chegar lá. Eu prendi a minha respiração, sem saber o que ele faria a seguir. Mas ele não fez nada, só ficou lá esperando sei lá o quê. Eu tentei me concentrar no filme, mas quem conseguiria?!

Quando eu menos esperei, pois estava sendo uma cena ridícula de cena de perseguição no filme, Edward começou os movimentos. Primeiro devagarzinho e delicadamente, mas depois rápido e forte. Eu só percebi que estava gemendo, quando Edward puxou meu rosto para seu pescoço abafando o som, mas percebi que minha boca estava bem perto do seu ouvido e que meus gemidos só seriam escutados por ele.

Eu afundei meus dedos no seu cabelo reprimindo a vontade de gritar, apertei meu corpo mais no seu quando eu achei que iria desfalecer ali mesmo. Depois que eu praticamente arranquei seus cabelos, o prazer passou e Edward parou.

Olhei para o lado me certificando que ninguém havia visto nada. Graças a Deus todos estavam ocupados devorando a boca dos parceiros e não notaram o que acabara de acontecer. Gente, Alice praticamente estava transando com Jasper! Olha quem fala...

-Você é louco. –Falei arfando baixinho.

-Eu avisei. – E seu sorriso era tão sexy que era capaz de beijá-lo agora mesmo.