Amor Sob Suspeita escrita por Nath Mascarenhas


Capítulo 2
Capítulo 1 - La Push, Baby.


Notas iniciais do capítulo

Gente, obrigada pelos reviews.
Espero que curtam esse capitulo.



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Fomos o caminho inteiro calados naquela viatura de policia, ainda bem que Edward não tem a necessidade de falar, exatamente igual a Charlie e eu, graças a Deus.

Passei às duas horas de Seattle à Forks ouvindo música e olhando a paisagem pela janela, mas quando percebi que a paisagem não se modificava durante quase cinco quilômetros, olhei de esguelha para Edward que também ouvia música e também admirava a paisagem. Então não me importei de olhá-lo diretamente e admito apreciá-lo.

Ele percebeu meu olhar e me fitou confuso com meu repentino interesse nele, mas eu não desviei e continuei encarando-o, observando cada traço do seu corpo. Ele tinha cabelos acobreados extremamente bagunçados e seus olhos eram verdes iguais a esmeraldas escondidos por longos cílios. Notei que tão belos olhos me encaravam desconfiados, mas eu nem liguei, estava completamente fascinada por cada linha do seu rosto.

-Posso te ajudar? –Ele perguntou me trazendo de volta para realidade.

-N-Não. –Gaguejei como se eu estivesse envergonhada, coisa que eu estava, né?!

-Então por que está me olhando com essa cara de “ai me coma” pra cima de mim? – Perguntou irônico.

Argh, eu não estava o olhando com cara nenhuma! Aquele debiloide ainda tem a cara de pau de dizer isso na frente do meu pai! Mas é claro! Charlie estava praticamente com a cara no vidro e estava completamente concentrado no caminho. Ah... Mas esse Edward vai ver...

-Primeiro, como você sabe que eu tô te olhando? – Ele ia responder, mas eu o interrompi ríspida: - Por que você também estava me olhando! – Acusei vitoriosa e ele ficou sem fala. – E segundo, você seria a última pessoa que eu olharia desse jeito que você descreveu!

Ele bufou.

-Até parece... – E revirou os olhos.

Eu me segurei para não dar um tapa na cara dele. Sabe por quê? Ele é um ex presidiário, dã. E mesmo ele sendo filho do amigo do meu pai, eu não confiava nem um pouquinho assim... E se ele fosse um maníaco psicopata?!

Charlie não quis me dizer por que ele foi preso, disse que seria indiscreto da sua parte. Ainda por cima, falou que se eu quisesse mesmo saber que perguntasse ao Edward em pessoa. Ah, tá. Como se eu fosse perguntou a um serial killer como foi que ele matou...

Quando chegamos a nossa casa, Edward e Charlie entraram primeiro enquanto eu me arrastava pelo jardim até a entrada, porém sabendo que mais cedo ou mais tarde, eu teria que entrar. Simplesmente não tinha jeito.

-Aqui é a sala, a cozinha e no andar superior, os quartos. – Charlie estava explicando para ele que apenas assentia. – Você vai dormir com a Bella.

-O quê?! – Ele se engasgou de tão surpreso. – Mentira que eu vou ter dormir com essa Miss simpatia aqui, fala sério Charlie!

-Argh, se quer dormir de conchinha com meu pai, eu não me importo. – Falei sarcástica subindo as escadas.

-Lá ele. –Os dois falaram juntos e ao mesmo tempo.

Edward me seguiu até a segunda porta, onde se situava meu quarto. Eu quase ri quando vi a cama tosca que Charlie conseguiu com Billy. Acho que meu colchão de acampamento era mais acolchoado que isso aí. Mas como não seu eu que vou dormir naquele negocio, tô nem aí.  

-O armário fica ali, o banheiro é a ultima porta do corredor e sua cama é essa aqui. –Falei sem nem olhar pra ele, apenas apontei para cada coisa e lugar.

Percebi que nem lençol ou travesseiro tinham posto na cama, então notei que como anfitriã, eu teria que fazer a cama do cara. Porra, eu nem fazia a minha!

Vi que os lençóis limpos e o travesseiro extra, ficavam na última prateleira da droga do armário. Droga, eu teria que subir nas gavetas para conseguir alcançar. Droga de genética que me fez baixinha. Perceberam que minha palavra favorita é droga? O pior é que a porcaria do travesseiro estava em baixo de tudo e que por mais que eu puxasse com cuidado, as outras coisas de cima ameaçavam a cair sobre minha cabeça.

Perdendo a minha já quase inexistente paciência, puxei com força o travesseiro.

O que é que deu? Sim, eu caí. Não, peraí. Eu não caí! Como assim? Eu vi quando meu corpo escorregou, mas não senti cair no chão, já tão conhecido por ele. De repente vi duas mãos nos meus quadris me aparando da queda eminente.

-Me larga! –Mandei num grito, eu preferia mil vezes a queda a ele ficar me tocando ali. FATO.

-Como quiser. – E me largou, depois, deu de ombros já de costas pra mim.

Sim, eu caí feito uma jaca mole espatifada no chão. Mas eu pouco me importei e sim quando ele deu aquele sorrisinho de canto de boca debochado.  Eu já havia me acostumado a cair, pois era praticamente um esporte pra mim, mas uma coisa que eu nunca vou me acostumar é ser uma piada!

-Ei, foi você que pediu. – Ele falou na defensiva com as mãos espalmadas para cima, em sinal de rendição quando eu comecei a andar em sua direção.

Minha cara devia estar mortal, pois a cada passo que eu dava pra frente ele dava dois pra trás. Jake costuma dizer que quando eu estou brava, é melhor correr... Acho que ele devia dar esse concelho a esse Zé Mané aqui.

Por falar em Jake, eu já devia está em La Push há mais de uma hora! Emily vai me matar por me atrasar para a festa fogueira, é como se eu tivesse vendo. Leah, com certeza, vai me jogar na fogueira para ser assada junto com as carnes...

Joguei o travesseiro e o lençol na cama de Edward e desci correndo, passando por Charlie que estava na sala assistindo a algum jogo na TV a cabo e peguei a chave da minha picape. Mas quando eu já estava passando pela porta, meu pai me chamou:

-Bella, aonde vai? – Perguntou ainda olhando para o jogo, mas eu sabia que ele estava bem atento aos meus movimentos, coisas de chefe de polícia.

-Vou pra reserva, festa, Jacob. – Falei jogando minha chave de um lado para outro.

Ele abaixou o volume da televisão e me encarou com um sorriso mínimo nos lábios. Aí vem coisa...

-Você anda muito grudada ao Jake... – Comentou fingindo indiferença, mas não se aguentou e perguntou de uma vez: - Posso pular de felicidade por vocês finalmente se acertarem?

Eu sabia!  Gritei em pensamento. Por isso Billy e ele vivem de segredinhos por telefone... Ainda bem, eu e Jake já estávamos achando que nossos pais estavam tendo um caso gay, nada contra...

-Mesmo que a visão de te ver pulando me faça rir. – Revirei os olhos. –Não, pai. Ele é só meu amigo!

- Quem é só seu amigo, Bella? –Edward perguntou bem atrás de mim, quase me matando de susto.

-Porra, Edward! – Esbravejei pondo a mão no meu coração acelerado. – Se quer me matar, enfia logo a faca.

-Olha que não é má ideia. – Comentou com um sorriso torto.

Nossa, eu quase fiz xixi nas calças depois dessa. Eu estava morrendo de vontade de correr até meu pai e me esconder atrás dele, mas fiz cara de mafiosa e arqueei as sobrancelhas, perguntando:

-É uma ameaça? – Perguntei desafiadora.

Ele pareceu surpreso com minha ousadia, ia rebater minha pergunta, mas foi interrompido por meu pai, com problemas sérios cognitivos, que lhe propôs.

-Edward, Bella vai a La push, uma reserva Quileute , onde uns amigos nossos moram, quer ir?

-Pai! – Reclamei. Aonde que eu ia levar esse cara junto comigo...

-Bella. – Usou o mesmo tom de voz que o meu.

-Meus amigos estão lá! – Apelei.

-Melhor ainda, quer ir Edward? – Meu pai perguntou mais uma vez.

Diz que não! Diz que não! Diz que não!

-Claro! – Argh, ele aceitou só pra me pirraçar, eu sabia!

Eu quase desisti de ir, mas séria dar o braço a torcer a esse demente criminoso. Então, saí pisando firme pela casa e entrei na minha picape. Edward ficou do lado de fora, como se estivesse hesitante em entrar.

Eu buzinei estridente e ele deu um pulo, há. Eu acenei impaciente para ele entrar e ele entrou de má vontade. Ele que quis vir, não foi?

-Você dirige essa geringonça? – Ele me perguntou incrédulo.

-Sim, por que, algum problema? – Perguntei agressiva.

-Se ela andar, nenhum.

-Ela anda! – Defendi meu lindo bebê. – Na maioria das vezes. – Admiti.

Ele soltou um riso, mas logo foi silencioso com meu olhar ameaçador. Ficamos calados por um bom tempo, até que ele resolveu ligar o radio, sem minha permissão, diga-se de passagem. Estava tocando algo do Bee Gees, e Edward começou a cantar aos plenos pulmões quando eu mudei de estação para uma de rock.

-Ei! – Ele reclamou indo trocar novamente, porém nossas mãos se tocaram uma fração de segundo.

Porém mesmo em tão pouco tempo foi como se houvesse energia magnética muito grande em nossos corpos e assim que nos tocávamos, uma descarga elétrica nos dava um belo de um choque. Constrangida, olhei para a estrada e percebi que ele também ficou sem graça.

Pelo menos, não demorou muito pra chegarmos onde meus amigos estavam ou boa parte dela. A primeira praia, como era chamada a praia onde estávamos, estava lotada, típico de uma festa na fogueira. Edward ficou o tempo todo ao meu lado com as mãos no bolso da calça.

Logo encontrei Jake com Quil, discutindo quem deveria comer o ultimo cachorro quente que Emily havia preparado. Já estavam se preparando para uma briga daquelas quando Sam chegou e falou aquela voz autoritária dele:

-Parem de brigar, cambada! – Mandou irritado.

Eu e Edward nos sentamos ao lado de Kim, namorada de Quil, ela era nova no grupo e parecia realmente preocupada com a briga daqueles dois. Seus olhos estavam esbugalhados e ela mordia o lábio com força o bastante para fazê-lo sangrar.

-Calma ou vai ficar sem lábio, hein? – Comentei e ela riu nervosa.

-Oi Bella. – Cumprimentou alegre como sempre.

-Bella chegou? – Leah perguntou com clara impaciência pela minha demora.

-Tô aqui. – Resmunguei.

Ela virou e eu percebi que seu olhar se prendeu completamente na figura que estava ao meu lado. Há, ela até se esqueceu de que deveria me dar um sermão e veio até nós e se apresentou a ele.

-Leah Clearwater , a seu dispor. – Segundas intenções detectadas... Bip, Bip.

-Edward Cullen, seu criado. –Aff, só faltava fazer mesuras um para o outro.

Como se finalmente me notasse ao lado dele, Leah puxou meu braço e me arrastou para o mais longe possível do pessoal e o mais escondido de Edward.

-Seu namorado? – Perguntou direta.

-Não.

-Comprometido? –Perguntou sussurrando.

-Acho que não. Sei lá, ele deve ter uma namorada...  – Lembro-me de Charlie mencionar o nome da namorada dele  -Tânia, o nome da namorada dele.

-Namoro não é compromisso, casamento sim. –Leah me explicou como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

-Casado ele não é. – Eu disse com certeza absoluta.

-Então pede pra ser roubado... – Comentou já indo em direção a ele.

-Ah, por falar e roubo, Leah... – A segurei no lugar, antes que se aproximasse demais, sussurrei no seu ouvido: - Ele já foi preso.

 -Não brinca! –Guinchou e depois olhou com nojo pra Edward. – Que desperdício.

E saiu rebolando pela praia em busca de outro gato. Revirei os olhos e voltei para o meu lugar, porém outras pessoas também usavam o tronco que antes era somente habitado por eu e ele, fazendo-me praticamente sentar no colo dele.

-O quê que ela queria? – Edward me perguntou indiferente e bebendo alguma coisa laranja.

-Seus antecedentes. –Respondi fria.

Ele riu seco.

- E o que você disse? – Perguntou sorrindo para Leah que deu as costas.

- A verdade. – Dei de ombros. – Mas ela não curtiu a ideia de ficar com ex detento...

Percebi que ele abriu a boca pasmo. Mas eu não estava nem aí se ele estava me matando em pensamento agora mesmo. Pelo menos, ele não disse nada depois disso.

-Bella! -Jake me chamou sorridente como sempre.

Eu me levantei e o abracei, senti logo o cheiro de bebida em sua roupa. Merda, eu não suportava quando ele bebia... Ele ficava insuportável e muito gaiato pro meu gosto. Já tivemos problemas sérios por causa disso.

-Você bebeu? – Sibilei apreensiva.

-Bella, se acalma eu nem bebi tanto como naquele dia... – Garantiu-me, mas eu não senti firmeza na sua afirmação.

Percebi que Edward nos observava curioso, como se estivesse esperando o próximo ato de Jacob. Não sei o porquê, mas me senti mais protegida com seu olhar. Mas Jake logo foi me puxando para longe da vista dele.

-Belinha! –Jake gritou, como se eu estivesse longe e não ao seu lado.

- O que é Jake? –Perguntei já preocupada de estar longe do resto do pessoal, ou seja, de Edward.

Ele me olhou com aqueles olhos negros e me imprensou entre ele e uma pedra. Ah, Meu santo Deus, de novo não! Eu já sabia o que vinha a seguir quando ele pôs suas mãos no meu rosto e veio se aproximando de mim.

-Me larga, Jake! – Eu pedi tentando empurra-lo.

- Você sabia que você é linda? – Perguntou-me já chegando seus lábios próximos a mim.

-Jake, eu não quero! –Disse já choramingando.

-Quer sim. – Sussurrou no meu ouvido.

Eu até fechei os olhos derrotada e esperei que o ato fosse consumado. Eu sabia que Jake era muito forte para eu conseguir derrota-lo numa briga.

-Ela. Disse. Que. Não. Quer! – Edward sibilou próximo a nós.

Eu nunca senti tanto alívio em ver ninguém como eu senti ao vê-lo ali,  com aquela cara de quem está pronto para me salvar daquela situação custe o que custar.


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Notas finais do capítulo

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